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O MUNDO ANTIGO,

GRÉCIA E ROMA

O Direito na História – Lições


Introdutórias
José Reinaldo Lima Lopes
Essenciais diferenças entre o que hoje chamamos direito
e o que foi o direito de civilizações já desaparecidas.
Importância da herança romana – inserção do Brasil na
civilização ocidental.
O Direito Romano foi redescoberto e verdadeiramente
reinventado duas vezes na Europa ocidental: a primeira
vez nos séculos XII a XV e a segunda vez no século XIX,
respectivamente pelos juristas da universidade
medieval, glosadores e comentadores e pelos
professores alemães que tentavam a unificação jurídica
nacional.
Logo, o direito romano não teve, nas duas reinvenções, o
mesmo uso historicamente previsto para decisões,
sentenças e instituições ou ambiente cultural
Código de Hamurabi –
1900 a.C. - Foi
encontrado por uma
expedição francesa em
1901 na região da
Mesopotâmia, atual
cidade de Susa, no Irã

Direito Egípcio e Direito


Hitita – 1500 a.C.
História do Direito feita com base na jurisdição – as
sociedades em que se estabeleceram os impérios
antigos (egípcio, assírio, babilônico, hitita) são
compostas de uma enorme variedade de outras
sociedades.
Os impérios antigos organizam-se em torno de
cidades que submetem pelo poder militar outras
cidades e o campo em sua volta.
Estrutura de sociedades tribais, de clãs familiares
que ocupam a terra e trabalham em comum, ou
pastoreiam gado em geral, numa nítida divisão entre
cidade e campo, agricultura e pastoreio.
A cidade controla e detém a memória escrita, os livros, faz
o censo e cobra os tributos; constrói canais de irrigação, faz
silos e armazéns. A cidade antiga torna-se um reservatório
de riqueza. E cnverte-se em um cofre... depósito do qual
poucos detêm a chave. Estes poucos são, em torno do rei,
os sacerdotes e os escribas (burocratas), os conselheiros e
os generais.
Satrapias e Governadores: administração destinada a
arrecadar tributos e manter a indispensável paz interna e
externa.
Intervenção militar e não jurídica: para impor a paz: a
guerra termina em aliança, extermínio ou se impõe um
preço determinado pela liberdade, que se paga de uma
vez (um resgate), ou se impõem prestações periódicas
numa espécie de vassalagem.
Na hipótese de não haver uma política de assimilação
cultural imposta, as comunidades submetidas viviam
segundo suas próprias regras.
Sem uma justiça pelos mais real, dependente de
alguma memória escrita e uma sabedoria acumulada
por um corpo de funcionários, as comunidades do
campo têm sua própria justiça, em geral presidida por
um conselho de anciãos, ou por alguém que é
escolhido pelos mais respeitados.
Uma justiça face a face, ea o que estava presente na
justiça da aldeia.
Recursos simbólicos e jurídicos: os mortos e suas
memórias em forma de monumentos; as famílias não
se integram à cidade em posição de poder.
Figura mitológica do Rei: capaz de impor a ordem e,
por isso, fazer justiça. A figura do rei justo, escolhido
por Deus pela sua imparcialidade, coragem,
capacidade, fortalece-se como um mito importante.
Por isso o rei julga e decide os casos passados e
ordena para os casos futuros.
Na tradição judaica a justiça é reconhecida como um
atributo divino e segundo ela não se desvia o
julgamento nem por dinheiro nem por afeição, nem
por temor ao rico e nem por favor ao pobre.
Mas por outro lado o código
de Hammurabi procura
exaltar a imagem do rei,
como pode ser visto na
imagem ao lado. Nessa
fotografia tirada da estela de
diorito negro, na qual
contêm o código inscrito,
esta representado em seu
topo a esquerda o rei
Hammurabi, diante do deus-
sol Shamash, o qual entrega
o cetro de rei a Hammurabi,
legitimando seu governo.
A dinâmica do direito nos impérios antigos provém da
disputa fundamental entre cidades e campo, e no
campo entre pastores e agricultores. A disputa pelos
vales férteis é o lugar natural do conflito entre os que
vultivam o campo e entre os que levam seus rebanhos
para pastar. No meio destas disputas estão as cidades,
fortalezas militares em torno do templo e do palácio.
A justiça da aldeia ocupa-se de regular a disputa entre
os iguais. A justiça real deverá lidar com a disputa
entre as comunidades e entre estas e os funcionários
(sátrapas). Por isso o rei também se reveste de justiça,
pois pode controlar os abusos de seus próprios fiscais,
militares, admnistrativos.
Importância da tradição ateniense e espartana de
relevantes consequencias para o mundo ocidental: o
desejo de laicização do direito, ou seja, as leis podem
ser revogadas pelos mesmos homens que as fizeram.
Períodos da história grega:
Arcaico – do século VIII a. C. até 480 a. C. – marcado
pelas invasões persas, que termina com a batalha de
Salamina;
Clássico: de 480 a. C. até 338 a. C., ou seja, até a
submissão à Macedônia;
Helenístico: de Alexandre até cerca de 150 a. C., data
de submissão à Roma
ESCRAVOS
Nunca foram usados extensivamente na agricultura.
Como hábito, exerciam atividades que homens livres
também faziam, salvo o trabalho nas minas. Não se
distinguiam nem mesmo pela roupa ou modos, mas
eram proibidos de participar da vida política e lutar
pela cidade. Tornavam-se escravos os prisioneiros
de guerra e de pirataria.
Houve poucas rebeliões e a escravidão não era
natural (inelutável), mas um fato da vida, um acaso.
FAMÍLIA
Existia o divórcio recíproco, com iguais
direitos para homens e mulheres.
Era prática comum o abandono de crianças
recém-nascidas (legal)
As roupas tendiam a ser uniformes para
todas as classes, percebendo-se diferença
entre mais rico e mais pobre, mas não entre
senhor e servo.
DIREITO
Algumas coisas distinguem Grécia de Roma
no campo do direito. Por exemplo, não existe
entre os gregos uma classe de juristas e não
existe um treinamento jurídico, escolas de
juristas, ensino do direito como técnica
especial. Existem sim as escolas de retórica,
dialética e filosofia. Ali se aprende a
argumentação dialética que vai ter um uso
forense ou semiforense.
Acesso aos cargos públicos
Discursos persuasivos porque os
julgadores eram leigos, como num
tribunal do júri.
Diferenças de classes nas cidades gregas.
Proprietários rurais, latifundiários:
oligarquia conservadora.
Hoplitas, artesãos, agricultores, homens
livres: democracia moderada.
Miseráveis: democracia radical.
Papel relevante da filosofia grega para o direito.
Sofistas: preocupados e dedicados a estudar o
mundo das coisas humanas, o universo da
liberdade. A partir daí, passaram a refletir
metodicamente acerca de liberdade, política, ética.
Quem faz a lei, porque faz, como as elabora?
Descarte da visão divina de que as leis provém
dos deuses ou são apenas tradições herdadas.
A positivação do direito e sua disponibilidade
exigem dos gregos uma primeira reflexão clássica
sobre a natureza da lei e da justiça.
Assembléia: composto Os discursos eram
de todos os cidadãos, dirigidos a grandes
repartidos em distritos grupos, o que justifica
territoriais. uma disputa entre o belo
Areópago: grande e o verdadeiro.
conselho de supervisão. Por isso, tanto Platão
Boulé: conselho de 400 como Aristóteles se
que exercia o governo. perguntavam: “como
Heliastas: assembléia fazer justiça buscando a
judicial dividida em verdade e não a emoção
grupos provocada por um
discurso belo?”
Advogado: ainda não existia. Qualquer pessoa
poderia fazer discurso perante os tribunais.
Nos tribunais a resposta era sempre sim ou não,
culpado ou inocente. Obrigatoriedade do recurso
aos árbitros em matéria civil e comercial sempre
que envolvesse mais de 10 dracmas.
Havia árbitros públicos e privados e caso não
fosse aceita a decisão podia-se apelas para os
heliastas.
Poderiam fazer-se por escrito;
Nos arbitrais, eram informais;
Os escravos tinham de ser submetidos à tortura,
para evitar mentiras;
Naturais: prova da existência da lei, testemunhas,
contratos, juramentos: evidências empíricas.
Artificiais: fornecidas pela nossa invenção e
descoberta; derivam do nosso raciocínio: indícios
e presunções.
Poderiam fazer-se por escrito;
Nos arbitrais, eram informais;
Os escravos tinham de ser submetidos à tortura,
para evitar mentiras;
Naturais: prova da existência da lei, testemunhas,
contratos, juramentos: evidências empíricas.
Artificiais: fornecidas pela nossa invenção e
descoberta; derivam do nosso raciocínio: indícios
e presunções.
Leis e Constituições de Drácon (621 a. C)
Pôs fim à solidariedade familiar e obrigou o
recurso aos tribunais nas disputas entre clãs.
Desejo de abolir a justiça familiar, fonte de
sangrentos conflitos. À cidade compete decidir e
manter a paz.
Leis de Sólon (594-3 a. C.)
Suprimem a propriedade dos clãs e a servidão por
dívidas. Limitam o poder paterno e o filho maior
torna-se autônomo. As mulheres continuam sob
a tutela de seus pais e maridos, e chegarão até a
frequentar esclas
Os estudiosos medievais dedicaram-se a estudar a
lógica e dialética dos gregos.
Os debates e reflexão sobre o justo e a justiça
ultrapassaram a discussão sobre as normas
escritas ou não.
Como organizar uma cidade justa?
Esta a questão colocada.
SÓCRATES DISCUTE A JUSTIÇA COM A
SUA VIDA: É MELHOR SOFRER A
INJUSTIÇA À PRATICÁ-LA.

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