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FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA

2021
MECÂNICA VENTILATÓRIA
• Comportamento das pressões durante a respiração;
• Componente elástico e resistivo do sistema respiratório.
Anatomia do Sistema Respiratório
O sistema respiratório facilita a difusão gasosa entre o ar e o sangue. Conforme
circula, o sangue transporta O2 dos pulmões para os tecidos do corpo, além de
receber CO2 produzido nesses tecidos e o transportar até os pulmões para a sua
eliminação.

O sistema circulatório oferece um ligação entre o liquido intersticial em torno das


células e as superfícies de difusão do pulmão.
Funções do Sistema Respiratório

• O sistema respiratório tema função de auxiliar na regulação do

volume sanguíneo, da pressão arterial e do controle do pH e dos


líquidos corporais.
• O sistema respiratório desempenha funções com a cooperação

dos sistemas circulatório, linfático, de alguns músculos


esqueléticos e do sistema nervoso.
A parte superior do sistema respiratório consistem as vias de passagem
que filtram, aquecem e umedecem o ar, protegendo as superfícies mais
delicadas de difusão e condução da parte inferior desse sistema contra
resíduos, patógenos e condições ambientais externas.
Os Pulmões
Brônquios principais
Alvéolos
Uma extensa rede de capilares esta associada a cada alvéolo. Os vasos
capilares são envolvidos por uma rede de fibras elásticas, que ajuda a manter
as posições relativas dos alvéolos e dos bronquíolos respiratórios. O retorno a
posição original dessas fibras durante a expiração reduz o tamanho dos
alvéolos e auxilia no processo de expiração.
A difusão através da membrana alvéolo capilar processa-se muito
rapidamente pois a distancia é pequena e os gases são lipossolúveis. As
membranas das células epiteliais e endoteliais também não oferecem
obstáculo para o movimento do CO2 e do O2 entre o sangue e os espaços
aéreos alveolares.
• A taxa de difusão de um gás através de uma lâmina de tecido é diretamente

proporcional à área e inversamente proporcional à espessura.

• A taxa de difusão é diretamente proporcional à diferença entre as pressões

parciais do gás.

• A taxa de difusão é diretamente proporcional à solubilidade tecidual do gás,

mas inversamente proporcional à raiz quadrada do seu peso molecular.


Músculos da Respiração
Músculos da inspiração:

Músculos da expiração:
Propriedades Elásticas do pulmão

O pulmão, devido a sua pressão negativa, tem tendência a retornar ao


volume de repouso após uma distensão. Isto só é possível devido as
propriedades elásticas dos pulmões.
As curvas as quais o pulmão obedece durante a insuflação e a desinflação são
diferentes – histerese.
A curva pressão-volume ilustra a pressão que é mantida em cada nível,
conforme indicada pelos pontos, por alguns segundos, para permitir que o
pulmão entre em repouso.
• A pressão transpulmonar é diretamente proporcional ao volume pulmonar.

• Para altos volumes pulmonares os componentes distensíveis já estão

distendidos.
• Grandes aumentos de pressão produzem apenas pequenos aumentos de

volume.

• A curva pressão-volume reflete as propriedades elásticas do pulmão. Para

cada volume é determinada uma pressão transpulmonar (PTP):


PTP= Pa-Pip { diferença de pressão alveolar para a pressão pleural}.
Distensibilidade menor. Maior pressão para o mesmo
Distensibilidade maior: Menor pressão para o
volume.
mesmo volume.

Complacências diferentes: Volume maior para a


Presença de secreção ou água no circuito.
mesma pressão.
Complacência Pulmonar

A complacência é a inclinação da curva pressão-volume, ou a modificação de


volume por unidade de pressão alterada. Na faixa normal a pressão de
expansão de cerca de 5 a10 cm de água, onde o pulmão é muito
complacente. No pulmão humano a complacência é de cerca de 200 ml/cm
de água. No entanto, em nível de pressões de expansão elevadas, o pulmão é
mais rígido, e a sua complacência é menor, fazendo com que ocorra uma
inclinação mais horizontal da curva.
A complacência de um pulmão depende de seu tamanho. É óbvio que a modificação
de volume por unidade de pressão alterada será maior no pulmão humano do que no
de rato. Por essa razão, a complacência por unidade de volume
pulmonar, ou complacência específica, é, muitas vezes, medida quando desejamos
tirar conclusões acerca das propriedades elásticas intrínsecas do tecido pulmonar.

Volume 6,0
(l)
4,5

3,0

1,5

RV • Normal
0 10 20 30 40 • Fibrose
Pulmonar
PTP (cmH2O) • Enfisema
Pulmonar
Complacência Tóracopulmonar
Curva pressão-volume do pulmão

• Não linear; o pulmão se torna mais rígido em grandes volumes.

• Demonstra histerese entre insuflação e desinsuflação.

• Complacência é a inclinação ∆V/∆P.

• Comportamento dependente das proteínas estruturais (colágeno,


elastina) e da tensão superficial.
• Complacência estática: envolve a relação entre um volume e a pressão em

um determinado ponto estático da curva não levando em consideração a


resistência ao fluxo.
• Complacência dinâmica: é obtida de forma progressiva durante a fase de
insuflação pulmonar, a resistência ao fluxo inspiratório leva a pressão
obtida.
Tensão Superficial

É uma força que induz as moléculas a manterem a menor área possível com a
região gasosa. Ela se origina porque as forças de atração entre as moléculas
adjacentes do liquido são muito mais fortes do que aquelas entre o liquido e o
gás, como resultado da área de superfície liquida torna-se tão pequena
quanto possível.
Lei de Laplace

“A pressão distensora em um objeto oco e distensível é igual, no equilíbrio, à


tensão na parede, dividida pelo raio”.

O alvéolo grande tem maior raio e pressão colapsante e portanto exige


pressão mínima para permanecer aberto;

O pequeno alvéolo por ter menor raio, terá elevada pressão colapsante,
exigindo mais pressão para permanecer aberto.
Diferenças Regionais de ventilação
Situação em volumes pulmonares
muito baixos. Agora, as pressões
intrapleurais são menos negativas,
e a pressão na base excede a
pressão das vias aéreas
(atmosférica). Consequentemente,
ocorre fechamento das vias aéreas
nessa região, e nenhum gás
penetra com pequenas
inspirações.
Propriedades Elásticas da Parede Torácica
Resistência das vias aéreas

No fluxo laminar, a
resistência é inversamente
proporcional à quarta
potência do raio do tubo, e
o perfil da velocidade
demonstra que o gás no
centro do trajeto tem mais
velocidade do que nas
outras porções.
Variação da resistência das vias aéreas (RVA)
com o volume pulmonar
Pressões durante o Ciclo Respiratório

Pressão Pleural: é a pressão existente no espaço intrapleural . Durante a


inspiração, as costelas tracionam a superfície dos pulmões com mais força e a
pressão pleural torna-se mais negativa. A pressão dos espaço pleural é
transmitida das paredes dos alvéolos às regiões mais centrais.
• Pressão Alveolar: é a pressão no interior dos alvéolos. Para que haja fluxo

de ar para dentro dos alvéolos, a pressão intra-alveolar precisa cair até um


valor mais abaixo da pressão atmosférica. Na expiração ocorre o inverso e a
pressão alveolar aumenta.

• Pressão Transpulmonar: é a diferença entre a pressão alveolar e pleural.

Representa a diferença de pressão entre os alvéolos e a superfície externa


dos pulmões, constitui uma medida das forças elásticas pulmonares que
tendem a produzir colapso pulmonar (retração elástica).
A pressão intrapleural cai durante a inspiração por dois motivos. Primeiro,
conforme o pulmão se expande, sua retração elástica aumenta. No entanto, a
redução na pressão alveolar causa uma queda adicional na pressão
intrapleural.
Na expiração a pressão intrapleural é menos negativa do que seria na
ausência de resistência das vias aéreas, pois a pressão alveolar é positiva.
Com a expiração forçada, a pressão intrapleural vai acima de zero.
Pressão Positiva Expiratória final - PEEP

• Auto PEEP: é conceituada como uma persistência de uma pressão alveolar

positiva, ao final da expiração, não intencional, devido a presença de um


volume pulmonar expiratório final maior do que a capacidade residual
funcional prevista.
Ocorre em pacientes submetidos à ventilação mecânica, em consequência de
o aparelho de ventilação iniciar uma fase inspiratória com pressão positiva,
antes que o tempo expiratório tenha sido suficiente para a exalação completa
do volume inspirado anteriormente.
III Consenso de Ventilação Mecânica

“A medida da auto PEEP também traz informações sobre a hiperinsuflação. A


forma mais prática de se medir a auto PEEP é a estática, através da manobra
de oclusão da válvula de exalação ao final da expiração, retardando-se o início
do próximo ciclo respiratório. Essa medida requer que o paciente não execute
esforço respiratório e expressa a média das pressões alveolares ao final da
expiração de diferentes unidades em contato com as vias aéreas proximais.”

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