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REPRODUÇÃO

Procambarus virginalis

Uma única fêmea de aquário deu


origem à nova espécie |
Foto: Chris Lukhaup/DKFZ

https://www.bbc.com/portuguese/geral-42996863

https://www.biodiversity4all.org/taxa/633572-Procambarus-virginalis
REPRODUÇÃO ASSEXUADA

 Os descendentes têm origem num único progenitor.

 Não há intervenção de gâmetas.

 Tem como base a mitose e, por isso, os descendentes são


geneticamente iguais ao progenitor, ou seja, são clones do
progenitor.
 É comum em seres unicelulares, embora também ocorra em muitos
seres pluricelulares, principalmente em algas, fungos e plantas.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Multiplicação
Bipartição
vegetativa

Reprodução
assexuada
Gemulação
Partenogénese

Fragmentação Divisão múltipla

Esporulação
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Bipartição, cissiparidade ou divisão/fissão binária


 O núcleo da célula progenitora divide-se por mitose.
 O organismo divide-se em dois organismos-filhos de dimensões semelhantes entre
si.
 Os organismos formados crescem até atingirem o tamanho característico da espécie.
 Ocorre em seres unicelulares; por exemplo, bactérias, paramécias e amibas.

Duas células-filhas com dimensões


Célula original Divisão do núcleo Divisão do citoplasma
semelhantes e geneticamente iguais
por mitose
Bipartição na Paramécia (Paramecium aurelia)
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Gemulação ou gemiparidade
 O progenitor (unicelular ou pluricelular) produz uma gema ou gomo (pequeno prolongamento
do organismo) que contém a informação genética.
 A gema desenvolve-se originando um descendente de menores dimensões, que pode separar-se
e ter vida livre ou permanecer anexado ao progenitor formando uma colónia.
 Posteriormente, o descendente cresce até atingir o tamanho característico da espécie.
 Ocorre, por exemplo, em leveduras (fungos unicelulares), hidras, esponjas
e em algumas plantas.

Formação da gema Desenvolvimento Separação Crescimento


(numa hidra) da gema do descendente do descendente
do progenitor
Gemulação nas leveduras do pão ou da
cerveja (Saccharomyces cerevisiae)
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Esporulação
 O progenitor produz, por mitose, células especializadas muito leves e resistentes – esporos
( mitósporos).
 Os esporos são libertados e germinam apenas quando as condições são favoráveis, originando
novos indivíduos.
 Ocorre, por exemplo, em fungos.
Esporos

Hifas

Formação de Dispersão dos Germinação dos Formação de um novo


esporos por mitose esporos esporos indivíduo
Esporulação nos cogumelos venenosos
(Amanita pantherina)
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Fragmentação
 O organismo divide-se em diversos fragmentos, espontaneamente ou por acidente.
 Cada fragmento regenera e origina um organismo completo.
 Ocorre, por exemplo, em planárias e algas.

Fragmentação Cada fragmento


do indivíduo origina um novo indivíduo
adulto
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Fragmentação
Nalgumas espécies de estrelas-do-mar é comum que isso envolva uma
divisão do disco central, de forma que o animal se separa em duas partes.

Esta capacidade resulta de


células estaminais capazes
de originar os diferentes
tecidos das partes do
organismo em falta.
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Divisão múltipla
 O núcleo da célula progenitora divide-se muitas vezes, por mitose.
 Cada núcleo é rodeado por citoplasma e por uma membrana plasmática.
 A membrana da célula progenitora rompe e as células-filhas são libertadas.
 Ocorre, por exemplo, em plasmódios (organismos unicelulares que causam a malária).

Célula-mãe Mitoses sucessivas Libertação


das células-filhas
DIVISÃO MÚLTIPLA ou ESQUIZOGONIA
É uma forma de reprodução em que o primeiro núcleo sofre
várias divisões para depois ocorrer a divisão citoplasmática
em quantidades iguais.

A malária ou paludismo 
• doença infecciosa aguda ou crónica causada por 
protozoários parasitas do género Plasmodium,
transmitidos pela picada da fêmea do mosquito 
Anopheles.

•Quando o protozoário penetra no sangue humano,


aloja-se nas células do fígado. Depois de um
período, passa a usar os glóbulos vermelhos para se
reproduzir.
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Partenogénese
 O organismo desenvolve-se a partir Rainha Zangão
de um óvulo não fecundado.

 É uma estratégia usada por algumas


espécies quando o número de machos
Óvulos Espermatozoide
na população é muito reduzido.

 Ocorre, por exemplo, em abelhas


e pulgas-de-água, mas também em
vertebrados como alguns peixes
e os dragões de Komodo.

Reprodução por partenogénese nas abelhas Zangão Operária Rainha


Partenogénese em abelhas
Partenogénese em afídeos
A postura dos ovos acontece no outono, pelas fêmeas fertilizadas. 
Esses ovos permanecem junto à planta durante o inverno e eclodem na
Primavera, dando origem a fêmeas fundadoras.
Em seguida, estas fêmeas, que podem ter asas ou não, reproduzem-se
partenogenicamente, ou seja, sem a intervenção de qualquer macho,
desenvolvendo-se o embrião de novas fêmeas a partir de ovos não
fertilizados.
http://www.netxplica.com/exercicios/bio11/ciclo.vida.pulgoes.htm
PARTENOGÉNESE

Crescimento e desenvolvimento de um embrião


 sem fecundação, isto é, por reprodução assexuada.
São as fêmeas que procriam sem precisar de machos que as
fecundem. Embora haja a intervenção de
um gâmeta feminino, não pode ser, só por isso, considerada
sexuada, pois não há , como já foi referenciado,
a fertilização de gâmetas, mas sim a divisão por mitoses
 sucessivas de um só gâmeta.
Dragão-de-komodo
Varanus komodoensis
Multiplicação vegetativa
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA

Multiplicação vegetativa
Dá-se o nome de multiplicação ou propagação vegetativa à reprodução assexuada nas plantas.

Formação de A batateira propaga-se por tubérculos Os alhos propagam-se O morangueiro propaga-se


plântulas por – caules subterrâneos rico em por bolbos – caules por estolhos – caules
gemulação em folhas substâncias de reserva. subterrâneos de aéreos, finos e longos.
na suculenta crescimento vertical.
Kalanchoe.
Propagação vegetativa natural

A propagação vegetativa é um processo de reprodução exclusivo das


plantas e ocorre devido à existência nas plantas de tecidos especiais chamados
meristemas, cujas células mantêm a capacidade de diferenciação. Ocorre
quando as estruturas multicelulares se fragmentam, separando-se da planta-mãe
e dando origem a uma nova planta.
Propagação vegetativa natural

Folhas

• Certas plantas, como a kalanchoe (Bryophyllum sp.), nativa de


Madagáscar, desenvolvem pequenos propágulos nas margens
das folhas, que se separam, caindo ao solo e dando origem a
uma planta nova.
Propagação vegetativa natural

Estolhos

• Certas plantas, tais como os morangueiros (Fragaria sp.) e as begónias


(Begonia sp.), produzem plantas novas em caules prostrados chamados
estolhos. Cada estolho parte do caule principal e pode dar origem a várias
plantas novas. O caule principal morre assim que as novas plântulas
desenvolvem as suas próprias raízes e folhas.
Propagação vegetativa natural
Rizomas

• Várias plantas, como os lírios (Lilium sp.), os bambus (Bambusa sp.) e os fetos
(Divisão Pteridophyta), possuem caules subterrâneos alongados e ricos em
substâncias de reserva. Estes caules, denominados rizomas, permitem à planta
sobreviver em condições desfavoráveis, ainda que a parte aérea morra. Os rizomas
têm a capacidade de alongar-se, originando gemas, que se diferenciam em novas
plantas.
Propagação vegetativa natural

Tubérculos

• Estes caules subterrâneos, volumosos e ricos em substâncias de reserva,


dos quais as batatas (Solanum tuberosum) constituem, talvez, o exemplo
mais comum, possuem gomos com capacidade germinativa, os quais dão
origem a novas plantas.
Propagação vegetativa natural

Bolbo
s

• Plantas como a cebola (Allium cepa) ou as tulipas (Tulipa sp.)


possuem bolbos. Estes caules subterrâneos possuem um gomo
terminal rodeado por camadas de folhas carnudas, ricas em
substâncias de reserva. Quando as condições se tornam favoráveis,
formam-se gomos laterais, que se rodeiam de novas folhas carnudas,
e originam novas plantas.
IMPORTÂNCIA DA MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA

Na agricultura, a multiplicação vegetativa é utilizada para conseguir um elevado número de plantas.


Tradicionalmente, os agricultores selecionam as plantas com as melhores características e, através
da multiplicação vegetativa, produzem vários descendentes geneticamente iguais (clones).

Todos os dentes de alho da mesma cabeça de alhos Uma única batata dará origem a várias batateiras
originarão plantas semelhantes. geneticamente iguais.
Propagação vegetativa artificial
Existem variados métodos artificiais utilizados no setor agroflorestal para a multiplicação vegetativa de plantas .

Estacaria
Mergulhia

Enxertia
 Página 78:

1.Todos os processos representados são artificiais e permitem a


produção de clones de plantas com características de valor
económico.
2.Através destas técnicas, conseguem-se obter plantas com as
características desejadas presentes na___________.

planta progenitora.
A enxertia é uma técnica de multiplicação vegetativa que consiste em unir partes de plantas distintas.

A partir da enxertia é possível unir as melhores características de ambas as plantas que


pretender enxertar. 
A enxertia é também uma técnica de multiplicação muito utilizada quando se pretender
recuperar e salvar uma árvore enfraquecida.

https://inforagro.wordpress.com/2010/08/24/enxertia/
IMPORTÂNCIA DA MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA
A micropropagação vegetativa é uma técnica laboratorial que permite obter milhares de
descendentes (clones) de uma única planta.
Para tal, são retirados pequenos fragmentos de tecido de uma planta que são cultivados in vitro,
num meio nutritivo controlado por hormonas vegetais até desenvolverem pequenas plântulas.
Estas são depois transferidas para o solo, ainda em ambiente controlado (estufas).
Mais tarde são transferidas para o local onde se desenvolverão até atingirem a fase adulta.

Nas técnicas de micropropagação


vegetativa são utilizados meios
nutritivos específicos, hormonas
vegetais, temperatura e humidade
controladas e condições de assepsia,
para que pequenas porções de tecido
vegetal possam desenvolver todas
as partes de uma nova planta
(raiz, caule e folhas).
https://www.agroportal.pt/micropropagacao-e-uma-ferramenta-biotecnologica-que-permite-o
bter-plantas-geneticamente-iguais-diz-jorge-canhoto/

https://www.med.uevora.pt/pt/propagacao-in-vitro-de-plantas-by-prof-augusto-peixe-jan-2
018-2/
REPRODUÇÃO ASSEXUADA – VANTAGENS

Vantagens para as espécies


 Permite a produção de grande número de descendentes
em pouco tempo.

 Há menor gasto de energia para os indivíduos que se reproduzem.

 A descendência é geneticamente igual entre si e ao progenitor.

 Sendo o meio favorável ao progenitor, sê-lo-á também para


a descendência.
A reprodução assexuada é, portanto, usada sobretudo quando
o ambiente é favorável e é uma estratégia que permite aumentar
rapidamente o número de indivíduos da população e aproveitar
assim os recursos existentes no meio.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA – VANTAGENS

Vantagens para o ser humano


Agricultura, pecuária e aquacultura

 Permite a seleção dos indivíduos com as melhores características


e a sua multiplicação, com a finalidade de obter descendência igual.

 Rapidez na obtenção de grande número de indivíduos.


REPRODUÇÃO ASSEXUADA – VANTAGENS

Desvantagens para as espécies, para os ecossistemas e


para o ser humano

 Reduz a variabilidade intraespecífica e, portanto, reduz a biodiversidade.


 Como a variabilidade genética é menor, se houver alterações nefastas do meio, a população
tem menor capacidade de sobrevivência.
Reprodução assexuada/ vantagens
Vantagens Porque:

• Rápida colonização de • um só indivíduo pode


habitats em ambientes originar muitos descendentes
favoráveis • a mitose é o processo de
• Conservação das divisão nuclear que ocorre e
características genéticas dos assegura a formação de
progenitores clones
• Processo rápido e com • O indivíduo não tem a
pequeno dispêndio de necessidade de procurar
energia. parceiro.
Reprodução assexuada/ desvantagens
Desvantagens Uma vez que:

• Reduzida variabilidade • os processos de


genética reprodução assexuada se
• Maior vulnerabilidade a baseiam na mitose.
alterações ambientais • A reduzida variabilidade
genética não possibilita a
adaptação a ambientes em
mudança

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