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DA NOVA RELAÇÃO COM

O SABER ÀS NOVAS
MANEIRAS DE
EXPERIENCIAR OS
ESPAÇOS DA CIDADE
As 3 mutações da nossa relação com o saber
• Saber-fluxo: o problema da obsolescência dos saberes e
problematização da noção de formação em prol da de formação
inicial e continuada.
• Trabalho-transação de conhecimento: a nova natureza do trabalho
relacionados as noções de trabalho cognitivo e imaterial.
• Tecnologias da Inteligência: a amplificação, exteriorização e
modificação das funções cognitivas humanas (memória,
imaginação, percepção e raciocínios) pelas tecnologias intelectuais
suportadas pelo ciberespaço.
Tanto no plano cognitivo como no da
organização do trabalho, as tecnologias
intelectuais devem ser pensadas em
termos de articulação e de criação de
sinergia, e não de acordo com o esquema
da substituição (p. 165)
A influência da rede mundial de computadores

• Não há hierarquia absoluta;


• Cada site é um agente de seleção, bifurcação ou
hierarquização parcial;
• Articula transversalmente uma multiplicidade aberta de
pontos de vista, sem uma unificação sobrejacente;
• Não está congelada no tempo, é fluxo, se transforma
permanentemente.
O que é preciso aprender não
pode mais ser planejado nem
precisamente definido com
antecedência” (p. 158)
O ponto de guinada histórica da relação
• Final do século XVIII;
• Quando Diderot e d’Alembert publicaram sua Encyclopédia;
• O conhecimento ainda era totalizável;
• Um pequeno grupo de homens podia esperar dominar o conjunto dos
saberes;
• A partir do século XX o conhecimento começa a se tornar intotalizável
e indominável;
• Devemos substituir a grande totalidade por pequenas totalidades
perpetuamente reconstruídas, pelos coletivos inteligentes que se
cruzam, se interpelam, se chocam ou se misturam.
Universalidade sem Totalidade

• A universalidade repousa na interconexão em tempo real da


comunidade científica;
• Uma forma de universalidade mais concreta com as
capacidades de conexão, o respeito a padrões ou formatos,
a compatibilidade ou interoperabilidade planetária;
• Um universal dado pela interconexão em tempo real de
todos com todos.
Uma história visual do conhecimento humano
As metáforas centrais da relação com o saber
• Antigamente
• Pirâmide (escalar a pirâmide do saber)
• Curso (totalmente traçado)

• Hoje
• Navegação/ Surfe
• Capacidade de enfrentar as ondas, redemoinhos, as correntes e
ventos contrários em uma extensão plana, sem fronteiras e em
constante mudança.
Ecologia cognitiva: da personalização ou
encarnação do conhecimento
• Sociedade anterior a escrita
• O saber prático, mítico e ritual é encarnado pela comunidade viva: quando um velho morre é
uma biblioteca que queima (p. 150).
• Sociedade da escrita (do livro)
• O saber é transmitido pelo livro. Agora é o interprete quem domina o conhecimento.
• Sociedade da biblioteca
• O conhecimento é transmitido pela biblioteca sob a forma das enciclopédias, sendo
assombrado pelas figuras do sábio e do cientista.
• Sociedade desterritorializada
• Retorno à oralidade original, mas descarnada pelo ciberespaço, onde as comunidades
descobrem e constroem seus objetos e conhecem a si mesmas como coletivos
inteligentes.
O ideal mobilizador da
informática não é mais a
inteligência artificial, mas sim a
inteligência coletiva (p. 167).
AS MUTAÇÕES DA EDUCAÇÃO E A
ECONOMIA DO SABER
• Demanda quantitativa de formação: "Não será possível
aumentar o número de professores proporcionalmente à
demanda de formação” (p. 169).
• Demanda qualitativa de formação: “Necessidade crescente de
diversificação e de personalização. Os indivíduos toleram cada
vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não
correspondem a suas necessidades reais e à especificidade de
seu trajeto de vida” (p. 169).
O papel dos professores na aprendizagem
coletiva
• Incentivar a aprendizagem e o pensamento;
• Animar a inteligência coletiva dos grupos que estão a seu
encargo;
• Acompanhar e fazer a gestão das aprendizagens;
• Incitar a troca dos saberes, a mediação relacional e
simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de
aprendizagem.
A grande questão da cibercultura, tanto no
plano de redução dos custos como no do
acesso de todos à educação [...] é a transição
de uma educação e uma formação
estritamente institucionalizada para uma
situação de troca generalizada dos saberes, o
ensino da sociedade por ela mesma, de
reconhecimento autogerenciado, móvel e
contextual das competências p. 172.
SABER-FLUXO E A DISSOLUÇÃO
DAS SEPARAÇÕES
• Aceleração geral da temporalidade social devido a desordem
econômica e evolução científica;
• Os indivíduos e grupos estão confrontados a um saber-fluxo caótico, de
curso dificilmente previsível no qual deve-se agora aprender a navegar;
• A noção de profissão torna-se problemática, passando a ser melhor
raciocinar em termos de competências;
• A divisão clássica entre período de aprendizagem e período de trabalho
é colocada em cheque, assim com a relação entre ensino e
reconhecimento dos saberes.
ÁRVORES DE CONHECIMENTO
• Método informatizado para o gerenciamento global das
competências nos estabelecimentos de ensino, empresas,
bolsas de emprego, coletividades locais e associações;
• Permite que cada membro de uma comunidade possa
fazer com que toda a diversidade de suas competências
seja reconhecida, mesmo as que não foram validadas
pelos sistemas escolares e universitários clássicos.
O CIBERESPAÇO DA CIDADE
• Como o desenvolvimento do ciberespaço afeta o
urbano e a organização dos territórios?
• Que procedimento ativo, positivo, que tipos de
projetos podem ser desenvolvidos para explorar
da melhor forma possível os novos instrumentos
de comunicação?
p. 185
[...] uma nova orientação das políticas de
planejamento do território nas grandes metrópoles
poderia apoiar-se nas potencialidades do
ciberespaço a fim de encorajar as dinâmicas de
reconstituição do laço social, desburocratizar as
administrações, otimizar em tempo real os
recursos e equipamentos da cidade, experimentar
novas práticas democráticas (p. 186).
Mapas sociais que revelam as interseções de uma
cidade... e as separações.
As quatro categorias quanto a questão da relação
entre cidade e ciberespaço
• A enunciação das analogias entre as comunidades territoriais e as
comunidades virtuais;
• O raciocínio em termos de substituição ou troca das funções da
cidade clássica pelos serviços e recursos técnicos do ciberespaço;
• A assimilação do ciberespaço a um equipamento urbano ou
territorial clássico;
• A exploração dos diferentes tipos de articulação entre o
funcionamento urbano e as novas formas de inteligência coletiva
que se desenvolvem no ciberespaço.
• “A organização do território passa pela do laço social e da
inteligência coletiva [...] os instrumentos do ciberespaço [..]
podem suportar estratégias sutis para constituir grupos
regionais como atores auto-organizados” (p. 190-191).
• "os instrumentos do ciberespaço [...] podem suportar
estratégias sutis para constituir grupos regionais como atores
auto-organizados" (p. 191).
• "[...] pensar a articulação de dois espaços qualitativamente
muito diferentes, o do território e o da inteligência coletiva. O
território é definido por seus limites e seu centro [...] cada
ponto do ciberespaço é em princípio co-presente a qualquer
outro, e os deslocamentos podem ser feitos à velocidade da
luz” (p. 194-195).
• “Articular os dois espaços não consiste em eliminar as formas
territoriais para substituí-las por um estilo de funcionamento
ciberespacial. Visa antes compensar, no que for possível, a
lentidão, a inércia, a rigidez indelével do território por sua
exposição em tempo real no ciberespaço. Visa também
permitir a solução e, sobretudo, a elaboração dos problemas
da cidade por meio da colocação em comum das
competências, dos recursos e das ideias” (p. 195);

• "A organização do ciberespaço procede de uma forma


particular de urbanismo ou de arquitetura [...] a arquitetura
suprema procede do político: ela diz respeito à articulação e
ao papel respectivo dos diferentes espaços“ (p. 196).
"Utilizar o virtual para
habitar ainda melhor o
território, para tornar-se seu
cidadão por inteiro” (p. 196)

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