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PRÓXIMOS
EFEITOS
PASSOS
Em sua origem romana, limitava-se a expressar simples confiança ou amizade e, por isso:
mandatum; mandare; manu datum; manun dare.
Designa: o poder conferido pelo mandante; o contrato celebrado; o nome desse contrato ou a
procuração.
Pelo mandato “uma pessoa, denominada mandatário, é investida de poderes por outra
(mandante), com o objetivo de, em seu nome, praticar atos jurídicos ou administrar interesses”
(Rizzardo, 2013, p. 679).
Partes:
Mandante (outorgante): quem outorga poderes;
Mandatário (outorgado): quem recebe poderes para agir em nome e no interesse de outrem.
O contrato de mandato é:
• Consensual;
• Gratuito, em regra (art. 658, CC). Inexistindo acordo sobre a remuneração a ser paga, será ela
determinada pelos usos do luar, ou, na falta destes, por arbitramento pelo juiz, que levará em
conta a natureza, a complexidade e a duração do serviço (art. 658, parágrafo único, CC);
• Intuitu personae.
A doutrina divide-se:
I. Alguns doutrinadores entendem que a representação é essencial ao contrato de mandato.
Afirma Arnaldo Rizzardo (2013, p. 680) que “o Direito brasileiro considera indispensável a
representação, sem a qual não se configura o mandato. Mas, outros negócios existem
comportando a representação, o que evidencia não ser ela exclusiva do mandato”;
II. Alguns doutrinadores entendem que a representação NÃO é essencial ao contrato de
mandato. Orlando Gomes (2010) entende ser possível a existência de mandato sem
representação. “Pode haver mandato sem representação quando o mandatário tem poderes para
agir por conta do mandante, mas age em nome próprio”;
III. Conclui Carlos Roberto Gonçalves (2014, p. 389) que:
• Pode haver representação sem mandato como nos casos de tutela.
• Pode haver mandato sem representação como nos casos de comissão mercantil.
• CC/02 não adotou a teoria da separação que consagra o entendimento de que o poder de
representação nasce não do mandato, mas de um negócio jurídico unilateral e autônomo.
• Embora o Código Civil não tenha adotado a teoria da separação age de forma contraditória
no art. 663, CC.
• O instrumento particular só pode ser utilizado por quem se encontra na livre disposição e
administração de seus bens e pelas pessoas plenamente capazes;
• A boa-fé do mandatário ou a do terceiro com quem o mandante contratou não suprem a ausência
ou a limitação da capacidade;
• O mandante pode constituir mandatário apenas para os atos que pessoalmente pode praticar.
• Pródigo e falido podem ser mandatários, uma vez que é o mandante que se obriga;
• Um cônjuge não precisa do consentimento do outro cônjuge para receber mandato, exceto se o
desempenho do mandato compromete patrimônio do casal como garantia de sua fiel execução;
• Tácito: só é admitido quando a lei não exija que seja expresso. A aceitação do encargo se dá por
atos que a presumem. Exemplos: arts. 1.643, I e II; 1.324; 1.652, II, CC;
• Verbal: só vale para os casos em que não se exija que seja escrito e comprova-se por meio de
testemunhas;
• Judicial (ad judicia): habilita o advogado a agir em juízo e praticar atos judiciais em geral. Pode ser
conferido por instrumento público ou particular, independente do reconhecimento de firma.
• Extrajudicial (ad negotia): destina-se a atividades não postulatórias, ou seja, é o conferido para a
prática e administração de negócios em geral.
• Geral ou com poderes gerais (generalizado ou total): art. 660, CC. Compreende todos os negócios
do mandante, sem exceção.
Enunciado n. 183, III Jornada de Direito Civil: Arts. 660 e 661: Para os casos em que o §1º do art.
661 exige poderes especiais, a procuração deve conter a identificação do objeto.
• Especial ou com poderes especiais: art. 661, CC. Só confere poderes de simples administração
ordinária;
• Em termos gerais: autoriza a prática de certos e determinados atos indicados pelo mandante.
• Mandato aparente: caracteriza-se quando o terceiro de boa-fé contrata com alguém que tem
toda a aparência de ser representante de outrem, mas na verdade não o é. Considera-se válido
o ato e vinculado ao terceiro o pretenso mandante. Exemplos: arts. 686 e 689, CC;
• Mandato outorgado a duas ou mais pessoas: art. 672, CC. Presume-se simultâneo o mandato
outorgado a duas ou mais pessoas, podendo qualquer delas atuar e substabelecer
separadamente. Mas, pode ser:
Conjunto: os mandatários ficam impedidos de validamente atuar em separado, podendo,
no entanto, os que não participaram do ato, ratificá-lo posteriormente;
Solidário: cláusula in solidum – significa que os procuradores são solidários e autoriza a
atuação conjunta ou separadamente;
Sucessivo ou substitutivo: os mandatários devem proceder na ordem de sua nomeação e
cada um no impedimento do anteriormente referido;
Fracionado ou fracionário: quando se concede a um mandatário poder distinto do que foi
outorgado ao outro.
Súmula n. 60, STJ – É nula a obrigação cambial assumida interesse por procurador do
mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo deste.
Espécies de procuração:
• Ad rato: quando alguém, por questões de afinidade pessoal ou qualquer outro motivo se
constitui procurador de uma outra pessoa, comprometendo-se a apresentar, dentro de certo
prazo, o instrumento de procuração (do qual ainda não dispõe);
Conceito
• É ato em que o outorgado transfere a outrem os podres recebidos do outorgante. A
transferência só pode ser proibida por cláusula expressa.
• Pode ser feito mediante instrumento particular, ainda que a procuração originária tenha sido
outorgada por instrumento público, com (pode ser temporária) ou sem (é sempre definitiva e é
verdadeira renúncia do mandato, o mandatário desvincula-se do contrato) reserva de poderes.
• Art. 655, CC – ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode se
substabelecer mediante instrumento particular.
• Enunciado n. 183, III Jornada de Direito Civil: Art. 655. O mandato outorgado por instrumento
público previsto no art. 655 do CC somente admite substabelecimento por instrumento
particular quando a forma pública for facultativa e não integrar a substância do ato.
• Art. 685, CC – procuração em causa própria é aquela em que são outorgados poderes aos
procuradores para administrar certo negócio, como coisa sua, no seu próprio interesse,
fazendo suas as vantagens do negócio (Carvalho Santos). Conhecida como procuração in rem
propriam /in rem suam.
Consequências:
• Importa cessão de direitos do mandante para o mandatário;
• Importa transferência de domínio;
• Dispensa a prestação de contas;
• Deve ser lavrado por escritura pública e com cláusula de irrevogabilidade;
• Possibilidade do mandatário transferir o bem para si.
• A ratificação é o ato pelo qual o mandante aprova e aceita os efeitos de atos praticados pelo
mandatário que atuou sem poderes de representação, mas em seu nome;
• A ratificação gera efeitos ex tunc (até o dia em que o ato foi praticado);
• Ato praticado com excesso de poderes pode ser impugnado (com justo motivo) ou ratificado,
conforme os arts. 662, CC;
• Art. 665, CC – o mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será
considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.
Obrigações do mandatário
Obrigações do mandante
• O mandante é responsável pelos atos praticados dentro dos limites dos poderes concedidos –
art. 675, CC;
• Adiantar os valores necessários ao cumprimento do mandato, ou reembolsá-los ao mandatário
– arts. 675 e 677, CC;
• Pagar a remuneração ajustada, quando o mandato for oneroso – art. 676, CC;
• Direito de regresso face ao mandatário quando este lhe causar perdas e danos por
inobservância das instruções recebidas – art. 679, CC;
• Os constituintes (mandantes) são solidários se comum o negócio ou interessando a todos eles
– art. 680, CC.
Revogabilidade do mandato
• A revogação do mandato, notificada ao mandatário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-
a, de boa-fé com ele tratam (art. 686, CC);
Revogabilidade do mandato
Revogabilidade do mandato
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