Esquemas-síntese

do poema
«Um mover
d’olhos, brando
e piadoso»
(p. 149)
Soneto: duas quadras e dois tercetos; decassílabo.

Tema: a perfeição e a beleza espiritual da amada e o encantamento sofrido

pelo sujeito poético.
Estrutura do soneto:

Parte 1 Vv. 1-11 Retrato da amada (enumeração de

características), centrado nas suas
virtudes

Parte 2 Vv. 12-13 Metáfora que reúne as características

essenciais da amada

Parte 3 V. 14 Consequências da amada

no sujeito poético
 Caracterização da amada:

Traços Características

• Um mover d’olhos • Brando, piedoso e sem ver de quê

Três aspetos • Um riso • Brando, honesto e quase forçado
físicos Natureza
• Um gesto • Doce, humilde e duvidoso de qualquer
(vv. 1-4) repetitiva da
alegria adjetivação
• Um despejo • Quieto e vergonhoso
• Um repouso • Gravíssimo e modesto Adjetivação de
Restantes • Uma bondade • Pura cunho abstrato
aspetos: éticos, • Um indício da alma • Limpo e claro
atitudinais Valorização
• Um ousar • Encolhido
e psicológicos das qualidades
• Uma brandura ———
(vv. 5-11) morais da
• Um medo • Sem ter culpa amada
• Um ar • Sereno
• Um sofrimento • Longo e obediente
Traços físicos da amada: caracterização psicológica ambígua?

• Olhar: suave e compreensivo mas «sem ver de quê»

• Riso: delicado mas constrangido A gentileza contida sugere
• Rosto: doce e humilde mas hesitante uma pose sedutora

Traços psicológicos da amada: caracterização psicológica ambígua?

A timidez e o recato
• Vivacidade: quieta e vergonhosa
sugerem uma ousadia, uma
• Ousadia: encolhida
audácia contida

A figura feminina é retratada como possuindo um autocontrolo extremo

sobre a sua própria natureza: está confinada a não revelar o seu eu
autêntico totalmente.
O ideal de mulher petrarquista?

Positivo «celeste fermosura» versus «mágico veneno» Positivo

Figura «minha Circe» Feiticeira, sedutora,

ambígua (v. 13) fascinante

A amada descrita no soneto «transformou» o pensamento do sujeito poético.

• A mulher como fonte de sedução sobre aquilo que a rodeia (o sujeito

poético)
• A mulher como causa de modificação do ser que a observa (o sujeito
poético)