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Curso de Introducao A CDC EAD 2024
Curso de Introducao A CDC EAD 2024
INTRODUÇÃO À CADEIA DE
CUSTÓDIA DE VESTÍGIOS
GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA
Jerônimo Rodrigues
COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR
Cel BM Adson Marchesini
DIRETORA-GERAL DO DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA TÉCNICA
Perita Criminal Ana Cecília Cardoso Bandeira
CONTEUDISTAS/AUTORES
Maj PM Tatiana Eleutério D’Almeida e Pinho
Ten PM Paulo Cezar Miranda Assis
Sgt PM Vanessa de Oliveira Santana
REVISÃO
Perito Criminal Osvaldo Silva
Carolina dos Santos Oliveira
APRESENTAÇÃO DO CURSO 06
OBJETIVOS DO CURSO 07
OBJETIVO GERAL 07
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 07
MÓDULO 1 - CONCEPÇÕES INICIAIS 08
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 08
OBJETIVOS DO MÓDULO 08
ESTRUTURA DO MÓDULO 08
CONCLUINDO O MÓDULO 1 21
MÓDULO 2 - MARCOS NORMATIVOS 22
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 22
OBJETIVOS DO MÓDULO 22
ESTRUTURA DO MÓDULO 22
Aula 1 - A Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019, 24
e o aperfeiçoamento da legislação nacional
referente à cadeia de custódia de vestígios.
Aula 2 - A Portaria SSP n.º 108, de 30 de março de 26
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 40
OBJETIVOS DO MÓDULO 40
ESTRUTURA DO MÓDULO 40
Aula 1 - As 10 fases da cadeia de custódia de 41
vestígios
Aula 2 - Os profissionais responsáveis pela cadeia 44
de custódia de vestígios
Aula 3 - Fatores críticos de sucesso para a 46
preservação da cadeia de custódia de vestígios
CONCLUINDO O MÓDULO 3 48
REFERÊNCIAS 49
APRESENTAÇÃO DO
CURSO
Estimado(a) aluno(a)
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
Apresentação do módulo:
Objetivos do módulo:
Estrutura do módulo:
Cabe destacar que a produção da Prova Pericial no Brasil é realizada pelos órgãos
de Perícia Oficial de natureza criminal: as Polícias Técnico-científicas ou
Superintendências Técnicos-científicas, na esfera estadual e no Distrito Federal, e
o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, na esfera federal. Na
Bahia, o Departamento de Polícia Técnica (DPT/BA) é órgão de Perícia Oficial do
Estado. Estando subordinado em regime de administração direta à Secretária da
Segurança Pública, o DPT integra o Sistema Estadual da Segurança Pública
(SESP).
Dessa forma, a prova material, aliada a uma cadeia de custódia bem estabelecida
e mantida, desempenha um papel crucial na investigação criminal e no processo
judicial, contribuindo para a busca da verdade, a garantia da justiça e a proteção
dos direitos dos envolvidos. A confiabilidade e a integridade das evidências físicas
são alicerces fundamentais para a condenação de culpados e a absolvição de
inocentes, assegurando o devido processo legal no âmbito do sistema judicial
brasileiro. A figura 2 demonstra a realização do trabalho da perícia com o devido
registro de informações para preservação da cadeia de custódia.
Figura 2: Simulação de
perícia em local de crime
com uso da Ficha de
Acompanhamento de
Vestígios (FAV) digital no
Sistema de Mobilidade
em Operações de
Segurança Pública
(MOP) disponível no
rádio de comunicação
LTE.
A persecução penal visa garantir que a justiça seja feita, que os direitos das partes
envolvidas sejam respeitados e que, no final, uma decisão justa seja proferida. É
uma parte fundamental do sistema de justiça criminal, e sua condução é guiada
por princípios legais e garantias fundamentais, como o devido processo legal, a
presunção de inocência e o direito à defesa.
Esta visão reforça a importância não apenas no trato com os vestígios, mas
principalmente com sua embalagem, como apresentado na figura 3, e toda a
documentação cronológica dos registros durante a “existência” do vestígio.
Nesse sentido, BRENNER, 2004, destaca que a cadeia de custódia precisa garantir
a integridade e confiabilidade dos vestígios, da coleta ao seu descarte. E para isso,
é imprescindível que as forças policiais persistam em possibilitar o rastreio do
manuseio e dos armazenamento dos vestígios. Sobre isto, assevera Edinger, 2016,
p. 239, “é dever do Estado e, também, direito do acusado, identificar, de maneira
coerente e concreta, cada elo, a partir do momento no qual o vestígio foi
encontrado. Assim, fala-se em cadeia de custódia íntegra quando se fala em uma
sucessão de elos provados.”.
Para isto foi instituída na Portaria SSP n.º 108/2022 a Ficha de Acompanhamento
de Vestígios (FAV). Ela apresenta os campos para registro individualizado das
informações relativas ao vestígio, partindo da análise do isolamento de local de
crime, onde o vestígio porventura fora localizado, até o momento de seu descarte.
A FAV será apresentada a seguir nas figuras 4 e 5.
VOCÊ SABIA?
SAIBA MAIS!
Apresentação do módulo:
Objetivos do módulo:
de custódia de vestígios.
Estrutura do módulo:
Aula 2 – A Portaria SSP n.º 108, de 30 de março de 2022, dispõe sobre o processo
de cadeia de custódia de vestígios no âmbito do Sistema Estadual de Segurança
Pública e outros aspectos relativos ao processo de cadeia de custódia.
Segundo Nucci (2020, p.1) “a legislação tornou-se mais rigorosa em certos pontos,
exatamente onde havia necessidade”. Embora as mudanças promovidas pela Lei
nº 13.964/2019 pudessem ter avançado ainda mais na modernização de nossa
legislação criminal, sem dúvidas foram estabelecidas alterações muito positivas
ao ordenamento jurídico brasileiro.
1. Reconhecimento 6. Transporte
2. Isolamento 7. Recebimento
3. Fixação 8. Processamento
4. Coleta 9. Armazenamento
A coleta dos vestígios, de maneira a preservar a sua cadeia de custódia, foi prevista
no artigo 158-C.
A Portaria SSP n.º 108 estabelece diretrizes para a atuação dos profissionais
envolvidos na custódia de vestígios, ressaltando a importância da observância dos
princípios éticos e técnicos relacionados à manipulação e ao armazenamento
dessas evidências. Ela define responsabilidades e procedimentos a serem
seguidos, desde a coleta inicial até o descarte, abrangendo áreas como a
documentação, o acondicionamento, o transporte, o armazenamento e a
destinação final dos vestígios.
Dessa forma, a Portaria SSP n.º 108 se propõe a contribuir para a garantia da
validade das provas materiais em investigações criminais, evitando a
contaminação, adulteração ou perda das evidências ao longo do processo. Com
esse mister, essa portaria, em seu Anexo I, descreve o Processo de Cadeia de
Custódia, um passo a passo para execução sua correta.
No Anexo II da Portaria SSP n.º 108, tem-se o Procedimento Operacional Padrão n.º
002/SSP que detalha as atividades do Processo de Cadeia de Custódia
apresentado no Anexo I.
Por fim, a Portaria SSP n.º 108, em seu Anexo V, apresenta o formulário
correspondente à Ficha de Acompanhamento de Vestígios para os devidos
registros relativos às informações, à posse, transferência e manuseio vestígio.
VOCÊ SABIA?
Após a publicação desse marco, foi instituído um novo grupo de trabalho com
representantes das Instituições de Segurança Pública (ISP) para adotar as ações
necessárias, especialmente as relativas à capacitação, estruturação das centrais de
custódias, comunicação institucional, demais protocolos e processos internos,
bem como o desenvolvimento e implantação da Ficha de Acompanhamento de
Vestígio no aplicativo MOP (Sistema de Mobilidade Policial) para o pleno
funcionamento do processo de Cadeia de custódia.
VOCÊ SABIA?
A Portaria n.º 364 emitida pela Delegada-Geral da Polícia Civil do Estado da Bahia
estabelece procedimentos para garantir a cadeia de custódia de vestígios no
âmbito da Polícia Civil. Essa iniciativa se fundamenta nas alterações em matéria
processual penal introduzidas pela Lei nº 13.964/2019, que visa garantir a
idoneidade e rastreabilidade da prova pericial por meio da Cadeia de Custódia de
Vestígios.
Segundo o Art. 5º, “ao encontrar um local de crime sem preservação, a PCBA
deverá iniciar os procedimentos de isolamento de local, atentando para a
conservação dos vestígios do processo de cadeia de custódia e aguardar a
chegada da perícia.”
A Portaria n.º 364 esclarece qual procedimento deve ser adotado em caso de
dúvidas relativas aos vestígios: “Art. 8º, inciso VII - havendo dúvida na natureza e
separação do vestígio ou quando o material, em razão de sua natureza ou
morfologia apresentar risco físico, químico ou biológico, caberá ao policial civil,
imediatamente, entrar em contato com as centrais de custódia, vinculadas ao
DPT ou outra unidade do DPT correspondente que possa prestar esclarecimentos.
Após reforçar a definição do CPP de cadeia de custódia em seu Art. 2º, a Portaria nº
086 destaca no parágrafo 3º desse artigo que “Cabe ao perito oficial responsável
comunicar a autoridade competente a liberação do local de crime, após o término
dos trabalhos técnicos de perícia no local.”
O DPT destaca em seu documento que “Não são englobados no conceito descrito
como “vestígio” os bens apreendidos que não apresentem interesse à produção de
prova material.” (Art.5º).
A coleta dos vestígios deve preferencialmente ser realizada por perito oficial, e em
casos de coleta imediata sem a presença do perito, a legislação vigente deve ser
estritamente seguida. A entrega e recebimento dos vestígios são atos formais,
documentados na Ficha de Acompanhamento de Vestígios (FAV), disponível no
Sistema de Mobilidade em Operações de Segurança Pública (MOP). Contudo, em
face de eventual indisponibilidade ou absoluta impossibilidade de utilização do
aplicativo MOP, o inciso I do Art. 6º assevera que: “o devido registro dos dados
deverá ocorrer em formulário impresso da FAV, conforme Anexo I da Portaria SSP
nº 108/2022 e suas atualizações;”.
Acesse aqui o
Procedimento
Operacional Padrão
(POP) P000001
Apresentação do módulo
Objetivos do módulo:
Estrutura do módulo
vestígios
1 2 3 4
ACONDICIONAMENTO
TRANSPORTE
RECEBIMENTO
PROCESSAMENTO
ARMAZENAMENTO
DESCARTE
Assim, para que a cadeia de custódia seja mantida com toda a autenticidade e
confiabilidade da prova material, as etapas acima precisam ser executadas de
maneira adequada como previsto em legislação.
SAIBA MAIS!
Durante o registro de um vestígio, sempre que possível, buscar deixar registrado qual
o vínculo do vestígio com o(s) suspeito(s) envolvidos na ocorrência, ou seja, descrever
na FAV se o vestígio estava com o suspeito, em seu bolso ou sua mochila, por
exemplo, ou próximo a ele.
LIMA, Renato Brasileiro de. de. Código de Processo Penal. Vol. único. 9ª Ed.
Salvador, JusPodivm, 2021.
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito processual penal. São Paulo : Saraiva, 2018.
SILVA, Tiago Ferreira da. Cadeia de Custódia e a Perícia Criminal após o advento
da Lei 13.964 de 2019. Monografia (Especialização) –Academia de Bombeiros Militar
da Bahia (ABM), Simões Filho, 2021.
VELHO, Jesus Antônio; COSTA, Karina Alves; DAMASCENO, Clayton Tadeu Mota.
Locais de crime: dos vestígios à dinâmica criminosa. Campinas: Millennium, 2013.