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Adenomas Hipofisários

Vinícius Medeiros Henriques


R1 Neurocirurgia HUGG
Epidemiologia

 Incidência anual de 4 a 94 a 100.000

 Incidência similar entre os sexos, porém com manifestações clínicas mais frequentes em
mulheres

 Faixa etária média de 30 a 50 anos


Epidemiologia

 3 a 25% são achados em autópsia

 10% da população mundial apresenta alterações pituitárias em RM

 70% dos adenomas são endocrinologicamente ativos, 22-54% são não-funcionantes

 Predisposição genética em:


 Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1
 Somatotropinoma familiar isolado
Anatomia
Anatomia
Anatomia
Função
História Natural

 Crescimento lento com sintomas insidiosos

 Diagnóstico “tardio”

 Manifestam-se por sintomas hormonais (hiper/hipo) e/ou compressivos


História Natural
 Três vias possíveis:

1 – Hiperfunção hormonal

2 – Compressão de ilhas glandulares anexas com hipofunção associada ou compressão de


estruturas suprasselares que inibam a secreção hormonal normal

3 – Efeito de massa em estruturas adjacentes provocando sintomas não endócrinos


Manifestações Clínicas
 Manifestações endocrinológicas

 Hipopituitarismo

 Hiperpituitarismo
 Prolactinoma
 Síndrome de Cushing
 Hipertireoidismo
 Acromegalia
Hipopituitarismo
 Hormônio do crescimento – Nanismo

 Gonadotrofinas – Infertilidade; queda da libido; irregularidade menstrual; perda dos caracteres


sexuais secundários

 TSH – Hipotireoidismo

 ACTH – Hipocortisolismo

 Prolactina – falha na lactação

 Vasopressina – Diabetes Insipidus


Hiperpituitarismo

 Hiperprolactinemia (mais comum)


 Amenorreia
 Galactorreia
 Infertilidade

 GH
 Acromegalia
 Aumento da bossa frontal
 Prognatismo
 Síndrome do túnel do carpo
 Gigantismo em crianças
Hiperpituitarismo
Hiperpituitarismo
Hiperpituitarismo

 ACTH
 Síndrome de Cushing
 Obesidade central
 Fácies de lua cheia
 Estrias violáceas
 Intolerância glicêmica
 Hirsutismo, acne
 Paresia proximal
 Hipertensão
 Amenorreia, infertilidade
Síndrome de Nelson
• Crescimento exacerbado de
tumor hipofisário após
adrenalectomia para tratamento
de Doença de Cushing

• Aumento de ACTH plasmático


com hiperpigmentação cutânea
Efeito de Massa

 Pituitária – Hipopituitarismo

 Quiasma óptico – Hemianopsia bitemporal; defeito temporal superior

 Seio cavernoso – Oftalmoplegia; ptose palpebral; diplopia

 Haste hipofisária – Hiperprolactinemia com hipopituitarismo global

 Outros: cefaleia; hidrocefalia; demência


Efeito de Massa

 Seio Cavernoso
Apoplexia Pituitária

 Síndrome de Simmons

 Emergência neurocirúrgica

 Degeneração hemorrágica de adenoma hipofisário

 Cefaleia, náuseas, redução da acuidade visual, hemianopsia, oftalmoparesia e rebaixamento do


nível de consciência súbitos

 Hipopituitarismo súbito
Beleza, suspeitei. E agora?
Avaliação

 Ressonância Magnética de Crânio

 Avaliação Hormonal

 Avaliação oftalmológica de campo visual (campimetria)


Avaliação
Avaliação Endocrinológica

 Prolactina sérica

 GH
 GH basal
 IGF-1
 Teste de tolerância insulínica

 ACTH
 ACTH e cortisol sérico após supressão com dexametasona
 Cortisol livre urinário
 Cortisol salivar à meia-noite
Avaliação Endocrinológica

 Função gonadal
 TSH
 LH
 Testosterona
 Estradiol

 TSH e T4 livre

 Função adrenal
 Esteroides urinários e plasmáticos
 Resposta de cortisol induzida por hipoglicemia
Avaliação Oftalmológica
Classificação

 Tamanho
 Microadenoma < 1cm de diâmetro
 Macroadenoma >= 1cm de diâmetro

 Fisiológica
 Hipófise anterior
 Hipófise posterior

 Sintomatológica
 Funcionante
 Não-funcionante
Classificação
 Classificação de Hardy (1973) e Wilson (1984)
Classificação
 Classificação de Knosp e Steiner (1993) – Invasão do seio cavernoso
Tipos Histológicos
Diagnóstico Diferencial
Manejo

 Observação (incidentaloma sem alteração hormonal e assintomático)

 Tratamento clínico

 Abordagem cirúrgica
Manejo Clínico
 Prolactinoma (agonista dopaminérgico)
 Cabergolina (menos efeito adverso, mais eficácia, mas mais caro)
 Bromocriptina

 GH
 Análogo da somatostatina (eg.: octreotide)
 Agonista dopaminérgico
 Antagonista do receptor de GH (eg.: pegvisomant)

 Adenomas corticotrófico (pouca eficácia comparada a cirurgia)


 Supressores de ACTH (análogo da somatostatina, agonista dopaminérgico...)
 Bloqueadores adrenais periféricos (mitotano, cetoconazol, etomidato...)
 Bloqueador do receptor de cortisol (mifespristona)
Manejo Cirúrgico
 Indicações
 Efeito de massa
 Hipersecreção hormonal não controlada com tratamento clínico
 Apoplexia pituitária

 Objetivos
 Aliviar o efeito de massa
 Homeostase hormonal
 Citorredução ou minimizar recorrência de tumor
 Normalização da função pituitária
 Dar diagnóstico histopatológico
Manejo Cirúrgico
 Microscopia Transesfenoidal

 Endoscopia Transesfenoidal

 Transcraniana
Avaliação pré-operatória

A – Conchal
B – Pré-selar
C – Selar incompleto
D – Selar completo

Hiremath SB, Gautam AA, Sheeja K, Benjamin G. Assessment of variations in sphenoid sinus pneumatization in Indian
population: A multidetector computed tomography study. Indian J Radiol Imaging. 2018;28(3):273-279.
Avaliação pré-operatória

Kissing Carotids
Manejo Cirúrgico
 Microscopia Transesfenoidal Vs. Endoscopia Transesfenoidal

 Sem diferença estatística


 Lesões extrasselares podem se beneficiar mais da transesfenoidal pela janela de
visualização
Manejo Cirúrgico
 Transcraniana

 Indicado em: extensões extrasselares proeminentes; fibrose; falha transesfenoidal;


aneurismas da carótida cavernosa; ectasia carotídea; infecção grave dos seios nasais.

 Maior morbidade
Complicações
 Alterações sinonasais  Lesão vascular

 Fístula Liquórica  Hipopituitarismo iatrogênico

 Meningite  Lesão hipotalâmica

 Hemorragia  Redução da acuidade visual


Obrigado!

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