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Coerência

COERÊNCI
A
O fio condutor lógico entre as ideias.

 Perspectiva de Locutor
Propriedade marcada pelo traço de interpretabilidade produção
Receptor
 Codificação linguística

Controle e utilização de recursos gramaticais fonéticos,


Domínios fonológicos, semânticos e morfossintáticos.
linguísticos Textos orais e escritos

Situação Domínio Condições de processamento da interação, contexto


comunicativa Pragmático situacional, tipo de ato de fala, intenção e aceitação.

Domínio
Conhecimento de mundo, vivências e experiências.
Extralinguístico
Medicina. Um problema
sem cura.
Princípios da coerência textual
Para haver coerência em um texto há algumas condições ou princípios:
 Continuidade/ recorrência/ repetição: é a manutenção e a retomada das ideias
principais do texto. Isso se dá através do uso de elementos coesivos como: nominalizações, sinônimos,
hipônimos/hiperônimos, pronomes em geral, advérbios de tempo e de lugar etc.

 Progressão: é o acréscimo de novas informações que se somam às ideias que já vinham sendo
tratadas.

 Não contradição: no desenvolvimento o texto é preciso que não se introduza nenhum elemento
que contradiga o que já foi enunciado anteriormente.

 Articulação/ Relação: é o estabelecimento de relações entre as ideias do texto. Essa relação só


é possível através de elementos coesivos que conectam as frases gerando uma sequência lógica.
Exemplo disso são expressões como “no dia seguinte”, que introduz uma ideia de temporalidade, ou
Pode haver coerência sem coesão?
Apesar de aparentemente
desconexos, os fragmentos
transcritos anteriormente
têm sentido: eles falam da
Circuito fechado rotina de um homem de
negócios.
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água.
Escova, creme dental, água, espuma, creme de
barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina,
sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme
para cabelo, pente. Cueca, camisa abotoaduras,
calças, meias, sapatos, gravata, paletó. [...] Pasta, Ordem das
carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, palavras: contexto:
coerência
cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis.
[...] Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
A vaguidão específica
“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica”. (Richard Gehman)
–– Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
–– Junto com as outras?
–– Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer alguma coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
–– Sim senhora. Olha, o homem está aí.
–– Aquele de quando choveu?
O texto apresenta duas situações
–– Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
–– Que é que você disse a ele?
interativas:
–– Eu disse para ele continuar.
 a interação que o escritor (Millôr)
–– Ele já começou?
estabelece com os leitores; Por que o
–– Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
leitor entende?
–– É bom?
 a interação que acontece entre as duas
–– Mais ou menos. O outro parece capaz. mulheres. Por que as mulheres se
–– Você trouxe tudo de cima? entendem?
–– Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
–– Mas traga, traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
–– Está bem vou ver como.
Millôr Fernandes
Incoerências coerentes

Fora de Si
Arnaldo Antunes

Eu fico louco
Eu fico fora de si
Eu fica assim
Eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
Depois eu saio daqui
Eu vai embora
Eu fico fora de si
Eu fico oco
Eu fica bem assim
Eu fico sem ninguém em mim
Façam os
exercícios e bons
estudos!

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