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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

LONDRINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

•Câncer de pênis
•Antonio Fernandes Neto
Câncer de pênis
Epidemiologia

EPIDEMIOLOGIA
0,4% das malignidades nos EUA
No Brasil, representa 2,1% de todos os
casos de câncer que atingem o homem
É 5 vezes mais freqüente nas regiões
norte-nordeste do que nas regiões sul e
sudeste.
Câncer de pênis
Fatores de risco
Causas Aumento do Risco
Fimose e má higiene 3x
HPV 6x
Fumo 3x

HPV – associado a câncer de pênis:


16 e o 18 – presente em 30 a 60% dos
pacientes
Fimose e higiene precária - irritação crônica pelo
esmegma – presente em 75 a 90% dos
pacientes
Câncer de pênis
Lesões
1 - Lesões pré-cancerosas:
a) Leucoplasia
b) Balanite xerótica obliterante
c) Condiloma gigante acuminado (HPV 6,11,16,18,31 e 33)
d) Corno cutâneo
2 - Carcinoma in situ -pode progredir para CA invasivo
a) Papulose Bowenoide = doença de Bowen (HPV 16)
b) Eritroplastia de Queyrat = Bowen da mucosa
3 - Carcinoma Invasivo do Pênis:
a) Carcinoma epidermóide (95% das neoplasias do pênis)
b) Carcinoma verrugoso ou Buchke and Loewenstein (HPV 6
e 11)
Câncer de pênis
Critérios Anatomopatológicos

São classificados em:


a) carcinoma epidermóide (mais comum)
b) carcinoma basalóide
c) carcinoma verrucoso
d)carcinoma sarcomatoso
e) carcinoma epidermóide da variante
verrucosa
f) carcinoma papilar
Lesões Pré-cancerosas
Leucoplasia
Lesões Pré-cancerosas
Balanite xerótica obliterante
Lesões Pré-cancerosas
Condiloma gigante acuminado
Lesões Pré-cancerosas
Condiloma gigante acuminado
Lesões Pré-cancerosas
Corno cutâneo
Carcinoma in Situ
Papulose Bowenoide = Doença de Bowen
Carcinoma in Situ
Papulose Bowenoide = Doença de Bowen
Carcinoma in Situ
Eritroplastia de Queyrat = Bowen da mucosa
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide

Pacientes com carcinoma epidermóide apresentam,


caracteristicamente, lesão ulcerada ou vegetante rebelde ao tratamento
local, que acomete inicialmente glande e/ou prepúcio e, com freqüência,
tardam até por mais de um ano a procurar assistência médica
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide

Origina-se habitualmente na glande


podendo surgir no prepúcio e sulco balano
prepucial.
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma epidermóide
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma verrugoso = Buchke and Loewenstein
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma verrugoso = Buchke and Loewenstein

Carcinoma verrugoso - é uma variante especial de


carcinoma epidermóide de baixo grau de malignidade
que, apesar de seu notável crescimento endofítico e,
sobretudo, exofítico, raramente emite metástases
Carcinoma invasivo do pênis
Carcinoma verrugoso = Buchke and Loewenstein

O carcinoma verrucoso tem associação com HPV tipo 6


e 11 enquanto o carcinoma epidermóide invasivo tem
associação com os tipos 16 e 18.
Câncer de pênis
Apresentação clínica
O exame físico é principal método para
avaliação da extensão local.
Lesão verrucosa ou ulcerada na glande,
prepúcio ou corpo do pênis
Indivíduos não postectomizados
Infecção secundária comum
Gânglios inguinais palpáveis
Pouca ou nenhuma dor
Câncer de pênis
Apresentação clínica
Locais primários de origem do carcinoma do pênis
Locais Percentagem (%)
Glande 48

Prepúcio 21

Prepúcio,
14
glande e corpo
Glande e
9
prepúcio
Sulco coronal 6

Corpo
2
Câncer de pênis
História Natural
Lesão verrucosa ou ulcerada na glande
(48%) ou prepúcio (21%)
Tumores >5 cm ou com >75% da haste
peniana comprometida tem metástases
freqüentes e maior mortalidade
Metástases para gânglios inguinais femorais
e pélvicos
promovem necrose da pele, infecção e lesão
vascular
Maioria das mortes ocorrem em 2 anos nos
casos sem tratamento
Câncer de pênis
Diagnóstico diferencial do carcinoma epidermóide
1 - Lesões pré-cancerosas:
a) Balanite xerótica obliterante
b) Condiloma gigante acuminado
c) Corno cutâneo
2 - Carcinoma in situ
a) Papulose Bowenoide = doença de Bowen
b) Eritroplastia de Queyrat = Bowen da
mucosa
3- Lesões malignas
a) Melanoma
b) Sarcoma de Kaposi
c) Carcinoma secundário
Câncer de pênis
Diagnóstico - avaliação da extensão local

Avaliação clínica (palpação tumor + região


inguinal)
Biópsia
A biopsia é obrigatória para o estabelecimento
do diagnóstico de malignidade
– confirmação do diagnóstico
– avaliação da profundidade da invasão
– interpretação histológica
Ecografia e RMN não substituem a avaliação
clínica mas aumentam o número de descobertas
de cancro peniano
Câncer de pênis
Diagnóstico - biópsia
Em cunha, com ½ de pele sã e ½ tumoral. Se
há fimose, expor a lesão através de incisão
dorsal, em V, no prepúcio.
Quando o paciente já fez a biópsia em outro
serviço, solicitar as lâminas para revisão, em
todos os casos.
Graduação histológica (CEC): bem diferenciado
(70-80%), moderadamente diferenciado e
indiferenciado .
Classificação de Brothers G1, G2 e G3
Câncer de pênis
Diagnóstico - avaliação da extensão local

Erecção artificial pode aumentar a eficácia da


RMN concretamente quando o tumor está no
seu estádio primário (Scardino E, et al)
TAC e linfangiografia não fornecem informação
adicional ao exame físico, especialmente em
doentes que não têm adenopatias palpáveis
(Horenblas et al)
TAC abdomino-pélvico +Rx torácico+
Radionuclídeos ósseos - importantes na
avaliação da extensão metastática
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
A disseminação do carcinoma epidermóide de
pênis se faz, preferencialmente, por via linfática
aos linfonodos inguinais

Inicialmente superficiais e, a seguir, profundos.

Disseminação para linfonodos pélvicos e à


distância sem comprometimento inicial das
regiões inguinais é excepcional, assim como
metástases originadas de disseminação
hematogênica
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
O grau histológico é preditivo para
envolvimento linfonodal

Grau I, em 45% dos casos, não apresentaram


metástases

Quase totalidade dos pacientes com tumores


grau II ou III evoluíram para invasão linfonodal
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais

Gânglio sentinela:

Avaliação com Exame físico

Aspiração com agulha

Biópsia do gânglio sentinela


Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais

Ainda controversa.

É difícil diferenciar adenomegalia inflamatória reacional


(pela infecção concomitante) de metástase.

Ainda se recomenda antibioticoterapia por 4-8 semanas


após a amputação

Reavaliação e linfadenectomia se persistir gânglios


palpáveis.
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Factor de prognóstico mais importante é a
presença de metástases inguinais.
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
O exame físico:

50% dos gânglios palpáveis não tem


tumor (falso +)

20% dos não-palpáveis têm metástases


(falso -)
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Aspiração por Agulha

Biópsia por aspiração com agulha fina guiada


por ultra-sonografia pode ser empregada para
melhor avaliação de micrometástases em
pacientes sem linfonodos palpáveis, porém
apresenta:
- Baixa sensibilidade (39%)
- Apesar da especificidade de 100%9
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Biópsia do gânglio sentinela

São linfonodos localizados no quadrante súpero-medial


da junção entre a veia safena e a veia femoral e seria o
primeiro sítio de metástase do carcinoma epidermóide

Estudos subseqüentes mostraram que alguns pacientes


apresentavam metástases iniciais em outros locais

Por esta razão,este procedimento não tem sido


recomendado como rotina
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Linfocintigrafia e biópsia do “linfonodo sentinela”:

Ainda não completamente validado e aceito.


Visa diminuir o número de linfadenectomias negativas.
Empregado apenas se não há linfonodos palpáveis.
Na manhã da cirurgia o paciente é encaminhado ao
Setor de Medicina Nuclear, onde o radiofármaco é
injetado ao redor da lesão, e se marca na pele o local
onde o linfonodo hipercaptante, sentinela, (“hot spot”) é
encontrado.

“hot spot”
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Linfocintigrafia e biópsia do “linfonodo
sentinela”:
Injeta radioisótopo no corpo peniano usando uma
gamacamara e faz uma cintilografia que marca o
gânglio sentinela. Depois este gânglio é retirado
Se o gânglio forem negativo não se faz nada
Se forem positivos faz a linfadenectomia no
mesmo momento e remove os gânglios
Os gânglios marcados na pele pela cintilografia
serão os primeiros a serem retirados. Em 16% dos
casos os gânglios sentinela são negativos e tem
tumor em outros gânglios
Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Corante intra-operatório para localização do
gânglio sentinela

Durante a cirurgia é injetado, adicionalmente,


0,5 ml de azul patente ao redor da lesão e é
empregado detector de raios gama (probe) para
localização do gânglio, também corado.

azul patente linfáticos corados probe linfonodo


Câncer de pênis
Diagnóstico - Avaliação dos linfonodos inguinais
Linfocintigrafia e biópsia do “linfonodo
sentinela”:

A linfadenectomia inguinal poderá ser


dispensada quando o linfonodo sentinela for
negativo para disseminação

Deverá ser realizada sempre que houver falha


na detecção desta estrutura pelo método
Câncer de pênis
Fatores de risco de metastização

Tumor maior que 2cm


Invasão microvascular
P53 mutado
Invasão de corpo cavernoso
Invasão angiolinfática
Neoplasias de alto grau
Câncer de pênis
Avaliação de metástases à distância
Pode ser realizada por meio de:
Radiografia de tórax
Tomografia computadorizada de abdômen
e pelve.
A tomografia por emissão de pósitron
(PET), acoplada ou não à tomografia
computadorizada (PET-TC), é um método
promissor, porém ainda em avaliação.
Câncer de pênis
Fatores de risco de metastização ausente
Se não tiver estes fatores positivos e não tiver
gânglios palpáveis o risco é 5 a 10% de ter
tumor nos gânglios.
Pode ser selecionado paciente para indicar a
linfadenectomia fazendo a linfocintigrafia do
gânglio sentinela. Se o gânglio é positivo opera
se negativo observa.
Se for feito linfadenectomia de um lado e deu
positiva a possibilidade de ter tumor
microscópico no ladro contralateral se não tiver
gânglios positivos é de 50%.
Câncer de pênis
Fatores de risco de metastização presente

Indicar a linfadenectomia inguinal bilateral,


mesmo na ausência de linfonodos
palpáveis.
O risco de encontrar tumor nestes casos é
de 40 a 50%.
Se operar estes casos a sobrevida em 5
anos é de 84%, se esperarmos aparecer
gânglios positivos para operar a sobrevida
é de 35% em 5 anos.
Classificação TNM

T0 Não há evidência de tumor primário


Tis Carcinoma em situ (CIS)
Ta Carcinoma verrugoso não invasivo
T1 Infiltração tumoral da camada subepitelial dos tecidos moles
T2 Infiltração tumoral do corpo cavernoso ou esponjoso
T3 Infiltração tumoral da uretra
T4 Invasão tumoral das estruturas subjacentes
NO Não há evidência de envolvimento ganglionar regional
N1 Envolvimento de um único gânglio inguinal superficial
N2 Envolvimento uni ou bilateral de múltiplos gânglios
superficiais
N3 Envolvimento dos gânglios inguinais profundos ou dos
gânglios pélvicos
M0 Não há evidência de metástases à distância
M1 Presença de metástases à distância
Câncer de pênis
Classificação TNM
Câncer de pênis
Classificação de Jackson - 1966
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

O carcinoma verrucoso ou Buchke and


Loewenstein é uma lesão maligna pouco comum
correspondendo a cerca de 5% de todas as
neoplasias do pênis.
É uma variedade tumoral de comportamento
benigno que não metastiza
Histologia diferenciada e progressão indolente e
arrastada com capacidade de invasão local e
recorrência.
É menos agressivo que o carcinoma epidermóide.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

O tratamento clássico é a cirurgia, porém


tratamentos conservadores como :

- Crioterapia e laser tem sido relatados


com sucesso

- Radioterapia está contra-indicada nesses


tumores pelo risco de transformação maligna
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

O tratamento hoje em dia pode ser inicialmente


conservador com crioterapia

A crioterapia quando aplicada não atrapalha a realização


da biópsia

Em pacientes com HPV ele fixa o nitrogenio e podemos


examinar a lesão quando cair

Após a crioterapia se a lesão cair coloca-la em papel


alumínio e trazer para exame histopatológico
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein
A seguir da crioterapia é introduzido imiquimode
(Aldara creme a 5%) que deve ser aplicado 3 x
por semanas ao deitar. deixar o produto na
lesão entre 6 a 10 horas. Usar por 16 semanas
para aumentar a imunidade.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

Estes pacientes devem ser seguidos a cada 90


dias e devem fazer biópsia 1x por ano porque o
tumor in situ sempre preserva a membrama
basal porem pode se tornar invasivo e se
transformar em carcinoma espinocelular

A crioterapia não substitui a cirurgia, porem


pode permitir que seja feita uma cirurgia mais
conservadora se lesão não cair com o uso do
nitrogenio.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

Todos estes devem serem investigados para


esclarecer o tipo de HPV através do PCR (mais
comum é o 16 e 18)

Porem podem estar associados com o 6 e 11


que é mais agressivo

ESTE MODO DE TRATAR É UMA


ALTERNATIVA AO TRATAMENTO CLÁSSICO.
Pode ainda ser usado como tratamento
conservador 5-fluoracilo, eletro coagulação com
laser de CO2 e/ou Nd-YAG
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma verrucoso - Buschke-Löewenstein

Linfadenectomia

Pacientes com carcinoma verrucoso (Ta)


não necessitam de linfadenectomia, uma
vez que não evoluem com metástases
regionais
Câncer de pênis
Tratamento - Carcinoma epidermóide

Excisão da lesão ou postectomia


Pacientes com carcinoma verrucoso (Ta)
Carcinoma in situ (Tis)
Tumor epidermóide invasivo T1 no prepúcio

Amputação parcial do pênis.


Estadio T1 na glande
T2 de localização favorável,
Câncer de pênis
Tratamento - Carcinoma epidermóide

Amputação parcial ou total e tumores


Tumores T3

Amputação total com ressecção de todas as


estruturas envolvidas.
Tumores T4
Câncer de pênis
Tratamento - lesão primária

É recomendado margens negativas de 1


cm para tumores graus I e II e de 1,5 cm
para tumores grau III.

Quando possível, devemos utilizar a


biópsia de congelação para detecção de
margens cirúrgicas livres de doença
Câncer de pênis
Tratamento - Excisão da lesão
Câncer de pênis
Tratamento - Amputação parcial do pênis.
Câncer de pênis
Tratamento - Amputação parcial do pênis.
Câncer de pênis
Tratamento - Amputação parcial do pênis.
Câncer de pênis
Tratamento - Amputação parcial do pênis
com preservação dos corpos cavernosos
Câncer de pênis
Tratamento - Amputação total com
uretrostomia perineal
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar

50% dos pacientes com gânglios palpáveis


ao diagnóstico tem metástases linfonodais

20-30% dos pacientes sem gânglios


palpáveis tem metástases linfonodais

Tumor pode metastatizar sem comprometer


nodo sentinela
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar

Indicação da linfadenectomia

Linfonodos inguinais palpáveis


Tumores de alto grau (grau histopatológico II ou
III)
Estadiamento local avançado (T2 ou superior)
Tumor maior que 2cm
Invasão microvascular
P53 mutado
Invasão angiolinfática
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar

Primeira orientação:

Ausência de linfonodos palpáveis – observação


por dois meses associado a antibioticoterapia,
se positivos, indica-se linfadenectomia

Se negativos sem fatores de risco, observa-se

Se negativos com fatores de risco, também está


indicada a linfadenectomia
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar
Segunda orientação:
Faz linfadenectomia em todos os pacientes

Qual a razão?

- Nodos são inflamatórios na maioria mas câncer


microscópico ocorre em 20% dos casos

- Linfadenectomia profilática: sobrevida 5 anos= 83%

- Linfadenectomia tardia por nodos palpáveis: sobrevida 5


anos= 36% (McDougal,1986)
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar

Terceira orientação:

Biópsia do gânglio sentinela. Usando ou não


radiosotópico. Se o gânglio forem negativo não se faz a
linfadenectomia. Se for positivo faz a linfadenectomia

Pelo número elevado de falso-negativos, não é


efetiva
Câncer de pênis
Tratamento - metástases ganglionar
Quando realizar a biópsia do gânglio
sentinela ?

Cabanas: sempre
Catalona: só nos tumores superficiais
Luccini: aspiração percutânea
McDougal: nunca

– em pacientes de baixo risco


Câncer de pênis
Gânglio sentinela
São linfonodos localizados no quadrante súpero-medial
da junção entre a veia safena e a veia femoral e seria o
primeiro sítio de metástase do carcinoma epidermóide

Cabanas confirmou que todas as vezes que os demais


gânglios estavam acometidos, o gânglio
“sentinela”também estava.
Câncer de pênis
Gânglio sentinela

1 - Tuberoside pubiana
2 - Crossa da safena
3 - Linfonodo “sentinela”

Identificado na confluência de duas linhas, uma que passa a dois


dedos da tuberosidade pubiana e outra que passa medialmente à
crossa da safena
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal

Existem controvérsias quanto à técnica,


extensão e momento da linfadenectomia
inguinal após o tratamento da lesão primária

A maioria dos autores recomenda a abordagem


bilateral das regiões inguinais, uma vez que os
linfáticos do pênis drenam para ambas as
regiões por intercomunicações dos canais
linfáticos do prepúcio, da glande e do corpo do
pênis
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Técnica
A incisão deve ser realizada a 2 cm da prega
inguinal e a dissecção conterem-se aos limites
definidos pelo ligamento inguinal, músculos
sartório e adutor magno, com exposição dos
vasos femorais e ligadura da veia safena.

O músculo sartório deve ser desinserido e


rodado medialmente, a fim de cobrir os vasos
femorais, e fixado ao ligamento inguinal.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Técnica
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Técnica

Preservar o tecido celular sub-cutâneo e a veia safena


Ligaduras freqüentes para evitar-se coleções hemáticas e linfáticas
Drenagem fechada por aspiração
Deambulação precoce
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Complicações da linfadenectomia íleo-inguinal
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Complicações da linfadenectomia íleo-inguinal
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Complicações da linfadenectomia íleo-inguinal
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal

Uni ou bilateral ?

Drenagem tumoral é bilateral em 79% dos


casos utilizando-se mapeamento nodal
intra-operatório com tecnécio marcado

Recomendação: sempre bilateral


Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia inguinal

Chance de cura pós linfadenenctomia

Se os gânglios forem negativo a chance de cura


é de 70%.
Se tiver linfonodos comprometido unilateral
35%.
Se tiver linfonodos comprometido bilateral 17%.
Se for feito linfadenectomia de um lado e deu
positiva a possibilidade de ter tumor
microscópico no ladro contralateral se não tiver
gânglios positivos é de 50%.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia pélvica
Indicada em segundo tempo se tiver gânglios
inguinais comprometidos

Se tiver dois gânglios inguinais comprometidoa a


possibilidade de ter gânglios pélvicos comprometidos é de
23%.

Se tiver mais de 2 gânglios inguinais comprometidos a


chance de ter comprometimento em gânglios pélvicos é
de 56%.

Existe discussão se a linfadencetomai pélvica pode ser


feita somente unilateral (do lado que deu gânglios
positivos na região inguinal)
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - linfadenectomia pélvica

Se tiver comprometimento de gânglios


ilíacos. a sobrevida em cinco anos é
praticamente zero e a quimioterapia é
discutível.

Não há benefício comprovado da


quimioterapia adjuvante em carcinoma de
pênis metastático.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - radioterapia na lesão
primária
A radioterapia é melhor indicada para pacientes
com carcinoma in situ, após a falha na utilização
tópica de 5-fluorouracil
Em pacientes que não querem realizar a cirurgia
padrão
Em tumores avançados em pacientes que não
querem realizar amputação
Em pacientes jovens com pequenos (< 2 a 3
cm) tumores superficiais exofíticos de
localização distal.
ca espino celular é pouco sensível a RT
complicações são frequentes
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - radioterapia na lesão
primária

Lesões superficiais e pequenas


> 90% de controle

Complicações
Estenose de uretra: 30%
Necrose peniana: 10%
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - radioterapia das regiões
inguinais
A região inguinal tolera mal os efeitos decorrentes
de doses recomendadas de radioterapia, com
riscos de linfedema, ulcerações e necrose local
Aumenta as complicações cirúrgicas se o paciente
tiver que ser submetido a linfadenectomia
Apresenta resultados inferiores aos da
lifadenectomia
Existe indicação de radioterapia nas regiões
inguinais com finalidade paliativa, em casos de
tumores inoperáveis.
Câncer de pênis
Tratamento
Carcinoma epidermóide - quimioterapia

Não há, porém, tratamento quimioterápico


padrão para o carcinoma de pênis

Esta modalidade terapêutica é considerada


como em avaliação podendo ser tentada em
alguns casos selecionados

Quimioterapia pode ser utilizada na doença


metastática ou loco-regional avançada,
associada ou não ao tratamento cirúrgico para
pacientes selecionados.
Câncer de pênis
Fatores prognósticos favoráveis

Doença nodal mínima (< 2)


Unilateral
Sem nodos pélvicos comprometidos
Sem metástases extra-nodal (nodos < 4
cm)
Câncer de pênis
Fatores prognósticos para nodos positivos

Baixo risco Alto risco


Tis, Ta, T1 grau 1, 2 T2, T3, grau 3, 4
Sem invasão vascular Com invasão vascular
Chance de nodos +: <10% Chance de nodos +: >50%
Recomendação: Recomendação:

obs linfadenectomia
imediata
Câncer de pênis
Fatores prognósticos para nodos positivos

Melhor evolução naqueles que apresentavam


apenas um linfonodo comprometido

Pacientes com mais de três linfonodos


comprometidos tratados cirurgicamente
apresentaram 57,14% de progressão da doença
contra nenhum com menos de três
Câncer de pênis
Prognóstico - metástases linfonodal
Significado prognóstico de nodos positivos

sobrevida 5 anos

sem nodos 73%

com nodos 77%


ressecados <2
com nodos 25%
ressecados >2
Câncer de pênis
Prognóstico - tipo histológico e metástases

Nodos + Tipo histológico


0% ca. verrucoso

33% ca. multicêntrico

42% ca. escamoso com disseminação


superficial
82% ca. escamoso com disseminação vertical
Câncer de pênis
Prognóstico - metástases linfonodal
sobrevida
Atingimento Sobrevida de 5
ganglionar anos
Sem atingimento 65-90%
ganglionar

Atingimento dos 30-50%


gânglios inguinais

Atingimento dos <20%


gânglios ilíacos
Câncer de pênis
Prognóstico - segundo critério histopatológico
Bom Prognóstico: verrucosos que, caracteristicamente,
não apresentam metástases e as variedades papilares e
epidermóides da variante verrucosa, que raramente as
apresentam

Prognóstico Intermediário: carcinoma epidermóide

Mau Prognóstico: carcinomas basalóides e


sarcomatóides, em geral, são invasivos e de alto grau,
com incidência elevada de metástases e mortalidade.
Estes últimos são muito raros (1% a 2%) e acometem
pacientes mais jovens
Câncer de pênis
Prognóstico - biomarcadores e HPV

A proteína p53 é fator importante no


prognóstico dos pacientes com carcinoma
epidermóide de pênis, pois quanto maior o
número de núcleos corados para a
proteína (p53+), maior a ocorrência de
óbito

A presença do HPV16 nos tumores


influenciou negativamente o prognóstico
Câncer de pênis
Prognóstico - grau histológico

Grau Sobrevida
histológico 5 anos

1 80%

2e3 50%

4 30%

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