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Dor Torácica

SEMIOLOGIA I

ACADÊMICA EMANUELLE J. LUCIANO


Dor torácica

Dor torácica ≠ Dor cardíaca

Variadas causas:
 Parede do tórax
 Pleuras
 Pulmões
 Coração
 Pericárdio
 Vasos
 Mediastino
 Esôfago
 Diafragma
 Outros
Dor torácica – Causas principais
Causas não-cardíacas

1. Parede do tórax:
 Localização precisa da área comprometida pelo paciente.
 Processos inflamatórios, lesões, distensão muscular, entres outras.
 Inspeção e palpação do local.

2. Laringotraqueítes e traqueobronquites:
 Dor localizada na região da laringe e traquéia.
 Mão sobre o esterno.

3. Pneumotórax espontâneo:
 Dor súbita, aguda e intensa.
 Acompanhada de dispnéia.
 Sem febre.
Causas não-cardíacas

3. Pleurites:
 Dor aguda, intensa e em pontada, com área bem delimitada.
 Localizada facilmente pelo paciente.
 Aumenta com a tosse e movimentos inspiratórios profundos.

4. Pleurites Diafragmáticas:
 Periférica – dor na área dos nervos intercostais.
 Central – área dos pontos frênicos, indo até o ombro.

* Paciente pode não conseguir delimitar a dor (torácica ou


abdominal).
Causas não-cardíacas

6. Pneumonias:
 Dor semelhante a da pleurite.
 Em estágio mais avançado a dor pode se tornar profunda e não bem
localizada.
 Acompanhada de febre e tosse, podendo essa ser hemoptóica.

7. Infarto pulmonar:
 Sensação dolorosa semelhante a das pneumonias e pleurites.
 Geralmente acompanhada de doenças emboligênicas.

8. Mediastínica:
 Dor profunda e sem localização definida
 Geralmente associada a tumores.
Causas não-cardíacas

9. Embolia pulmonar:
 73 %  Acompanhada de dispnéia.
 Pode apresentar dispnéia, taquipnéia e cianose.

10. Doenças esofágicas:


 Mimetiza a doença coronariana crônica e aguda.
 Refluxo esofagiano  pirose e desconforto.
Causas não-cardíacas

11. Úlceras pépticas:


 Região epigástrica.
 Geralmente após as refeições.

12. Outros:
 Dor torácica não relacionada a trauma, febre ou malignidade.
 30%  diagnóstico firmado como decorrente de costocondrites
Causas cardíacas

-IAM
 Isquemia miocárdica - Angina estável
-Angina
- Angina instável

 Pericárdica

 Aórtica
Causas cardíacas

1. Isquemia miocárdica

 Hipóxia celular  estimulação das terminações nervosas da adventícia das


artérias e do miocárdio.

 Causas mais comuns  aterosclerose coronária e trombose.

 LOCALIZAÇÃO:
 Retroesternal, geralmente a esquerda.
 Restrita a uma pequena área ou toda a região precordial.

 Irradiação da dor tem estreita ligação com a intensidade, sendo geralmente


para a parte interna do MSE.
Causas cardíacas

 Caráter constritivo  dor anginosa

 Duração:
 Angina estável: 2 – 3 minutos, exercícios físicos, hipóxia. Alívio
mediante repouso.
 Angina instável: até 20 minutos, relacionada a alterações
necrobióticas.
 IAM: superior a 20 minutos, com alterações necróticas.

Pode ser acompanhada de vômito e sudorese.

 Agravantes: condições que aumentam trabalho cardíaco.

 IAM pode acorrer no repouso


Causas cardíacas

2. Pericárdica:
 Região retroesternal, irradiando para o pescoço.
 De caráter constritivo, opressivo ou como queimação.
 Não relacionada com exercícios.
 Agrava com a respiração e movimentação do tórax.
3. Aórtico:
 Dissecção.
 Início súbito.
 Grande intensidade.
 Localização retroesternal com
irradiação para o pescoço e
ombros.
 Freqüentemente: hipertensos,
portadores de Síndrome de
Marfan ou naqueles que
sofreram um traumatismo
torácico recente.
Causas cardíacas

4. Psicogênica:
 Ansiedade ou depressão.
 Região mamilar.
 Persistente e acentuada com emoções desagradáveis.
 Pacientes com histórico de IAM ou AI.
Estatísticas

EUA → 8 milhões de pacientes por ano nas emergências


= 5 a 10% de todos os atendimentos emergenciais.
 1,2 milhões → IAM
 1,2 milhões → Angina estável
 2/3 pacientes → sem confirmação de causa
 5% pacientes com dor = IAM  liberados erroneamente.

Brasil → DATASUS 2002: 20 % dos atendimentos.


Alto risco de morte na primeira hora = atendimento em 11 horas.
Estatísticas

Síndrome coronariana aguda (infarto agudo do


miocárdico e angina instável):
 1/5 das causas de dor torácica.
 Significativa morbi-mortalidade.
 Confirmar ou afastar este diagnóstico.

Liberação inapropriada de pacientes com IAM:


 Risco para a o médico emergencista
 20% dos valores pagos anualmente nos EUA por processos de má-
prática médica emergencial → não diagnóstico do IAM.
Referências

 PORTO, Celmo. Semiologia médica –


Guanabara Koogan, 5ed, 2005. 
 I Diretriz de Dor Torácica na Sala de Emergência. Sociedade
Brasileira de Cardiologia
 SANTORO, Deyse; PIMENTA, Cibele. Semelhanças e diferenças
da dor nas síndromes torácicas: revisão sistemática da literatura.
Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre (RS) 2008
jun;29(2):301-7.
 BASSAN, Roberto et al. Dor torácica na sala de emergência.
Arquivo Brasileiro de Cardiologia, volume 74 (nº 1), 13-21,
2000

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