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Eletrônica Analógica 2
Esse componente foi o primeiro dispositivo que possibilitou a condução da
corrente elétrica em um único sentido, permitindo um controle do fluxo de
elétrons e criando a possibilidade de amplificar sinais elétricos. Assim, nasceu
a eletrônica;
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ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Unidade 1: Introdução do mais simples dos dispositivos semicondutores, o
diodo. Conhecê-lo lhe permitirá prever quando ele está, ou não, conduzindo.
Você também estará apto a ler suas curvas características e a identificar seus
símbolos e terminais;
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UNIDADE 1
Seção 1.1 - Diodos semicondutores
Antes de começarmos a falar sobre dispositivos semicondutores, devemos
lembrar que a construção de cada dispositivo eletrônico de estado sólido é
feita com um material semicondutor de alta qualidade. Segundo Boylestad
(2013), os semicondutores são uma classe especial de elementos cuja
condutividade está entre a de um bom condutor e a de um isolante;
Um material semicondutor não permite que a corrente flua tão facilmente como
ocorre nos condutores. Sob certas condições, os semicondutores podem
conduzir tão mal que se comportam como isolantes.;
O silício (Si) e o germânio (Ge) são alguns dos materiais semicondutores mais
utilizados na indústria atualmente. Eles têm uma estrutura cristalina singular e
para compreender porque isso acontece é preciso ter algum conhecimento da
estrutura atômica desses elementos e de como os seus átomos se ligam para
formar uma estrutura cristalina.
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Para tanto, podemos considerar o modelo atômico de Bohr, no qual os nêutrons
e prótons formam o núcleo, enquanto os elétrons aparecem em órbitas fixas ao
redor do núcleo, como é mostrado na figura para os átomos de Si e Ge;
Como pode ser visto, o átomo do Si tem 14 elétrons e o do Ge, 32, no entanto,
em ambos há quatro elétrons na camada mais externa, chamados de elétrons
de valência. Os materiais compostos por elementos com quatro elétrons de
valência não são estáveis e tendem a se combinar quimicamente com outros
elementos, e por isso são chamados de materiais ativos.
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É comum que esses materiais se combinem de modo a compartilhar elétrons
de valência por meio de ligações covalentes, tornando o material estável. A
estrutura resultante desse processo de compartilhamento é chamada de
cristal;
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Os cristais de silício e de germânio podem se comportar como condutores
quando aquecidos. Nesse caso, o elétron de valência absorve energia do calor
e se desloca para uma órbita mais elevada, tornando-se livre para se
movimentar e permitindo o fluxo de corrente – esse elétron é chamado de
portador térmico;
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Um material do tipo n é criado introduzindo elementos de impureza com cinco
elétrons de valência, como antimônio (Sb), arsênio (As) e fósforo (P). A
combinação de um elemento pentavalente com um cristal de silício resulta na
liberação de um elétron livre;
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Segundo Schuler (2013), o processo de dopagem pode envolver outros tipos de
materiais. O material do tipo p é formado pela inserção de elementos de
impureza com três elétrons de valência, como o boro (B), o gálio (Ga) e o índio
(In). A combinação de um elemento trivalente com um cristal de silício resulta
na criação de uma lacuna;
Podemos ver, na Figura 1.5, que um átomo de boro foi adicionado sobre uma
base de silício e que agora a quantidade de elétrons é insuficiente para
completar as ligações covalentes na vizinhança de tal átomo, produzindo um
elétron faltante ou lacuna. A lacuna é vista como uma carga positiva por ser
capaz de atrair e ser ocupada por um elétron.
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Quando os materiais semicondutores do tipo n ou p são construídos, o nível de
dopagem chega a ser de uma parte por milhão ou uma parte por bilhão. Mas é
importante saber que, na prática, é impossível fabricar um cristal puro de
silício;
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A junção mostrada na figura anterior é a linha divisória que marca o fim de
uma seção e o início de outra. Porém, é importante ficar claro que não se trata
de uma junção mecânica. Em outras palavras, a junção de um diodo é onde, no
cristal, o material do tipo p termina e o material do tipo n começa;
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Esse movimento de elétrons só termina porque uma camada de carga negativa
é formada no material p repelindo os demais elétrons que tentem cruzar a
junção, como pode ser visto na figura, essa carga negativa é chamada de
potencial de ionização ou de barreira. Como não existem portadores nessa
região, espera-se que o material se comporte como um isolante;
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A condição de polarização reversa ocorre quando uma diferença de potencial
for aplicada ao diodo, de modo que o maior potencial seja ligado ao material
do tipo n e o menor potencial ao material do tipo p, como mostrado na figura;
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O material do tipo p apresenta alguns elétrons minoritários, que são
empurrados em direção à junção, enquanto o material do tipo n tem algumas
lacunas como portadores minoritários as quais também são empurradas em
direção à junção. Assim, uma corrente de fuga é formada quando os dois tipos
de portadores minoritários são forçados pela polarização reversa a se
moverem;
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A figura, mostra a corrente elétrica deixando o terminal com maior potencial
da fonte e fluindo através do diodo. Lembrando que o sentido real da corrente
corresponde aos elétrons deixando o terminal de menor potencial elétrico da
fonte, percorrendo o circuito e voltando para o terminal de maior potencial;
Devido aos efeitos da polarização nos diodos, podemos dizer que os diodos
são dispositivos com polaridade. Diferentemente de componentes como os
resistores, que não têm polaridade definida, se um diodo for ligado de forma
invertida, ele e outras partes do circuito podem ser danificadas.
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Ao lidar com um circuito analógico, é importante ter conhecimento do
diagrama esquemático do circuito. A figura mostra o símbolo do diodo em um
diagrama esquemático;
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Os encapsulamentos podem ser feitos de plástico, vidro, metal, cerâmica ou da
combinação desses materiais. Existem diversos formatos e tamanhos
disponíveis no mercado, sendo que, geralmente, dispositivos de maior tamanho
suportam a passagem de uma maior corrente;
Como vimos até agora, os diodos conduzem bem em uma direção, mas não em
outra. O diodo semicondutor é frequentemente comparado a uma chave
mecânica e a razão dessa analogia pode ser observada na figura.
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Quando polarizado diretamente, o diodo funciona como uma chave fechada,
como mostra figura (a), permitindo um fluxo abundante de carga no sentido
indicado;
Vale salientar que o diodo semicondutor difere de uma chave mecânica, pois,
quando estiver funcionando como uma chave fechada, ele permitirá somente
que a corrente flua em um sentido;
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Ainda no gráfico, as características foram sobrepostas para comparar um diodo
semicondutor ideal com um diodo de silício real. À primeira vista podemos
imaginar que o dispositivo comercial opere de maneira insatisfatória como
uma chave ideal;
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No gráfico temos uma comparação entre as curvas características de um diodo
de germânio e um de silício;
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Pelo gráfico, podemos deduzir que um diodo de germânio necessita de um
valor bem menor de tensão de polarização direta para conduzir, o que pode
ser uma vantagem em circuitos que operam com pequenos valores de tensão;
Por ser melhor condutor que o silício, os diodos de germânio apresentam uma
menor resistência quando estão polarizados diretamente. No entanto, os diodos
de silício são preferíveis para a maioria das aplicações devido ao seu baixo
custo e pequena corrente de fuga;
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Note que, se um certo valor crítico de tensão VR é alcançado, o diodo de silício
sofrerá um rápido aumento no valor da corrente reversa, essa tensão recebe o
nome de tensão de avalanche;
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EXEMPLO
Vamos calcular a corrente I na figura, para uma fonte de tensão V = 1V
alimentando um resistor de 1 kW em série com um diodo de silício. Em seguida,
determinaremos se é importante considerar a queda de tensão no diodo.
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Conhecendo uma folha de dados (datasheet)
A folha de dados, ou o datasheet (provavelmente o termo que você mais vai ouvir
e falar), é um documento que resume o desempenho e outras características
técnicas de um componente eletrônico. Normalmente, a folha de dados é
fornecida pelo fabricante do componente e começa com uma página de
introdução que descreve o restante do documento, seguida de uma lista de
características específicas do componente.
Voltando ao problema anterior, decidimos usar diodos de germânio como
detector de sinal, sendo que os tipos mais usados são o 1N34 e o 1N60. Procure
pela folha de dados deles e tente extrair de lá informações importantes para o
uso do diodo nos circuitos. Por exemplo, dois valores de tensão devem ser
levados em conta ao se usar um diodo, o valor da queda de tensão no sentido
direto e a tensão inversa de pico. Para a corrente, apenas a corrente média no
sentido direto pode ser necessária.
Vamos usar a folha de dados do 1N60, produzida pela Taitron, como referência,
mas saiba que cada fabricante apresentará as informações da maneira que lhe
convier. É importante mencionar que os termos nas figuras apresentadas a seguir
estão em inglês, pois, em sua grande maioria, as folhas de dados são
disponibilizadas nesse idioma. Por isso, é importante que você esteja
familiarizado com esses termos.
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A figura traz um recorte das primeiras informações da folha de dados. O 1N60 é
um diodo de germânio de vidro em conformidade com a diretiva RoHS (restrição
de certas substâncias perigosas, do inglês restriction of certain hazardous
substances) que proíbe o uso de certas substâncias perigosas na fabricação de
produtos.
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Em seguida, são apresentados os aspectos mecânicos do 1N60, reproduzidos no
Quadro 1.1. Esse diodo a apresenta encapsulamento de vidro do tipo DO-7, seus
terminais são axiais chapeados e de chumbo, soldáveis pelo método 208 MIL-
STD-202E. O traço colorido indica o catodo e ele pesa 0,2 g.
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Considerando que:
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11. RthJA é a resistência térmica típica da junção para o ambiente.
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E por fim, um esquema com as dimensões, em polegadas, do componente,
reproduzido na figura.
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ATIVIDADE AVALIATIVA
Resolução das questões da seção “Faça valer a pena” do Livro
Didático Digital da Seção 1.1
Entrega: Próxima aula
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