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CURSO DE

INTRODUÇÃO À CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS
GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA
Jerônimo Rodrigues

SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA


Marcelo Werner Derschum Filho

SUPERINTENDENTE DE GESTÃO INTEGRADA


DA AÇÃO POLICIAL
DPC André Augusto Barreto Oliveira

COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR


Cel PM Paulo José Reis de Azevedo Coutinho

DELEGADA-GERAL DA POLÍCIA CIVIL


DPC Heloísa Campos de Brito

COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR
Cel BM Adson Marchesini

DIRETORA-GERAL DO DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA TÉCNICA
Perita Criminal Ana Cecília Cardoso Bandeira

CONTEUDISTAS/AUTORES
Maj PM Tatiana Eleutério D’Almeida e Pinho
Ten PM Paulo Cezar Miranda Assis
Sgt PM Vanessa de Oliveira Santana

COLABORADORES E GERENTES DO PROCESSO


DE CADEIA DE CUSTÓDIA
Perito Criminal Alexsandro Fiscina de Santana
Maj BM Isis Christina Ramos Duques Castro
DPC José Fernando Oliveira dos Santos
Ten Cel PM Rafael Machado Nascimento

REVISÃO
Perito Criminal Osvaldo Silva
Carolina dos Santos Oliveira

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Maj PM Tatiana Eleutério D’Almeida e Pinho
CURSO DE
INTRODUÇÃO À CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS
2024 - SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO INTEGRADA
DA AÇÃO POLICIAL Copyrigth 2024. Qualquer parte
desta publicação poderá ser reproduzida desde que
citada a fonte.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO CURSO 06
OBJETIVOS DO CURSO 07
OBJETIVO GERAL 07
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 07
MÓDULO 1 - CONCEPÇÕES INICIAIS 08
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 08
OBJETIVOS DO MÓDULO 08
ESTRUTURA DO MÓDULO 08

Aula 1 - A prova pericial e a investigação criminal 09


Aula 2 - Cadeia de custódia de vestígios 14
Aula 3 - Impactos jurídicos da inobservância da 18
cadeia de custódia de vestígios

CONCLUINDO O MÓDULO 1 21
MÓDULO 2 - MARCOS NORMATIVOS 22
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 22
OBJETIVOS DO MÓDULO 22
ESTRUTURA DO MÓDULO 22
Aula 1 - A Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, 24
e o aperfeiçoamento da legislação nacional
referente à cadeia de custódia de vestígios.
Aula 2 - A Portaria SSP n.º 108, de 30 de março de 26

2022, dispõe sobre o processo de cadeia de


custódia de vestígios no âmbito do Sistema
Estadual de Segurança Pública e outros aspectos
relativos ao processo de cadeia de custódia.
Aula 3 - A Portaria PMBA n.º 174, de 27 de 31
dezembro de 2022, dispõe sobre o processo de
cadeia de custódia no âmbito da PMBA.
SUMÁRIO

Aula 4 - A Portaria PCBA n.º 364, de 07 de agosto 33

de 2023, estabelece e o procedimento para a


garantia da cadeia de custódia de vestígios no
âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia, e dá
outras providências.
Aula 5 - A Portaria DPT n.º 86, de 29 de setembro de 36
2023 estabelece o procedimento para a garantia da
cadeia de custódia de vestígios no âmbito do

Departamento de Polícia Técnica do Estado da


Bahia, e dá outras providências.
CONCLUINDO O MÓDULO 2 38
MÓDULO 3 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS 40

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 40
OBJETIVOS DO MÓDULO 40
ESTRUTURA DO MÓDULO 40
Aula 1 - As 10 fases da cadeia de custódia de 41
vestígios
Aula 2 - Os profissionais responsáveis pela cadeia 44
de custódia de vestígios
Aula 3 - Fatores críticos de sucesso para a 46
preservação da cadeia de custódia de vestígios

CONCLUINDO O MÓDULO 3 48
REFERÊNCIAS 49
APRESENTAÇÃO DO
CURSO

Estimado(a) aluno(a)

Seja bem-vindo ao curso de Noções Básicas da Cadeia de Custódia de Vestígios.

Neste curso, você terá a oportunidade de explorar os fundamentos essenciais


relacionados à cadeia de custódia de vestígios, juntamente com os
procedimentos e princípios a serem seguidos pelos profissionais do Sistema
Estadual de Segurança Pública (SESP) para garantir a integridade da prova
material.

Com as informações compartilhadas, nosso objetivo é destacar a relevância da


manutenção da cadeia de custódia de vestígios para todos os integrantes do
SESP. Compreender esta importância é crucial, pois a não observância dos
procedimentos pode comprometer a integridade da prova material,
potencialmente resultando em graves prejuízos para os processos legais e a
persecução penal.

Nesta iniciativa, além de abordar conceitos, marcos normativos e procedimentos


técnicos fundamentais para a execução da cadeia de custódia de vestígios,
daremos atenção especial a áreas críticas, como as etapas do processo, a conduta
profissional nesse contexto e a necessidade de rigor na execução dos
procedimentos, a fim de garantir o valor probatório da prova material.

Desejamos que este curso contribua significativamente para seu


desenvolvimento teórico e prático, além de promover reflexões contínuas sobre a
importância do cumprimento dos requisitos legais e técnicos em todas as etapas
da cadeia de custódia.

Aproveite ao máximo e boa jornada!

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia de vestígios 6


OBJETIVOS DO CURSO

Objetivo Geral:

O principal propósito é que, ao término do curso, os participantes estejam


plenamente aptos a executar suas responsabilidades com absoluta aderência aos
princípios éticos, técnicos e legais associados à manutenção da cadeia de custódia
de vestígios. Eles contribuirão assim para a validade das provas materiais,
assegurando a integridade e a observância rigorosa dos aspectos relevantes.

Objetivos Específicos:

Estabelecer uma compreensão sólida dos conceitos fundamentais necessários


para a correta preservação de vestígios em locais de crimes.
Identificar os principais instrumentos regulatórios que orientam a construção
da cadeia de custódia, garantindo total conformidade com as normativas.
Reconhecer os procedimentos técnicos essenciais para assegurar a qualidade
do serviço pericial.

O curso está dividido da seguinte forma:

Módulo 1 - Concepções iniciais – Apresenta conceituações sobre prova material e


cadeia de custódia de vestígios, além de abordar a importância de observá-los.

Módulo 2 - Marcos normativos – Aborda as diretrizes institucionais que


estabelecem os requisitos para cumprimento da cadeia de custódia de vestígios
na segurança pública da Bahia e nas forças policiais, e, ainda, as consequências
jurídicas de sua inobservância.

Módulo 3 - Procedimentos básicos - Este módulo irá abordar os procedimentos


básicos e fatores críticos de sucesso que precisam ser observados pelos agentes
integrantes do SESP para a preservação e manutenção da cadeia de custódia de
vestígios. O módulo também fará uma breve discussão sobre quais são os
profissionais responsáveis pela cadeia de custódia de vestígios.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia de vestígios 7


MÓDULO 1
CONCEPÇÕES INICIAIS

Apresentação do módulo:

As concepções iniciais sobre prova material e cadeia de custódia de vestígios e a


importância de observá-los são apresentados neste módulo 1.

Objetivos do módulo:

Apresentar o conceito de prova material no contexto da investigação criminal;


Apresentar o conceito de cadeia de custódia de vestígios; e
Descrever alguns possíveis impactos jurídicos da inobservância da cadeia de
custódia de vestígios.

Estrutura do módulo:

Este módulo está estruturado conforme as aulas a seguir:

Aula 1 - A prova pericial e a investigação criminal;

Aula 2 - Cadeia de custódia de vestígios; e


Aula 3 - Impactos jurídicos da inobservância da cadeia de custódia de vestígios.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 8


AULA 1 - A PROVA PERICIAL E A
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

No âmbito do Código de Processo Penal Brasileiro, a prova material ou pericial


desempenha um papel crucial na confirmação ou refutação da ocorrência de
um delito, sendo frequentemente associada a elementos físicos, químicos ou
biológicos (Código de Processo Penal, 2023, artigo 158-B, V, c/c artigo 158-B, VII).
Essa categoria de provas abrange uma ampla variedade de evidências, incluindo
objetos, documentos, substâncias, armas, vestígios biológicos, dentre outros.

Encontra-se no CPP, a classificação das provas como testemunhal, no caso de


depoimentos prestados; documental, por meio de documentos produzidos e
disponíveis no processo; e material, trata-se de meio físico, químico ou biológico
como o exame de corpo de delito. A figura 1 ilustra a simulação da realização de
uma perícia em local de crime, fundamental para a produção de prova.

Corpo de delito: conjunto de vestígios sensíveis, recuperáveis e passíveis de análise, que


o delito deixa para trás, marcas deixadas pelo fato criminoso cometido. O corpo de
delito “é o conjunto de vestígios materiais (elementos sensíveis) deixados pela infração
penal, ou seja, representa a materialidade do crime. Os elementos sensíveis são os
vestígios corpóreos perceptíveis por qualquer dos sentidos humanos” (CAPEZ, 2002, p.
275)

Figura 1: Simulação de perícia em local de


Segundo Lopes Júnior (2018, p. 341), crime.
“as provas são os meios através dos Fonte: SIAP/SSP (2023).
quais se fará essa reconstrução do fato
passado (crime). O tema probatório é
sempre a afirmação de um fato
(passado), não sendo as normas
jurídicas, como regra, tema de prova
(por força do princípio iura novit
curia)”. A importância da prova
material na investigação criminal
reside no seu potencial de fornecer
informações objetivas e irrefutáveis
que auxiliam na elucidação dos fatos e
na tomada de decisões no âmbito
judicial.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 9


Consoante apresenta o artigo 159 do CPP, o “exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.”
Logo, cabe à perícia oficial de natureza criminal a produção da prova material.

Cabe destacar que a produção da Prova Pericial no Brasil é realizada pelos órgãos
de Perícia Oficial de natureza criminal: as Polícias Técnico-científicas ou
Superintendências Técnicos-científicas, na esfera estadual e no Distrito Federal, e
o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, na esfera federal. Na
Bahia, o Departamento de Polícia Técnica (DPT/BA) é órgão de Perícia Oficial do
Estado. Estando subordinado em regime de administração direta à Secretária da
Segurança Pública, o DPT integra o Sistema Estadual da Segurança Pública
(SESP).

A cadeia de custódia de vestígios é um conceito fundamental no contexto da


produção de prova pericial, pois se refere ao conjunto de procedimentos e
cuidados adotados desde o momento em que uma evidência é coletada até a sua
apresentação em juízo. O artigo 2º da Portaria n.º 0086 de 29 de setembro de
2023, do DPT, considera a cadeia de custódia como “o conjunto de todos os
procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte, conforme o art. 158-A,
caput, do Código de Processo Penal.”

De acordo com a Portaria SSP n.º 108/2022,


RASTREABILIDADE é a capacidade de identificar todo o
caminho percorrido por um determinado vestígio, bem
como as pessoas que a ele tiveram acesso, desde a sua
identificação até o seu descarte ou devolução ao seu
respectivo proprietário. (BAHIA. 2022).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 10


Isso significa que a cadeia de custódia documenta o trajeto do vestígio,
garantindo a sua autenticidade, integridade e preservação ao longo do processo
investigativo e do subsequente processo judicial. Essa documentação é essencial
para evitar contaminação, adulteração ou degradação das provas, garantindo,
assim, a sua lisura e admissibilidade em um tribunal. A cadeia de custódia
possibilita a rastreabilidade dos vestígios.

No Código Penal Brasileiro, a correta manutenção da cadeia de custódia é


imperativa para a validade das provas materiais. Qualquer quebra na cadeia de
custódia pode levar à contestação da autenticidade e integridade das evidências,
comprometendo a sua utilização como meio de prova em um processo judicial.
Portanto, a observância rigorosa dos protocolos de cadeia de custódia é um
requisito essencial para assegurar que a justiça seja feita e que os direitos dos
cidadãos sejam protegidos de acordo com a legislação brasileira.

Dessa forma, a prova material, aliada a uma cadeia de custódia bem estabelecida
e mantida, desempenha um papel crucial na investigação criminal e no processo
judicial, contribuindo para a busca da verdade, a garantia da justiça e a proteção
dos direitos dos envolvidos. A confiabilidade e a integridade das evidências físicas
são alicerces fundamentais para a condenação de culpados e a absolvição de
inocentes, assegurando o devido processo legal no âmbito do sistema judicial
brasileiro. A figura 2 demonstra a realização do trabalho da perícia com o devido
registro de informações para preservação da cadeia de custódia.

Figura 2: Simulação de
perícia em local de crime
com uso da Ficha de
Acompanhamento de
Vestígios (FAV) digital no
Sistema de Mobilidade
em Operações de
Segurança Pública
(MOP) disponível no
rádio de comunicação
LTE.

Fonte: SIAP/SSP (2023).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 11


O modelo de persecução penal no Brasil adota uma abordagem acusatória e
divide-se em distintas fases, cada uma com funções específicas no processo penal.

A primeira fase, denominada fase pré-processual, compreende a investigação


criminal, conduzida pela polícia e pelo Ministério Público, onde se busca a coleta
de provasPRIMEIRA FASE
e indícios para SEGUNDA
determinar se há elementos FASE de um
para a instauração
processo.

A segunda fase é a processual, onde o caso é encaminhado ao Poder Judiciário e


A PRIMEIRA FASE, A SEGUNDA FASE É A
ocorrem ações penais com a apresentação da denúncia e a produção de provas
DENOMINADA FASE PRÉ- PROCESSUAL, ONDE O CASO É
em um contraditório judicial. É nessa fase que o juiz buscará formar sua convicção
PROCESSUAL,
sobre COMPREENDE
os fatos, materialidade A
e autoria ENCAMINHADO
do delito, por meio daAOapreciação
PODER das
provasINVESTIGAÇÃO
produzidas. CRIMINAL, JUDICIÁRIO E OCORREM AÇÕES
CONDUZIDA PELA POLÍCIA E PENAIS COM A APRESENTAÇÃO
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, DA DENÚNCIA E A PRODUÇÃO DE
ONDE SE BUSCA A COLETA DE PROVAS EM UM CONTRADITÓRIO
PROVAS E INDÍCIOS PARA JUDICIAL. É NESSA FASE QUE O
DETERMINAR SE HÁ JUIZ BUSCARÁ FORMAR SUA
ELEMENTOS PARA A CONVICÇÃO SOBRE OS FATOS,
INSTAURAÇÃO DE UM MATERIALIDADE E AUTORIA DO
PROCESSO. DELITO, POR MEIO DA
APRECIAÇÃO DAS PROVAS
PRODUZIDAS.

Findadas essas fases, ocorre a execução da pena, na qual, se houver condenação, a


sentença é cumprida.

O sistema processual penal no Brasil é orientado por princípios fundamentais,


como o devido processo legal e o respeito aos direitos individuais, visando garantir
a justiça, a imparcialidade e a proteção dos envolvidos ao longo de todas as fases
da persecução penal.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 12


O QUE É ESSA PERSECUÇÃO PENAL?

A persecução penal é o conjunto de atos e procedimentos realizados pelas


autoridades judiciais e órgãos de controle do Estado com o objetivo de investigar,
processar e julgar indivíduos suspeitos de cometer crimes. Este processo envolve
desde a fase de investigação criminal até o julgamento dos autores do delitos em
tribunais.

“A persecução penal é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo Estado que


possibilitam atribuir punição ao autor de um crime cometido” (SENASP, 2020a).

A persecução penal visa garantir que a justiça seja feita, que os direitos das partes
envolvidas sejam respeitados e que, no final, uma decisão justa seja proferida. É
uma parte fundamental do sistema de justiça criminal, e sua condução é guiada
por princípios legais e garantias fundamentais, como o devido processo legal, a
presunção de inocência e o direito à defesa.

ONDE A PERÍCIA ENTRA NESSA HISTÓRIA?

A perícia é um processo técnico-científico realizado por peritos especializados,


com o objetivo de investigar, analisar e produzir laudos ou pareceres sobre
elementos de prova em casos criminais.

Carvalho; Brito; Pinho (2022, p. 16-17) deslindam que:

Sob o prisma de um Estado Democrático de Direito, a perícia apresenta um papel


fundamental para a Justiça, proporcionando objetividade e imparcialidade na resolução
de casos. A perícia é o exame feito por pessoa com conhecimentos técnicos e científicos
em relação aos fatos ou circunstâncias apurados no processo, com fito de servir de
prova para embasar a decisão judicial, proporcionando maior acessibilidade à cidadania.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 13


AULA 2 - CADEIA DE CUSTÓDIA DE
VESTÍGIOS

Para assimilar a concepção de Cadeia de custódia de vestígios é importante


entender que a cadeia representa um agrupamento de procedimentos voltados a
garantir a autenticidade dos vestígios. Com a Lei nº 13.964 (BRASIL, 2019), de 24 de
dezembro de 2019, o legislador brasileiro inseriu o conceito legal de cadeia de
custódia no CPP, no art. 158-A: “Considera-se cadeia de custódia o conjunto de
todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.”

Figura 3: Vestígio acondicionado em Portanto, os vestígios precisam possuir


embalagem provisória com lacre plástico uma cadeia de custódia que garanta sua
numerado tipo serrilhado.
integridade desde sua coleta até sua
Fonte: SIAP/SSP (2023).
destinação final, haja vista que, a partir de
sua localização, em um local de crime por
exemplo, passando por sua análise pela
perícia oficial até o encaminhamento
para as autoridades competentes, esses
elementos materiais serão manuseados
por diversos atores, transportados entre
órgãos oficiais e armazenados em vários
locais e em diversos momentos.

Em 2020, a International Organization for


Standardization (ISO), por meio da Norma
nº 22095 (2020), apresentou a concepção
de cadeia de custódia como o “processo
pelo qual entradas e saídas de materiais e
informações associadas são transferidas,
monitoradas e controladas à medida que
avançam em cada etapa do processo”.

Esta visão reforça a importância não apenas no trato com os vestígios, mas
principalmente com sua embalagem, como apresentado na figura 3, e toda a
documentação cronológica dos registros durante a “existência” do vestígio.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 14


A cadeia de custódia consiste, em termos gerais, em um mecanismo garantidor da
autenticidade das evidências coletadas e examinadas, assegurando que correspondem
ao caso investigado, sem que haja lugar para qualquer tipo de adulteração (LIMA, 2021.
p. 608).

Nesse sentido, BRENNER, 2004, destaca que a cadeia de custódia precisa garantir
a integridade e confiabilidade dos vestígios, da coleta ao seu descarte. E para isso,
é imprescindível que as forças policiais persistam em possibilitar o rastreio do
manuseio e dos armazenamento dos vestígios. Sobre isto, assevera Edinger, 2016,
p. 239, “é dever do Estado e, também, direito do acusado, identificar, de maneira
coerente e concreta, cada elo, a partir do momento no qual o vestígio foi
encontrado. Assim, fala-se em cadeia de custódia íntegra quando se fala em uma
sucessão de elos provados.”.

Silva Neto e Espíndola (2016, p. 52-53), esclarecem que a cadeia de custódia se


refere a:

[...] sequência de proteção e guarda dos elementos materiais encontrados durante a


investigação e que devem manter resguardadas suas características originais e
informações, sem qualquer dúvida sobre sua origem e manuseios. Pressupõe a
formalização de todos os seus procedimentos por intermédio do registro do
rastreamento cronológico de toda a movimentação de alguma evidência.

E COMO DOCUMENTAR TODAS ESSAS INFORMAÇÕES SOBRE


POSSE E MOVIMENTAÇÃO DOS VESTÍGIOS?

Para isto foi instituída na Portaria SSP n.º 108/2022 a Ficha de Acompanhamento
de Vestígios (FAV). Ela apresenta os campos para registro individualizado das
informações relativas ao vestígio, partindo da análise do isolamento de local de
crime, onde o vestígio porventura fora localizado, até o momento de seu descarte.
A FAV será apresentada a seguir nas figuras 4 e 5.

VOCÊ SABIA?

A SSP Bahia inovou e criou a sua FAV digital. Ela está


disponível no Sistema de Mobilidade em Operações de
Segurança Pública (MOP) e pode ser acessada a partir de
smartphones e do Rádio de Comunicação LTE.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 15


Figura 4 - Ficha de acompanhamento de vestígios - página 1.

Fonte: Portaria SSP n.º 108/2022. (Bahia, 2022a).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 16


Figura 5 - Ficha de acompanhamento de vestígios - página 2.

Fonte: Portaria SSP n.º 108/2022. (Bahia, 2022a).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 17


AULA 3 - IMPACTOS JURÍDICOS DA
INOBSERVÂNCIA DA CADEIA DE CUSTÓDIA
DE VESTÍGIOS

Os impactos jurídicos do não cumprimento da cadeia de custódia de vestígio


reverbera, inevitavelmente, na atividade das Instituições de Segurança Pública na
medida em que um infrator da lei preso pela polícia pode alegar nulidade
processual por quebra da cadeia de custódia ocasionando o seu retorno à
sociedade.

Restando provada a quebra dos procedimentos afetos à preservação da cadeia de


custódia, é possível a responsabilização criminal e administrativa do agente
público responsável pelo atendimento da ocorrência policial, que não observara
de tais procedimento. Valente (2022) revela que, em última instância, é possível
até se cogitar a configuração de crime de abuso de poder por parte dos
profissionais que não adotem os procedimentos estabelecidos para a preservação
da cadeia de custódia.

De acordo com Souza (2023, p. 28),

Para formação da convicção do órgão julgador é levado em conta vários elementos


normativos, inclusive o elemento de prova pericial, para que as decisões judiciais
estejam mais próximas da realidade do fato do que realmente ocorreu, garantindo
assim a justiça processual. E, portanto, a inobservância da cadeia de custódia poderá
suscitar a inadmissibilidade da prova ou, na sua admissão, uma redução do seu valor
probatório de elemento de prova pelo órgão julgador.

Para Santos e Salgado (2020, p. 5), a quebra da cadeia de custódia tem a


consequência seguinte:

Em relação à inadmissibilidade no processo de provas corrompidas, tem-se como um


dos argumentos que esse tipo de elemento probatório gera dúvidas quanto à
confiança das evidências colhidas pelos órgãos persecutórios, devendo essas, pelo
princípio do in dubio pro reo, serem excluídas ou não admitidas do processo.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 18


Rosa e Lopes Júnior (2016, p. 04), argumentam que a observância dos
procedimentos da cadeia de custódia de elemento de prova é uma “[...]discussão
no campo da ‘conexão de antijuridicidade da prova ilícita’, consagrada no artigo
5º, inciso LVI da Constituição, acarretando a inadmissibilidade da prova ilícita”.
Logo, a preservação ou a quebra da cadeia de custódia podem contribuir para a
imputação ou isenção de alguém de responsabilidade pelo cometimento de um
crime.

Convém destacar que a inadmissibilidade ou nulidade da prova por quebra da


cadeia de custódia ainda é um tema em acalorada discussão. Por exemplo, o
Habeas Corpus (HC) nº 653.515 do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), de 09 de
dezembro de 2021, concedido pela 6ª Turma ao réu acusado de tráfico de drogas,
relativiza a nulidade do valor do elemento de prova, quando da inobservância de
norma da cadeia de custódia de vestígio, discorrendo que a quebra da cadeia de
custódia não gera necessariamente nulidade obrigatória do elemento de prova.
(Brasil. STJ, 2021).

De todo modo, o papel do profissional da segurança pública é cumprir fielmente


o procedimento de preservação da cadeia de custódia de vestígio, conforme
previsto na lei processual penal e nas diretrizes institucionais, evitando
questionamentos futuros sobre a sua atuação e futura responsabilidade criminal
e administrativa.

Em um contexto forense, a cadeia de custódia de vestígios desempenha um


papel crucial na preservação da integridade e autenticidade das provas coletadas
em uma investigação. A inobservância adequada desse processo pode acarretar
sérias consequências jurídicas, comprometendo a validade das evidências e
impactando negativamente todo o desdobramento do caso.

SAIBA MAIS!

A nulidade processual é um tema bastante polêmico. Para


ajudar na compreensão desse assunto que tanto impacta
na atividade policial, veja estas matérias:

Link 1: Do Pacote Anticrime à jurisprudência do STJ


Link 2: Cadeia de custódia da prova, sua quebra e
consequência

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 19


Aqui estão os principais pontos sobre as consequências jurídicas da negligência
na cadeia de custódia de vestígios:

Admissibilidade das Provas em Juízo: A inobservância da cadeia de custódia pode


levar à contestação da admissibilidade das provas em juízo. A defesa pode
questionar a autenticidade e a confiabilidade dos vestígios, argumentando que
foram comprometidos ou adulterados durante o processo de coleta, transporte
ou armazenamento.

Questionamento da Credibilidade do Processo Judicial: A cadeia de custódia é


um componente essencial para garantir a confiabilidade do processo judicial. Se
a integridade das evidências for comprometida, a credibilidade de todo o
processo pode ser colocada em xeque. Isso pode afetar a confiança do tribunal,
dos jurados e do público no resultado final do julgamento.

Possíveis Exclusões de Evidências: O juiz pode decidir excluir as evidências


coletadas devido à violação da cadeia de custódia. A exclusão ocorre quando a
parte prejudicada pode demonstrar que a falta de integridade na custódia
prejudicou substancialmente seus direitos, impossibilitando um julgamento
justo.

Ações Disciplinares e Responsabilização: Profissionais responsáveis pela custódia


de vestígios, como peritos, agentes de segurança e outros envolvidos no
processo, podem estar sujeitos a ações disciplinares e responsabilização legal por
negligência ou má conduta. Isso pode incluir processos administrativos, civis ou
mesmo criminais, dependendo da gravidade da inobservância.

Precedente para Recursos e Revisões: Caso a cadeia de custódia seja


comprometida, cria-se um precedente para recursos e revisões judiciais. A parte
prejudicada pode buscar recursos legais para reavaliar o caso, com base na
argumentação de que as evidências foram inadequadamente manuseadas,
comprometendo a justiça do veredicto.

Impacto nas Investigações Futuras: A reputação das instituições de segurança


pública e da perícia pode ser abalada se a cadeia de custódia não for
adequadamente mantida. Isso pode prejudicar investigações futuras, minando a
confiança da sociedade nas instituições encarregadas da aplicação da lei.

Portanto, é crucial enfatizar a importância da estrita conformidade com os


protocolos da cadeia de custódia em qualquer curso de formação para garantir
que os profissionais envolvidos em investigações compreendam as
consequências significativas da inobservância desse processo vital.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 20


HORA DA REVISÃO
CONCLUINDO:

Neste módulo 1, você aprendeu que:

A prova material ou pericial pode ser


determinante para a confirmação ou refutação
da ocorrência de um delito.
No Brasil, a produção da prova pericial é
realizada pelos órgãos de perícia oficial de
natureza criminal. Na Bahia, é o Departamento
de Polícia Técnica que desempenha essa
atividade.
A produção de prova pericial está diretamente
relacionada a preservação da cadeia de custódia
de vestígios.
A correta manutenção da cadeia de custódia é
imperativa para a validade das provas materiais.
A persecução penal tem o objetivo de
investigar, processar e julgar indivíduos
suspeitos de cometer crimes.
As decisões judiciais são impactadas pelas
conclusões resultantes das perícias realizadas
em evidências físicas, como vestígios,
documentos, objetos e locais de crimes.

Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível


ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.

A inobservância da cadeia de custódia poderá


suscitar a inadmissibilidade da prova ou, na sua
admissão, uma redução do seu valor probatório
de elemento de prova pelo órgão julgador.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 1: Concepções iniciais 21


MÓDULO 2
MARCOS NORMATIVOS

Apresentação do módulo:

As diretrizes institucionais publicadas por cada Instituição de Segurança Pública


serão apresentadas neste módulo 2, a partir de seus aspectos principais.

Objetivos do módulo:

Apresentar os aspectos relevantes decorrentes da Lei n.º 13.964, de 24 de


dezembro de 2019.
Descreves os fatores críticos do processo de cadeia de custódia de vestígios
instituídos pela Portaria SSP n.º 108.
Destacar os pontos principais das normas das ISP sobre o processo de cadeia

de custódia de vestígios.

Estrutura do módulo:

Este módulo está estruturado conforme as aulas a seguir:

Aula 1 – A Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, e o aperfeiçoamento da


legislação nacional referente à cadeia de custódia de vestígios.

Aula 2 – A Portaria SSP n.º 108, de 30 de março de 2022, dispõe sobre o processo
de cadeia de custódia de vestígios no âmbito do Sistema Estadual de Segurança
Pública e outros aspectos relativos ao processo de cadeia de custódia.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 22


MÓDULO 2
MARCOS NORMATIVOS

Estrutura do módulo (continuação):

Este módulo está estruturado conforme as aulas a seguir:

Aula 3 – A Portaria PMBA n.º 174, de 27 de dezembro de 2022, dispõe sobre o


processo de cadeia de custódia no âmbito da PMBA.

Aula 4 – A Portaria PCBA n.º 364, de 07 de agosto de 2023, estabelece e o


procedimento para a garantia da cadeia de custódia de vestígios no âmbito da
Polícia Civil do Estado da Bahia, e dá outras providências; e

Aula 5 – A Portaria DPT n.º 86, de 29 de setembro de 2023 estabelece o


procedimento para a garantia da cadeia de custódia de vestígios no âmbito do
Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia, e dá outras providências.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 23


AULA 1 - A LEI Nº 13.964/19 E O
APERFEIÇOAMENTO DA LEGISLAÇÃO
NACIONAL REFERENTE À CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

A Lei nº 13.964, intitulada “Pacote Anticrime”, foi sancionada em 24 de dezembro


de 2019 e entrou em vigor no dia 23 de janeiro de 2020, promovendo inúmeras
alterações na legislação penal e processual penal brasileira.

De acordo com Junqueira, Vanzolini, Fuller e Pardal (2020, p. 7):

O foco do projeto foi o recrudescimento do tratamento à criminalidade violenta, por


um lado, e, em contrapartida, um tratamento mais rápido e brando aos crimes leves e
não violentos, evitando o processo e o encarceramento, com a criação de acordo de
não persecução penal, desafogando as Varas Criminais e evitando a pena de prisão
nesses casos.

Segundo Nucci (2020, p.1) “a legislação tornou-se mais rigorosa em certos pontos,
exatamente onde havia necessidade”. Embora as mudanças promovidas pela Lei
nº 13.964/2019 pudessem ter avançado ainda mais na modernização de nossa
legislação criminal, sem dúvidas foram estabelecidas alterações muito positivas
ao ordenamento jurídico brasileiro.

Dentre essas inovações positivas, temos a inserção da cadeia de custódia no texto


do Código de Processo Penal, especificamente no Capítulo II do Título VII. No
capítulo agora intitulado “Do exame de corpo de delito, da cadeia de custódia e
das perícias em geral”, o conteúdo relativo à cadeia de custódia foi inserido
através dos artigos 158-A até 158-F. Recomendamos a você a leitura completa
desses artigos na Lei nº 13.964/2019.

Veja, a seguir, os principais conteúdos sobre a cadeia de custódia de vestígios


positivados no CPP.

O artigo 158-A traz os conceitos legais de cadeia de custódia e de vestígio,


apresenta o ponto de início da cadeia de custódia na preservação do local de
crime ou em outros procedimentos policiais, ou periciais, nos quais seja detectada
a existência de um vestígio (uma busca e apreensão, por exemplo) e estabelece a
responsabilidade inicial pela preservação dos vestígios.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 24


No artigo 158-B, o legislador estabelece dez (10) etapas necessárias para o
rastreamento de um vestígio:

1. Reconhecimento 6. Transporte

2. Isolamento 7. Recebimento

3. Fixação 8. Processamento

4. Coleta 9. Armazenamento

5. Acondicionamento 10. Descarte

A coleta dos vestígios, de maneira a preservar a sua cadeia de custódia, foi prevista
no artigo 158-C.

No tocante ao acondicionamento dos vestígios, etapa sensível para a manutenção


da integridade da prova, as regras genéricas foram dispostas no artigo 158-D e
seus parágrafos.

A previsão da criação das Centrais de Custódia nos órgãos de criminalística, sua


gestão e funcionamento foram previstos no artigo 158-E.

Por fim, o artigo 158-F estabelece a custódia definitiva de vestígios, após a


realização da perícia.

A Central de Custódia se destina à guarda e controle dos


vestígios, cuja gestão deve ser vinculada diretamente ao
órgão central de perícia oficial de natureza criminal.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 25


Acesse a
Portaria SSP n.º 108/2022:
AULA 2 - A PORTARIA SSP N.º 108/2022,
DISPÕE SOBRE O PROCESSO DE CADEIA
DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS NO SESP E
OUTROS ASPECTOS

A Portaria n.º 108, emitida pela Secretaria da Segurança Pública do Estado da


Bahia em 30 de março de 2022 e publicada no Diário Oficial do Estado em 31 de
março de 2022, tem como principal propósito estabelecer diretrizes e
procedimentos para a implementação do processo de cadeia de custódia de
vestígios no âmbito do Sistema Estadual de Segurança Pública. O processo de
cadeia de custódia é um pilar fundamental no contexto da investigação criminal,
uma vez que assegura a preservação e rastreabilidade das evidências materiais
coletadas em cenas de crimes.

Essa norma busca promover a padronização dos procedimentos relacionados à


custódia de vestígios, garantindo que aos vestígios coletados em investigações
criminais sejam mantidos em condições que assegurem sua integridade e
autenticidade. Além disso, ela visa fortalecer a confiabilidade e a idoneidade das
provas apresentadas perante o sistema de justiça, contribuindo para o devido
processo legal e a eficácia na persecução penal.

A Portaria SSP n.º 108 estabelece diretrizes para a atuação dos profissionais
envolvidos na custódia de vestígios, ressaltando a importância da observância dos
princípios éticos e técnicos relacionados à manipulação e ao armazenamento
dessas evidências. Ela define responsabilidades e procedimentos a serem
seguidos, desde a coleta inicial até o descarte, abrangendo áreas como a
documentação, o acondicionamento, o transporte, o armazenamento e a
destinação final dos vestígios.

Dessa forma, a Portaria SSP n.º 108 se propõe a contribuir para a garantia da
validade das provas materiais em investigações criminais, evitando a
contaminação, adulteração ou perda das evidências ao longo do processo. Com
esse mister, essa portaria, em seu Anexo I, descreve o Processo de Cadeia de
Custódia, um passo a passo para execução sua correta.

No Anexo II da Portaria SSP n.º 108, tem-se o Procedimento Operacional Padrão n.º
002/SSP que detalha as atividades do Processo de Cadeia de Custódia
apresentado no Anexo I.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 26


Tendo em vista a relevância do correto isolamento de local de crime para o
sucesso da perícia e da execução da cadeia de custódia, o Anexo III, figura 6, da
aludida portaria apresenta um diagrama com as principais atividades que
precisam necessariamente ser consideradas para o efetivo isolamento de local de
crime.
Figura 6 - Anexo III - Diagrama de isolamento de local de crime

Fonte: Portaria SSP n.º 108/2022. (Bahia, 2022a).

Para os casos em que haja a necessidade de se utilizar um lacre do tipo etiqueta


no acondicionamento de vestígios, o Anexo IV, figura 7, apresenta o modelo desse
tipo de lacre a ser replicado por todas as Instituições.

Figura 7 - Anexo IV - Modelo de lacre do tipo etiqueta

Fonte: Portaria SSP n.º 108/2022. (Bahia, 2022a).

Por fim, a Portaria SSP n.º 108, em seu Anexo V, apresenta o formulário
correspondente à Ficha de Acompanhamento de Vestígios para os devidos
registros relativos às informações, à posse, transferência e manuseio vestígio.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 27


A seguir, apresentamos alguns pontos críticos da Portaria SSP n.º 108:

Art. 5º - Durante a execução do processo de Cadeia de Custódia


de Vestígios, todas as ações que envolvam a tramitação do
vestígio armazenado deverão ser registradas, consignando-
se a identificação do responsável pelo transporte e
recebimento do vestígio, número do protocolo, local de
destino, data e horário da ação. De igual forma, as pessoas que
tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser
identificadas e deverão ser registradas a data e hora do acesso.
§1º - As informações elencadas no caput deste artigo deverão
ser consignadas na Ficha de Acompanhamento de Vestígios
(FAV), disponível no aplicativo MOP, de uso exclusivo do
SESP, no módulo referente à cadeia de custódia.

Art. 8º - Quando inexistentes ou indisponíveis embalagens


padronizadas pelas instituições para acondicionamento de
vestígios, deverão ser adotadas as seguintes providências, a fim
de preservação da integridade dos vestígios e da cadeia de
custódia:
I – Caso a composição e estrutura do vestígio permita, esse
deverá ser acondicionado em embalagem plástica
transparente resistente, lacrado por etiqueta numerada, na
forma do Anexo IV a esta Portaria, ou lacre de segurança
numerado, de forma a garantir a integridade da coleta e
acondicionamento, minimizando a possibilidade de
modificação, alteração, violação ou contaminação, até o
momento da realização do exame pericial;
[...]
III – Caso o vestígio, em razão de sua dimensão, não possa ser
acondicionado em uma embalagem, deverá ser afixada nele
etiqueta, na forma do Anexo IV a esta Portaria.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 28


A seguir, apresentamos alguns pontos críticos da Portaria SSP n.º 108:

Art. 9º - A divulgação de imagens de vestígios ou evidências


coletadas, devidamente acondicionadas, exclusivamente,
poderá ser realizada mediante a adoção de cautelas que
assegurem a preservação e integridade daqueles, garantindo a
manutenção adequada da Cadeia de custódia.

OUTROS ASPECTOS SOBRE O PROCESSO DE CADEIA DE


CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS NO SESP

A Cadeia de custódia foi implantada na Bahia a partir da adoção de práticas


exitosas da Gestão por Processos, um dos eixos estruturantes do modelo de
Gestão Estratégica da segurança pública da Bahia.

Com a finalidade de analisar, avaliar e apresentar sugestões de diretrizes,


procedimentos, protocolos e eventuais projetos relativos à preservação da cadeia
de custódia, do reconhecimento dos vestígios e isolamento do local de crime até
o seu descarte foi instituído, mediante a Portaria SSP nº 274, de 27 de agosto de
2020, um Grupo de Trabalho Interinstitucional.

VOCÊ SABIA?

O Grupo de Trabalho Interinstitucional instituído pela


Portaria SSP nº 274/2020 era composto por representantes
do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), do Ministério Público
do Estado da Bahia (MPBA), da SSP, da PCBA, da PMBA e do
DPT.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 29


Contando com o apoio técnico das Coordenações de Processos dos Escritórios de
Projetos e Processos da SSP, ao término das atividades, o Grupo de Trabalho
chegou a consolidação de um processo de negócio representativo do conjunto de
atividades interrelacionadas para execução da cadeia de custódia no âmbito da
segurança pública. Esse passo a passo está apresentado no Anexo I da Portaria
SSP n.º 108/2022.

Após a publicação desse marco, foi instituído um novo grupo de trabalho com
representantes das Instituições de Segurança Pública (ISP) para adotar as ações
necessárias, especialmente as relativas à capacitação, estruturação das centrais de
custódias, comunicação institucional, demais protocolos e processos internos,
bem como o desenvolvimento e implantação da Ficha de Acompanhamento de
Vestígio no aplicativo MOP (Sistema de Mobilidade Policial) para o pleno
funcionamento do processo de Cadeia de custódia.

De maneira a subsidiar a implementação do processo de Cadeia de custódia, em


16 de agosto de 2023, foi publicada no Diário Oficial do estado, a Portaria SSP n.º
180 designando os Patrocinadores e Gerentes do processo estratégico de Cadeia
de custódia de vestígios em cada ISP. Estes são os responsáveis pelas tratativas
relacionadas à execução plena do processo de Cadeia de custódia e ao
monitoramento de seu desempenho.

O Gerenciamento do processo de Cadeia de Custódia de Vestígios segue as


diretrizes para a Gestão de Processos no âmbito do Sistema Estadual da
Segurança Pública estabelecidas na Portaria SSP n.º 719, publicada no DOE de
28/11/17, a qual define as competências do Patrocinador e do Gerente de processo.

VOCÊ SABIA?

Um processo de negócio é um grupo de atividades


inter-relacionadas logicamente, que utilizam os recursos
da organização para atender necessidades específicas e
alcançar seus objetivos, de forma a operacionalizar a
entrega de valor aos clientes da organização. (Portaria
SSP n.º 719/17).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 30


Acesse a
Portaria PMBA n.º 174/2022:
AULA 3 - A PORTARIA PMBA N.º
174/2022, DISPÕE SOBRE O
PROCESSO DE CADEIA DE CUSTÓDIA
NO ÂMBITO DA PMBA

A Portaria em questão visa normatizar os procedimentos para a execução da


Cadeia de Custódia de Vestígios no âmbito da Polícia Militar da Bahia (PMBA), com
o objetivo de adequar os processos às normas legais vigentes e otimizar os fluxos
de trabalho. A Cadeia de Custódia de Vestígios, como descrita no Art. 2º dessa
portaria, busca documentar a história cronológica dos vestígios coletados em
locais de crime ou em vítimas, garantindo a rastreabilidade desde o
reconhecimento até o descarte desses vestígios. Essa rastreabilidade é assegurada,
a partir registro de um vestígio no FAV digital no MOP, como demonstrado na
figura 8.

A abrangência da Portaria é ampla, conforme estabelecido no Parágrafo Único do


Art. 2º, abarcando todas as situações que envolvam infrações penais,
independentemente de sua natureza (comum ou militar). O processo tem início
com a preservação do local de crime ou durante procedimentos policiais ou
periciais nos quais são detectados vestígios, conforme Art. 3º. O Art. 4º proíbe a
entrada em locais isolados e a remoção de vestígios antes da liberação por parte
do perito oficial responsável.

A definição de termos essenciais, apresentada


no Art. 5º, contribui para a padronização de
conceitos, incluindo "vestígio", "coleta",
"acondicionamento", "custódia" e
"rastreabilidade". Destaca-se a importância de
tais definições para a compreensão e aplicação
efetiva da Cadeia de Custódia de Vestígios.

Figura 8: Simulação de registro de vestígio na Ficha de


Acompanhamento de Vestígios (FAV) digital no
Sistema de Mobilidade em Operações de Segurança
Pública (MOP) disponível no rádio de comunicação LTE
realizada durante a Micareta de Feira de Santana em
2023.

Fonte: SIAP/SSP (2023).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 31


O texto aborda ainda a necessidade de cumprimento da cadeia de custódia em
todas as circunstâncias relacionadas a infrações penais, conforme o Art. 6º, e
estabelece procedimentos específicos para o isolamento de locais de crime no Art.
7º. Além disso, detalha a responsabilidade das Unidades Gestoras da Corporação
na aquisição de materiais necessários para acondicionamento de vestígios,
conforme o Art. 9º.

A execução da Cadeia de Custódia de Vestígios envolve o registro detalhado de


todas as ações relacionadas ao vestígio, incluindo transporte, recebimento,
rompimento de lacres e acesso de pessoas, conforme o Art. 8º. O papel da
Corregedoria na coordenação de ações e na comunicação com o Departamento
de Polícia Técnica é destacado nos Parágrafos 2º e 3º do Art. 7º.

A Portaria encerra estabelecendo diretrizes específicas para situações particulares,


como vestígios de natureza biológica, vestígios de dimensão impraticável para
embalagem e divulgação de imagens de vestígios. A supervisão e instrução
técnica ficam sob a responsabilidade do COPPM, e os Comandantes e Diretores
são incumbidos de apurar responsabilidades por eventuais infrações às normas
da cadeia de custódia.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 32


Acesse a AULA 4 - A PORTARIA PCBA N.º 364/23,
Portaria PCBA n.º 364/2023
ESTABELECE O PROCEDIMENTO PARA
A GARANTIA DA CADEIA DE CUSTÓDIA
DE VESTÍGIOS NO ÂMBITO DA PCBA

A Portaria n.º 364 emitida pela Delegada-Geral da Polícia Civil do Estado da Bahia
estabelece procedimentos para garantir a cadeia de custódia de vestígios no
âmbito da Polícia Civil. Essa iniciativa se fundamenta nas alterações em matéria
processual penal introduzidas pela Lei nº 13.964/2019, que visa garantir a
idoneidade e rastreabilidade da prova pericial por meio da Cadeia de Custódia de
Vestígios.

A Norma define a cadeia de custódia como o conjunto de procedimentos


utilizados para manter e documentar a história cronológica dos vestígios
coletados em locais de crime, desde o reconhecimento até o descarte. São
estabelecidas fases da cadeia de custódia, como a fase externa (preservação do
local do crime) e a fase interna (recebimento do vestígio no órgão pericial),
registradas em Ficha de Acompanhamento de Vestígios (FAV) e no Sistema de
Mobilidade em Operações de Segurança Pública (MOP).

Segundo o Art. 5º, “ao encontrar um local de crime sem preservação, a PCBA
deverá iniciar os procedimentos de isolamento de local, atentando para a
conservação dos vestígios do processo de cadeia de custódia e aguardar a
chegada da perícia.”

O documento abrange definições fundamentais, como a caracterização de


vestígio, a responsabilidade das centrais de custódia vinculadas ao Departamento
de Polícia Técnica (DPT), e a necessidade de individualização e cuidados
específicos na manipulação e acondicionamento dos vestígios.

No capítulo sobre o acondicionamento dos vestígios, são estabelecidas regras


para situações diversas, como a afixação de etiquetas em vestígios de grandes
dimensões e o uso adequado de sacos de coleta. O transporte é abordado como
um ato formal de transferência de posse, com diretrizes para garantir a
manutenção das características originais dos vestígios durante o deslocamento.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 33


Conforme orientação contida no art. 6º, inciso IV: “é vedado romper os lacres dos
sacos se não houver extrema necessidade de conferência;” e inciso VII: “a
responsabilidade do rompimento do lacre incidirá ao servidor que assim violou a
peça de segurança;”. A portaria avança e define o que fazer com o lacre
porventura rompido: “o lacre rompido deverá ser recolhido e depositado no
interior de embalagem a ser novamente lacrada;” (Artigo 6º, Inciso VIII). Cabe
ressaltar que todo esse procedimento deverá ser registrado na FAV digital, no
MOP, conforme revela a figura 9.

A Portaria n.º 364 esclarece qual procedimento deve ser adotado em caso de
dúvidas relativas aos vestígios: “Art. 8º, inciso VII - havendo dúvida na natureza e
separação do vestígio ou quando o material, em razão de sua natureza ou
morfologia apresentar risco físico, químico ou biológico, caberá ao policial civil,
imediatamente, entrar em contato com as centrais de custódia, vinculadas ao
DPT ou outra unidade do DPT correspondente que possa prestar esclarecimentos.

O capítulo final destaca a importância da capacitação dos policiais civis e


determina que o Mapa do Processo de atuação e seu respectivo Procedimento
Operacional Padrão (POP), ambos anexos da Portaria SSP n.º 108/2022, sirvam
como documentos norteadores. Além disso, a Portaria ressalta que as medidas
prescritas não são definitivas, podendo ser complementadas para melhor
observância da cadeia de custódia.

Figura 9: Utilização do Sistema de Mobilidade em


Operações de Segurança Pública (MOP) no
portal web para recebimento de vestígios
durante a Micareta de Feira de Santana em 2023.

Fonte: SIAP/SSP (2023).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 34


Em suma, a Portaria busca padronizar e aprimorar os procedimentos relacionados
à cadeia de custódia de vestígios, no âmbito da PCBA, alinhando-se às recentes
alterações na legislação processual penal e visando garantir a eficácia e a
integridade da prova pericial. Essas diretrizes são essenciais para fortalecer a
confiabilidade e a admissibilidade das evidências no contexto da investigação
criminal.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 35


Acesse a
Portaria DPT n.º 086/2023
AULA 5 - A PORTARIA DPT N.º 086/23,
ESTABELECE O PROCEDIMENTO PARA
A GARANTIA DA CADEIA DE CUSTÓDIA
DE VESTÍGIOS NO ÂMBITO DO DPT

A Portaria nº 086, emitida em 29 de setembro de 2023, pelo Departamento de


Polícia Técnica do Estado da Bahia, tem como objetivo estabelecer procedimentos
para a garantia da cadeia de custódia de vestígios e provas materiais, no âmbito do
Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia - DPTBA, buscando a
otimização dos fluxos de trabalho e do processo, do esforço despendido e do
emprego dos recursos disponíveis.

Após reforçar a definição do CPP de cadeia de custódia em seu Art. 2º, a Portaria nº
086 destaca no parágrafo 3º desse artigo que “Cabe ao perito oficial responsável
comunicar a autoridade competente a liberação do local de crime, após o término
dos trabalhos técnicos de perícia no local.”

O DPT destaca em seu documento que “Não são englobados no conceito descrito
como “vestígio” os bens apreendidos que não apresentem interesse à produção de
prova material.” (Art.5º).

A coleta dos vestígios deve preferencialmente ser realizada por perito oficial, e em
casos de coleta imediata sem a presença do perito, a legislação vigente deve ser
estritamente seguida. A entrega e recebimento dos vestígios são atos formais,
documentados na Ficha de Acompanhamento de Vestígios (FAV), disponível no
Sistema de Mobilidade em Operações de Segurança Pública (MOP). Contudo, em
face de eventual indisponibilidade ou absoluta impossibilidade de utilização do
aplicativo MOP, o inciso I do Art. 6º assevera que: “o devido registro dos dados
deverá ocorrer em formulário impresso da FAV, conforme Anexo I da Portaria SSP
nº 108/2022 e suas atualizações;”.

A portaria destaca a importância de centrais de custódia de vestígios,


mencionando a guarda, controle, e as condições ambientais ideais para a
preservação dos vestígios. A devolução dos vestígios à central de custódia ocorre
após os exames periciais, sendo que o descarte segue os dispositivos legais
vigentes. Ainda sobre as Centrais de custódia, o Art. 9º, parágrafo 1º declina que:
“Enquanto inexistentes ou indisponíveis as denominadas centrais de custódia, os
vestígios serão recepcionados em espaço pré-determinado pela Diretoria Geral do
Departamento de Polícia Técnica.”.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 36


Em seu artigo 10, a portaria trata sobre a entrega e o recebimento de vestígios. No
parágrafo 3º é estabelecido que “nos casos de NÃO RECEBIMENTO e NÃO
CONFORMIDADE do material e/ou documento, deverá ser preenchido o Termo de
NÃO CONFORMIDADE no MOP ou em formulário físico”. O motivo da não
conformidade ou recusa do recebimento deverá ser registrado.

Para garantir a aplicação desses procedimentos, a portaria estabelece a


necessidade de seguir os Procedimentos Operacionais Padrões e Instruções
Técnicas expedidas pelo Departamento de Polícia Técnica, proporcionando um
padrão consistente e eficaz na gestão da cadeia de custódia de vestígios no
Estado da Bahia, bem como no uso adequado das embalagens dos vestígios,
como as apresentadas na figura 10.

O DPT publicou também o Procedimento Operacional Padrão (POP) P000001,


visando orientar as etapas de preservação e controle da cadeia de custódia de
vestígios criminais encaminhados às unidades do Departamento de Polícia
Técnica da Bahia, tendo como público-alvo servidores das Forças Policiais que
compõem a SSP/BA que encaminham vestígios aos Institutos vinculados ao DPT
para fins de realização de exames periciais.

Em caso de dúvidas ou situações não previstas, o


Departamento de Polícia Técnica pode ser contatado por meio
do número (71) 3116-8600 ou do e-mail iccv@dpt.ba.gov.br,
garantindo um suporte eficiente para a aplicação da portaria.

Figura 10: Tipos de embalagens e


lacres oficiais.
Fonte: @dptbahia (2024).

Acesse aqui o
Procedimento
Operacional Padrão
(POP) P000001

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 37


HORA DA REVISÃO
CONCLUINDO:

Neste módulo 2, você aprendeu que:

A Lei nº 13.964/2019 promoveu alterações no


Código de Processo Penal, nas questões
relacionadas ao exame de corpo de delito, da
cadeia de custódia e das perícias em geral,
conforme artigos 158-A até 158-F.
Os conceitos legais de cadeia de custódia e de
vestígio se encontram no artigo 158-A da Lei nº
13.964/2019.
A cadeia de custódia de vestígios está
fundamentada em 10 etapas, descritas no artigo
158-B da Lei nº 13.964/2019.
As diretrizes e procedimentos para a
implementação do processo de cadeia de
custódia de vestígios no âmbito do Sistema
Estadual de Segurança Pública estão descritas
na Portaria n.º 108, emitida pela Secretaria da
Segurança Pública do Estado da Bahia,
publicada no Diário Oficial do Estado em 31 de
março de 2022.
A representação gráfica do Processo de Cadeia
de Custódia, com o passo a passo para execução
sua correta está disponível no Anexo I da
Portaria SSP n.º 108, e, no Anexo II, encontra-se o
Procedimento Operacional Padrão n.º 002/SSP
que detalha as atividades do Processo de
Cadeia de Custódia apresentado no Anexo I.
As especificidades do processo de cadeia de
custódia de vestígios para as atividades
desempenhadas pela PMBA estão explicitadas
na Portaria PMBA n.º 174, de 27 de dezembro de
2022.
De acordo com a Portaria PMBA n.º 174, é
proibida a entrada em locais isolados e a
remoção de vestígios antes da liberação por
parte do perito oficial responsável (Art. 4º).

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 38


HORA DA REVISÃO
CONCLUINDO:

Neste módulo 2, você aprendeu que


(continuação):

A Portaria PCBA n.º 364, de 07 de agosto de


2023, estabelece os procedimentos para a
garantia da cadeia de custódia de vestígios no
âmbito da Polícia Civil do Estado da Bahia.

Segundo o Art. 5º da Portaria PCBA n.º 364 a


PCBA, ao encontrar um local de crime sem
preservação, deverá iniciar os procedimentos de
isolamento de local, atentando para a
conservação dos vestígios e do processo de
cadeia de custódia e aguardar a chegada da
perícia.
A Portaria DPT n.º 86, de 29 de setembro de
2023 estabelece o procedimento para a garantia
da cadeia de custódia de vestígios no âmbito do
Departamento de Polícia Técnica do Estado da
Bahia, e dá outras orientações, juntamente com
o POP P000001.
A Portaria DPT nº 086 destaca no parágrafo 3º
do artigo 2º que após o término dos trabalhos
técnicos de perícia no local, cabe ao perito
oficial responsável comunicar a autoridade
competente a liberação do local de crime.

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 2: Marcos normativos 39


MÓDULO 3
PROCEDIMENTOS BÁSICOS

Apresentação do módulo

Este módulo irá abordar os procedimentos básicos e fatores críticos de sucesso


que precisam ser observados pelos agentes integrantes do SESP para a
preservação e manutenção da cadeia de custódia de vestígios. O módulo também
fará uma breve discussão sobre quais são os profissionais responsáveis pela cadeia
de custódia de vestígios.

Objetivos do módulo:

Este módulo tem por objetivos:


Apresentar as etapas da cadeia de custódia de vestígios;
Identificar quais são os profissionais responsáveis pela cadeia de custódia de
vestígios; e
Explicitar os fatores críticos de sucesso para a preservação da cadeia de
custódia de vestígios.

Estrutura do módulo

Este módulo compreende as seguintes aulas:


Aula 1 - As 10 etapas da cadeia de custódia de vestígios
Aula 2 - Os profissionais responsáveis pela cadeia de custódia de vestígios
Aula 3 - Fatores críticos de sucesso para a preservação da cadeia de custódia de

vestígios

SSP Bahia - Curso de Introdução à Cadeia de custódia - Módulo 3: Procedimentos básicos 40


AULA 1 - AS 10 FASES DA CADEIA
DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

Como abordado no Módulo 2 do nosso curso, o Código de Processo Penal (CPP),


em seu artigo 158-B, determina as dez (10) fases essenciais para a cadeia de
custódia: reconhecimento, isolamento, fixação, coleta, acondicionamento,
transporte, recebimento, processamento, armazenamento e descarte. Estas fases
se desdobram tanto na etapa externa quanto na interna da cadeia de custódia.

A cadeia de custódia é um conjunto de procedimentos utilizados para garantir a


integridade, autenticidade e rastreabilidade de vestígios e provas materiais ao
longo de sua manipulação no processo criminal. Essa cadeia é composta por duas
fases distintas: a fase externa e a fase interna.

FASE EXTERNA DA CADEIA DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

1 2 3 4

RECONHECIMENTO ISOLAMENTO FIXAÇÃO COLETA

Inicia-se com a Evita a entrada Descrição Recolhimento


preservação do de pessoas não detalhada dos dos vestígios de
local de crime autorizadas e a vestígios no maneira
ou a detecção remoção de local do crime cuidadosa e
vestígios antes
de vestígios ou no corpo de respeitando
da liberação pelo
durante delito, suas
perito oficial
procedimentos responsável. registrada no características,
policiais ou Qualquer laudo pericial. com atenção à
periciais. violação nesse preservação da
estágio pode ser integridade das
considerada evidências.
fraude
processual.

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FASE INTERNA DA CADEIA DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

ACONDICIONAMENTO

Embalagem individualizada dos vestígios, considerando suas


5 propriedades físicas, químicas e biológicas, garantindo a
preservação.

TRANSPORTE

Transferência dos vestígios de um local para outro, com condições


6
adequadas para manter suas características originais.

RECEBIMENTO

Ato formal de transferência da posse do vestígio, documentado


7
com informações detalhadas.

PROCESSAMENTO

Realização dos exames periciais necessários de acordo com as


8
normas técnicas e procedimentos operacionais.

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FASE INTERNA DA CADEIA DE CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

ARMAZENAMENTO

Guarda do material em condições adequadas até seu descarte ou


9
utilização posterior.

DESCARTE

Procedimento de liberação do vestígio, seguindo as disposições


10
legais e os padrões operacionais.

É crucial seguir rigorosamente cada fase para preservar a cadeia de custódia,


assegurando a admissibilidade e confiabilidade das evidências no processo legal.
Qualquer desvio ou falha pode comprometer a integridade das provas, gerando
consequências jurídicas adversas, como a invalidação da evidência em questão.
Portanto, o cumprimento cuidadoso dessas fases é fundamental para garantir a
justiça e a eficácia do sistema legal.

Embora não haja uma graduação de importância entre as etapas, é importante


destacar que se uma etapa não for realizada, for ineficiente ou inadequada, como
discutido em aula anterior, toda a cadeia de custódia será comprometida,
podendo afetar diretamente a integridade da prova material.

Assim, para que a cadeia de custódia seja mantida com toda a autenticidade e
confiabilidade da prova material, as etapas acima precisam ser executadas de
maneira adequada como previsto em legislação.

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AULA 2 - OS PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS
PELA CADEIA DE CUSTÓDIA
DE VESTÍGIOS
A cadeia de custódia de vestígios é um processo fundamental no contexto
forense, e sua eficácia depende da atuação coordenada de diversos profissionais
especializados. Entre esses, destaca-se o papel crucial dos peritos oficiais,
encarregados do reconhecimento, isolamento, fixação, coleta e processamento de
vestígios. Esses profissionais, muitas vezes com formação multidisciplinar,
desempenham um papel vital na preservação da integridade das evidências
desde o local do crime até sua análise laboratorial, contribuindo diretamente para
a robustez da cadeia de custódia. A qualificação desses profissionais é
imprescindível para esse propósito. A figura 11 demonstra uma das capacitações já
realizadas sobre o tema.

Além dos peritos, os demais profissionais de segurança pública têm


responsabilidades significativas na fase inicial da cadeia de custódia. São eles que
muitas vezes identificam os vestígios nos locais de crime, delimitam o perímetro,
garantem a segurança e preservação do ambiente, sendo, assim, os primeiros elos
na cadeia. A atuação diligente desses profissionais é crucial para assegurar a
continuidade da cadeia de custódia, sendo imperativo seguir protocolos
específicos para evitar qualquer comprometimento.
Figura 11: Curso de Formação de
Os profissionais encarregados do Formadores sobre Cadeia de custódia,
transporte e recebimento dos vestígios realizado pela SIAP/SSP em agosto 2023,
com representantes de todas as
também desempenham um papel
Instituições de Segurança Pública.
vital. Qualquer falha nessa etapa pode
resultar na perda de informações
cruciais. A identificação cuidadosa,
registro preciso e documentação
adequada durante o recebimento são
tarefas que requerem atenção
meticulosa para garantir a transição
suave dos vestígios entre as diferentes
fases da cadeia de custódia.

Fonte: SIAP/SSP (2023).

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A importância de cada profissional na cadeia de custódia reside na sua
contribuição específica para a preservação da autenticidade e rastreabilidade das
evidências. Desde os primeiros respondentes até os peritos laboratoriais, todos
desempenham papéis interligados para garantir que o processo seja conduzido
de acordo com padrões rigorosos. A colaboração efetiva e o cumprimento de
procedimentos padronizados são essenciais para sustentar a cadeia de custódia
como uma base sólida para o sistema de justiça, fornecendo evidências confiáveis
para a investigação e o processo legal.

SAIBA MAIS!

Para fortalecer a atuação de todos os profissionais da


segurança pública, a transferência do conhecimento a
respeito da cadeia de custódia ocorrerá por meio da
atuação de pontos focais em cada Unidade Policial, pela
realização de cursos presenciais integrados e cursos na
modalidade à distância etc. Acesse o link e saiba mais.

Link: Curso de Formadores em Cadeia de Custódia é


realizado pela SSP

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AULA 3 - FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
PARA A PRESERVAÇÃO DA CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

Considerando todo o conteúdo apresentado nos módulos e aulas anteriores e


com base na Lei Federal nº 13.964 e nas portarias publicadas por cada Instituição
de segurança pública, tem-se a seguir os fatores críticos de sucesso para a
preservação da cadeia de custódia de vestígios:

Priorizar sempre a realização do isolamento do local do crime, se


couber.

No caso de realização do isolamento do local do crime, certificar-se se


a Polícia Civil já foi acionada para a ocorrência e aguardar a chegada
da perícia.

Não sendo necessário realizar o isolamento do local do crime, realizar o


acondicionamento adequado dos vestígios por ventura coletados nas
embalagens oficiais ou provisórias disponíveis.

Deve-se, antes do acondicionamento, examinar as embalagens e lacres


em busca de defeitos de fabricação, descoloração, falta de numeração
identificadora ou outras características que comprometam seu uso.

Caso o vestígio, em razão de sua dimensão, não possa ser


acondicionado em uma embalagem, deverá ser afixada nele uma
etiqueta a fim de possibilitar sua individualização e registro na FAV.

Em caso de indisponibilidade das embalagens oficiais, utilizar


embalagens plásticas transparentes resistentes, lacrando com etiqueta
de papel numerada (Art. 8º, I, Portaria SSP n.º 108/2022).

Sempre realizar o registro dos vestígios na FAV.

Durante o registro de um vestígio, sempre que possível, buscar deixar registrado qual
o vínculo do vestígio com o(s) suspeito(s) envolvidos na ocorrência, ou seja, descrever
na FAV se o vestígio estava com o suspeito, em seu bolso ou sua mochila, por
exemplo, ou próximo a ele.

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Tem-se a seguir os fatores críticos de sucesso para a preservação da cadeia de
custódia de vestígios (continuação):

Considerando que as embalagens dos vestígios são transparentes para


facilitar sua visualização, evitar romper o lacre para conferências
irrelevantes.

Em caso de rompimento de lacre, acidental ou intencional, sempre


inserir o lacre rompido na embalagem que será lacrada com novo
lacre, sempre registrando o motivo do rompimento na FAV.

Sugere-se manter uma versão impressa da FAV e dos lacres do tipo


etiqueta, juntamente com as embalagens e lacres plásticos, em posse
das equipes/guarnições de serviço/plantão.

Jamais transferir a custódia de um vestígio sem realizar o devido


registro dessa movimentação na FAV, inclusive quando essa
movimentação ocorra dentro da uma mesma Unidade.

Preferencialmente, fazer constar no registro do boletim de ocorrência a


numeração dos vestígios apresentados registrados na FAV.

Nos casos de não recebimento e não conformidade do material e/ou


documento, deverá ser preenchido o Termo de não conformidade no MOP
ou em formulário físico, informando o motivo da não conformidade ou recusa
do recebimento do vestígio.

Caso o vestígio seja totalmente consumido na realização da perícia, o


perito oficial deve realizar o encerramento da cadeia de custódia na
FAV e fazer constar a informação no respectivo laudo pericial.

A observância rigorosa desses procedimentos é essencial para assegurar a cadeia


de custódia de vestígios, fornecendo uma base robusta para a produção de provas
materiais em processos judiciais. O descumprimento de qualquer uma dessas
etapas compromete a integridade das evidências, podendo resultar na
inadmissibilidade no tribunal e prejudicar a busca pela verdade no sistema de
justiça.

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HORA DA REVISÃO
CONCLUINDO:

Neste módulo 3, você aprendeu que:

Cada uma das 10 fases da cadeia de custódia,


quais sejam o reconhecimento, isolamento,
fixação, coleta, acondicionamento, transporte,
recebimento, processamento, armazenamento
e descarte, tem aspectos particulares que
precisam ser observados durante a execução
das atividades de segurança pública.
A cadeia de custódia de vestígios é composta
por duas fases distintas: a fase externa e a fase
interna.
Além dos peritos, os profissionais da segurança
pública têm responsabilidades significativas na
fase inicial da cadeia de custódia e na sua
preservação.
Qualquer falha no transporte e recebimento dos
vestígios pode resultar na perda de informações
cruciais para a realização da perícia.
Existem fatores críticos de sucesso para a
preservação da cadeia de custódia de vestígios.
A observância rigorosa desses fatores é
essencial para assegurar a cadeia de custódia
de vestígios, fornecendo uma base robusta para
a produção de provas materiais que serão
usados nos processos judiciais.

Parabéns por ter concluído o Curso de


Introdução à Cadeia de custódia!

Lembre-se de verificar o material complementar e


acessar os links disponibilizados.

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REFERÊNCIAS

BAHIA. Secretaria da Segurança Pública. Portaria Nº 108, de 30 de março de 2022.


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BAHIA. Polícia Militar da Bahia. Portaria Nº 174-CG/22 de 27 de dezembro de 2022.


Boletim Geral Ostensivo, Salvador, 27 dez. 2022b.

BAHIA. Polícia Civil do Estado da Bahia. Portaria Nº 364, de 07 de agosto de 2023.


Diário Oficial do Estado, Salvador, 25 ago. 2023a.

BAHIA. Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia. Portaria Nº 86, de 29


de setembro de 2023. Diário Oficial do Estado, Salvador, 30 set. 2023b.

BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. CÓDIGO DE PROCESSO


PENAL BRASILEIRO. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
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BRASIL. Lei nº 11.690 de 9 de junho de 2008. Altera dispositivos do Decreto-Lei no


3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, relativos à prova, e dá
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BRASIL. Procedimento operacional padrão: perícia criminal. Secretaria Nacional


de Segurança Pública. Brasília: Ministério da Justiça, 2013.

BRASIL. Portaria nº 82, de 16 de julho de 2014. Estabelece as Diretrizes sobre os


procedimentos a serem observados no tocante à cadeia de custódia de vestígios.
Diário Oficial da União. Brasília, DF, Secretaria Nacional de Segurança Pública, 18
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BRASIL. Lei nº 13.964 de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e


processual penal. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 29 dez. 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3.
Acesso em: 14 abr. 2021.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus nº 653.515, Poder Judiciário,


Brasília, 2021.

BRENNER, John C. Forensic science: an illustrated dictionary. Boca Raton: CRC


Press, 2004.

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SILVA, Tiago Ferreira da. Cadeia de Custódia e a Perícia Criminal após o advento
da Lei 13.964 de 2019. Monografia (Especialização) –Academia de Bombeiros Militar
da Bahia (ABM), Simões Filho, 2021.

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locais de morte violenta: investigação pericial e policial. 2. ed. Capinas: Millennium
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SOUZA, Claudio José Araújo. Proposta de cartilha sobre cadeia de custódia de


vestígios para a Polícia Militar da Bahia. Monografia (Especialização) –Academia de
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VALENTE, Manuel Monteiro Guedes. Cadeia de Custódia da Prova. 2ª edição,


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CURSO DE
INTRODUÇÃO À CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS

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