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5 – Reprodução nos

seres vivos
- Reprodução Assexuada
- Reprodução Sexuada
- Meiose
 Uma característica comum a todos os seres vivos
é a capacidade de se reproduzirem.
 A reprodução
 Capacidade de constituir descendência portadora
dos genes dos progenitores, assegurando a
renovação contínua da espécie e a transmissão da
informação genética de geração em geração.
 A hereditariedade
 Corresponde à transmissão de características de
uma geração para a seguinte.
 A variação
 Mostra que a descendência difere de algum modo
em relação aos pais e irmãos.
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 A genética
 É o estudo científico da hereditariedade e das
suas variações.

A descendência adquire os genes dos pais


herdando os seus cromossomas.

 Os genes
 São as unidades da hereditariedade
 São segmentos de DNA

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 Cada gene de um organismo
 Tem um locus específico de num certo
cromossoma

 Nós herdamos
 Um conjunto de cromossomas da nossa mãe e
outro conjunto do nosso pai.
 Uma vez que cada criança recebe uma
combinação única de cromossomas dos pais,
ela irá diferir dos seus progenitores.
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Reprodução assexuada e sexuada
 Na reprodução assexuada
 Intervém um só progenitor, produzindo, por mitose
descendentes geneticamente iguais entre si e ao
progenitor.
 Sem intervenção de células sexuais e sem
fecundação.
 Não contribui para a variabilidade genética das
populações, mas assegura o seu rápido crescimento e
a colonização de ambientes favoráveis.
 Os organismos geneticamente idênticos constituem
clones, podendo considerar-se os processos de
reprodução assexuada como processos de clonagem.
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Tipos de reprodução assexuada
 Bipartição ou cissiparidade
 Um organismo divide-se em dois com Bactérias
dimensões semelhantes.
 O progenitor perde a sua individualidade.
100 µm
Amiba

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Tipos de reprodução assexuada
 Divisão múltipla ou pluripartição ou
esquizogonia
 O núcleo da célula-mãe divide-se em vários
núcleos, que são rodeados de citoplasma e
de uma membrana – células-filhas, que são
libertadas quando a membrana da célula-mãe
se rompe.

Tripanossoma

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Tipos de reprodução assexuada
 Fragmentação
 Obtenção de vários indivíduos a partir da
regeneração de fragmentos de um progenitor.

500 ųm

Espirogira (alga)

Estrela do mar
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Tipos de reprodução assexuada
 Gemulação ou gemiparidade
 Na superfície da célula ou do organismo
formam-se uma dilatação (gema ou gomo),
que dá origem ao novo indivíduo de menor
tamanho. O progenitor não perde a sua
individualidade. 10 m

Célula parental Progenitor Hidra de


Leveduras água doce
Gomo

Gema

9
0.5 mm
Tipos de reprodução assexuada
 Partenogénese
 Desenvolvimento de um indivíduo a partir de
um óvulo não fecundado.
Abelhas

Dáfnias

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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa
 Exclusiva das plantas.
 Certas estruturas multicelulares fragmentam-se
e separam-se da planta-mãe, originando uma
nova planta.
 É possível devido à elevada capacidade de
regeneração das plantas, que resulta da
existência de meristemas (tecidos com células
com grande capacidade de divisão).

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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa natural
 Formação de novas plantas a partir de partes
da planta-mãe.
 Pode ocorrer a partir de folhas, de caules
aéreos (estolhos) ou subterrâneos (rizomas,
tubérculos e bolbos).
Estolhos

Bolbos
Rizomas
Tubérculos Kalanchoe - folhas
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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa artificial

 O principal objectivo é propagar espécies


vegetais, procurando melhorar e aumentar a
produção.

 Inclui a estaca, a mergulhia e a enxertia.

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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa artifical
 Estaca:
- É a introdução de ramos no solo, a partir dos
quais surgem raízes e gomos que dão origem
a uma nova planta.

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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa artifical
 Mergulhia:
- Consiste em dobrar um ramo da planta até
enterrá-lo no solo. Este irá criar raízes
adventícias, originando uma planta
independente.

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Tipos de reprodução assexuada
 Multiplicação vegetativa artifical

 Enxertia:
- União de partes cortadas
de duas plantas diferentes.

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Tipos de reprodução assexuada
 Esporulação
 Formação de células especializadas (esporos),
que em condições favoráveis germinam,
originando cada um deles um novo indivíduo.

2.5 m

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Reprodução assexuada
Vantagens Desvantagens
■ Não assegura a variabilidade
genética (mitose).
■ Económicas na produção vegetal:
■ A diversidade de indivíduos
selecção de variedades de plantas com
produzidos é praticamente nula.
as características pretendidas.
■ Não favorece a evolução das
■ Reprodução rápida, com baixo
espécies.
dispêndio de energia..
■ Difícil adaptação dos novos
■ Grande quantidade descendentes,
indivíduos a mudanças do meio.
colonização rápida de um ecossistema.
■ O aparecimento de mudanças
■ Conservação nos descendestes as
desfavoráveis às variedades
características seleccionadas.
existentes pode levar ao
■ Assegura a formação de clones, visto
desaparecimento ou extinção da
que a mitose é o processo de divisão
espécie (difícil adaptação a
nuclear que ocorre.
alterações ambientais).

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 Na reprodução sexuada

 Doisprogenitores originam descendência com


uma combinação única de genes herdados de
ambos.
 Ocorre a intervenção de células sexuais, e
portanto, de fecundação.
 Origina indivíduos geneticamente diferentes
dos progenitores.

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 Fecundação:
 União de duas células sexuais, denominadas
gâmetas (feminino e masculino).
 Durante a fecundação ocorre cariogamia, isto é,
fusão dos núcleos dos gâmetas.
 Forma-se o ovo ou zigoto que por mitoses
sucessivas origina um indivíduo com características
resultantes da combinação genética dos gâmetas dos
progenitores.
 O ovo ao receber um conjunto de cromossomas de
cada gâmeta (um de origem materna e outro de
origem paterna), passa a ser uma célula diplóide
(n+n=2n).
 É necessário que cada gâmeta seja haplóide, isto é,
possua metade do número de cromossomas (n).
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 Cromossomas homólogos
 Cada cromossoma de um dos conjuntos de um dos
progenitores tem um cromossomas par no conjunto do
outro progenitor.
 São dois cromossomas que compõem um par.
 Têm informação para as mesmas características.
 Podem também chamar-se de autossomas.
 No Homem

 Cada célula somática tem 46 cromossomas,


disposto por dois conjuntos (2n).

 Cada conjunto de cromossomas provém de


cada progenitor (23 cromossomas de origem
materna e 23 cromossomas de origem
paterna).

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 Ao contrário das células somáticas
 Os gâmetas, espermatozóides e óvulos, são
células haplóides (n), contendo um único
conjunto de cromossomas.
 Cromossomas sexuais
 São distintos dos outros pelas suas
características.
 São representados por X e Y.
 Determinam o sexo do indivíduo, XX origina
uma fêmea, XY origina um macho.

 Uma célula diplóide


 Tem dois conjuntos de cada cromossoma.
 O Homem tem 46 cromossomas (2n = 46).
 O cariótipo
É uma representação visual, ordenada, dos
cromossomas de uma célula.

Par de cromossomas
homólogos 5 µm

Centrómero

Cromatídios ● 22 pares de autossomas


irmãos ● 1 par de cromossomas sexuais
 Numa célula onde ocorra a síntese de DNA
 Todos os cromossomas são duplicados e cada
um deles possui dois cromatídios-irmãos.

Legenda

Conjunto de cromossomas
maternos (n = 3)
2n = 6
Conjunto de cromossomas
paternos (n = 3)

Dois cromatídios-irmãos
de um cromossoma
replicado
Centrómero

Dois cromatídios
Par de cromossomas
não-irmãos de um
homólogos
par de homólogos
(um de cada conjunto)
 A fecundação tem como consequência uma
duplicação cromossómica.

 No entanto, verifica-se que a quantidade de


material genético em cada espécie se mantém
constante de geração em geração.

 A constância do número de cromossomas ao


longo das gerações implica a ocorrência de um
processo de divisão celular, em que o número
de cromossomas seja reduzido para metade.

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 Conceito: A meiose reduz o número do
conjunto de cromossomas (diplóide para
haplóide) – Redução cromossómica.
 Meiose
 Ocorre em duas divisões sequenciais, divisão I
e divisão II.
 Divisão I (divisão reducional)
 Origina dois núcleos (duas células-filhas) com
metade do número de cromossomas do núcleo
da célula inicial (de célula diplóide para
haplóide).
 Divisão II (divisão equacional)
 A partir desses dois núcleos, originam-se
quatro núcleos (quatro células-filhas haplóides)
com o mesmo número de cromossomas do
núcleo que lhes deu origem..
 Interfase e meiose I
INTERFASE DIVISÃO I: Separação dos cromossomas homólogos

PROFASE I METAFASE I ANAFASE I

Centrossoma Os cromatídios
(com pares de centríolos) Centrómero permanecem unidos
Quiasma
Cromatídios Placa equatorial
Fuso

Membrana Separação dos


nuclear Tétrada cromatídica Tétradas cromossomas
Cromatina
ou bivalentes alinhadas homólogos
Cromossomas O par de cromossomas
duplicados Os pares de cromossomas homólogos homólogos divide-se
(carmim e azul) trocam segmentos;
2n = 6 no exemplo
 Telofase I, citocinese e divisão II
DIVISÃO II: Separação dos cromatídios
TELOFASE I E PROFASE II METAFASE II ANAFASE II TELOFASE II E
CITOCINESE CITOCINESE

Anel
contráctil Os cromatídios
separam-se Formação de 4
células haplóides

Duas células haplóides


formadas; os cromossomas
ainda estão duplicados
Visão global da meiose
Interfase
Par de cromossomas homólogos
numa célula diplóide parental

Replicação dos
cromossomas
Par de cromossomas homólogos replicados

Cromatídios
irmãos Célula diplóide com
os cromossomas
replicados
Divisão I

Separação
1 dos cromossomas
homólogos
Célula haplóide com os
cromossomas replicados
Divisão II
2 Separação dos
cromatídios

Células haplóides sem os cromossomas replicados


Gâmetas haplóides

Célula diplóide

PROFASE

I
Célula da linha germinativa

II
TELOFASE METAFASE

I II II I
ANAFASE

II

I
MITOSE MEIOSE
Células parentais Pontos de quiasma
DIVISÃO I
(antes da replicação dos cromossomas) (local do crossing-over)

Profase Profase I
Replicação Replicação Tétradas formadas
Cromossoma duplicado pela sinapse dos
2n = 6
(dois cromatídios-irmãos) cromossomas homólogos

As tétradas
Cromossomas posicionam-se na Metafase I
Metafase
posicionados na placa metafásica
placa metafásica

Separação dos Os homólogos


Anafase cromatídios separam-se Anafase I
Telofase durante a durante a Telofase I
anafase anafase I;
os cromatídios Haplóide
permanecem Células-filhas n=3
juntos da meiose I

2n 2n
Células-filhas DIVISÃO II
da mitose
n n n n
Células-filhas da meiose II
Os cromatídios separam-se durante a anafase II
Mitose e Meiose – Quantidade de DNA
Mitose Meiose

→ Tal como na mitose, a meiose é precedida por uma interfase, durante a


qual, no período S, a quantidade de DNA duplica por replicação (2Q – 4Q).
→ Depois a quantidade de DNA é reduzida: ocorre a primeira redução em
anafase I devido à separação dos cromossomas homólogos (4Q – 2Q).
→ A segunda redução ocorre na anafase II, após a divisão do centrómero,
separando-se os dois cromatídeos, que migram para pólos opostos (2Q – Q).
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Comparação entre Mitose e Meiose
Mitose Meiose
► Ocorre para a produção de gâmetas ou
► Ocorre em células somáticas.
esporos
► Origina duas células-filhas com o ► Origina quatro células-filhas com
mesmo número de cromossomas da metade do número de cromossomas da
célula-mãe. célula-mãe.
► A quantidade de DNA das células ► A quantidade de DNA das células filhas
filhas é igual à da célula-mãe (início do é metade da da célula-mãe (início do ciclo
ciclo celular). celular).
► Não há emparelhamento de ► Há emparelhamento de cromossomas
cromossomas homólogos nem fenómenos homólogos com possibilidade de crossing-
de crossing-over. over.
► A informação genética das células-filhas
é diferente entre si e da célula-mãe, devido
► A informação genética das células-
à separação aleatória dos cromossomas
flihas é igual à da célula-mãe.
homólogos e à ocorrência de crossing-
over.
► O centrómero divide-se na anafase. ► O centrómero só se divide na anafase II.
► Ocorrem duas divisões sucessivas,
► Só ocorre uma divisão.
sendo a divisão II semelhante à mitose.

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Meiose e variabilidade genética

 Sinapse e crossing-over
 Sinapse = corresponde ao emparelhamento
de cromossomas homólogos.

 Cromossomas homólogos estão fisicamente


ligados e trocam informação genética.
Crossing-over
 O crossing-over - quebras ou trocas de segmentos entre
cromatídeos de cromossomas homólogos.
 Produz cromossomas recombinantes que transportam genes
derivados dos progenitores. Cromatídios
Profase I não irmãos
da meiose

Tétrada

Quiasma,
local do
crossing-
Metafase I -over

Quiasma ou Pontos de
quiasma = pontos de
Metafase II
contacto onde ocorrem
sobrecruzamentos entre
cromatídeos de tétradas
Células-
-filhas
cromatídicas.

Cromossomas recombinantes
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Meiose e variabilidade genética
 Tétradas na placa equatorial
 Na metafase I, os pares de cromossomas
homólogos (tétradas cromatídicas) estão
posicionados na placa equatorial.

 A orientação de cada par de homólogos em


relação aos pólos da célula efectua-se ao
acaso.
Meiose e variabilidade genética
 Separação dos homólogos
 Na anafase I, os pares de homólogos movem-
se para pólos opostos da célula.
 Como cada par de homólogos se orienta
independentemente em relação aos outros
pares, resulta que na primeira divisão da
meiose há uma distribuição ao acaso de
cromossomas maternos e paternos pelas
célula-filhas.
 Na anafase II, os cromatídios separam-se.
 Na segregação independente
 Cada par de cromossomas homólogos maternos e paternos
associam-se de um modo independente de outros pares nas
células-filhas.
Chave

Conjunto de cromossomas
maternos
Possibilidade 1 Possibilidade 2
Conjunto de
cromossomas
paternos
Dois arranjos prováveis
dos cromossomas
na metafase I

Metafase II

Células-
-filhas

Combinação 1 Combinação 2 Combinação 3 Combinação 4


Fecundação – Fonte de variabilidade genética

 A união ao acaso dos dois gâmetas


(masculino e feminino), com combinações
genéticas diferentes, vai permitir novas e
variadas associações de genes nos
descendentes.
44
3 pares de cromossomas
23 combinações

No Homem, um gâmeta recebe um homólogo de cada um dos 23


cromossomas.
 Como têm 23 pares de cromossomas:

 223 combinações no óvulo ou do espermatozóide;


 8,388,608 tipos possíveis de gâmetas;
 o número de possibilidades de diferentes combinações
genéticas, por cada ovo formado, será 8,4 milhões x 8,4
milhões, ou seja, 70,6 x 1012
Reprodução sexuada
Vantagens Desvantagens

■ Proporciona uma grande variabilidade


de características na descendência. ■ Processo lento.
■ A diversidade de características ■ Enorme dispêndio de energia, quer
permite às espécies não só maior na formação dos gâmetas quer nos
capacidade de sobrevivência, caso haja processos que desencadeiam a
mudanças ambientais, mas também fecundação.
proporciona evolução para novas
formas.

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Mutações cromossómicas
 São anomalias que ocorrem durante a
meiose, e afectam o número ou a
estrutura dos cromossomas,
 No Homem podem aparecer um número
anormal de cromossomas.
 Isso resulta de uma meiose anómala num
dos pais que produziu gâmetas com um
número anormal de cromossomas.
 Este erro na meiose é chamado de não-
disjunção.
 Há duas causas da não-disjuncão:
 Ambos os homólogos vão para a mesma célula-filha
na meiose I (não separação dos cromossomas).
 Ambos os cromatídios vão para a mesma célula-filha
na meiose II (não separação dos cromatídios).

 A não-disjunção pode conduzir a dois


tipos de anomalias cromossómicas.

 Na trissomia, está presente um terceiro


cromossoma.
 Na monossomia, está ausente um cromossoma.
 Há duas causas da não-disjuncão:

Ambos os homólogos vão para a mesma


célula-filha na meiose I.
(não separação dos cromossomas).

Ambos os cromatídios vão para a mesma


célula-filha na meiose II.
(não separação dos cromatídios).
Síndroma de Down (mongolismo ou
trissomia 21)

► É causada pela não disjunção


do cromossoma 21 de um dos
progenitores (normal).

► As principais características
são: baixa estatura, face achatada,
olhos oblíquos, língua grande,
malformações cardíacas e atrasos
mentais.
Síndroma de Turner (X0)
► É a única monossomia viável na
espécie humana, ocorrendo na
proporção de 1/2500 a 1/10000.
► Esta doença afecta raparigas, que
normalmente apresentam dois
cromossomas X, mas no caso do
Sindrome de Turner herdam um
cromossoma X da mãe, mas nenhum
cromossoma do pai. Este fenómeno
ocorre devido a uma não disjunção
cromossomal, durante a meiose, em que
não há separação dos cromossomas
homólogos, resultando, desse modo,
num número anormal de cromossomas
nas células-filhas.
► O cariótipo representado por 45,X.
Sindroma de Klinefelter (XXY)
► As vítimas da Síndrome de Klinefelter,
pessoas do sexo masculino, têm um
cromossoma X adicional (47,XXY), estatura
elevada, algum desenvolvimento do tecido
mamário e testículos pequenos.
► É um homem com características femininas
(2 cromossomas X).

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