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O perfeccionista geralmente não exige perfeição em tudo, senão estaria louco, mas em
algumas coisas que são importantes para ele. Por exemplo, uma pessoa que valoriza a beleza
do corpo e é perfeccionista neste aspecto pode passar a vida infeliz com seu próprio corpo,
pois vive se comparando com o ideal de beleza que existe na mente dela e, como nunca
consegue atingi-lo, se sente inferior, com baixa auto-estima.
É freqüente encontrarmos perfeccionistas que são regidos pela lei do “Tudo ou nada”.
De acordo com essa lei, ou a pessoa é “tudo”, quando se aproxima do seu ideal de perfeição,
ou é “nada”, quando se afasta dele.
O medo de errar e virar um “nada” aos seus próprios olhos costuma ser constante. Em
decorrência deste medo, a pressão que ele exerce sobre si próprio pode ser intensa e gerar
muita ansiedade. Ele quer que o tempo passe logo, que as coisas aconteçam rapidamente para
ter a certeza de que saíram conforme o planejado. E se não saírem...alguém será massacrado e
culpabilizado, dependendo da personalidade do perfeccionista. Se for intrapunitivo, ele
mesmo será seu carrasco e lhe dará uma “surra” psíquica, se martirizando pelo menor erro
cometido. Se for extra punitivo, os outros levarão a culpa (o/a chefe, o/a filho/a,
companheiro/a, vizinho/a, Deus, o diabo, o destino, etc.).
A preocupação com o que os outros irão pensar e falar também é muito freqüente
nesse tipo de personalidade. Pensamentos do tipo “O que vão pensar de mim se eu fizer x, se
eu disser y, etc.” atormentam a mente do perfeccionista ao ponto de lhe causar insônia. Por
trás destas preocupações, existe o medo de ser rejeitado, de não ser aceito e amado como
gostaria.
O perfeccionista muitas vezes valoriza muito mais seus erros do que seus acertos. Faz
9 coisas certas, uma errada e acha que fez “tudo errado”. Por trás desta dinâmica psíquica
pode ter uma educação muito rígida e/ou erros graves cometidos no passado, talvez numa vida
passada, com conseqüências graves e com o respectivo sofrimento.
Buscar o melhor de si é legal, mas se culpar e condenar pelos erros é ruim, pois pode
provocar baixa auto-estima, conflitos intra-psíquicos sérios, raiva e vergonha de si mesmo,
podendo chegar à depressão.