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Importância da audição Sistema Auditivo Periférico

• Monitora situações de perigo • Envolve a captação e transmissão da onda sonora pela


• Torna possível a comunicação como forma de expressar o orelha e meato acústico externo (OE), a transdução
pensamento sonora na membrana timpânica, cadeia ossicular e
• É uma função completa músculos intratimpânicos (OM), e, o processamento da
• Sistema considerado obrigatório → não fecha / desliga informação auditiva na cóclea e porção coclear do nervo
mesmo em sono profundo vestibulococlear VIII (OI)
• Base p/ a comunicação → que requer emissor e receptor • Estas estruturas estão localizadas na região temporal
• Facilita o desenvolvimento da lgg e da fala (processo mastoide)

Sistema auditivo
• É constituído por estruturas sensoriais e conexões
centrais responsáveis pela audição
• Pode ser referido em 2 porções distintas e inter-
relacionadas:
• Sistema auditivo periférico: orelha externa, média e
interna e nervo vestíbulococlear
• Sistema auditivo central: vias auditivas localizadas
no tronco encefálic e áreas corticais do encéfalo
Orelha externa
• Capta e encaminha as ondas sonoras
• Amplifica o som
• Auxilia na localização da fonte sonora
• Constituída por:
Pavilhão auricular: estrutura de cartilagem flexível, c/ 60 a
65mm de altura por 25 a 35mm de largura; a parte inferior,
lóbulo, é constituída por tecido adiposo recoberto por pele;
É formado por saliências e depressões; ajuda na captação do
som
Meato acústico externo: um tubo fechado em forma de “S”;
mede entre 2,5 a 3cm de comprimento; Formado por
cartilagem na parte + externa e por osso na parte + interna;
A pele que reveste a porção cartilagínea apresenta folículos
pilosos (cílios), glândulas sebáceas e ceruminosas → o
cerumem é o resultado das secreções das glândulas e da
escamação epidérmica → acumulo do cerumem próximo à
membrana timpânica pode ressecar e formar uma “rolha”
causando dificuldade auditiva; tem função de proteção (cílios
e cerumem) e ressonância sonora
Orelha média • As funções da OM são:
• Cavidade cheia de ar, formada pela caixa do tímpano, • Transmissão e amplificação da onda sonora
entre OE e OI • Proteção da OI
• Localizada na porção petrosa do osso temporal • Transforma o som de uma força mecânica p/
• Contém a cadeia ossicular e seus anexos (articulações, hidráulica sem perder potência
ligamentos e músculos)
• A membrana timpânica se conecta ao “cabo” do
martelo, que se conecta c/ a bigorna e esta c/ o estribo
→ a “platina” do estribo se conecta c/ a janela oval
(membrana da cóclea na OI
• Os ossículos permanecem suspensos por ligamentos e
oscilam p/ frente e p/ trás
• A OM possui 5 paredes ósseas e 1 membranosa, é
revestida por mucosa → epitélio respiratório
• Está conectada à parte nasal da faringe pela tuba
auditiva, o que permite a equalização da pressão
atmosférica da membrana timpânica → mede cerca de 3
a 4 cm → porção óssea (na OM) e porção cartilagínea (na
faringe) →no adulto tem inclinação de 30 a 45ᵒ e na
criança 10ᵒ → em repouso está fechada e se abre na
deglutição, fala, espirro e bocejo
Orelha interna
• Está contida na parte petrosa do osso temporal
• Apresenta os labirintos posterior (responsável pelo equilíbrio) e
anterior (responsável pela audição) e parte do nervo
vestibulococlear VIII
• O labirinto anterior é conhecido como cóclea → principal
responsável pela função auditiva
• A cóclea é constituída de osso, preenchida por perilinfa (líquido rico
em sódio, Na+) e pelo labirinto membranoso, preenchido por
endolinfa (líquido c/ alta concentração de potássio, K+)
• O labirinto membranoso, tbm chamado ducto coclear divide o
labirinto ósseo em 2: rampa vestibular (superiormente) que termina
na janela oval e a rampa timpânica que termina na janela redonda
• Dentro do ducto coclear situa-se o “órgão de Corti” → este é
formado pela membrana basilar, membrana tectória e células
ciliadas interna e externas
 Células ciliadas externas: agrupadas em 3, ligadas por fibras
eferentes (5¢%) → enviam informações p/ contração das células
(pulsam para que a célula ciliada interna consiga atingir a
membrana tectória e amplificar o som)
 Célula ciliada interna: única, ligada por fibra aferente (95%) →
recebem estímulos de audição (codifica informação e gera estímulo
elétrico)
Acústica
 Onda sonora
São vibrações mecânicas que se propagam em meios Sons complexos: podem ser definidos como sons compostos
materiais, como ar ou água. As vibrações emitidas por uma por uma série de ondas simples, que podem diferir em
fonte sonora fazem pressão nas moléculas do ar, amplitude, frequência ou fase. Ex. fala humana
provocando uma perturbação ou variação nesse meio
material comprimindo algumas regiões e deixando outras
mais espaçadas, em relação à pressão natural, ou ao
movimento natural das partículas
A onda sonora é considerada como trisimensional, pois a
energia se propaga no espaço “em todas as direções”
Tom puro: é um som simples, constituído por uma única
frequência, só pode ser gerado eletronicamente (Ex. O som
que sai do audiômetro)
 Frequência  Amplitude
Número de ciclos que as partículas realizam na unidade É a medida do deslocamento horizontal da onda, relaciona-se
tempo, é medida em Hertz (Hz) à intensidade sonora
Menos ciclos por segundo = sons graves Som se torna mais fraco c/ a distância (+- 3 dB p/metro)
Mais ciclos por segundo = sons agudos → amplitude diminui mas a frequência se mantém
Sons mais fortes são ouvidos à maiores distâncias

 Intensidade
De acordo com a pressão exercida sobre as partículas do ar →
qtd de energia transportada pelo som. O que permite
classificar o som em forte (onda c/ maior amplitude) ou fraco
(onda c/ menor amplitude). É medida em decibel (dB)

 Altura
Relacionada a frequência da onda sonora que permite
classifica-la entre grave e agudo
Frequência alta = sons agudos
Frequência baixa = sons graves
Testes audiométricos Audiometria tonal limiar
• São feitos em ambiente acusticamente tratado = maior Medida da audição em tons puros que procura o limite entre o
silêncio possível ouvir e o não ouvir
• Seguem norma do Conselho Federal de Fonoaudiologia → • É fundamental p/ o processo do diagnóstico audiológico e
padronização pelo ISO8253-1 determina os limiares auditivos comparando esses valores
• Deve-se utilizar uma cabina acústica que evita a c/ os padrões de normalidade, usando como referência o
interferência de sons tom puro
• Feita c/ materiais absorventes: espuma, carpete, • O ouvido humano detecta sons na faixa de 20 a 20.000Hz
madeira, cortiça → tbm evitam a reverberação (eco) → na ATL se avalia a faixa de 250 a 8000Hz (faixa de cabe a
• Precisa ser calibrada p/ as normas do CFFa e fala humana) → audiometria de altas frequências 9kHz a
recalibrada anualmente 18kHz usada nos casos de queixas de zumbidos
• ATL é o principal teste a ser realizado → pode definir a
Audiometria → itens p/ realização presença de deficiência auditiva e caracterizá-la quanto
• Cabina audiométrica ao tipo, grau e configuração audiométrica
• Fones • Auxilia p/ o diagnóstico do local da lesão, OE, OM ou OI,
• Audiômetro causa e inferir sobre como estas lesões podem
• Vibrador ósseo → estimula diretamente a cóclea (vibração comprometer o desempenho comunicativo do indivíduo
óssea) • Fornece informações p/ o processo de habilitação e
reabilitação
• Orienta o indivíduo ou responsável qto aos resultados da
avaliação e opções de tratamento
• Determina a necessidade de encaminhamento p/
atendimento médico
Audiometria Tonal Limiar – cont. Audiograma
 É pesquisado o mínimo de intensidade sonora em que o • Construído como uma grade → frequência, em Hertz,
indivíduo detecta a presença do tom puro em cada apresentada na vertical; e intensidade, em dB,
frequência avaliada na condução aérea (250, 500, 1k, 2k, apresentada na horizontal
3k, 4k, 6k e 8k Hz), e na condução óssea (500, 1k, 2k, 3k, e
4k Hz) tanto na orelha direita quanto na esquerda → fazer Pesquisa dos limiares
VO caso haja algum limiar ≥ a 25dB n aVA • Indivíduo deve estar sentado em cadeira, dentro da
cabina, de frente ao fonoaudiólogo (ver expressão facial e
Limiar auditivo – nível mínimo de intensidade sonora ou o mudança de comportamento)
menor nível de intensidade sonora em que uma pessoa • O exame deve começar pela melhor orelha se souber qual
detecte a presença do sinal em 50% das apresentações • A frequência inicial em 1k Hz e subir até 8k e depois testar
500 e 250 Hz
Instrução ao paciente – fornecer instruções claras e precisas • Geralmente inicia na intensidade de 50 dB ou maior se já
ao paciente, que este deve demonstrar quando ouvir um som demonstrar perda → técnica descendente:
(apito) mesmo que baixo • Apresenta estímulo em intensidade facilmente
percebida pelo paciente
Resposta do paciente – p/ evitar interferência na resposta do • Diminuir a intensidade em 10dB até se tornar
paciente é preciso se atentar: não ritmar estímulos; não dar inaudível
pistas visuuais → Respostas dependem do indivíduo • Aumentar 5dB até que perceba novamente o som
• Será considerado o limiar no qual o indivíduo perceba
50% das apresentações sonoras, ou seja: 2 de 4
Em VO o limite de máximo do audiômetro é: apresentações
Em 500 e 750Hz → 65dB
Demais frequências → 70-80dB
Tipos de perda
Símbolos - Audiometria
• A determinação dos limiares tonais por VA analisam a
sensibilidade auditiva, demonstrando o grau de perda
auditiva. Os limiares tonais por VO, qdo comparados c/ VA,
diferenciam o tipo de perda
Condutiva → mostram perdas apenas na sensibilidade auditiva
sem problemas associados à habilidade de reconhecimento de
fala; ocorre em qq lugar da OE ou OM; considerada a partir de
limiares de VA ≥ 25dB
Sensorioneural → ocorrem qdo a lesão acomete as estruturas
da OI, sendo geralmente irreversíveis e permanentes;
considerada a partir de limiares de VO ≥ 15dB; a pessoa tende a
falar em voz alta pois perde a capacidade de realizar o
monitoramento da própria voz
Mista → quando os limiares de VA e VO estão reduzidos, sendo
O Laudo audiométrico VO melhor que VA; apresenta problemas condutivo e
• A configuração do audiograma é um importante fator sensorioneural; considerada a partir dos limiares de VA ≥ 25dB +
a ser considerado quando se interpreta testes VO ≥ 15dB
diagnósticos
• Deve constar tipo e grau da perda auditiva e  Gap → espaço entre limiar VA e VO da mesma orelha
configuração da curva audiométrica o Perda condutiva: VO boa + VA ruim
o Perda Mista: VO ruim + VA pior ainda
o Perda sensórioneural: VO e VA acoplados
Grau de perda auditiva Configuração da curva audiométrica
• Classificação da extensão da dificuldade do • Classificação segundo o tipo de curva → desenho estabelecido após a
paciente anotação gráfica dos limiares aéreos p/ cada frequência
• Determina as necessidades de habilitação • Representa a audição do paciente p/ frequências que variam de 250 a
ou reabilitação que uma pessoa c/ perda 8k Hz
auditiva pode apresentar • Permite uma melhor avaliação da interferência da perda auditiva
• O grau é dado pela média dos limiares sobre a habilidade de reconhecimento de fala no paciente
tonais da VA p/ as frequências → 500, 1k,
2k e 4k Hz
Logoaudiometria
• Avaliação da capacidade auditiva de um indivíduo em compreender a fala
• Os testes são realizados falando em um microfone ligado ao audiômetro
• Os testes básicos p/ essa avaliação são:

 Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF / SRT)


• O principal objetivo do SRT é a confirmação dos dados obtidos por VA na audiometria tonal → tbm é importante na
seleção de aparelhos auditivos , na determinação do nível de intensidade mais favorável p/ realização do teste de
reconhecimento da fala
• A menor intensidade em que o indivíduo consegue identificar 50% das palavras que lhe são apresentadas
• Deve-se selecionar palavras familiares p/ a maioria das pessoas (dentro de uma lista padronizada c/ palavras
foneticamente balanceadas) → geralmente trissílabos ou polissílabos
• Em algumas situações o SRT pode ser obtido por meio de solicitação de figuras, perguntas ou ordens simples
• Inicia-se a apresentação das palavras em uma intensidade audível (cerda de 50dB)
• Apresentar um vocábulo por intensidade e ir diminuindo de 10 em 10 dB → no momento que não obtiver resposta
aumenta-se 5dB e apresenta 4 vocábulos → varia para + ou – 5 dB até estabelecer o limiar
• O resultado da SRT deve ser igual ou até 10dB pior que média dos resultados obtidos das frequências 500, 1k e 2k Hz em
VA
 Indice de Reconhecimento de Fala (IPRF)
• É um teste supraliminar (acima dos limiares) → resultados
são expressos em porcentagem de acerto no
 Limiar de Detectabilidade de Fala (LDF / SDT)
reconhecimento de palavras
• P/ os casos onde não é possível obter o SRT (deficiências
• Realizados com a repetição de uma lista de 25 palavras →
auditivas acentuadas, dificuldade de compreensão da
inicialmente monossílabas, se o resultado for baixo, fazer
fala) → não é necessário reconhecer o que se fala,
outra lista c/ dissílabas etc
apenas indicar que percebe o estimulo
• O teste é realizado cerca de 40 dB acima do SRT → ajustar
• O SDT é estabelecido quando se encontra o nível de
a intensidade p/ conforto principalmente em perdas
intensidade que o paciente refere a presença do
sensorioneural recrutante
estímulo em 50% das apresentações
• O limiar SDT deve coincidir c/ o melhor limiar tonal
encontrado dentre as frequências de 250 a 6k Hz
• Se utiliza a repetição de sílaba → ex. papapa ou popopo
 Recrutamento → hipersensibilidade auditiva → em perdas
neurossensoriais a área dinâmica diminui → células
danificadas passam a recrutar células vizinhas
Mascaramento
• Fenômeno no qual um som deixa de ser percebido qdo outro som é apresentado simultaneamente em intensidade
superior
• Na prática clínica utilizamos o mascaramento contralateral → o som mascarador será na orelha não testada em uma
intensidade que causará uma sensação superior à sensação do tom puro ou da fala → impedindo audição cruzada

Ruídos mascarantes Mascaramento da VA


• Narrow Band NB → é um ruído de banda estreita → p/ • Um som qdo apresentado por VA a uma orelha, pode
tom puro → é mascarante c/ faixa de frequência restrita estimular a cóclea da orelha contralateral → transmissão
→ uma frequência central p/ cada frequência testada de energia, em forma de vibração para a cóclea da outra
• Speech Noise SN → é um ruído c/ uma banda mais larga orelha → c/ atenuação interaural entre 40 a 85dB
c/ faixa de frequência específica p/ a fala → é usado p/ • O mascaramento de VA deve ser feito quando a diferença
mascarar na logoaudiometria entre VA da orelha testada e VO da orelha não testada
• White Noise WN → é um ruído de banda larga c/ um for ≥ 40dB na mesma frequência
amplo aspecto que abrange todas as frequências • Qto mascarar → limiar de VA da orelha testada chegará
(efetividade não é boa → chega a ser incomodo ao 40dB a baixo na orelha não testada → deve-se piorar o
paciente) → tbm usado p/ mascarar logoaudiometria → limiar de VO pelo menos 10 dB abaixo da lateralização que
só usar qdo não tiver SN no audiômetro recebeu → contar o “espaço” entre VO e o quanto se quer
piorar → então baixar VA na mesma quantidade do
“espaço” → este será o valor do mascaramento
Mascaramento de VO
• Um estimulo dado por VO atravessando pela cabeça não
perde nada em energia
• Mascarar VO da orelha pior sempre → exceto: em perda
neurossensorial simétrica
• VO_VO = 0dB
• VO passa para a outra orelha sem perda de intensidade →
piorar a audição em 10dB → contar o “espaço” entre limiar
VO e limiar da piora que quer → contar o mesmo “espaço”
em VA → este será o valor mínimo de mascaramento

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