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Fundaçao.

1. Definição de fundação
A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto (figura 1) formado
pelos elementos estruturais, tais como: lajes (cinza), vigas (vermelho), pilares
(verde) e fundações (azul), etc. Fundação é o elemento estrutural que tem por
finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada resistente
do solo. Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado
é função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do
solo. Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que
tiver o menor custo e o menor prazo de execução.

Figura 1: Estrutura de uma edificação.


2. As cargas da edificação.
As cargas da edificação são obtidas por meio das plantas de arquitetura
e estrutura, onde são considerados os pesos próprios dos elementos
constituintes e a sobrecarga ou carga útil a ser considerada nas lajes que são
normalizadas em função de sua finalidade. Eventualmente, em função da altura
da edificação deverá também ser considerada a ação do vento sobre a
edificação. A tabela 1 fornece o peso específico dos materiais mais utilizados
nos elementos constituintes de uma construção, enquanto a tabela 2 as
sobrecargas ou cargas úteis em lajes de piso ou de forro de acordo com a sua
finalidade.
Tabela 1: Peso específico dos materiais mais empregados em uma construção.

Material Peso específico Unidade


3
Alvenaria de pedra 2200 a 2400 kgf/m
3
Alvenaria de tijolo maciço revestido 1600 kgf/m
Alvenaria de tijolo furado revestido 1300 3
kgf/m
Concreto simples 2200 3
kgf/m
Concreto armado 2500 3

Revestimento com madeira (taco) 45 kgf/m


2

Ladrilho e pedras de piso 50 kgf/m


2
Mármore de 2 a 3 cm de espessura 80 a 90 kgf/m
2
Revestimento de tetos e pisos de lajes com 25 kgf/m
argamassa 125 kgf/m
2

Telhado completo – telha francesa 150 2


kgf/m
Telhado completo – telha canal 90 2

Telhado completo – cimento amianto 900 kgf/m


2

Madeira de lei kgf/m


kgf/m3

Tabela 2: Sobrecargas ou carga úteis em lajes de piso e de forro.


2
Compartimento
Sobrecarga – kgf/m
Laje de forro 100
Laje de piso de residência 200
Laje de piso de escritório 200
Laje de piso de enfermarias e recepções 250
Salas de aula, assembléias 350
Biblioteca – sala de leitura 250
Biblioteca – sala de estante de livro a ser determinado em cada caso
Depósitos a ser determinado em cada caso
Arquibancadas 400
3. Resistência ou capacidade de carga do solo

A determinação da tensão admissível, resistência ou capacidade de


carga do solo fs consiste no limite de carga que o solo pode suportar sem se
romper ou sofrer deformação exagerada. Para obras de vulto sujeitas à carga
elevadas só pode ser realizada por empresas especializadas, que além do
estudo do subsolo, de um modo geral propõem sugestões para o tipo de
fundação mais adequado para que o binômio estabilidade-economia seja
atendido (veja item “2.2. Estudo do subsolo – Capítulo 1 - Planejamento das
Construções”).
Para obras de pequeno vulto sujeitas a cargas relativamente pequenas,
a resistência fs do terreno poderá ser obtida por meio de tabelas práticas em
função do tipo de solo (tabela 3).
Tabela 3: Tensão admissível no solo (fs) recomendada pela ABNT.

Tipo de solo Tensão admissível


2
(kgf/cm )
a. Rocha viva, maciça sem laminação, fissuras ou sinal de decomposição, tais 100
como: gnaisse, granito, diábase e basalto.
b. Rochas laminadas com pequenas fissuras estratificadas, tais como: xistos e 35
ardósias.
c. Depósitos compactos e contínuos de matacões e pedras de várias rochas. 10
d. Solo concrecionado. 8
e. Pedregulhos compactos e mistura de areia e pedregulho. 5
f. Pedregulhos soltos e mistura de areia e pedregulho. Areia grossa compacta. 3
g. Areia grossa fofa e areia fina compacta. 2
h. Areia fina fofa. 1
i. Argila dura. 3
j. Argila rija. 2
k. Argila média. 1
l. Argila mole, argila muito mole, aterros. *

* são exigidos estudos especiais ou experiência local


4. Classificação das fundações

De acordo com a profundidade do solo resistente, onde está implantada


a sua base, as fundações podem se classificadas em:
• fundações superficiais (diretas): quando a camada resistente à carga
da edificação ou seja, onde a base da fundação está implantada, não
excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos
de 3 m de profundidade;
• fundações profundas (indiretas) são aquelas cujas bases estão
implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais
de 3 m de profundidade.
O que caracteriza, principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato
da distribuição de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do elemento de
fundação, sendo que, a carga aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é
transformada em carga distribuída, num valor tal, que o solo seja capaz de
suportá-la (figura 2a). Outra característica da fundação direta é a necessidade
da abertura da cava de fundação para a construção do elemento de fundação
no fundo da cava.

5. Fundações superficiais ou rasas ou diretas

Em projetos de construções rurais são usadas principalmente fundações


diretas, tendo em vista, que as cargas são relativamente pequenas, não
exigindo da camada do solo de apoio uma grande resistência.
As fundações diretas classificam-se em:
• blocos de fundações;
• baldrames;
• radier.

A seguir são apresentados os diferentes tipos de fundação direta para


uma obra simples composta de dois compartimentos (figura 3) e, em desenho
tri-dimensional, as possíveis soluções em fundação direta para um silo
multicelular (figura 4).

Fundação direta em blocos

O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de carga


para o terreno ser aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar existirá
um bloco de fundação distribuindo a carga do pilar para o solo. Os blocos
podem ser construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de
concreto armado. Quando um bloco é construído de concreto armado ele
recebe o nome de sapata de fundação.

Fundação direta em baldrame

A fundação em baldrame apresenta uma distribuição de carga para o


terreno tipicamente linear, por exemplo, uma parede que se apoia no baldrame,
sendo este o elemento que transmite a carga para o solo ao longo de todo o
seu comprimento. Um baldrame pode ser construído de pedra, tijolos maciços,
concreto simples ou de concreto armado. Quando o baldrame é construído de
concreto armado ele recebe o nome de sapata corrida.

Fundação direta em radier

A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação


que distribui toda a carga da edificação para o terreno, constituindo-se em uma
distribuição de carga tipicamente superficial. O radier é uma laje de concreto
armado, que distribui a carga total da edificação uniformemente pela área de
contato. É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e a
resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja usada
a solução de fundação profunda.

6. Dimensionamento de um bloco de fundação


Os blocos são fundações em concreto simples ou ciclópico e
caracterizados por uma altura relativamente grande em relação às dimensões
da base, necessária para que trabalhem essencialmente à compressão. Nas
construções comuns os blocos são usados para cargas de até 50000 kgf e,
além disso, não é aconselhável o emprego de blocos em terrenos com
2
resistência inferior a 1 kgf/cm (0,1 MPa). Quando se deseja economizar
material, pode-se adotar o bloco com a forma escalonada.
Sendo fsolo a resistência do terreno (tensão admissível) e F a carga que
chega ao bloco pelo pilar, para que a tensão admissível não seja ultrapassada
deve-se ter:
solo f SF≤
Portanto, a área da base pode ser calculada em uma primeira tentativa
pela expressão:
solo f FS≥
Como os blocos são geralmente quadrados, temos para o lado B do quadrado:
SB=
Quanto à altura dos blocos experiências recomendam adotar a expressão:
)b0,85(BH−=
sendo: B = dimensão da base do bloco e b = dimensão do pilar.
Figura 4: Silo multicelular com possíveis soluções de fundação direta.

7. Fundações Profundas

Quando o solo compatível com a carga da edificação se encontra a mais


de 3m de profundidade é necessário recorrer às fundações profundas, sendo
três os tipos principais:
• estacas
• tubulões
• caixões
� Estacas de fundação

São elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que se cravam


(figuras 7 e 8), com um equipamento, chamado bate-estaca (figuras 9 e 10), ou
se confeccionam no solo de modo a transmitir às cargas da edificação a
camadas profundas do terreno (figura 6).
Estas cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes
laterais da estaca contra o terreno e/ou pela ponta (figura 5).
Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações.
Com certa freqüência, um novo tipo de estaca é introduzido no mercado e a
técnica de execução de estacas está em permanente evolução. A execução de
estacas é uma especialidade da engenharia.
Entre os principais materiais empregadas na confecção das estacas se
pode citar:
• madeira;
• aço;
• concreto (pré-moldadas e moldadas “in situ”).

As estacas também são classificadas em estacas de deslocamento e


estacas escavadas. As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no
terreno através de algum processo que não promova a retirada do solo.
Enquadram-se nessa categoria as estacas pré-moldadas de concreto armado,
as estacas de madeira, as estacas metálicas, as estacas apiloadas de concreto
e as estacas de concreto fundido no terreno dentro de um tubo de revestimento
de aço cravado com a ponta fechada, sendo as estacas tipo Franki o exemplo
mais característico dessas últimas.
As estacas escavadas são aquelas executadas “in situ” através da perfuração
do terreno por um processo qualquer, com remoção de material. Nessa
categoria se enquadram entre outras as estacas tipo broca, executada manual
ou mecanicamente e as do tipo “Strauss”.
Figura 5: Mecanismo de resistência da Figura 6: Estaca de concreto
fundação profunda moldada "in situ”.

Figura 7: Estaca de madeira. Figura 8: Estaca de concreto pré-moldado.


Figura 9: Bate-estaca de queda livre. Figura 10: Bate-estaca de martelo diesel.

8.Estacas de madeira

As estacas de madeira são empregadas nas edificações desde a


antigüidade. Atualmente, diante das dificuldades de se obter madeiras de boa
qualidade, sua utilização é bem mais reduzida.
As estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvores, bem
retos e regulares, cravados normalmente por percussão, isto é golpeando-se o
topo da estaca com pilões geralmente de queda livre. No Brasil a madeira mais
empregada é o eucalipto, principalmente como fundação de obras provisórias.
Para obras definitivas tem-se usado as denominadas “madeiras de lei” como
por exemplo a peroba, a aroeira, a maçaranduba e o ipê.
A duração da madeira é praticamente ilimitada, quando mantida
permanentemente submersa. No entanto, se estiverem sujeitas à variação do
nível d’água apodrecem rapidamente pela ação de fungos aeróbicos, o que
deve ser evitado aplicando –se substâncias protetoras como sais tóxicos à
base de zinco, cobre ou mercúrio ou ainda pela aplicação do creosoto. Neste
tipo de tratamento recomenda-se o consumo de aproximadamente 15 kg de
3
creosoto por m de madeira tratada quando as estacas forem cravadas em
terra.
Durante a cravação a cabeça da estaca deve ser munida de um anel de
aço de modo a evitar o seu rompimento sob os golpes do pilão. Também é
recomendado o emprego de uma ponteira metálica para facilitar a penetração
da estaca e proteger a madeira.
Do ponto de vista estrutural, a carga admissível das estacas de madeira
depende do diâmetro e do tipo de madeira empregado na estaca. Pode-se no
entanto, adotar como ordem de grandeza, os valores apresentados na tabela 4.

Tabela 4: Cargas admissíveis usualmente Carga (kN)


adotadas em estacas de madeira. Diâmetro
(cm)
20 150
25 200
30 300
35 400
40 500

9.Estacas metálicas

As estacas metálicas são constituídas principalmente por peças de aço


laminado ou soldado tais como perfis de seção I e H, como também por trilhos,
geralmente reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando
perdem sua utilização por desgaste.
A principal vantagem das estacas de aço está no fato de se prestarem à
cravação em quase todos os tipos de terreno, permitindo fácil cravação e uma
grande capacidade de carga. Sua cravação é facilitada, porque, ao contrário
dos outros tipos de estacas, em lugar de fazer compressão lateral do terreno,
se limita a cortar as diversas camadas do terreno.
Hoje em dia já não existe preocupação com o problema de corrosão das
estacas metálicas quando permanecem inteiramente enterradas em solo
natural, porque a quantidade de oxigênio que existe nos solos naturais é tão
pequena que a reação química tão logo começa, já acaba completamente com
esse componente responsável pela corrosão. Entretanto, de modo a garantir a
segurança a NBR 6122 exige que nas estacas metálicas enterradas seja
descontada a espessura de 1,5 mm de toda sua superfície em contato com o
solo, resultando uma área útil menor que a área real do perfil. A carga máxima
atuante sobre a estaca é obtida multiplicando-se a área útil pela tensão
admissível do aço fc = fyk/2 onde fyk é tensão característica à ruptura do aço
da estaca.

Figura 11: Área útil de estaca metálica.

10.Estaca de concreto
As estacas de concreto podem ser pré-moldadas ou concretadas no local.
10.1 Estacas pré-moldadas de concreto

São largamente usadas em todo o mundo possuindo como vantagens


em relação as concretadas no local um maior controle de qualidade tanto na
concretagem, que é de fácil fiscalização quanto na cravação, além de poderem
atravessar correntes de águas subterrâneas o que com as estacas moldadas
no local exigiriam cuidados especiais.
Podem ser confeccionadas com concreto armado ou pro tendido adensado por
centrifugação ou por vibração, este de uso mais comum. Tanto nas estacas
vibradas quanto nas centrifugadas a cura do concreto é feita a vapor, de modo
a permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo possível.
Tendo em vista que a cura a vapor só acelera o ganho de resistência nas
primeiras horas, mas não diminui o tempo total necessário para que o concreto
atinja a resistência final, as estacas devem permanecer no estoque pelo menos
até que o concreto atinja a resistência de projeto.
A seção transversal dessas estacas é geralmente quadrada, hexagonal,
octogonal ou circular, podendo ser vazadas ou não.
A carga máxima estrutural das estacas pré-moldadas é em geral indicada nos
catálogos técnicos das empresas fabricantes, no entanto a carga admissível só
poderá ser fixada após a análise do perfil geotécnico do terreno e sua
cravabilidade.

10.2 Estacas concretadas “in situ”

Existe uma grande variedade de tipos de estacas concretadas no local,


diferenciadas entre si, principalmente, pela forma que são escavadas e pela
forma de colocação do concreto. De um modo geral crava-se um tubo de aço
até a profundidade prevista pela sondagem geotécnica, enchendo–se com
concreto que vai sendo apiloado até que se retire o tubo. Entre os vários tipos
existentes destacam-se as estacas tipo Franki e as estacas tipo Strauss.
A estaca tipo Franki usa um tubo de revestimento cravado
dinamicamente com a aponta fechada por meio de bucha e recuperado após a
concretagem da estaca. O concreto usado na execução da estaca é
relativamente seco com baixo fator água-cimento, resultando em um concreto
de slump zero, de modo a permitir o forte apiloamento previsto no método
executivo. O concreto com estas características deve atingir fcc28 ≥ 20 MPa e o
controle tecnológico do concreto durante a execução da estaca deve prever
retirada regular de corpos-de-prova, para serem ensaiados a 3, 7 e 28 dias,
iniciando-se ao se executar as primeiras estacas, e continuar para cada grupo
de 15 ou 20 estacas executadas. A armação da estaca é constituída por barras
longitudinais e estribos que devem ter dimensões compatíveis com o diâmetro
do tubo e do pilão. A execução de estacas tipo Franki, quando bem aplicada,
praticamente não sofre restrições de emprego diante das características do
subsolo, salvo casos particulares como aqueles constituídos por espessas
camadas de solo muito mole.

As estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como


alternativa às estacas pré-moldadas cravadas por percussão devido ao
desconforto causado pelo processo de cravação, quer quanto à vibração ou
quanto ao ruído. O processo é bastante simples, consistindo na retirada de
terra com sonda ou piteira e, simultaneamente, introduzir tubos metálicos
rosqueáveis entre si, até atingir a profundidade desejada e posterior
concretagem com apiloamento e retirada da tubulação. Por utilizar
equipamento leve e econômico a estaca tipo Strauss possui as seguintes
vantagens:
• ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos;
• possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado;
• possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos
estranhos no solo, matacões, etc, permitindo a mudança de locação
antes da concretagem;
• possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do
solo, pois a retirada de amostras permite comparação com a
sondagem à percussão;
• possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas
dimensões;
• autonomia, importante em regiões ou locais distantes.

Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss podemos citar:

• quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água


no furo com a sonda, a adoção desse tipo de estaca não é
recomendável;
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de
seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, e
nesses casos esta solução não é indicada;
• é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de
modo a não ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com
estas estacas devem-se a deficiências de concretagem durante a
retirada do tubo.

11.Tubulões de fundação
Os tubulões são elementos estruturais de fundação profunda,
geralmente, dotados de uma base alargada, construídos concretando-se um
poço revestido ou não, aberto no terreno com um tubo de aço de diâmetro
mínimo de 70cm de modo a permitir a entrada e o trabalho de um homem, pelo
menos na sua etapa final, para completar a geometria da escavação e fazer a
limpeza do solo. Divide-se em dois tipos básicos: os tubulões a céu aberto,
normalmente, sem revestimento e não armados no caso de existir somente
carga vertical e os a ar comprimido ou pneumático. Os tubulões a ar
comprimido são sempre revestidos, podendo esse revestimento ser constituído
de uma camisa de concreto armado ou por uma camisa metálica. Neste caso a
camisa metálica pode ser recuperada ou não. São utilizados em solos onde
haja a presença de água e que não seja possível esgotá-la. O fuste do tubulão
é sempre cilíndrico enquanto a base poderá ser circular ou em forma de falsa
elipse. Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões,
cuja distância entre centros seja inferior a duas vezes o diâmetro ou dimensão
da maior base, especialmente quando se tratar de tubulões a ar comprimido.

Figura 16: Geometria de um tubulão de fundação.

Quando comparados a outros tipos de fundações os tubulões


apresentam as seguintes vantagens:
• os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os de
bate-estacas e outro equipamentos;
• as vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de
muito baixa intensidade;
• pode-se observar e classificar o solo retirado durante a escavação e
compará-lo às condições do subsolo previstas no projeto;
• o diâmetro e o comprimento do tubulão pode ser modificado durante a
escavação para compensar condições do subsolo diferentes das
previstas;
• as escavações podem atravessar solos com pedras e matacões, sendo
possível penetrar em vários tipos de rocha;
• é possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas
estacas, eliminando a necessidade de bloco de coroamento.

12.Caixões de fundação

Os caixões como o próprio nome sugere é um grande caixão


impermeável à água, de seção transversal quadrada ou retangular que tem as
paredes laterais pré-moldadas. Este tipo de fundação profunda é destinado a
escorar as paredes da escavação e impedir a entrada de água enquanto vai
sendo cravado no solo. Terminada a operação o caixão passa a fazer parte da
infra-estrutura. São utilizados, por exemplo, como fundação de um pilar de
ponte em que a substituição de dois ou mais tubulões por um caixão que os
envolva seja mais econômica.

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