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Fx Luxaçao C7-t1

EPIDEMIOLOGIA: respondendo por 85% das fraturas cervicais. São as maiores responsáveis pelos traumas raquimedulares; C7 representa 10%
fraturas cervical, são secundárias a mecanismos de alta energia, como acidentes automobilísticos (45%) e quedas de altura (20%). Esportes de
contato e mergulho (15%) e violência (15%); Ocorre lesão neurológica em 40% dos pacientes com fratura cervical. Um dano à medula espinhal
está + freqüentemente associado a fraturas e luxações da coluna cervical inferior, em vez da superior. 2-6% dos pacientes assintomáticos
apresentam lesão cervical
ANATOMIA: Sistema de 3 colunas (Denis): Coluna anterior: corpo vertebral anterior e o disco intervertebral resistem às cargas compressivas,
enquanto o ligamento longitudinal anterior e o ângulo fibroso são os freios mais importantes para as forças de distração (extensão). Coluna
média: o corpo vertebral posterior e as articulações uncovertebrais resistem à compressão, enquanto o Ligamento longitudinal posterior e o
ângulo fibroso limitam a distração. Coluna posterior: as facetas articulares e as massas laterais resistem às forças compressivas enquanto as
cápsulas das facetasarticulares, os ligamentos interespimhosos e supra-espinhosos contrabalançam as forças de distração. Os ligamentos
longitudinais anterior e posterior são os principais estabilizadores da articulação intervertebral. A medula ocupa aproximadamente metade do
canal vertebral acima de C5, no nível C6-C7 ocupa cerca de 70%.
MECANISMO DE LESÃO: Acidentes com veículos motorizados (jovens), quedas (idosos), acidentes de mergulho e traumatismos fechados. A
flexão ou a extensão forçadas resultante de forças de desaceleração sem restrição, com ou sem distração ou compressão axial, é o mecanismo
da maioria das lesões da coluna cervical
AVALIAÇÃO CLÍNICA: Pensar em lesão cervical: TCE, intoxicação alcoólica, perda de consciência, lesões múltiplas, traumas de face, lesões acima
da clavícula. Atendimento inicial (ATLS).Inspeção, palpação de toda coluna vertebral Fraturas sem lesão neurológica (dor local ou irradiada,
incapacidade funcional e espasmo muscular). Lesãoneurológica  perda da resposta dolorosa, incapacidade de realizar movimentos
voluntários,
alterações do controle esfincteriano e reflexos patológicos. Manter imobilização cervical rígida
Exame neurológico: Pares cranianos, exame sensorial e motor completo, reflexos, exame retal(sensação perianal, tônus retal), reflexo bulbo-
cavernoso
 

 
 
Fx Luxaçao C7-t1
AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: AP e perfil cervical (occípto – T1) + trans-oral
Perfil: Alinhamento anterior e posterior dos corpos vertebrais, junção espinolaminar, processos espinhosos, alinhamento e superposição das
facetas, altura dos discos vertebrais, lordose fisiológica. Edema de partes mole podem indicar fratura: >7mm em C2-C3 >21mm em C6-C7;
Aumento do espaço entre vértebras cervicais. AP: Alinhamento dos processos espinhosos, massas laterais e corpos vertebrais.
Radiografias dinâmicas – Deve ser realizada somente em pacientes com RX normal, sem alteração neurológica e em perfeito estado de alerta.
TAC útil na avaliação da morfologia da fratura, estabilidade do segmento lesado e da compressão do canal medular.Indicada ainda para suspeita
de lesões occiptocervicais ou cérvico torácica, déficit neurológico inexplicável e observação de detalhes não vistos nas radiografias.
RNM: Avaliação mais detalhada de lesões da medula espinhal, lesões vasculares ocultas, roturas do disco intervertebral, lesões ligamentares e
coleções líquidas. Fraturas cervicais estáveis: sem TRM; translação < 3,5mm; sem angulação > 11°; sem compressão > 50%; sem rotura
ligamentar de > 2 de "colunas".
Síndrome SCIWORA - spinal cord injury without radiographic abnormality : Crianças com lesão medular e Rx normal. Estiramento ligamentar
durante o trauma levando ao estiramento ou até a ruptura medular com lesão nervosa. Correspondem até a 70% das lesões medulares em
crianças e são mais comum em < 8 anos. Até 30% iniciam os sintomas neurológicos até o 4° ou 5º dias após o trauma. Maioria tem recuperação
completa, principalmente se iniciaram os sintomas tardiamente .
CLASSIFICAÇÃO AO-ASIF: A – compressão B – distração C - Rotação
CLASSIFICAÇÃO – ALLEN E FERGUSSON (mecanismo)
Distração // Distração-flexão // Distração-extensão (Ft do Chicote – Whiplash ; síndrome de Schneider: lesãomedular por hiperextensão sem
Ft/Lx vertebral (RX e TC normais) // Compressão ( ft explosiva da C7) // Compressão-extensão //Compressão-flexão (tipo 3 é a "fratura em
lágrima”; alto indice de TRM)
Flexo-Distração: mecanismo + comum, causadas por desaceleração súbita de um veículo automotor Neste caso, ocorrerá uma rotura do
complexo ligamentar da coluna posterior (ligamento nucal, cápsula articular interfacetária etc.) com subluxação ou luxação interfacetária,
deslizamento (translação) anterior e angulação de um corpo vertebral sobre o outro, com ou sem fratura por compressão da porção anterior do
corpo vertebral . No RX: aumento do espaço interespinhoso entre as vértebras afetadas, uma translação 25-50%  lx unifacetaria; se > 50% 
lx bifacetaria ( TRM mto associada) ; Classificação: E1: < 25% de sublx; E2: 25-50% lux unifacetária; E3: >50% lx bifacetaria; E4: lx com
deslocamento total; RNM é fundamental para avaliar lesão ligamentar, discal e medular. O tratamento é iniciado com tração craniana, seguida
de cirurgia de fixação interna (fusão vertebral) posterior. Se a tração não reduzir a luxação, uma redução aberta (cirúrgica) está indicada

 
 
Fx Luxaçao C7-t1
CRITÉRIOS DE INSTABILIDADE – WHITE E PANJABI (>5 = INSTABILIDADE): Lesão elementos anteriores : 2 ; Lesão elementos posteriores : 2;
Translação sagital > 3,5 mm : 2 Angulação > 11º : 2
Teste de alongamento (tração) : 2 ; Lesão medular :2 ; Lesão radicular :1; Espaço discal anormal : 1 ; Estenose congênita :1 ;Espera de carga
perigosa :1
TRATAMENTO – OBJETIVOS: Manutenção das condições vitais .Manutenção ou recuperação das funções neurológicas e estabilização do
segmento lesado
TRATAMENTO CONSERVADOR: Colar Philadelphia, Gesso Minerva ou Halo vest. Tração prolongada :↑morbidade e mortalidade tração por
halo :
inicia-se com um peso de 4,5 kg (peso ideal 2,2kg devido a poder existir instabilidade oculta e acrescentado 2,5kg por vez até o
alinhamento(rigoroso controle radiográfico (incidência lateral) e exame neurológico, a cada 15-30min e na ausência de redução, distração
vertebral ou piora neurológica.pode-se colocar peso até 70% do peso corporal-ninguém aplica mais que 18- 23kg. Em geral, a redução ocorre ao
longo de algumas horas..Uma vez obtida a redução,basta mantê-la.Após alinhamento reduzir o peso para 50%. Fazer Rx semanal por 03
semanas
;depois em 6 semanas,3meses,6 meses e 1 ano.  INDICAÇÕES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO:Compressão medular irredutível . Lesão ligamentar
com instabilidade facetária, Cifose > 15°. Compressão vertebral > 40%. Subluxação > 20%. Lesão irredutível ou instabilidade persistente pós
redução .   TIPO A: A1 - Colar rígido; Deformidade > 15 – 20°: cirurgia ; A2 Colar rígido. Cirurgia: sintomas neurológicos, desvio posterior do
fragmento, cifose importante ; A3 - Redução fechada + imobilização (3 meses - instabilidade tardia) . Cirurgia (VA) //  TIPO B – Tratamento
conservador = ↑ instabilidade tardia, Tratamento cirúrgico: B1 e B2 – VA ou VP; B3 – VA // TIPO C – ALTA INSTABILIDADE VA, VP ou VA + VP

A remoção da lâmina, ligamento interespinhoso e ligamento amarelo são etapas-padrão da laminectomia cervical. A remoção de mais de 50%
de
cada faceta articular pode levar à instabilidade segmentar.

 
 
CLASSIFICAÇÃO A.O.

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