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SANGRAMENTO UTERINO

ANORMAL - SUA
HEIDE LOHREIN DE CASTRO NOLETO

PROFª.: KATHERINE BERTOLINE

INTERNATO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA


TÓPICOS

• Introdução
• Morfologia funcional
• Definições
• Etiologias
• Clínica
• Diagnóstico
• Conduta
INTRODUÇÃO

• Síndrome clínica;
• Sangramentos disfuncionais ou causas estruturais;
• Não se associa ao ciclo menstrual;
• Uma das queixas mais frequentes na ginecologia:
• 10 a 30% das mulheres em idade reprodutiva;
• 50% das mulheres em menopausa.
MORFOLOGIA FUNCIONAL

• Arteria uterina  aa. Arqueada


 aa. radial  aa. Basais  aa.
Espiralada.
MORFOLOGIA FUNCIONAL

• Sangramento menstrual normal  descamação da camada funcional do endométrio 


declínio de hormônios;
• Ocorre também ao fim do uso de ACO;
• Sangramento funcional  mesmo padrão de duração do ciclo normal.

• Duração de 2 a 6 dias.
DEFINIÇÕES
ETIOLOGIAS

• Causas orgânicas:
• Gravidez;
• Doenças sistêmicas;
• Doenças pélvicas;
• Trauma e infecções (menos comum);
• Uso de medicação.

• Causas disfuncionais:
• Alterações endocrinológicas que repercutem no útero;
• Diagnóstico de exclusão.
ETIOLOGIAS

É importante salientar que


a frequência com que
ocorrem as doenças que
causam SUA varia de
acordo com a faixa etária
da paciente
AVALIAÇÃO CLÍNICA

• História dos ciclos menstruais:


• Idade, menarca, DUM, métodos contraceptivos, período, volume e sintomas associados.

• Idade, fonte do sangramento (útero, vagina, vulva, uretra...)


• Sangramento após coito (20-40 anos, ou multíparas);
• Comum dor em cólica associada.
DIAGNÓSTICO

• Um diagnóstico diferencial preciso pode ser estabelecido com base em algumas perguntas-chave;
• De onde vem o sangramento (útero, vagina, vulva)?
• Qual é a idade da paciente?
• Ela é sexualmente ativa? Ela pode estar grávida?
• Como é o padrão do seu ciclo menstrual? Existem sintomas de anovulação?
• Como é a natureza do SUA (frequência, duração, volume, relação com o coito)? Em que período ele ocorre (menstrual,
intermenstrual)?
• Existem alguns sintomas associados?
• Ela possui alguma doença sistêmica ou está em uso de alguma medicação?
• Houve alguma mudança no peso corporal, possivelmente relacionada com uma desordem alimentar, exercício físico
excessivo, doença ou estresse?
• Existe uma história pessoal ou familiar de uma desordem menstrual?
DIAGNÓSTICO

• A abordagem diagnóstica deve ser direcionada para oferecer uma avaliação custo-efetiva
e minimamente invasiva – organogramas.
• Necessariamente deve haver uma anamnese bem detalhada e um exame físico minucioso;
• Exames laboratoriais podem ser solicitados se houver suspeita de doenças sistêmicas.
DIAGNÓSTICO

• Exame físico:
• Alterações anatômicas
(pólipos, leiomiomas);
• Sinais de outras afecções que
podem causar SUA.
DIAGNÓSTICOS

• Histeroscopia (HSC):
• A HSC é considerada o método
padrão-ouro para investigação
endometrial.
• Em determinadas situações, ela é
também terapêutica.
• Nenhuma técnica disponível para
investigação endometrial supera a
sensibilidade e a especificidade da
histeroscopia com biópsia dirigida.
DIAGNÓSTICO

• Histeroscopia (HSC):
• Deve ser usada como método
diagnóstico do SUA apenas
quando a USGTV for
inconclusiva;
• (Espessamento endometrial ou
suspeita de câncer endometrial);
• Exata localização e natureza da
lesão.
AS PRINCIPAIS CAUSAS DE SUA NA MENACME:

• Pólipos; • Coagulopatia;
• Adenomiose; • Ovulatória;
• Leiomiomas; • Endometrial;
• Malignidade e hiperplasia. • Iatrogênica;
• Não classificadas.
PÓLIPOS

• Lesões de glândula e estroma endometriais;


• Projetadas na cavidade;
• Prevalência de 10%;
• Mais frequente acima dos 40 anos.
PÓLIPOS - CLÍNICA

• Assintomático;
• A descoberta ocorre ao se fazer exames de imagem, geralmente por outras causas.
• Sangramento uterino;
• Infertilidade – distorção da cavidade uterina.
PÓLIPO – DIAGNÓSTICO

• Excluir malignidade – Histologia (definitivo).

PÓLIPO – INVESTIGAÇÃO

• USG TV
• Histeroscopia – Padrão ouro.
PÓLIPO - TRATAMENTO

• Polipectomia histeroscópica;
• Ambulatorial ou hospitalar.

• A eficácia da polipectomia no SUA foi avaliada em revisão sistemática.


• Foi obtida melhora dos sintomas, variando de 75 a 100% em um período de seguimento
de dois a 52 meses.
ADENOMIOSE

• Endométrio ectópico que infiltra o miométrio;


• Aumenta o volume do útero;
• Podendo ser difuso (mais comum) ou focal (nódulo).
ADENOMIOSE – PREVALÊNCIA

• 20 a 30% das mulheres na menacme;


• Multíparas têm maior probabilidade de desenvolver.
ADENOMIOSE - CLÍNICA

• Assintomática;
• Dismenorreia;
• Sangramento uterino;
• Dor pélvica crônica;
• Dispareunia de profundidade;
• Infertilidade.
ADENOMIOSE - TRATAMENTO

• Clínico (sintomas):
• Contraceptivos hormonais;
• DIU de levonorgestrel;
• AINE;
• Anti-fibrinolítico;
• Análogo do GnRH.

• Cirúrgico:
• Histerectomia – definitivo – falha do tratamento clínico.
MIOMA – DEFINIÇÃO

• Tumores benignos formados por fibras musculares lisas do útero com estroma de tecido
conjuntivo em proporções variáveis. Podem incidir no corpo e na cérvice uterinas.
MIOMA – EPIDEMIOLOGIA

• Responsável por aproximadamente 95% dos tumores benignos do trato genital


feminino;
• Sua frequência varia com idade, raça, paridade e método de avaliação;
• É responsável por um terço do total de histerectomias (maior causa).
MIOMA – CLASSIFICAÇÃO
MIOMA – QUADRO CLÍNICO
• Geralmente assintomático, quando ocorre depende da topografia do mioma
Subseroso

- Efeito compressivo
- Dor pélvica

Intramural

- Cólica, dismenorreia
- Sangramento uterino anormal (componente submucoso)

Submucoso

- Sangramento anormal
- Infertilidade (obstáculo à implantação embrionária)
MIOMA – DI AGNÓSTICO

Anamnese
Laparoscopi Exame
a físico

Diagnóstico USGTV
RNM

Histerossalpingografia Histeroscopia
MIOMA - EXAMES COMPLEMENTARES

USG transvaginal Histeroscopia Laparoscopia

■ Mioma submucoso
• Nódulos hipoecóicos
■ Realizada por outra causa
MIOMA – TRATAMENTO

• Os miomas submucosos e os intramurais com componente submucoso importante devem


ser retirados por via histeroscópica;
• Miomectomia em dois tempos (sinéquia intrauterina);
• Miomas submucosos > 4 cm  empregar análogo do GnRH  risco de sangramento
perioperatório;
• Miomas intramurais  laparotomia ou laparoscopia.
REFERÊNCIAS

• Berek e Novak : tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek ; tradução Claudia Lúcia


Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte. - 15. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,
2014.
• Sangramento uterino anormal. -- São Paulo: Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2017.
• Munro MG, Critchley HO, Broder MS, Fraser IS; FIGO Working Group on Menstrual
Disorders. FIGO classification system (PALM-COEIN) for causes of abnormal uterine
bleeding in nongravid women of reproductive age. Int J Gynaecol Obstet. 2011; 113(1):3-13.

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