PSICOPATOLOGIA GERAL

• INTRODUÇÃO
 Psicopatologia: doenças mentais

• ramo da ciência que trata da natureza

essencial das doenças mentais – suas causas,
as mudanças estruturais e funcionais
associadas a ela, e suas formas de
manifestação
• (Em resumo: estudo e descrição das
doenças mentais)
Psicopatologia: a mente humana
• Como funciona a mente normal?
– Como o cérebro “produz” a mente?
– O que compõe a mente humana?
• Teorias da mente e da personalidade
• Capacidades, rendimentos e funções
psíquicas: estudo do desempenho da
mente ou psiquê
 Duas posições ideológicas em
psicopatologia
Psicopatologia Psicopatologia
Psicológica e Existencial Medica

• Psicologização • Medicalização
• Singularidade • Padronização
irredutível
• Foco na subjetividade • Foco na doença
única de cada um
Duas concepções de psicopatologia

• 1. Teoria sobre as doenças mentais:

foco no anormal
• ... “o patológico ensina sobre o
normal”:
• Teoria sobre a mente e a
personalidade: foco no funcionamento
normal
O caso de Phineas Gage
 O patológico ensina sobre o
normal
• O caso de Gage é considerado como uma das
primeiras evidências científicas que indicavam que
a lesão nos lóbulos frontais pode alterar a
personalidade, emoções e a interação social.
• Antes deste caso os lóbulos frontais eram
considerados estruturas silentes (sem função) e
sem relação com o comportamento humano.
• (http://pt.wikipedia.org/wiki/Phineas_Gage)
 Estudar psicopatologia...
• ... É estudar a natureza humana em sua
grade extensão: nos seu estados extremos,
seus fenômenos raros e incomuns, e
também seus fenômenos normais e
cotidianos
• ... É estudar tanto sobre o sofrimento quanto
o bem estar psíquico do ser humano
 Psiquiatria e Psicologia Clínica:
práticas
• Psiquiatria: um campo/área profissional da Medicina
– objetivos: estudo, tratamento e prevenção das doenças
mentais.
– exs. de tratamento: farmacoterapia, psicoterapia,
cirurgia, etc.

• Psicologia Clínica: uma campo/área profissional da

Psicologia
– objetivos: estudo das características e funcionamentos
psicológicos, para prevenção e tratamento de
sofrimentos psíquicos.
– ex: de tratamento: psicoterapia, aconselhamento, etc.
 Psicopatologia: um conjunto de
teorias de base
• Origem: os filósofos clássicos já observavam e
estudavam o comportamento humano normal
e patológico;
• Como disciplina científica: nasceu no contexto
na medicina e psiquiatria, tornou-se a teoria de
base da prática psiquiatria
• Hoje: campo teórico multidisciplinar, estudado
e pesquisado na psiquiatra, neurociências,
psicologia, enfermagem, filosofia, direito, etc.
 Doença Mental:
• afetam ou se originam da mente, psiquê
e cérebro

• termo preferencial: transtornos mentais,

psiquiátricos, psicológicos
– (distúrbios, perturbações, sofrimento,
adoecimento, etc.)
 Diagnóstico ou Avaliação

processo de reconhecer e distinguir a presença

de uma doença mental a partir de seus
sintomas ou manifestações parciais.

(ref. também aos resultados finais deste processo, a

afirmação sumarizante da sua conclusão)
 Taxonomia ou Classificação em PP

• Tradição clássica da psicopatologia,

inspirada em Lineu (biologia)

• Parte do esforço de organizar cientificamente

os fenômenos em novo campo da realidade

• Esforço para agrupar as doenças segundo

um sistema lógico e teórico de organização,
designando-lhes lugares adequados que
refletiriam o conhecimento das relações entre
elas.
• O objetivo é bem descrever e bem nomear as
doenças mentais

• Busca um modelo ou sistema ideal de

classificação, que descreveria o essencial
das doenças mentais e suas relações – tal
como faz a tabela periódica na química

• Tradição ainda hoje influente na

psicopatologia
Porém as classificações em PP estão
sempre se alterando, são mutáveis...
• ... e assim trazem modificações nos
conceitos e teorias sobre as doenças
mentais, seu modo de tratamento e as
práticas e representações sociais
ligadas a elas...
 Exemplos:
• Síndrome de Down* substituiu o antigo
Mongolismo:

• 1. Adequação superior à sintomatologia

– semelhança com a etnia é falsa, sintomas internos
são mt importantes, etc)

• 2. Uso do termo induzia ao preconceito, estigma,

discriminação
• Esquizofrenia substituiu Demência Precoce:

• 1. Adeq superior à sintomatologia

• não é demência: retira-se ênfase na

degeneração orgânica progressiva

• 2. melhora a lógica classificatória:

• separa-se o grupo das demências do grupo

das psicoses
• Epidemiologia: o estudo da ocorrência de uma
doença em uma população específica.

– Envolve: Incidência, Prevalência, etc. ( estatístico).

– Ex: T.Ansiedade: 20% da população brasileira

• Etiologia: em medicina, o estudo das causas

das doenças.

– Martins: causalidade ou multicausalidade é melhor

em PP: mais abrangente (bios, psico, socios)
 Semiologia
• Linguística e Ciências Humanas: estudo dos
signos e das suas relações nos processo de
significação e comunicação

• Medicina: estudo dos signos naturais

indicadores de uma doença
(“sintomatologia”)

• Psicopatologia: estudo dos signos que

indicam a presença de um transtorno
psíquico
• Signo: sinal provido de significação

• Signos preferidos em psicopatologia

(Dalgalarrondo):

– Sinais: objetivos e visuais

(comportamento);

– Sintomas: subjetivos e relatados

(vivências);
• Em geral, os médicos procuram sinais (mais
estáveis e pouco variáveis), que indicam com
constância doenças somáticas:

– Ex1: Sinal de Argyll Robertson (pupila s/ reflexo

fotomotor, etc): indica lesão ou tumor cerebral,
EM ou neurosífilis)

– Ex2: Sarcoma de Kaposi: indicação forte de

infecção por HIV
 Componentes do Signo:

• Significante (ste): suporte material, veículo de

transmissão e expressão do signo

• Significado (sdo): conteúdo representado pelo

significante
 Alguns tipos de signos:

• Ícone: evocação quase imediata, semelhança

entre ste e sdo:

• Indicador ou Índice: contiguidade ou co-

ocorrência, ste aponta para o sdo:
– “Fumaça e fogo”, “”

• Símbolo: convencionado, relação arbitrária

entre sdo e ste. Precisa de um sistema para
ser decodificado: M-E-S-A
 Principais signos das doenças em PP:
• Há poucos sinais e muitos sintomas

• Dalgalarrondo: temos tanto Índices quanto

Símbolos

• Martins: há mais Símbolos que Índices

• OBS: em medicina geral, há a tendência de tentar-se

achar mais índices (estáveis, constantes) e
transformar todo símbolo em Índice ...o que é difícil
mais difícil de fazer em PP
• síndrome: conjunto de sinais e sintomas
(descritiva e “provisória”)

• entidade nosológica: doença (transtorno)

propriamente dita; mais conhecida e definida
– Sabe-se mais da sua etiologia, curso,
estados terminais, mecanismos,
determinantes, tratamentos, etc.

• Em PP: atualmente temos mais síndromes

que
entidades nosológicas
Forma e Conteúdo dos sintomas
• F: estrutura básica (mais geral)
• Ex: delírio, conceito, imagem, emoção, etc.

• C: significados (mais pessoal)

• ligados à historia de vida, personalidade,etc.
• temas e medos existenciais e da natureza
humana: sexo, morte, sentido da vida, poder,
status, amor, sofrimento, sentido da vida, etc.
• Bibliografia:

• CAMPBELL, R. Dicionário de Psiquiatria. São Paulo: Martins

Fontes, 1996.
• DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos
Transtornos Mentais. Artmed: Porto Alegre, 2000
• FREUD, S. A Dissecção da personalidade psíquica – Conf. XXXI.
Novas Conferências Introdutórias Sobre Psicanálise (1933 [1932]),
Vol.XXII, Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud . Rio de Janeiro: Imago, 1997.
• JASPERS, K. Psicopatologia Geral. Vol.I. Rio São Paulo: Atheneu,
1987.
• MARTINS, F. Psicopathologia II – Semiologia Clínica. Apostila.
Brasília: Lab. Psicopatologia e Psicanálise/ABRAFIPP, 2003.
Brasília: UnB, 1994
• MARTINS, F. Psicopathologia I - Prolegômenos . PUCMinas, 2005.
• de Psicopatologia e Psicanálise, Instituto de Psicologia. Brasília:
UnB, 1999.
• SCHAERFEETTER, C. Introdução à Psicopatologia Geral. Lisboa:
Climepsi, 1997.