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INTRODUÇÃO À SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Apresentação da disciplina e do instrutor

Curso: Fundamentos de Segurança Contra Incêndio

Disciplina: Introdução à Segurança Contra Incêndio e Pânico

Carga horária: 4 horas aula

Instrutor: Major BM Felipe Gelain

e-mail: dsciengenharia@cbm.sc.gov.br

Telefone: (48) 3665-8521 / (48) 99137-3167


Apresentação dos alunos

Nome:

Local de onde veio:

Formação:

Experiência profissional:

Expectativas com o curso:

Aqui o choro é livre!!!


Agenda do curso
Objetivos de desempenho do curso

➔ Compreender o SSCI e Pânico de forma geral;


➔ Desenvolver um raciocínio lógico sobre o fluxo do serviço de regularização;
➔ Compreender o processo de enquadramento e dimensionamento dos sistemas;
➔ Compreender o processo fiscalizatório de eventos temporários;
➔ Compreender o processo fiscalizatório de eventos com espetáculos pirotécnicos;
➔ Compreender a aplicabilidade do poder de polícia do CBMSC.
Avaliações

➔ Avaliação de Aprendizagem I (teórica - Nota de 0 a 10 - peso 1)


a. Unidade didática 1 - Introdução a SCI e Pânico
b. Unidade didática 2 - Princípios da SCI e Pânico
c. Unidade didática 3 - Regularização de imóveis e medidas compensatórias
➔ Avaliação de Aprendizagem II (teórica - Nota de 0 a 10 - peso 1)
a. Unidade didática 6 - Regulação de eventos e prevenção em espetáculos
pirotécnicos
b. Unidade didática 7 - Processo administrativo infracional e recursos
administrativos
➔ Avaliação Geral (teórica - Nota de 0 a 10 - peso 1)
a. Unidade didática 10 - Aspectos Técnicos da Segurança Contra Incêndio e Pânico
Ética e Conduta

● Ética no desempenho da atividade


○ Princípio da legalidade

○ Princípio da igualdade

● Apresentação pessoal no desempenho da atividade


○ A forma como você se apresenta pode influenciar significativamente as percepções que os outros têm de você;

○ A apresentação pessoal é muitas vezes considerada um reflexo do profissionalismo de uma pessoa. A forma

como você se veste, fala e se comporta pode influenciar a maneira como seus pares, subordinados, superiores

e sociedade o vêem;

○ De modo geral, buscar atentar-se: ao asseio pessoal, linguagem, forma de abordagem (especialmente público

externo).
Vídeo casamento Iraque 26-09-2023
Fatos Históricos no Brasil

➔ Grand Circus - Niterói/RJ - Dez/1961


◆ Lona em tecido de algodão revestido

de parafina, altamente inflamável;

◆ Local com lotação máxima - 3000 pessoas;

◆ Incêndio criminoso (vingança);

◆ + de 500 mortos (70% crianças).


Fatos Históricos no Brasil

➔ Edifício Andraus - São Paulo/SP - Fev/1972


○ 1º grande incêndio em prédios elevados no Brasil

○ Edifício comercial (31 andares - concreto armado e pele de vidro)

○ Incêndio teve início em um dos cartazes de publicidade

○ Prédio não possuía escada de emergência

○ Pele de vidro colaborou para a rápida propagação

○ 16 mortos e 336 feridos

○ Após o incêndio foram criados GT (reformulação C.Obr e CBM)

○ Os estudos foram engavetados e não prosperaram.


Fatos Históricos no Brasil

➔ Edifício Joelma - São Paulo/SP - Fev/1974


○ Edifício misto (estacionamentos e escritórios);

○ 23 andares em concreto armado;

○ Incêndio teve início - AC no 12º andar

○ Prédio não possuía escada de emergência

○ 189 mortos e 320 feridos;

○ Pessoas se projetaram pela fachada do prédio para fugir das chamas;

○ Incêndio causou grande impacto, dando início ao processo de reformulação das medidas de segurança contra

incêndio.
Incêndios em Santa Catarina

➔ Principais incêndios na história recente de SC


○ Hospital de Caridade (1994) - Florianópolis/SC

○ Ponte Colombo Salles (2003) - Florianópolis/SC

○ Mercado Público (2005) - Florianópolis/SC;

○ Incêndio químico em galpão (2013) - São Francisco do Sul/SC


Importância dos Fatos Históricos para a SCI

● Os fatos históricos desempenham um papel crucial na segurança contra incêndios, pois fornecem

valiosas lições aprendidas ao longo do tempo. O estudo de incidentes passados e suas

consequências contribui para o aprimoramento das normas, regulamentos e práticas de segurança,

visando a prevenção de futuros desastres;

● De modo geral, a segurança contra incêndio sempre se desenvolveu de forma reativa, ou seja, com

atitudes tomadas após os incêndios. Possuímos exemplos recentes como o da boate em Santa

Maria, o que para o CBMSC resultou na aprovação do poder de polícia pela Assembleia Legislativa,

poder coercitivo do Estado, há mais de uma década solicitada sua regulamentação aos legisladores.
Atribuições Constitucionais do CBMSC

Quais são as atribuições do CBMSC?

Art. 108 da Constituição do Estado de Santa Catarina de 1989


Objetivos da Segurança Contra Incêndio

➔ Proteger vidas
➔ Proteger a propriedade
➔ Prevenir incêndios
➔ Limitar danos
➔ Manter a continuidade das operações
Organograma da DSCI

DSCI

Normatização Engenharia Perícia Análise Centralizada

Consulta
Norma Perícia Análise

BBM
Auditoria 1, 10, 4 e 8
Ensino e CPIN
Instrução 17/04: início da centralização 1° e 10º BBM
29/05: inclusão do 4° e 8°BBM
e-SCI
Organograma do SSCI

SSCI

Protocolo Análise Cartório Vistoria

● Atores importantes no SSCI:


○ Gestor do SSCI

○ Chefe do SSCI

○ Conselho Técnico de Segurança Contra Incêndio


Gestor do SSCI

● Atribuições previstas no Art. 20 da Dtz Op Nº 26-CmdoG

● Principais atribuições do Gestor do SSCI do BBM:


○ I - supervisionar o cumprimento das normas e orientações da DSCI

○ II - emitir pareceres referentes aos requerimentos técnicos, recursos técnicos e consultas técnicas, encaminhar as respectivas dúvidas e

deliberações à DSCI, quando necessário;

○ IV - realizar os cronogramas de fiscalização dos SSCIs de seu BBM;

○ VI - fiscalizar o cumprimento das metas do cronograma e planejamento;

○ VII - fiscalizar as condições técnicas e operacionais das OBMs, visando à melhoria contínua do SSCI;

○ VIII - atribuir as funções de “Autoridade Bombeiro Militar”

○ IX - supervisionar a produtividade dos SSCIs

○ XI - gerenciar os cadastros de OBMs e de usuários internos no e-SCI;

○ XII - ser o elo com a DSCI para fins de consulta à Divisão de Engenharia Contra Incêndio;

○ XIII - coordenar,realizar e supervisionar a instrução e capacitação da equipe integrante do SSCI do BBM


Chefe do SSCI

● Atribuições previstas no Art. 23 da Dtz Op Nº 26-CmdoG

● Principais atribuições do Chefe do SSCI:


○ I - supervisionar localmente o cumprimento das normas e orientações,

○ II - gerenciar o serviço prestado pelo SSCI, monitorando prazos, metas e resultados (vistorias e poder de polícia administrativa);

○ III - organizar e distribuir a demanda de vistorias

○ IV - emitir decisões e pareceres referentes aos requerimentos técnicos e consultas técnicas internas ou externas;

○ V - gerenciar o setor de processos administrativos

○ VI - acompanhar as vistorias de imóveis com os integrantes do SSCI, sempre que possível;

○ VII - atender profissionais, proprietários ou responsáveis por imóveis, quando necessário;

○ VIII - trabalhar para otimizar o serviço

○ IX - organizar operações setorizadas de vistorias em municípios onde não há OBM instalada;

○ X - gerenciar as permissões de acesso do efetivo local no e-SCI;

○ XI - ser o elo do SSCI com o Oficial Gestor do SSCI do Batalhão para fins de consulta;
Conselho Técnico de Segurança Contra Incêndio - ConSCI

● Compete ao ConSCI a decisão de recursos técnicos em segunda instância, a homologação


de decisão de primeira instância para sistemas indispensáveis e a revogação de atestados;

● As decisões recursais do ConSCI devem passar por homologação da DSCI;

● As decisões recursais de primeira instância não são homologadas pela DSCI;

● O conselho deve ser composto por no mínimo três bombeiros militares, da seguinte forma:
○ I - comandante do BBM, presidente do conselho;
○ II - um oficial integrante do SSCI (Gestor, Chefe do SSCI ou Chefe do setor de
análise); e
○ III - outros bombeiros militares designados pelo presidente do conselho
Evolução das NSCI em Santa Catarina

● Até a década de 70 as normas no Brasil eram:

○ Código de obras municipais;

○ Regulamentos dos Corpos de Bombeiros oriundos de seguradoras (basicamente exigiam

hidrantes para combate a incêndio;

● Lei nº 5190/1975 e Decreto nº43/1976

○ Instituíram a exigência de taxas estaduais para análise, habite-se e funcionamento.

● Em 1979 a versão revisada das normas passou a ser utilizada como padrão para os serviços

de prevenção de incêndio em todo o Estado. (Normas e Especificações de Prevenção Contra

Incêndios);
Evolução das NSCI em Santa Catarina

● Em 1981 foi publicada nova versão das normas, revisada e ampliada;

● Em 1982 foi editado o decreto 2010, aprovando as Normas e Especificações

de Prevenção Contra Incêndio do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, para

aplicação em todo Estado.

● Em 1987 é publicada a 4ª versão das normas;

● A 5ª versão das normas é publicada em fevereiro de 1994 (dec. 4909/94) -

Livro de capa vermelha.


Evolução das NSCI em Santa Catarina

● 27 de janeiro de 2013 - Incêndio na Boate Kiss;

● Em SC acelerou a aprovação da Lei e decreto que conferiram poder de

polícia administrativa ao CBMSC. (Lei 16.157 e Decreto 1.908 de 2013);

● Em 2017 foi aprovado no Congresso Nacional a lei 13425 - Lei Kiss:

○ Estabeleceu regras para estados e municípios, definindo competências e

responsabilidades sobre a segurança em casas de espetáculos.


Evolução das NSCI em Santa Catarina

● Em 2020 o CBMSC começou a implementar a análise digital dos PPCIs;

● Em 2022 foram publicadas novas versões das IN 01 parte 1 e IN02;

● Neste mesmo ano teve início o processo de simplificação;


Evolução das NSCI em Santa Catarina

● Atualmente novas mudanças estão sendo implementadas visando o

aprimoramento do Serviço de Segurança Contra Incêndio do CBMSC:


○ Melhoramentos no sistema e-sci;

○ Definição de responsabilidades (RT e RI);

○ Aplicação de IRA e IRV;

○ Focar na fiscalização;

○ Revisar todas as Instruções Normativas;

○ Centralizar a análise no Estado;

○ Possibilidade de análise de risco para aplicação de medidas compensatórias.


Perigo x Risco

● DEFINIÇÃO DE PERIGO: Perigo é uma condição, objeto ou atividade que

potencialmente pode causar lesões às pessoas, danos a bens, perda de pessoal ou

redução da habilidade para desempenhar uma função determinada.

● DEFINIÇÃO DE RISCO: Risco é a avaliação das consequências de um perigo,

expressa em termos de probabilidade e severidade, tomando como referência a pior

condição possível.

Exemplos de perigo e risco???


Gestão de riscos

● Conceito de Gestão de Riscos: ”A combinação entre a PROBABILIDADE que

determinado evento ocorra e os IMPACTOS por ele gerados, caso venha a

ocorrer.”


Definição de Gestão de Riscos: ”Gestão de Riscos é um PROCESSO

direcionado e aplicável a qualquer área da corporação que visa IDENTIFICAR,

ANALISAR e AVALIAR os RISCOS para possibilitar o desenvolvimento de

estratégias para a ELIMINAÇÃO dos perigos ou a MITIGAÇÃO dos RISCOS.”


Gestão de riscos
Principal método utilizado no CBMSC

● Diagrama de Pareto:

● Matriz de Risco:
Diagrama de Pareto

● O conceito de Diagrama de Pareto está intrinsecamente relacionado com o

princípio 80-20, ou lei 20/80.

● De acordo com esta lei, 20% dos clientes são responsáveis por 80% das

dos lucros de uma determinada empresa.

● Ainda, mais de 80% das descobertas no mundo científico resultam de 20%

dos cientistas.
Matriz de risco

● Também chamada de matriz de probabilidade e impacto, trata-se de uma ferramenta de


gerenciamento utilizada para identificar e determinar o tamanho de um risco e possibilitar as
ações de impedimento ou controle.
● O objetivo maior, é criar a oportunidade de preparação para algo que não pode ser evitado.
Neste sentido, existem dois critérios utilizados na matriz de risco que devem ser
considerados para a identificação antecipada de um ou mais problemas e determinar o grau
de ameaça que cada um apresenta:
Matriz de risco
Definição das ações
Exemplos
Mitigar os riscos

● A gestão de riscos baseia-se frequentemente no conceito de ALARP, do inglês “As


Low As Reasonably Practicable”, e traduzido como "tão baixo quanto
razoavelmente praticável"
● Todos os esforços devem ser feitos para reduzir os riscos para o nível mais baixo
possível até chegar a um ponto em que o custo da introdução de medidas de
segurança adicionais supera significativamente o benefício de segurança.
ALARP
Como determinar o nível de risco aceitável?

● Sempre que uma avaliação especializada ou as boas práticas não forneçam


evidências de que as ações mitigadoras (medidas compensatórias) são
razoavelmente praticáveis, pode ser necessária uma análise de custo-benefício. Isto
determina se o custo da implementação de uma medida específica é muito
desproporcional ao benefício de segurança associado.

● Se o controle de risco proposto representa uma boa prática, cumpre com padrões,
regras ou procedimentos da corporação, é relevante e está bem estabelecido, ele
pode significar evidência suficiente para concluir que o risco é razoavelmente
praticável.
Fluxograma do Gerenciamento de Risco
Importância do Sistemas de Segurança Contra Incêndio

● Os sistemas de segurança contra incêndio desempenham um papel crítico

na proteção de vidas, propriedades e ambientes.

● Sua importância abrange diversos aspectos:

○ Proteção de vidas;

○ Preservação de propriedades;

○ Prevenção de propagação de incêndios;

○ Alerta precoce e resposta rápida.


Importância do Sistemas de Segurança Contra Incêndio

● Conforme dados obtidos através da investigação de incêndios,

atualmente as residenciais unifamiliares (não são objeto de aplicação

das INs) são onde acontecem a maioria dos incêndios (60%), o que

indica que a exigência dos sistemas preventivos nos demais imóveis de

fato contribui para a segurança destes.


Sistemas de proteção contra incêndio

● Sistemas Passivos: O foco nesse caso é isolar o foco do incêndio com o objetivo de ganhar

tempo e evitar que a estrutura inteira do imóvel seja danificada.

Exemplos: Compartimentação, Isolamento de risco, materiais de acabamento, etc.

● Sistemas Ativos: O sistema de PACI (Proteção Ativa Contra Incêndios) basicamente consiste

no uso de equipamentos e medidas que visam o combate imediato de um incêndio já iniciado.

Exemplos: Extintores, alarmes, chuveiros automáticos, hidrantes, etc.


Lembre-se

“NÃO HÁ MÉRITO EM COMBATER UM


INCÊNDIO QUE PODERIA TER SIDO
EVITADO!”
(Lloyd Layman)
Agradecimento

OBRIGADO!

Major BM FELIPE GELAIN - Chefe da Divisão de Engenharia Contra Incêndio - DSCI/CBMSC

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