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TECNOLOGIA DE COSMÉTICOS

Camila Siqueira
História
 3000 a.C.
Os primeiros registros da utilização de
cosméticos datam do Egito antigo. Os
egípcios pintavam os olhos para evitar
a contemplação direta do deus Sol.
Para tanto, recorriam a gordura
animal e vegetal, cera de abelhas,
mel e leite no preparo de cremes para
a pele.
 As primeiras evidências registradas na história da produção de
um material parecido com o sabão, datam de 2800 a.C.. Em
escavações na antiga Babilônia foram encontradas inscrições,
junto a cilindros de barro, que revelaram que os habitantes já
ferviam gordura de animais juntamente com cinzas. No entanto,
tais produtos teriam sido utilizados como pomadas para
ferimentos ou para auxiliar a produção de penteados artísticos,
uma vez que as suas propriedades de limpeza ainda não tinham
sido descobertas.
 O costume de colorir a boca tem
suas raízes no Egito e, diferente
do que acredita a maioria, não foi
instituído por Cleópatra.

 O busto da rainha egípcia,


Nefertiti (1380 - 1345 a.C.),
exposto no Museu de Berlim,
prova que lábios femininos já
eram pintados mil anos antes da
era de Júlio César.
 Antigo Egito: primeiros testemunhos do uso de
cosméticos.

A mulher egípcia lavava-se toda manhã, com água e carbonato de


cal, esfregando o corpo com uma pasta de argila proveniente do
lodo do Nilo. Para combater os danos do clima e do sol.

Pés e cotovelos eram esfregados com pó de pedra pome. O banho


era seguido de uma massagem com óleo, perfumado com ervas
aromáticas que possuía a tripla virtude de amaciar a pele,
protegê-la do sol e afastar os mosquito.
 Na era Romana, por volta do ano 180 d.C., um médico grego chamado
Claudius Galen (Galeno) realizou sua própria pesquisa na manipulação
de produtos cosméticos, iniciando a era galênica.

Nessa época surgiu a alquimia, uma ciência oculta que


utilizava de formulações cosméticas para atos de
magia e ocultismo.

 Também foi nessa época que Ovídio escreveu um livro voltado a beleza
da mulher “Os produtos de beleza para o rosto da mulher”, onde
ensina a mulher a cuidar de sua beleza através de receitas caseiras.
 Na idade média (476 d.C. a 1453 d.C.) vieram os anos de
clausura para a ciência cosmética, um período em que o rigor
religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação
da beleza.

Aos olhos dos religiosos da Idade


Média, o cuidado excessivo com a
aparência e com os prazeres físicos
constituíam defeitos morais graves.

O uso de cosméticos desapareceu


completamente e este período é chamado
de “500 anos sem um banho”.
 Renascimento – século XV

Com o renascimento temos a exaltação da beleza e


do amor, portanto o retorno a busca do
embelezamento.

Porém a falta de higiene persiste e os perfumes são


criados para mascarar o odor corporal.
 Idade moderna – séculos XVII e XVIII

Crescente evolução dos cosméticos e das perucas cacheadas. Fazia-se


maquiagem até para dormir. Fazia-se uso especialmente do rouge.

Neste período ainda persiste o costume de não tomar banho


regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de
perfumes, tornando-se de grande importância para a economia
francesa.

O grande salto dos perfumes se deu quando Giovanni


Maria Farina, em 1725, estabeleceu-se em Colônia, na
Alemanha. Lá ele desenvolveu a famosa “água de
colônia”.
 Idade Contemporânea – século XIX

Os cosméticos retomam a popularidade. Feitos em casa – cada


família tinha suas próprias e favoritas receitas.

Período rico para o surgimento


de indústrias de matérias primas para
a fabricação de cosméticos e
produtos de higiene nos Estados
Unidos, França, Japão e Alemanha.
 Século XX
Cosméticos saíram das cozinhas e passaram a
ser produzidos industrialmente.

A maquiagem estava na moda e valorizava o


olhar, o que levou a uma infinidade de
lançamentos de produtos para os olhos, um
verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel,
lápis para os olhos e sobrancelhas, além do
delineador. A maquiagem realçava a intensidade
dos lábios e a palidez da pele, que devia ser
perfeita.
 Empresas como a Revlon, Helena Rubinstein, Elizabeth Arden e
Estée Lauder, gastavam muito em publicidade, era a explosão
dos cosméticos.

 Na Europa, surgiram a Biotherm, em 1952 e a Clarins, em 1954,


lançando produtos feitos a base de plantas.

Auge das tintas para cabelos, das loções


alisadoras e fixadoras.
Atual
Futuro
Cosmetologia científica, funcional e preventiva.
Permitirá evitar ou corrigir todos os fatores do envelhecimento da pele.

A cosmetologia adquire um caráter preventivo. Os cosméticos


são produtos de saúde e qualidade de vida, já que, segundo a
Organização Mundial de Saúde, “Saúde não é somente a
ausência de doença, mas estado de completo bem-estar”.

Saúde e beleza caminham lado a lado.


Cosméticos
 Produtos de Higiene pessoal, Cosméticos e Perfumes são
preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas
ou suas misturas, de uso externo nas diversas partes do corpo,
pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos,
dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo
exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua
aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou
mantê-los em bom estado.

Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005.


Definição
 Produtos de Higiene Pessoal:
Shampoo, Creme Dental, Desodorante, Sabonete, etc..

 Cosméticos:
Produtos para o cuidado da pele e cosméticos decorativos –
maquiagens.

 Perfumes:
Colônias, deo-colônias, loções pós barba, águas de colônia, etc..
Classificação
 Grau 1: se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou
elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária
e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo
de usar e suas restrições de uso, devido às características
intrínsecas do produto. Ex: Água de colônia, batom sem
finalidade fotoprotetora, desodorante colônia, demaquilante...

 Grau 2: possuem indicações específicas, cujas características


exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como
informações e cuidados, modo e restrições de uso. Ex:
Antitranspirante, bronzeador, colônia infantil, lenços
umedecidos, protetor solar, repelente de insetos...
PELE
Pele
 Órgão resistente, flexível e
impermeável.

 Assegura as relações entre o


meio interior e exterior.

 Possui capacidade de se
autoreparar.

 É o maior órgão.
Área Cutânea: 1,85m2 (A=1,70m
e 70 kg) 6% do peso corporal.

 Formada pela epiderme, derme e


hipoderme.
Funções
 Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões
mecânicas, químicas e térmicas; sua superfície relativamente
impermeável impede a desidratação e atua como uma barreira física à
invasão por microorganismos;
 Sensibilidade: é o maior órgão sensitivo do corpo e contém vários
receptores para o tato, pressão, dor e temperatura;
 Termorregulação: O corpo é isolado contra a perda de calor pela
presença de pêlos e tecido adiposo subcutâneo e a perda de calor é
facilitada pela evaporação do suor na superfície cutânea e aumento do
fluxo sanguíneo;
 Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo é um importante
reservatório de energia. A vit D é sintetizada na epiderme.
Epiderme
A epiderme é a camada mais externa do
corpo;
É composto, principalmente, por
queratinócitos (células epiteliais
especializadas responsáveis pela
renovação, coesão e barreira da
epiderme);
É constituída por 5 camadas formadas
pela diferenciação sequencial de
células migrando da camada basal
para a superfície;
A epiderme se renova a cada 14-30 dias
dependendo da região.
Na epiderme também encontramos outros tipos celulares:

 Melanócitos –produtores de pigmento que confere cor à pele,


melanina. Posteriormente, essa melanina migra para o
citoplasma dos queratinócitos.

 Células de Langerhans – capturam, processam e apresentam


o antígeno às células do SI. Encontram-se em todas as camadas
da epiderme. São provenientes da medula óssea e irão derivar
monócitos e macrófagos.

 Células de Merkel – mecano-receptores (sensibilidade táctil)


que se encontram na porção profunda da epiderme.
Derme
 Responsável pela espessura da pele.

 Encontram-se vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, glândulas


sebáceas e sudoríparas, elementos produtores de fibras
colágenas, reticulares e elásticas.

 Papel chave na aparência cosmética.

 A espessura da derme varia nas diferentes partes do corpo, e


duplica entre as idades de 3 e 7 anos e novamente na
puberdade.

 Com o envelhecimento, essa camada básica diminui em


espessura e hidratação.
Derme
 A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de
colágeno, elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a
epiderme, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo
liso e fibroblastos.
 Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e
ligar à hipoderme.
Hipoderme
Depósito para gordura e água; ricamente irrigado por vasos
sanguíneos.

Função:

 Proteger o tecido subjacente contra o frio;


 Reserva de gordura;
 Dá elasticidade e flexibilidade;
 Une de maneira pouco firme a derme aos tecidos subjacentes,
permitindo que haja deslizamento da pele sobre as estruturas
nas quais se apóia.
Renovação da Pele
 A epiderme é um tecido auto-renovador;
 A taxa de proliferação e migração é muito
acelerada quando a pele é danificada e a
ferida está sendo cicatrizada;

 Matriz Extracelular: Para que as células se


organizem em tecidos, é necessário que haja
adesão entre elas que ocorre por proteínas
integrais de membrana chamadas de
moléculas de adesão celular (CAM).
Matriz Extracelular
 Células animais organizadas em tecido secretam uma ampla
diversidade de proteínas e carboidratos chamada de matriz
extracelular criando um ambiente especial nos espaços entre as
células. A matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um
reservatório para muitos hormônios que controlam o
crescimento e a diferenciação celular.

 A matriz também serve como um suporte através do qual as


células podem se mover, especialmente entre os estágios de
diferenciação.
 O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz
extracelular. Há pelo menos 27 tipos de colágenos.
 É secretado para a ECM como procolágeno que lá se polimeriza
para formar o colágeno.
 Elastina: Conferem propriedade de estiramento e retração
elástica;
 É sintetizada pelos fibroblastos como tropoelastina;
Características da Pele

pH: ácido (4,5 - 5,5)


Temperatura superficial: 30 a 33 ºC
Carga elétrica: negativa
Coloração da pele: melanina, pigmentos
sanguíneos e pigmentos alimentares.
Cor da pele
 Determinada por pigmentos,
espessura e o grau de
irrigação.

 Principal pigmento: Melanina


(Eumelanina e Feomelanina)
 Outros: caroteno ou pró-
vitamina A.
 Quanto mais espessa, mais
amarelada.
 Quanto maior o grau de
irrigação, mais intensa a
coloração rosada.
Funções
1- Proteção

 Proteção Física;

 Proteção Química e antibacteriana: recoberta por um filme


hidrolipídico, que mantém pH levemente ácido, hidrata a
camada córnea e desempenha papel de defesa nas diferentes
agressões cutâneas.
Funções
2 – Secreção

 Através de suas glândulas:

 Apócrinas
Localizam-se na porção superior dos pilos sebáceos
(folículos do cabelo).
Glândula enovelada secretória com duto que atravessa a
derme. A secreção é jogada no folículo do cabelo.
Secreção é mais viscosa e em maior quantidade.
Presente principalmente nas axilas e nas regiões genitais.

 Écrinas
Distribuídas principalmente nas axilas, palmas das mãos e
dos pés.
Secreção composta de água, sódio, lactato de potássio,
uréia.
Sua atividade primária é fazer a termoregulação.
Funções
3 - Regulação do Calor:

 Glândulas Sudoríparas (transpiração)


 Tecido Adiposo: Isolante Térmico
 Vasos Sanguíneos: frio provoca vasoconstrição, reduzido trocas com o
meio exterior, a vasoconstrição é máxima nas extremidades dos
membros, no nariz, nas orelhas.
Funções
4 - Sensibilidade:

 Sensações de pressão, calor, frio, dor e tato.

 A pele apresenta diferentes tipos de receptores sensoriais, cada


um deles especializado em um tipo de informação.
Funções
5 - Absorção (permeabilidade):

 Capacidade de dificultar ou mesmo impedir a passagem de radiações, substâncias inertes


e de microorganismos.

 Fatores que Afetam a Absorção Cutânea


Natureza do ativo / veículo.
Ativo deve apresentar maior atração físico-química com a pele do que com o veículo.
Tipos de Pele
 Pele Normal ou eudérmica – Pele ideal ou de criança, secreções
equilibradas; Emulsão epicutânea (secreção sebácea, sudorípara
e emulgente) O/A;
 Pele oleosa – Espessura aumentada e bem hidratada, produção
de sebo alterada (pH ácido), emulsão A/O, aspecto oleoso
(untuoso, com brilho acentuado). Complicações comuns:
seborréia, acne e desidratação;
 Pele seca – secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele
muito clara, fina e sensível. Frágil e facilmente irritável, rugas
finas e precoces;
 Pele mista – Pele oleosa na região do T e secura e irritação nas
outras áreas;
APÊNDICES
 Apêndices epidérmicos:
 Aparelho pilosebáceo;
 Glândulas cutâneas;
 Unha.

 As glândulas sebáceas são anexas dos folículos capilares e


estão inseridas na derme e hipoderme.
 Rosto, pescoço e parte superior do corpo;
 Secretam por secreção holócrina (a célula secretora morre e
torna-se o próprio produto de secreção);
 SEBO= mistura de triglicérides e colesterol.
 Função: Agente protetor, mantem a textura da pele e a
flexibilidade do cabelo.
 As glândulas sudoríparas écrinas são
glândulas tubulares em espiral, estão na
camada profunda da derme ou sobre a
hipoderme e estão presentes em todo o
corpo. Sua função primária é o
resfriamento por evaporação
(transpiração);
 A secreção écrina é um líquido aquoso,
fino, inodoro;
 São controladas pelo SNAutônomo pelo
estímulo térmico e fatores psicogênicos.
 As glândulas sudoríparas apócrinas são
glândulas tubulares que desembocam nos
folículos pilosos nas axilas e regiões
urogenitais;
 Secreção: proteínas, carboidratos e íons
férricos que não possui odor, porém se
torna fétida após ação de bactérias
comensais da pele;
 Mais numerosas nas mulheres e na raça
negra.
Folículo pilossebáceo

 Composto pelo pêlo, glândula sebácea e músculo eretor do pêlo.



Dispersos por várias regiões sendo que há regiões como barba e couro
cabeludo onde os pêlos são mais espessos porém as glândulas
sebáceas são menores enquanto que na face há predomínio de pêlos
finos mas com glândulas sebáceas bem desenvolvidas.

Pêlos:
 Formados por células epidérmicas e encontram-se instalados na
profundidade da derme. Apresentam melanócitos que lhes conferem
cor.
Unhas:

 Células epidérmicas convertidas em placas de queratina;


 Por baixo das unhas existe uma zona altamente vascularizada
que lhes confere a cor rosada;
 Com a idade, a epiderme começa a ficar mais fina, em parte
devido à diminuição da vascularização da derme.
Unhas:
Crescimento diário é de 0,1mm mas varia de acordo com a
nutrição, idade, atividade individual...
Os fatores que afetam o crescimento são:
 Mecânicos: microtraumas, onicofagia, pianistas, datilógrafas;
 Nutricionais: o crescimento é mais rápido em pessoas com ingestão
contínua e normal de aminoácidos, principalmente os que contem
enxofre e vitaminas (A, B, C, D, E e H);

O tratamento das unhas se dá basicamente em vasodilatação,


reposição de aminoácidos, amaciamento ou emoliência, hidratação
e cicatrização para regeneração da lâmina e cutícula.
Envelhecimento
 Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com
a idade, sendo que, na pele, essas alterações são mais
facilmente reconhecidas.
Envelhecimento
 Há dois tipos de influência para o
envelhecimento: os processos
genéticos ou cronológicos que
resume no envelhecimento
intrínseco e o envelhecimento
extrínseco, que inclui o
fotoenvelhecimento e os diversos
fatores provocados pelo meio
ambiente, sendo o principal, a luz
solar nos horários onde os raios
ultravioletas são mais agressivos.
Fotoenvelhecimento

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