Você está na página 1de 25

A Revolução Liberal de 1820 e as

suas consequências
Subdomínio D2

A Revolução Francesa de 1789 e


os seus reflexos em Portugal
A Revolução Francesa de 1789 e os seus reflexos em Portugal –
Metas curriculares

2. Conhecer e compreender a Revolução Liberal de 1820.

3. Conhecer e compreender as consequências da Revolução Liberal de 1820.

4. Conhecer o longo processo de afirmação da Monarquia Liberal.


A que
O família
Após real
asprovocou
invasões
Entretanto, permanecia
ofrancesas, no Brasil,
descontentamento
a abertura a situação
dos portos mesmo
dos depois
erade
portugueses?
de Portugal
brasileiros ao D.
muito
comércio João VI se ter
difícil.
internacional,
tornado
As
em 1808,rei,
tropas em 1816.
francesas
tinha Os ingleses
provocaram
contribuído para continuavam
grande em ePortugal,
destruição
agravar a situaçãomuitas controlando
mortes.
de Portugal, pois o
governo, o muito
prejudicou exército e o comércio.
a burguesia, que se dedicava ao comércio.

Destruição Permanência Controlo do governo, do Abertura dos portos


provocada pelas da família real exército e do comércio brasileiros ao comércio
invasões francesas. no Brasil. pelos ingleses. internacional.

Descontentamento dos portugueses.


O que
Em 1817,
aconteceu
1818, os defensores
um antes
grupo da
dasRevolução?
ideiasliberais,
de burgueses liberais dirigidos
tentaram
fazerManuel
por uma revolução,
Fernandes mas
Tomás, foram
crioudescobertos.
o Sinédrio. Os O seus
general Gomes
membros Freire
reuniam-se de Andrade,noacusado
secretamente, de
Porto, planeando
liderarrevolução.
uma a revoltaPretendiam
contra a oMonarquia Absoluta,
fim do domínio inglês, a
acabou por da
substituição serMonarquia
condenadoAbsoluta
à mortepor
e enforcado,
uma Monarquia
juntamente
Liberal com outros
e o regresso de D.conspiradores.
João VI a Portugal.
Execução do general Gomes Freire de Andrade.

Manuel Fernandes Tomás.


A 28
população
Quando e onde
de setembro
Revolução doocorreu
Porto
osteve
Liberal aplaudiu
a início noosPorto,
Revolução?
revolucionários revoltosos.
do Porto Teve
uniram-se
no dia 24 de
assim
aos
agostodeinício
de a revolução,
Lisboa.
1820. Foi criadoque
Os militares um segoverno
foi espalhando
revoltosos, pelo
provisório
chefiados que
pelo
país.
incluía
generalA liberais
15 de setembro
das duas
Sepúlveda, de 1820,Os
cidades.
aproveitaram aem Lisboa,deixaram
ingleses
deslocação militares
ao Brasilde
liberais
controlar
do general depuseram
governo eoso
o Beresford, regentes
exército
pois e formaram
portugueses.
era a este a Junta
que competia, por
Revolucionária
decisão de D. João de Lisboa.
VI, reprimir qualquer tentativa de
revolta.
Capa do original e primeira página
da Constituição de 1822.
O que fizeram as Cortes Constituintes?
Depois da Revolução Liberal de 1820, o governo
provisório – Junta Provisional do Governo do Reino –
organizou eleições. Através do voto, os cidadãos
eleitores (portugueses com direito de voto)
escolheram os seus representantes (deputados), que
passaram a reunir-se numa assembleia, as Cortes
Constituintes.

O deputado Manuel Fernandes


Tomás discursa nas Cortes
Constituintes, em 1822.
A principal
primeira função
Constituição
das Cortes
portuguesa
Constituintes
foi aprovada
foi a de elaborar
pelas uma
Depois ada23Revolução
Constituição
Cortes de lei maisLiberal
– asetembro de e1820,
importante
de 1822 o governo
eassinada
fundamental
por D.de João
um país –,
provisório
quea iria
VI 1 de –outubro,
Junta
definir os Provisional
direitos osdo
após oe seu Governo
deveres
regresso doBrasil.
dedo Reino
todos –O rei
os portugueses
organizou
e a forma de
comprometeu-seeleições.
governo Através
do reino.do
a cumprir voto, os cidadãos
a Constituição. Iniciava-se,
eleitores
assim, um(portugueses com direito
novo regime político, designado de Monarquia
voto)
escolheram
Constitucional os seus representantes
(o monarca governa (deputados),
de acordo que com a
passaram
Constituição).a reunir-se numa assembleia, as Cortes
Constituintes.
Constituição de 1822 (artigos adaptados).
Artigo 9º - A lei é igual para todos (…).
Artigo 29º - O governo da Nação Portuguesa é
a Monarquia Constitucional (…).
Artigo 30º - Estes poderes são: legislativo,
executivo e judicial (…). O primeiro reside nas
Cortes (…). O segundo está no rei e nos ministros
O deputado Manuel Fernandes
(…). OTomás
terceiro está
discursa nas nos
Cortesjuízes (…).
Constituintes, em 1822.
O que ficou estabelecido na Constituição?
Ao contrário do que sucedia na Monarquia Absoluta, em que o rei detinha todos os
poderes, com a aprovação da Constituição de 1822, os poderes ficaram tripartidos:

• poder legislativo – as • poder executivo – o rei, • poder judicial – os


Cortes elaboravam e com a colaboração dos seus tribunais julgavam e
votavam as leis; ministros (governo), condenavam
executava as leis (governava); quem não cumpria as leis.
A Constituição também defendia a liberdade, a igualdade dos cidadãos e
a soberania nacional. Por outro lado, como retirou privilégios à nobreza e
ao clero, a Constituição teve a oposição de muitos dos seus elementos.

Capa do original e primeira página


da Constituição de 1822
Como era exercida a soberania nacional?
Os portugueses
Atualmente, com
o voto direito de
é universal: votovotar
podem passaram
todos
então a ter omaiores
os cidadãos poder de
de escolher
18 anos. os deputados que
elaboravam as leis. Podiam votar os homens com
mais de 20 anos, desde que fossem casados. Se
não fossem casados, só votavam a partir dos 25
anos. As mulheres, os mendigos, os analfabetos e
os frades não podiam votar.
Como é que o Brasil beneficiou com a presença da corte portuguesa?
A presença da família real no Brasil, entre 1807
e 1821, permitiu um grande desenvolvimento
do território brasileiro. É por esta altura que a
cidade do Rio de Janeiro se torna a sede do
Império Português.
A família real portuguesa no Brasil.
Todas essas
Em 1808, melhorias
o Brasil abriueosa presença da ao
seus portos família real
comércio
levaram a que países.
com outros o Brasil passasse a ser um
Esta decisão reino em o
possibilitou
1815, deixando de dos
enriquecimento ser uma colónia, embora
comerciantes unido
brasileiros,
ao reino de Portugal,
prejudicando ambosportugueses.
os interesses governados pelo
Também se
mesmo rei (D.
construíram João VI).
escolas, hospitais, estradas, bibliotecas,
teatros, bancos e palácios, entre outros edifícios.
Quando D. João VI regressou a Portugal, em 1821, o
príncipe D. Pedro, seu filho mais velho, permaneceu
no Brasil, como regente.
Desembarque d'El Rei Dom João VI no Terreiro do Paço em 4
de Julho de 1821, regressando do Brasil. Gravura, pormenor.
Constantino Fontes. Museu da Cidade de Lisboa.

D. Pedro.
O que exigiram as Cortes em relação ao Brasil?
Em 1822, já com D. João VI em Portugal, as Cortes
Constituintes exigiram que:
• o Brasil deixasse de ser um reino e voltasse à
sua condição de colónia de Portugal;
• o comércio externo brasileiro
voltasse a ser totalmente
controlado pelos comerciantes
portugueses;
• o príncipe D. Pedro, herdeiro do
trono português, regressasse de
imediato a Portugal.
Quando se tornou o Brasil independente?
Este, com o apoio da burguesia brasileira, revoltou-se e, a 7 de setembro de 1822,
junto ao riacho Ipiranga, simbolicamente gritou “Independência ou morte!”.
D. Pedro não aceitou as exigências das Cortes e decidiu continuar no Brasil. As Cortes
retiraram, então, todos os poderes ao príncipe.
Episódio do Fico. D. Pedro promete permanecer no Brasil, apesar das ordens
em contrário. Independência ou Morte.
Óleo sobre tela. Pedro Américo. 1888. Museu Paulista da Universidade de São
Paulo (“Museu do Ipiranga”), Brasil.
Portugal perdeu
Desta forma, a colóniaum
iniciou-se queprocesso
mais lucros
quelhe dera no século
conduziria XVIII, especialmente
à independência do Brasil,
devido
vindo D.aoPedro
comércio
a ser do açúcar,
o seu do ouro
primeiro e dos diamantes.
imperador.

Cerimónia de coroação e sagração


de D. Pedro I, Imperador do Brasil,
no Rio de Janeiro. Óleo sobre tela.
Jean Baptiste Debret. 1822-1828.
D. Pedro D. Miguel
Defensor da Defensor da
Monarquia Liberal Monarquia Absoluta
Todos aceitaram a Monarquia Liberal?
•Após
os liberais
absolutistas
defendiam
o seu regressodesejavam
a continuação
o regresso
a Portugal da
daMonarquia
em 1821, Monarquia
D. João VI governou como um rei liberal.
Liberal
Absoluta
Muitos oueConstitucional;
eram apoiantes
elementos, sobretudodeda
D. nobreza
Miguel, filho
e dodeclero,
D. estavam descontentes por
Joãoperdido
terem VI e irmão de D. Pedro.
privilégios.

Golpe de estado absolutista,


Vilafrancada.
Gravura de M. Sendim, 1823.
Biblioteca Nacional de Portugal.
Quem
NoJoão
D. sucedeu
entanto,
VI faleceua D.
em João
1828,
em VI?
D. tendo
1826, MiguelD. declarou-se
Pedro IV sidorei
Como era
absoluto
aclamado muito
erei.
encerrou nova
No entanto, para
comogovernar,
as Cortes. Começou D. Pedro
então
era imperador doum
propôsD.ade
período
Brasil, D.grande
Pedro Miguel, seu irmão,
violência,
IV abdicou docom que assumisse
os de
trono Portugal aa
absolutistas
regência
perseguirem
em favor dee os que,liberais:
sua maisD.muitos
filha, tarde, casasse
Maria foram
da com
presos
Glória, a
queou
sobrinha.
mortos,
tinha D.sete
outros
apenas Miguel
anos. concordou,
refugiaram-se prometendo
no estrangeiro ou na
respeitar
ilha as ideias
Terceira, liberais.
nos Açores.
1826

1834 - 1853

D. Miguel.
Como se deu a guerra civil?
EmMiguel
D. Pedro assinou
1833,abdicou a Convenção
uma armada
do tronoliberaldeconseguiu
Évora
brasileiro, emMonte furare oregressou a
1831,
(acordo deChegou
paz), aaos
cerco absolutista
Portugal. 26 de maionesse
e dirigiu-se
Açores de 1834,
para e partiu
o Algarve.
mesmo anopara
Daí
e aí organizou
o exílio
partiram
um napara
exércitoAlemanha.
Lisboa, Terminava,
liberal. tendo ocupado assim,a acidade.
guerraEm
civil,
1834,
A 8 decom o triunfo
D.junho
Miguel definitivo
delevantou
1832, da Monarquia
o cerco
desembarcou do Porto, Liberal.
e o seu
na praia de Pampelido
(Matosinhos)
exército marchou e dirigiu-se para oSeria
para Lisboa. Porto. As tropas
derrotado nasabsolutistas
batalhas
que de Almoster
protegiam e Asseiceira.
a cidade, apanhadas de surpresa, retiraram-se.
Os liberais ocuparam o Porto. Os absolutistas, comandados
por D. Miguel, cercaram a cidade.
Foi o início da guerra civil.
1822 - Aprovação da Constituição. Portugal passa a ter a Monarquia Constitucional como forma de
governo.
1826 - Morre D. João VI. D. Pedro abdica do trono de Portugal em favor de sua filha, D. Maria da Glória.
D. Miguel governaria como regente respeitando a Monarquia Liberal.
1828 - D. Miguel declara-se rei absoluto. Perseguições aos liberais.
1832 - Desembarque do exército liberal, comandado por D. Pedro IV, na praia do Pampelido.
1832 - Ocupação do Porto pelos liberais; a cidade é depois cercada pelos absolutistas – guerra civil.
1833 - Ocupação de Lisboa pelos liberais. Fim do cerco do Porto.

1834 - Batalhas de Almoster e Asseiceira (vitórias liberais).


Convenção de Évora Monte: fim da guerra civil.
Triunfo da Monarquia Liberal (Constitucional).

Você também pode gostar