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Aula 03

Prefeitura de João Pessoa-PB - GCM


(Guarda Civil Municipal) Geografia - 2023
(Pós-Edital)

Autor:
Priscila Lima

27 de Janeiro de 2024
Priscila Lima
Aula 03

SUMÁRIO
Meio Ambiente e Conservação ........................................................................................................................... 2

Desmatamento ................................................................................................................................................ 2

Áreas semiáridas......................................................................................................................................... 5

Áreas íngremes ........................................................................................................................................... 5

Problemas ambientais urbanos ....................................................................................................................... 7

Ilhas de calor............................................................................................................................................... 7

Chuva ácida ................................................................................................................................................ 8

Poluição de recursos hídricos ....................................................................................................................... 8

Zoneamento ecológico-Econômico....................................................................................................................... 9

Sistema Nacional de Unidades de Conservação ............................................................................................ 9

Riscos naturais e Desastres ................................................................................................................................ 12

Enchentes e deslizamentos ............................................................................................................................. 12

Desertificação ............................................................................................................................................... 14

Considerações finais ......................................................................................................................................... 17

Referências ....................................................................................................................................................... 18

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MEIO AMBIENTE E CONSERVAÇÃO


Assim como no restante do planeta, a relação entre o ser humano e a natureza paraibana não é de total
equilíbrio. Considerando as vegetações predominantes, conseguimos destacar alguns pontos iniciais:

▪ Mata Atlântica e vegetação costeira: essas condições que se estendem pelas porções mais
úmidas da Paraíba também se encontram em áreas de maior atratividade populacional, e, com
a chegada de mais pessoas, o desmatamento está associado, entre outros, à expansão urbana
e a especulação imobiliária.

▪ Caatinga: já a porção mais seca do estado (Agreste e Sertão) sofre com outros fatores. Além da
estiagem natural (fator que o sertanejo aprendeu a contornar com a vivência) temos a
intensificação de problemas no solo através de práticas degradantes como a agropecuária não
sustentável.

Problemas enfrentados: desmatamento (fortemente associado à expansão agrícola), produção


não sustentável (práticas degradantes ao solo, principalmente) e exploração não sustentável de
recursos naturais

“A conservação da caatinga está intimamente associada ao combate da


desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas,
semiáridas e subúmidas secas. No Brasil, 62% das áreas susceptíveis à
desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que
muitas já estão bastante alteradas. Em que pese este quadro, apenas cerca de 9%
do bioma está coberto por unidades de conservação, sendo pouco mais de 2% por
unidades de proteção integral (como Parques, Reservas Biológicas e Estações
Ecológicas), que são as mais restritivas à intervenção humana.”
(Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-
br/assuntos/ecossistemas/biomas/caatinga)

Desmatamento

O desmatamento intenso e acelerado nas regiões tropicais e equatoriais chamou a atenção da


comunidade científica. Estudiosos das áreas ambientais defendem a preservação dessas localidades, pois
abrigam enorme biodiversidade de espécies que ainda nem foram catalogadas. Para esses especialistas, as
florestas citadas são consideradas não renováveis pelo fato de serem muito frágeis e demorar demais para
recuperarem sua exuberância.

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Nesse contexto, em 1988, o ecólogo inglês Norman Myers criou o conceito hot spot que diz respeito às
áreas do planeta que possuem grande biodiversidade com enorme urgência quanto a conservação das suas
espécies, uma vez que já foram muito afetadas pelo homem.

No Brasil, temos dois hot spots: a Mata Atlântica e o Cerrado. E na Paraíba, encontramos
o primeiro deles

E quando pensamos o desmatamento no Brasil é possível retroceder ao período colonial, mas é


importante salientar que o aumento da população e a intensificação das atividades econômicas
potencializaram a retirada da vegetação nativa.

Como dito, no Brasil, temos dois hot spot, ou seja, duas porções que atendem aos critérios de
proporções de áreas devastadas e elevada biodiversidade. No caso da Mata Atlântica, é importante apontar
que o processo de devastação tem origem na colonização, visto que esse foi o primeiro bioma ocupado e
usado em termos econômicos.

Na Mata Atlântica tivemos a retirada do pau-Brasil, a expansão da cana-de-açúcar e outros cultivos no


Nordeste, o ciclo do café, a industrialização - além de um processo de urbanização mais precoce e intenso
(claro, quando pensamos a realidade brasileira). A soma dessas dinâmicas fez com que grande parte de tal
floresta fosse devastada, abrindo a possibilidade para outros tantos problemas ambientais, como:
assoreamento de rios, aumento da erosa superficial, ilhas de calor etc.

Na Paraíba temos apenas 9% de Mata Atlântica remanescente

Com a retirada da vegetação, há uma redução no volume de água que infiltra no solo e, em
contrapartida, o escoamento superficial é ampliado - e isso é tão significativo que no Brasil, o escoamento
superficial da água é o principal agente erosivo.

Observe o esquema que explica a erosão pluvial em áreas com e sem florestas:

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Como vimos anteriormente, a retirada da vegetação favorece o aumento da erosão pluvial, mas essa
retirada também está envolta de interesse, e o principal dele é a expansão da atividade agropecuária.

TODA ATIVIDADE AGRÍCOLA PROVOCA A DEGRADAÇÃO DOS SOLOS, MAS A INTENSIDADE VARIA,
DEPENDENDO DO TIPO DE CULTURA E DAS TÉCNICAS UTILIZADAS

São técnicas que diminuem a erosão/degradação criada pela produção agrária:

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▪ Plantio direto: desenvolvida pela EMBRAPA, em 1972, e introduzida, inicialmente, no sul do


Brasil, o plantio direto foi uma solução para o problema de perda de nutrientes por aração
contínua. Arar o solo é uma prática desenvolvida para a produção em zonas temperadas,
entretanto, em solos tropicais geralmente tem efeitos indesejáveis.

▪ Cultivo de árvores: tal alternativa é destinada especialmente para áreas onde os ventos são
fortes e a erosão eólica é intensa. Ao plantar árvores, cria-se uma barreira que quebra a
velocidade dos ventos, reduzindo a sua capacidade erosiva.

▪ Associação de culturas: além do cultivo desejado (a "opção 1), planta-se, entre uma fileira e
outra, espécies leguminosas (o feijão é o principal exemplo), assim, quando o cultivo principal
é sazonal, o solo não fica exposto na entressafra - além disso, leguminosas ajudam na fixação
de nitrogênio, ou seja, favorece o equilíbrio orgânico do solo.

Áreas semiáridas

Até aqui destacamos a retirada da vegetação nativa para que os solos fossem tomados pela produção
agrária, mas além de tal retirada, a prática da irrigação pode ser muito danosa - e tal prática foi se tornando
essencial a partir, principalmente, da Revolução Verde.

Em áreas semiáridas, a má gestão do solo pode levar ao processo de desertificação, e um dos aspectos
da agricultura que mais intensifica a desertificação em áreas semiáridas é a irrigação descontrolada,
especialmente onde a drenagem no terreno é insuficiente, levando à salinização.

Quando a irrigação não é controlada com rigor, a água atinge camadas profundas do solo,
dissolvendo sais e trazendo-os à superfície. Com a evaporação, ocorre a salinização do
horizonte superficial do solo, que pode destruir as raízes e matar a vegetação.
MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição. Volume Único. São Paulo: Atual, 2012,
p. 89

Áreas íngremes

Em áreas íngremes a velocidade do escoamento superficial é intensificada, o que pode potencializar a


erosão. Assim, para essas áreas duas técnicas são mais indicadas:

▪ Terraceamento: são feitos cortes artificiais no solo, criando uma espécie de escada/degraus -
os chamados terraços. Com isso, há uma redução/quebra na velocidade da água que escoa,
logo, redução da capacidade erosiva.

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▪ Curvas de nível: tal prática, diferente do terraceamento, não faz cortes/degraus no solo, mas
aproveita as cotas altimétricas (curvas desnível) para reduzir a velocidade do escoamento
superficial e, consequentemente, a capacidade erosiva.

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Problemas ambientais urbanos

Ilhas de calor

Ilha de calor é um fenômeno derivado do aumento da temperatura média em áreas urbanizadas de


grandes cidades em comparação com as áreas vizinhas, e isso acontece porque há uma diferença significativa
na irradiação de calor entre áreas impermeabilizadas e áreas verdes - ao ponto que a temperatura pode
apresentar 10°C de disparidade entre porções centrais e periféricas.

Observe o esquema a seguir:

Entre as causas para tal fenômeno, podemos citar:

▪ Substituição da vegetação por superfícies com maior irradiação de calor para a atmosfera;

▪ Maior concentração de materiais particulados no ar e concentração de gases estufa (típico de


ambientes tomado por automóveis);

▪ O calor liberado pelos motores dos automóveis

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O aumento da temperatura local implica na formação de zonas de baixa pressão, assim, as porções
centrais também se tornam ponto de chegada dos ventos, que "varrem" a poluição para o seu destino final -
aumentando o impacto. Além disso, há uma intensificação nas chuvas convectivas (isso somado às condições
típicas de grandes centros urbanos - solos impermeabilizados, rios canalizados e acúmulo de lixo nas áreas
de extravasamento das águas - , podem intensificar a ocorrência de inundações e enchentes).

Chuva ácida

Chuva ácida é um fenômeno atmosférico de escala local e regional. Sua formação está diretamente
relacionada à emissão de poluentes (principalmente o dióxido de nitrogênio e o trióxido de enxofre) por parte
de indústrias, meios de transporte e outras formas de combustão.

Quando tais poluentes entram são lançadas na atmosfera, a combinação com a água disposta no ar
leva à formação de ácidos: o trióxido de enxofre transforma-se em ácido sulfúrico e o dióxido de nitrogênio
em ácido nítrico e nitroso - ou seja, é ácido com elevada capacidade de corrosão.

Poluição de recursos hídricos

Os recursos hídricos são fundamentais à vida, seja por um uso direto ou indireto, logo, a sua gestão é
fundamental em termos sociais e econômicos. A poluição dos oceanos tem chamado a atenção em nível
global, seja por acidentes mais pontuais (como o derramamento de petróleo) ou fluxos mais constantes
(como os microplásticos).

Além dos oceanos, as águas fluviais são brutalmente afetadas por atividades humanas, por exemplo:

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▪ o derramamento de efluentes não tratados gerados, em maior escala, em áreas de urbanização


acelerada e não planejada;

▪ a contaminação através de agrotóxicos e fertilizantes em áreas de produção agrícola;

▪ a retirada da vegetação ripária (mata de galeria ou ciliar), intensificando a erosão nas margens
dos rios e, consequentemente, aumentando o processo de assoreamento.

MATA DE GALERIA OU MATA CILIAR


tipo de formação vegetal que acompanha o curso dos rios do Cerrado, onde é muito frequente, e da
Caatinga. Nas áreas próximas às margens dos rios perenes, o solo é permanentemente úmido,
criando condições para o desenvolvimento dessa mata, mais densa do que o bioma onde está
encravada.
SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª edição. Volume Único. São Paulo: Ática,
2018, p. 186

ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO

“Em linhas gerais, o ZEE tem como objetivo viabilizar o desenvolvimento sustentável a
partir da compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a proteção
ambiental. Para tanto, parte do diagnóstico dos meios físico, socioeconômico e jurídico-
institucional e do estabelecimento de cenários exploratórios para a proposição de
diretrizes legais e programáticas para cada unidade territorial identificada,
estabelecendo, inclusive, ações voltadas à mitigação ou correção de impactos ambientais
danosos porventura ocorridos.”
(Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/gestao-
territorial/zoneamento-territorial.html)

Sistema Nacional de Unidades de Conservação

O Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), foi aprovado em 2000, e separa as unidades
de conservação em duas grandes categorias: Unidades de Proteção Integral, ou seja, aquelas onde o uso dos
recursos é indireto - como o próprio nome indica, para uma proteção integral - e as Unidades de Uso
Sustentável, onde é possível fazer um uso direto dos recursos.

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Assim temos as categorias de manejo das Unidades de Proteção Integral:

Unidade Definição (Lygia Terra)

“Destina-se à pesquisa científica. É vedada à visitação pública, exceto para


Estação Ecológica
atividade educacional”

“Destina-se à preservação integral dos atributos naturais existentes em


Reserva Biológica seus limites, sem interferência humana direta. É vedada à visitação pública,
exceto para atividade educacional”

“Destina-se à preservação de ecossistemas naturais de grande beleza


Parque (nacional, cênica, à pesquisa científica, à realização de atividades de educação
estadual ou ambiental, de turismo ecológico e de lazer. Deve ser aberto à visitação
municipal) pública, mas de acordo com as normas e horários de funcionamento
estabelecidos no plano de manejo.”

“Destina-se à preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande


Monumento natural
beleza cênica. Deve ser aberto à visitação pública.

“Destina-se a proteger ambientes naturais nos quais se assegurem a


Refúgio da vida
existência e a reprodução da flora e da fauna. Deve ser aberto à visitação
silvestre
pública.”

E as unidades de uso sustentáveis também apresentam diferentes categorias de manejo, a depender


da fragilidade e especificidade:

Unidade Definição (Lygia Terra)

“Destina-se a disciplinar o processo de ocupação e assegurar a


Área de Proteção
sustentabilidade do uso dos recursos naturais em áreas relativamente
ambiental
extensas do território nacional”

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“Destina-se a manter os ecossistemas naturais em áreas relativamente


Área de relevante reduzidas, com pouca ocupação humana, que abriguem exemplares raros
interesse ecológico da biota regional ou dotadas de características naturais consideradas
extraordinárias

Floresta (nacional,
“Destina-se à exploração sustentável dos recursos florestais em áreas com
estadual ou
predominância de cobertura vegetal nativa”
municipal)

“Destina-se à exploração por parte das populações extrativistas


Reserva extrativista
tradicionais e à proteção dos modos de vida e cultura dessas populações”

“Destina-se aos estudos técnicos e científicos sobre o manejo dos recursos


Reserva da fauna
da fauna, em áreas com populações animais aquáticas e terrestres.”

Reserva de “Destina-se a valorizar e conserva as técnicas de manejo das populações


desenvolvimento tradicionais e assegurar as condições para a melhoria da qualidade de vida
sustentável dessas populações”

“Destina-se a conservar a diversidade biológica em áreas privadas,


Reserva particular do
mediante compromisso assumido entre o órgão ambiental e o proprietário,
patrimônio natural
que fica inseto do Imposto Territorial Rural.”

“Na Paraíba, as unidades de conservação de competência estadual são administradas


pela Sudema, todas distribuídas nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga e Marinho. Entre
elas estão o Parque Estadual da Mata do Xém-Xém, o Parque Estadual das Trilhas, a Área
de Proteção Ambiental de Tambaba, o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha, o
Monumento Natural do Vale dos Dinossauros e o Parque Estadual Pedra da Boca.”
(SUDEMA. Disponível em: https://sudema.pb.gov.br/noticias/unidades-de-conservacao-atuam-na-protecao-ao-
meio-ambiente)

Unidades de Conservação do Estado da Paraíba - Destaques


Nome Área (ha) Município Bioma
Reserva Ecológica Mata do Pau-Ferro 607,0 Areia Mata Atlântica
Reserva Ecológica Mata do Rio Vermelho 1.500,0 Rio Tinto Mata Atlântica
Parque Pico do Jabre (maior altitude do estado) 500,0 Matureia e Mãe D’água Mata Atlântica
Monumento Natural Vale dos Dinossauros 40,0 Souza Caatinga
Parque Estadual Pedra da Boca 157,3 Araruna Caatinga
Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha Cabedelo Mata Atlântica
Jardim Botânico Benjamim Maranhão 329,4 João Pessoa Mata Atlântica
Parque Estadual da Mata do Xém-Xém 182 Bayeux Mata Atlântica

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Unidades de conservação da Paraíba

RISCOS NATURAIS E DESASTRES

Enchentes e deslizamentos

Quando falamos sobre enchentes nos referimos ao leito menor do rio sendo totalmente preenchido
por água e as inundações representam o transbordamento das águas de um curso d’água, atingindo a planície
de inundação ou área de várzea – pensando o histórico de abordagem em concurso, esses termos podem ser
apresentados como sinônimos.

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Considerando essa realidade, um dos grandes problemas do transbordamento de rios (que é um


processo esperado em momentos de cheia) é que nos períodos secos temos a ocupação do leito menor, logo,
essas áreas podem ser afetadas pelas águas temporárias (típicas das enchentes/inundações).

Ao mesmo tempo que a cidade facilita a vida das pessoas mais favorecidas, ela também exclui as classes
sociais mais baixas, gerando diversos problemas no âmbito ambiental e social, que apresentam uma causa
em comum: a macrocefalia urbana.

Macrocefalia urbana: a cidade não consegue oferecer infraestrutura adequada para os citadinos (o
chamado inchaço urbano).

Nesse contexto, o acúmulo de lixo em áreas inapropriadas e a infraestrutura deficiente para o


escoamento da água são os grandes responsáveis pelos alagamentos

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Desertificação

Os desertos são regiões não propícias à vida,


em especial pela baixa pluviosidade, sendo formados CARACTERÍSTICAS DE UM DESERTO
em um cenário de latitudes de alta pressão (os
• Evaporação potencial maior que a precipitação
desertos tropicais), costeiros (formados pela média
influência de correntes frias), de sombra (onde o • Escassa precipitação
relevo dificulta a chegada de umidade) e os polares. • Solos rasos, com alta deficiência hídrica e tendência
à salinização
• Drenagem intermitente (rios temporários)
Os desertos se formam naturalmente, através de • Vegetação espaçada e espécies xerófilas
um processo chamado desertização - Circulação
atmosférica, Correntes marítimas, Relevo (deserto de sombras) – ou através da desertificação
==26a66d==

(associando ações naturais e antrópicas).

Por outro lado, a desertificação é um processo relacionado à períodos de seca longos, podendo durar
décadas. E foi nesse sentido, que em 1997, sob a tutela da ONU, na Conferência de Nairóbi, foi conceituado
tal processo como empobrecimento de ecossistemas áridos ou sub-úmidos em virtude do efeito combinado
das atividades humanas e da seca, ou seja, antrópica e natural.

Atenção: trata-se de um processo em terras áridas, semiáridas e sub-úmidas

Desertificação: diminuição do potencial biológico do solo que podem direcionar às condições


desérticas, ou seja, áridas (médias pluviométricas anuais entre 100 mm a 150 mm), com
interferência antrópica.

O BRASIL NÃO TEM DESERTOS!


A média pluviométrica anual no semiárido é de 300 mm à 700 mm, ou seja, superior à dinâmica de
um deserto, que como acabamos de ver é de 100 mm anual.
No semiárido há NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO

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Áreas susceptíveis à desertificação e núcleos de desertificação do nordeste brasileiro

Fonte: IBGE/World Topographic Map/ MMA

Pensando a influência antrópica no processo de desertificação, destacamos duas ações:

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• Desmatamento: com a supressão da vegetação, há a redução da evapotranspiração que diminui a


umidade da atmosfera, bem como uma queda no volume de água que infiltra no solo¸ e, lembre-se são
essas águas subterrâneas que dão origem às nascentes de rios.
• Agricultura e irrigação extensiva (inadequada): o mal uso do solo pode condicionar à dificuldade de
regeneração, especialmente em áreas de produção sob a lógica da monocultura, bem como à salinização,
que em áreas áridas pode intensificar a desertificação
• Pecuária: as patas dos animais, especialmente dos caprinos, intensificam o processo de erosão, que
pode levar à intensificação da aridez.

RESUMINDO
Dentre as causas da desertificação, destacamos:
● Naturais: circulação atmosféricas (áreas de alta pressão), correntes marítimas frias e relevo
● Antrópicas: desmatamento, agricultura e pecuária inadequadas.
Mas além de entendermos o conceito e as causas do processo, é fundamental a discussão sobre as
consequências e como combater a desertificação, vamos lá?

Em áreas de desertificação há perda da capacidade de produção do solo, na prática, o setor agrícola é


diretamente impactado afetando, inicialmente, a comunidade rural, podendo, a depender das condições
locais, potencializar o êxodo rural. Além das realidades econômicas e sociais, os impactos ambientais são
diversos, como a redução da biodiversidade.

Mas como poderíamos reverter ou prevenir esse quadro? A principal reposta para isso é o
reflorestamento, uma vez que através dessa prática é possível reestabelecer o ciclo hidrológico ao aumentar
a evapotranspiração e a infiltração. E é nesse sentido que temos como exemplo a constituição da Muralha
Verde, ou seja, espécies nativas, como ameixas e acácias, foram plantadas entre o Senegal e o Oceano
Atlântico, com o objetivo de barrar a expansão do Saara em direção ao Sahel (uma faixa de transição ao Sul
do deserto já citado e áreas de Savana), expansão essa que se dera graças a atividades agrícolas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parabéns por ter concluído essa aula e muito obrigada pela confiança no trabalho da Equipe do
Estratégia! Caso ainda precise de alguma dica ou lhe reste alguma incerteza ou dúvida, não hesite em falar
comigo! Será um prazer trocar conhecimentos com você (assim cresceremos juntos, afinal ninguém é tão
grande que não possa aprender).

Nós do Estratégia Concursos estamos ansiosos por sua aprovação e classificação!

Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo


Carlos Drummond de Andrade

Ótimos estudos! Conte comigo, sempre!.

Prof.ª Priscila Lima

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REFERÊNCIAS
CHRISTOPHERSON, R. W.; BIRKELAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à geografia física. 9. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2017.

MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.

MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil. Volume único, São Paulo: Ática

MOREIRA. João Carlos. Geografia (ensino médio). João Carlos Moreira e Eustáquio de Sene. São Paulo:
Scipione, 2005.

ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geografia do Brasil. [S.l: s.n.], 2019

TEIXEIRA ET AL. Decifrando a Terra. Editora Oficina de Textos. Série Textos Básicos de Geociências. Ed.
Edgard Blücher e EDUSP, 2009

TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: estudos de geografia do Brasil. 1ª
edição. Moderna, 2010

SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado.
Vol. 1, 2 e 3. 2ª edição. São Paulo: Scipione, 2012.

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