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O

OCéu
CéueeooInferno
Inferno
cap.
cap.66
Doutrina
Doutrinadas
dasPenas
Penas
Eternas
Eternas
• Origem da doutrina das penas eternas
• Origem da doutrina das penas eternas
• Argumentos a favor das penas eternas
• Argumentos a favor das penas eternas
• A doutrina das penas eternas já teve a sua época
• A doutrina das penas eternas já teve a sua época
• Ezequiel contra a eternidade das penas e o pecado original
• Ezequiel contra a eternidade das penas e o pecado original
Introdução
Livrodos
 Livro dosEspíritos
Espíritos
LivroQuarto
 Livro Quarto––Esperanças
Esperançase e
Consolações
Consolações
Cap.22- - Penas
 Cap. Penase eGozos
GozosFuturos.
Futuros.
VII––Duração
 VII DuraçãodasdasPenas
PenasFuturas
Futuras
(Perguntas1006,
(Perguntas 1006,1008
1008e e1009).
1009).
L.E. - 1006

 1.006. A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?


 1.006. A duração dos sofrimentos do Espírito pode ser eterna?
 Sem dúvida, se ele fosse eternamente mau, ou seja, se jamais tivesse de se arrepender nem
 Sem dúvida, se ele fosse eternamente mau, ou seja, se jamais tivesse de se arrepender nem
de se melhorar. Então sofreria eternamente. Mas Deus não criou seres eternamente
de se melhorar. Então sofreria eternamente. Mas Deus não criou seres eternamente
voltados ao mal. Criou-os apenas simples e ignorantes, e todos devem progredir num
voltados ao mal. Criou-os apenas simples e ignorantes, e todos devem progredir num
tempo mais ou menos longo, de acordo com a própria vontade. Esta pode ser mais ou
tempo mais ou menos longo, de acordo com a própria vontade. Esta pode ser mais ou
menos retardada, assim como há crianças mais ou menos precoces, mas cedo ou tarde ela se
menos retardada, assim como há crianças mais ou menos precoces, mas cedo ou tarde ela se
manifesta por uma irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da sua inferioridade e
manifesta por uma irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da sua inferioridade e
ser feliz. A lei que rege a duração das penas é portanto eminentemente sábia e benevolente,
ser feliz. A lei que rege a duração das penas é portanto eminentemente sábia e benevolente,
pois subordina essa duração aos esforços do Espírito, jamais lhe tirando o livre arbítrio: se
pois subordina essa duração aos esforços do Espírito, jamais lhe tirando o livre arbítrio: se
dele fez mau uso, sofrerá as consequências disso. SÃO LUÍS.
dele fez mau uso, sofrerá as consequências disso. SÃO LUÍS.
L.E. - 1008
 1.008. A duração das penas depende sempre da vontade
 1.008. A duração das penas depende sempre da vontade
do Espírito, não existindo as que lhe são impostas por
do Espírito, não existindo as que lhe são impostas por
um tempo determinado?
um tempo determinado?

 ——Sim, Sim, há penas que lhe podem ser impostas por



há penas que lhe podem ser impostas por
determinado tempo, mas Deus, que não deseja senão o
determinado tempo, mas Deus, que não deseja senão o
bem de suas criaturas, aceita sempre o arrependimento, e
bem de suas criaturas, aceita sempre o arrependimento, e
o desejo de se melhorar nunca é estéril. SÃO LUÍS.
o desejo de se melhorar nunca é estéril. SÃO LUÍS.
L.E. - 1009
1.009. Segundo isso, as penas impostas jamais seriam eternas?
 1.009. Segundo isso, as penas impostas jamais seriam eternas?
 ——Consultai
Consultai o vosso bom senso, a vossa razão e perguntai se uma condenação perpétua, em

o vosso bom senso, a vossa razão e perguntai se uma condenação perpétua, em
consequência de alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com
consequência de alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com
efeito, a duração da vida, menos que fosse de cem anos, em relação à eternidade? Eternidade!
efeito, a duração da vida, menos que fosse de cem anos, em relação à eternidade? Eternidade!
Compreendeis bem essa palavra? Sofrimento, torturas sem fim e sem esperança, apenas por algumas
Compreendeis bem essa palavra? Sofrimento, torturas sem fim e sem esperança, apenas por algumas
faltas! Não repugna ao vosso próprio critério semelhante pensamento? Que os antigos tivessem visto
faltas! Não repugna ao vosso próprio critério semelhante pensamento? Que os antigos tivessem visto
contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança compreende-se; na sua ignorância
contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança compreende-se; na sua ignorância
emprestaram à divindade as paixões dos homens. Mas não é esse o Deus dos cristãos, que coloca o
emprestaram à divindade as paixões dos homens. Mas não é esse o Deus dos cristãos, que coloca o
amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas no plano das primeiras virtudes: poderia
amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas no plano das primeiras virtudes: poderia
ele mesmo não ter as qualidades que exige como um dever? Não há contradição em se lhe atribuir a
ele mesmo não ter as qualidades que exige como um dever? Não há contradição em se lhe atribuir a
bondade infinita e a vingança infinita? Dizeis que antes de tudo ele é justo e que o homem não
bondade infinita e a vingança infinita? Dizeis que antes de tudo ele é justo e que o homem não
compreende a sua justiça. Mas a justiça não exclui a bondade e Deus não seria bom se destinasse
compreende a sua justiça. Mas a justiça não exclui a bondade e Deus não seria bom se destinasse
às penas horríveis e perpétuas a maioria de suas criaturas. Poderia fazer da justiça uma obrigação
às penas horríveis e perpétuas a maioria de suas criaturas. Poderia fazer da justiça uma obrigação
para os seus filhos, se não lhes desse os meios de compreender? Aliás, não é sublime a justiça unida
para os seus filhos, se não lhes desse os meios de compreender? Aliás, não é sublime a justiça unida
à bondade, que faz a duração das penas depender dos esforços do culpado para se melhorar?
à bondade, que faz a duração das penas depender dos esforços do culpado para se melhorar?
Nisto se encontra a verdade do preceito: “A cada um segundo as suas obras”. SANTO AGOSTINHO.
Nisto se encontra a verdade do preceito: “A cada um segundo as suas obras”. SANTO AGOSTINHO.
As
AsPenas
PenasEternas
Eternas
 O que é Deus?
O que é Deus?
 Quais o seus atributos?
Quais o seus atributos?
 O que somos nós?
O que somos nós?
 O que é justiça segundo os designíos de Deus?
O que é justiça segundo os designíos de Deus?
Livro dos Espíritos
 1 - Que é Deus?
 1 - Que é Deus?
 R - “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
 R - “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
 Quais o seus atributos?
 Quais o seus atributos?
 10 - Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
 10 - Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
 R - “Não; falta-lhe para isso o sentido.
 R - “Não; falta-lhe para isso o sentido.
 13 - Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus
 13 atributos?
- Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus
atributos?
 R - “Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais
 R -inteligente,
“Do vossoasponto
quais de vista,linguagem,
a vossa sim, porque credesàsabranger
restrita tudo.e Sabei,
vossas ideias porém,
sensações, nãoque
tem há coisas
meios que estãoAacima
de exprimir. razão,da
com inteligência
efeito, vosdodizhomem mais
que Deus deve
inteligente,
possuir em as quais a vossa linguagem,
grau supremo restrita porquanto,
essas perfeições, às vossas ideias e sensações,
se uma nãoou
lhe faltasse, tem meios
não fossedeinfinita,
exprimir. já AEle
razão,
não com
seriaefeito, vosadiz
superior quenão
tudo, Deus devepor
seria,
possuir em grauDeus.
conseguinte, supremoParaessas
estar perfeições, porquanto,
acima de todas se Deus
as coisas, uma lhe
temfaltasse, ou não
que se achar fossedeinfinita,
isento qualquer já vicissitude
Ele não seria
e desuperior
qualquera das
tudo, não seria, por
imperfeições que a
conseguinte, Deus. Para estar
imaginação possa conceber.” acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a
imaginação possa conceber.”
 Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco,
 Deus é eterno. ao
remontamos Se infinito
tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco,
e à eternidade.
remontamos ao infinito e à eternidade.
 É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
 É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
 É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, Ele não seria imutável, porque estaria
 É imaterial. Quer isto dizer da
sujeito às transformações quematéria.
a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, Ele não seria imutável, porque estaria
sujeito às transformações da matéria.
 É único. Se muitos deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
 É único. Se muitos deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
 É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não
 É onipotente. Ele oasé,coisas.
teria feito todas porqueAs é único.
que nãoSehouvesse
não dispusesse do soberano
feito seriam obra de poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não
outro Deus.
teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro Deus.
 É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa
 É soberanamente justo e se
sabedoria não permite bom. A sabedoria
duvide providencial
nem da Justiça nem da das leis divinas
Bondade se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa
de Deus.
sabedoria não permite se duvide nem da Justiça nem da Bondade de Deus.
Que somos nós?

 Que somos nós?
 R – Espíritos
 R – Espíritos
 23 – Que é o Espírito?
 23 – Que é o Espírito?
 R – O princípio inteligente do universo.
 R – O princípio inteligente do universo.

27 - Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?



 27 - Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
 R - “Sim e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Deus, espírito e
 R - “Sim e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Deus, espírito e
matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. [...]”
matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. [...]”
AAjustiça
justiçasegundo
segundoos
osdesígnios
desígniosde
deDeus
Deus

 L.E. – 872 – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas (livre-


 L.E. – 872 – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas (livre-
arbítrio)
arbítrio)
 Comentário de Kardec:
 Comentário de Kardec:
 [...] as faltas que cometemos têm por fonte primária a imperfeição do
 [...] as faltas que cometemos têm por fonte primária a imperfeição do
nosso próprio Espírito, que ainda não conquistou a superioridade
nosso próprio Espírito, que ainda não conquistou a superioridade
moral que um dia alcançará, mas que, nem por isso, carece de livre-
moral que um dia alcançará, mas que, nem por isso, carece de livre-
arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para se expungir de suas imperfeições,
arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para se expungir de suas imperfeições,
mediante as provas por que passa, imperfeições que, precisamente, o
mediante as provas por que passa, imperfeições que, precisamente, o
tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos
tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos
imperfeitos, que delas se aproveitam para tentar fazê-lo sucumbir na luta
imperfeitos, que delas se aproveitam para tentar fazê-lo sucumbir na luta
em que se empenhou.
em que se empenhou.
Origem
Origemda
daDoutrina
Doutrinadas
dasPenas
PenasEternas
Eternas

 Vingança Privada
 Vingança Privada

 A Afase
fase da vingança privada é caracterizada pela falta de limites ao poder de punir, uma vez

da vingança privada é caracterizada pela falta de limites ao poder de punir, uma vez
que a vingança tem como finalidade alimentar a moral particular de um determinado
que a vingança tem como finalidade alimentar a moral particular de um determinado
indivíduo ou de um determinado grupo.
indivíduo ou de um determinado grupo.
 NaNafase
fase da vingança privada prevalece o instinto de reação, quando do desrespeito de uma

da vingança privada prevalece o instinto de reação, quando do desrespeito de uma
norma, cabendo ao ofendido, sua família ou grupo social buscar a vingança e o
norma, cabendo ao ofendido, sua família ou grupo social buscar a vingança e o
restabelecimento de uma convivência pacífica.
restabelecimento de uma convivência pacífica.
 Assim, a inexistência de instrumentos jurídicos voltados para a aplicação de punições,
 Assim, a inexistência de instrumentos jurídicos voltados para a aplicação de punições,
possibilitou “o exercício das próprias razões” pelo ofendido, que atuava com o objetivo de
possibilitou “o exercício das próprias razões” pelo ofendido, que atuava com o objetivo de
descarregar a raiva e a indignação no agressor de seu direito.
descarregar a raiva e a indignação no agressor de seu direito.
Origemda
Origem daDoutrina
Doutrinadas
dasPenas
PenasEternas
Eternas
 Vingança Divina
 Vingança Divina

 Na fase da vingança divina, o desrespeito às normas eram consideradas ofensas aos


 Na fase da vingança divina, o desrespeito às normas eram consideradas ofensas aos
deuses.
deuses.
 Nesse período, a religião se confundia com o poder e, consequentemente, com o direito
 Nesse período, a religião se confundia com o poder e, consequentemente, com o direito
de punir.
de punir.
 Os princípios míticos, religiosos e morais regiam a prática das leis na sociedade antiga.
 Os princípios míticos, religiosos e morais regiam a prática das leis na sociedade antiga.
 ​A fase da vingança divina foi caracterizada pela aplicação de penas violentas, corporais e
 ​A fase da vingança divina foi caracterizada pela aplicação de penas violentas, corporais e
que geralmente levavam a morte do agente infrator.
que geralmente levavam a morte do agente infrator.
 A prisão era apenas uma medida cautelar que existia para impedir a fuga do infrator.
 A prisão era apenas uma medida cautelar que existia para impedir a fuga do infrator.
Adoraçãoaos
Adoração aosdeuses
deuses- -Moloque
Moloque

Moloch, Moloc ou Moloque é o nome do deus ao qual os amonitas.



 Moloch, Moloc ou Moloque é o nome do deus ao qual os amonitas.
Também é o nome de um demônio na tradição cristã e cabalística.
Também é o nome de um demônio na tradição cristã e cabalística.
 De acordo com as Escrituras, os povos amorreus, por volta de 1.900 a.C.,
 De acordo com as Escrituras, os povos amorreus, por volta de 1.900 a.C.,
adoravam Moloque. Segundo o antigo testamento da Bíblia, nos rituais de
adoravam Moloque. Segundo o antigo testamento da Bíblia, nos rituais de
adoração, havia atos sexuais e sacrifícios de crianças. Estas eram jogadas
adoração, havia atos sexuais e sacrifícios de crianças. Estas eram jogadas
em uma cavidade da estátua de Moloque, onde havia fogo que consumia a
em uma cavidade da estátua de Moloque, onde havia fogo que consumia a
criança viva. Tal fogo seria ao mesmo tempo purificador, destruidor e
criança viva. Tal fogo seria ao mesmo tempo purificador, destruidor e
consumidor.
consumidor.
 A aparência de Moloque era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão,
 A aparência de Moloque era de corpo humano com a cabeça de boi ou leão,
e no seu ventre havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir
e no seu ventre havia uma cavidade em que o fogo era aceso para consumir
sacrifícios.
sacrifícios.
 Baal para os fenícios e cartagineses. Saturno ou Júpiter para os gregos.
 Baal para os fenícios e cartagineses. Saturno ou Júpiter para os gregos.
Origem da Doutrina das Penas Eternas
 “[...] A doutrina das penas eternas teve sua razão de ser, como a do
 “[...] A doutrina das penas eternas teve sua razão de ser, como a do
inferno material, enquanto o temor podia constituir um freio para os
inferno material, enquanto o temor podia constituir um freio para os
humanos pouco adiantados intelectual e moralmente” (Kardec).
humanos pouco adiantados intelectual e moralmente” (Kardec).

 NaNaimpossibilidade
impossibilidade de apreenderem as nuanças tantas vezes delicadas do

de apreenderem as nuanças tantas vezes delicadas do
bem e do mal, bem como o valor relativo das atenuantes e agravantes, os
bem e do mal, bem como o valor relativo das atenuantes e agravantes, os
seres humanos não se impressionariam, então, a não ser pouco ou mesmo
seres humanos não se impressionariam, então, a não ser pouco ou mesmo
nada com a ideia das penas morais.
nada com a ideia das penas morais.

 Contudo, Kardec assevera que:


 Contudo, Kardec assevera que:
 “A“A crença na eternidade das penas perde terreno dia a dia, de modo que,

crença na eternidade das penas perde terreno dia a dia, de modo que,
sem sermos profetas, podemos prever-lhe o próximo fim”.
sem sermos profetas, podemos prever-lhe o próximo fim”.
Estudo
EstudoCrítico
Críticodas
dasPenas
PenasEternas
Eternas
 “[...] A ideia de fogo material não chocava os homens que só tinham uma noção
 “[...] A ideia de fogo material não chocava os homens que só tinham uma noção
confusa da espiritualidade da alma, principalmente porque era a ideia da crença
confusa da espiritualidade da alma, principalmente porque era a ideia da crença
comum, vinda do inferno dos pagãos, aceita quase que universalmente. A eternidade
comum, vinda do inferno dos pagãos, aceita quase que universalmente. A eternidade
da pena também não assustava as pessoas submetidas por séculos à legislação do
da pena também não assustava as pessoas submetidas por séculos à legislação do
terrível Jeová” (Kardec).
terrível Jeová” (Kardec).
 O dogma da eternidade absoluta das penas é, portanto, incompatível e mesmo um
 O dogma da eternidade absoluta das penas é, portanto, incompatível e mesmo um
obstáculo invencível ao progresso da alma.
obstáculo invencível ao progresso da alma.
 [...] o código pena da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
 [...] o código pena da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
 O sofrimento é inerente à imperfeição;
 O sofrimento é inerente à imperfeição;
 Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanda, traz consigo o próprio
 Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanda, traz consigo o próprio
castigo nas consequências naturais e inevitáveis;
castigo nas consequências naturais e inevitáveis;
 Podendo todo ser humano libertar-se das imperfeições por efeito da vontade ,
 Podendo todo ser humano libertar-se das imperfeições por efeito da vontade ,
pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
Origem
Origemda
daDoutrina
Doutrinadas
dasPenas
PenasEternas
Eternas
 As tradições de diversos povos registram a crença, muitas vezes intuitiva, de castigos para os
 As tradições de diversos povos registram a crença, muitas vezes intuitiva, de castigos para os
maus e recompensas para os bons, na vida de além-túmulo.
maus e recompensas para os bons, na vida de além-túmulo.
 Diante da imortalidade da alma, com efeito, a razão e o sentimento de justiça levam à
 Diante da imortalidade da alma, com efeito, a razão e o sentimento de justiça levam à
compreensão de que tratamento diferenciado deve ser dado aos seres humanos pelas leis divinas,
compreensão de que tratamento diferenciado deve ser dado aos seres humanos pelas leis divinas,
de conformidade com a natureza das obras que executaram durante a vida do corpo físico.
de conformidade com a natureza das obras que executaram durante a vida do corpo físico.
 Todavia, a tese da eternidade das penas reservadas àqueles que infringem as leis do bem e do
 Todavia, a tese da eternidade das penas reservadas àqueles que infringem as leis do bem e do
amor, e, em consequência, a existência do inferno, não resistem à análise objetiva.
amor, e, em consequência, a existência do inferno, não resistem à análise objetiva.
 O raciocínio lógico conduz à seguinte premissa: se o Espírito sofre em função do mal que
 O raciocínio lógico conduz à seguinte premissa: se o Espírito sofre em função do mal que
praticou, sua infelicidade deverá ser proporcional à falta cometida. O ser humano, dentro das
praticou, sua infelicidade deverá ser proporcional à falta cometida. O ser humano, dentro das
limitações que caracterizam sua vida, em especial se considerarmos a teoria de uma única
limitações que caracterizam sua vida, em especial se considerarmos a teoria de uma única
experiência na matéria, não teria condições de perpetrar crimes cujas consequências se
experiência na matéria, não teria condições de perpetrar crimes cujas consequências se
prolongassem ao infinito, de modo a justificar a existência de tormentos eternos.
prolongassem ao infinito, de modo a justificar a existência de tormentos eternos.
Nas pegadas do Mestre
 Se Jesus ameaçou os culpados com o fogo do inferno, também os ameaçou de serem jogados na Geena.
 Se Jesus ameaçou os culpados com o fogo do inferno, também os ameaçou de serem jogados na Geena.
 Ora, o que seria a Geena?
 Ora, o que seria a Geena?
 Um lugar nos arredores de Jerusalém, onde se jogavam as imundícies da cidade.
 Um lugar nos arredores de Jerusalém, onde se jogavam as imundícies da cidade.
 Poder-se-ia interpretar essa passagem ao pé da letra?
 Poder-se-ia interpretar essa passagem ao pé da letra?
 Era uma dessas figuras enérgicas de linguagem que usava para impressionar as massas, da mesma forma
 Era uma dessas figuras enérgicas de linguagem que usava para impressionar as massas, da mesma forma
que falava em fogo eterno.
que falava em fogo eterno.
 Se não era isto que pensava, estaria sendo contraditório ao exaltar a clemência e a misericórdia de Deus.
 Se não era isto que pensava, estaria sendo contraditório ao exaltar a clemência e a misericórdia de Deus.
 Seria equivocado ver no sentido das palavras de Jesus uma aprovação ao dogma das penas eternas a partir
 Seria equivocado ver no sentido das palavras de Jesus uma aprovação ao dogma das penas eternas a partir
de tudo o que Seu ensinamento proclama da mansidão do Criador.
de tudo o que Seu ensinamento proclama da mansidão do Criador.
 Na oração do Pai Nosso, nos ensina a dizer: “Senhor, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como
 Na oração do Pai Nosso, nos ensina a dizer: “Senhor, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como
perdoamos aqueles que nos ofenderam”.
perdoamos aqueles que nos ofenderam”.
 Seria inútil pedir perdão se o culpado não pudesse esperar qualquer perdão.
 Seria inútil pedir perdão se o culpado não pudesse esperar qualquer perdão.
Geena
Geenaou
ouVale
Valede
dedos
dosFilhos
Filhosde
deHinon
Hinon
Geena
Geenaou
ouVale
Valede
dedos
dosFilhos
Filhosde
deHinon
Hinon
Nas
Naspegadas
pegadasdo
doMestre
Mestre
 Compre considerar também que a condenação perpétua não se coaduna com a
 Compre considerar também que a condenação perpétua não se coaduna com a
ideia cristã de sublimidade, da justiça e da misericórdia divinas.
ideia cristã de sublimidade, da justiça e da misericórdia divinas.
 Jesus testemunhou a Bondade e o Amor de Deus, ao afirmar que o “[...] Pai
 Jesus testemunhou a Bondade e o Amor de Deus, ao afirmar que o “[...] Pai
Celeste [...] não quer [...] que pereça um só de seus filhos” (Mateus 18: 14), e ao
Celeste [...] não quer [...] que pereça um só de seus filhos” (Mateus 18: 14), e ao
recomendar em outra oportunidade:
recomendar em outra oportunidade:
 “[...] Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos
 “[...] Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos
torneis filhos do vosso Pai Celeste, porque Ele faz nascer o sol sobre maus e
torneis filhos do vosso Pai Celeste, porque Ele faz nascer o sol sobre maus e
bons, e vir chuvas sobre os justos e injustos. [...] Portanto, sede vós perfeitos
bons, e vir chuvas sobre os justos e injustos. [...] Portanto, sede vós perfeitos
como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 5: 44-48).
como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 5: 44-48).
 Sendo Deus infinitamente sábio, justo e misericordioso não se pode crer que
 Sendo Deus infinitamente sábio, justo e misericordioso não se pode crer que
tenha criado seres para serem eternamente desgraçados, em virtude de uma
tenha criado seres para serem eternamente desgraçados, em virtude de uma
falta passageira, consequência natural da imperfeição do ser humano.
falta passageira, consequência natural da imperfeição do ser humano.
O Fogo e as Penas Eternas

 A Adoutrina
doutrina das penas eternas surgiu das ideias primitivas de um Deus irado e vingativo

das penas eternas surgiu das ideias primitivas de um Deus irado e vingativo
(antropomorfização), a quem o ser humano atribuiu características de sua inferioridade.
(antropomorfização), a quem o ser humano atribuiu características de sua inferioridade.
 O Ofogofogo eterno é somente uma figura de que o ser humano se utilizou para materializar a

eterno é somente uma figura de que o ser humano se utilizou para materializar a
ideia do inferno, de modo a ressaltar sua crueldade, por considerar o fogo como suplício
ideia do inferno, de modo a ressaltar sua crueldade, por considerar o fogo como suplício
mais atroz e que produz o tormento mais efetivo (filme – Mogli: o menino lobo).
mais atroz e que produz o tormento mais efetivo (filme – Mogli: o menino lobo).
 TalTalsorte
sorte de conceitos serviu, em certo período da história da Humanidade, para controlar

de conceitos serviu, em certo período da história da Humanidade, para controlar
as paixões da infância da razão. Porém, não serve ao ser humano do século da inteligência,
as paixões da infância da razão. Porém, não serve ao ser humano do século da inteligência,
que nela não pode ver sentido lógico.
que nela não pode ver sentido lógico.
Nas
Naspegadas
pegadasdo
doMestre
Mestre
 Jesus utilizou-se de figuras do inferno e do fogo eterno para colocar-se ao
 Jesus utilizou-se
alcance de figuras
da compreensão do inferno
dos humanos e do fogo eterno para colocar-se ao
da época.
alcance da compreensão dos humanos da época.
 Valeu-se de imagens fortes para impressionar a imaginação das pessoas que
 Valeu-se
pouco de imagens
podiam entenderfortes para impressionar
das coisas do Espírito, ea cuja
imaginação dasestava
realidade pessoas que
mais
pouco podiam
próxima entender
da matéria e dos das coisas doque
fenômenos Espírito, e cuja realidadeosestava
lhes impressionavam mais
sentidos
próxima da matéria e dos fenômenos que lhes impressionavam os sentidos
físicos.
físicos.
 Em muitas outras oportunidade enfatizou o ensino de que o Pai é
 Em muitas outras
misericordioso e bom oportunidade
e de que a suaenfatizou
vontade éo que,
ensino de que
daqueles queoforam
Pai é
misericordioso
confiados a Jesus,enenhum
bom e sede perca.
que a sua vontade é que, daqueles que foram
confiados a Jesus, nenhum se perca.
 “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles
 “Eme
que a vontade do Paimas
deu se perca, queque
meo enviou é esta:
ressuscite Que nenhum
no último de 6:
dia” (João todos
39). aqueles
que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (João 6: 39).
 Desse modo, a Justiça Divina se manifesta na vida dos seres não para a
 Desse
mera modo,mas
punição, a Justiça Divina maior
com objetivo se manifesta na vida dos ao
do redirecionamento seres
bem.não para a
mera punição, mas com objetivo maior do redirecionamento ao bem.
Origem
Origemda
daDoutrina
Doutrinadas
dasPenas
PenasEternas
Eternas

 O Oindivíduo
indivíduo em seu desequilíbrio interior, ao contrário,

em seu desequilíbrio interior, ao contrário,
ao se voltar para o mal, infringindo os códigos
ao se voltar para o mal, infringindo os códigos
universais do amor, incorre nos mecanismos da Justiça
universais do amor, incorre nos mecanismos da Justiça
Divina que, através da dor ou do sofrimento, o estimula
Divina que, através da dor ou do sofrimento, o estimula
ao reajuste e à reparação de seus erros.
ao reajuste e à reparação de seus erros.

 É do indivíduo que depende a duração de seu sofrimento.


 É do indivíduo que depende a duração de seu sofrimento.
 Quanto mais cedo se utilizar de seu livre-arbítrio para
 Quanto mais cedo se utilizar de seu livre-arbítrio para
evoluir, mais cedo ele se libertará do jugo da dor.
evoluir, mais cedo ele se libertará do jugo da dor.
As Penas Eternas - Emmanuel
244 — Existem lugares de penitência no Plano espiritual? E acaso

 244 — Existem lugares de penitência no Plano espiritual? E acaso
poderá haver sofrimento eterno para os Espíritos inveterados no erro e
poderá haver sofrimento eterno para os Espíritos inveterados no erro e
na rebeldia?
na rebeldia?
 — Considerando a penitência em sua feição expiatória, existem
 — Considerando a penitência em sua feição expiatória, existem
numerosos lugares de provações na Esfera para vós invisível,
numerosos lugares de provações na Esfera para vós invisível,
destinados à regeneração e preparo de entidades perversas ou
destinados à regeneração e preparo de entidades perversas ou
renitentes no crime, a fim de conhecerem as primeiras manifestações
renitentes no crime, a fim de conhecerem as primeiras manifestações
do remorso e do arrependimento, etapas iniciais da obra de redenção.
do remorso e do arrependimento, etapas iniciais da obra de redenção.
 Quanto à ideia do sofrimento eterno, se houvesse Espíritos
 Quanto à ideia do sofrimento eterno, se houvesse Espíritos
eternamente inveterados no crime, haveria para eles um sofrimento
eternamente inveterados no crime, haveria para eles um sofrimento
continuado, como o seu próprio erro. O Pastor, porém, não quer se
continuado, como o seu próprio erro. O Pastor, porém, não quer se
perca uma só de suas ovelhas. Dia virá em que a consciência mais
perca uma só de suas ovelhas. Dia virá em que a consciência mais
denegrida experimentará, no íntimo, a luz radiosa da alvorada de Seu
denegrida experimentará, no íntimo, a luz radiosa da alvorada de Seu
amor.
amor.
Impossibilidade
ImpossibilidadeMaterial
Materialdas
dasPenas
PenasEternas
Eternas

 No Universo não há lugares reservados para o inferno, pois a dor opera a renovação do ser
No Universo

trabalhando nãopróprio
em seu há lugares reservados para o inferno, pois a dor opera a renovação do ser
coração.
trabalhando em seu próprio coração.
 Há, no entanto, lugares de penitência no plano invisível, em que o sofrimento se apresenta sob
 Há, no entanto, lugares de penitência no plano invisível, em que o sofrimento se apresenta sob
diversas formas e intensidades.
diversas formas e intensidades.
 São locais em que se reúnem Espíritos inferiores em evolução e que, pelo contato mútuo de seus
 São locais em que se reúnem Espíritos inferiores em evolução e que, pelo contato mútuo de seus
vícios, magoam-se reciprocamente, mais do que o faziam quando jungidos ao corpo físico, pois nestes
sevícios, magoam-se
vêem limitados reciprocamente,
pela mais
matéria, e pelas do que
regras o faziamsocial.
da vivência quando jungidos ao corpo físico, pois nestes
se vêem limitados pela matéria, e pelas regras da vivência social.
 Contudo, esses lugares não se assemelham ao inferno em sua tradicional acepção, pois se
 Contudo, esses lugares não se assemelham ao inferno em sua tradicional acepção, pois se
constituem em agrupamentos provisórios, sujeitos às modificações que lhes são impostas pelos
constituem da
mecanismos emreencarnação
agrupamentos provisórios,
e pela sujeitose que
lei do progresso, às modificações
se extinguirãoquecomlhes são impostas
a evolução pelos
dos seres
mecanismos
que da reencarnação
os frequentam, e pela lei
quando, de acordo comdoasprogresso,
promessase dequeJesus,
se extinguirão comum
“[...] Haverá a evolução
rebanho edos
umseres

que os(João
pastor” frequentam,
10: 16). quando, de acordo com as promessas de Jesus, “[...] Haverá um rebanho e um só
pastor” (João 10: 16).
ImpossibilidadeMaterial
Impossibilidade Materialdas
dasPenas
PenasEternas
Eternas

 Deus criou os seres para progredir continuamente em conhecimento e amor.


 Deus criou os seres para progredir continuamente em conhecimento e amor.
 Essa evolução se produz através de diversas experiências no plano físico e no plano espiritual.
 Essa evolução se produz através de diversas experiências no plano físico e no plano espiritual.
 A dor é o estímulo de que se vale a Providência Divina para despertar a vontade de renovação e,
 A dor é o estímulo de que se vale a Providência Divina para despertar a vontade de renovação e,
assim, impulsionar o progresso.
assim, impulsionar o progresso.
 A infelicidade é, pois consequência natural da imperfeição do Espírito e existe em virtude de
 A infelicidade é, pois consequência natural da imperfeição do Espírito e existe em virtude de
suas necessidades de evolução.
suas necessidades de evolução.
 O sofrimento não é eterno, pois o mal também não o é, de vez que todos foram criados para o
 O sofrimento não é eterno, pois o mal também não o é, de vez que todos foram criados para o
aperfeiçoamento maior.
aperfeiçoamento maior.
 Felicidade e infelicidade são proporcionais às realizações e conquistas efetivas pelos seres
 Felicidade e infelicidade são proporcionais às realizações e conquistas efetivas pelos seres
humanos em suas experiências evolutivas.
humanos em suas experiências evolutivas.
 “[...] Dia virá em que a consciência mais denegrida experimentará, no íntimo, a luz da alvorada”
 “[...] Dia virá em que a consciência mais denegrida experimentará, no íntimo, a luz da alvorada”
(João 10: 16).
(João 10: 16).
“[...] Segundo a Doutrina Espírita, de
acordo mesmo com as palavras do
Evangelho, com a lógica e com a mais
rigorosa justiça, o homem é o produto das
próprias obras, durante a vida e depois da
morte, nada devendo ao favoritismo:
Deus o recompensa pelos esforços e o
pune pela negligência por tanto tempo
quanto persistir na negligência”.
Muito obrigado!

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