Você está na página 1de 15

O Positivismo de Émile Durkheim

Émile Durkheim
 Nasceu em Épinal, França, em 15 de abril de 1858.
 De Família judia, que conservava suas tradições culturais.
 Estudou na École Normale Supérieure de Paris, que tinha como
característica formar uma elite política para assumir quadros do
governo.
 1883/1884 – ganha uma bolsa em Leipsig, Alemanha.
 Volta para Bordeaux – trabalho na formação de professores lecionando
Sociologia.
 Perdeu seu único filho em 1916 na Primeira Guerra Mundial.
 Faleceu em Paris em 15 de novembro de 1917.
Principais obras

 A divisão do trabalho social (1863).


 As regras do método sociológico (1894).
 O suicídio (1897).
 As formas elementares da vida religiosa (1912).
O positivismo

 A hipótese fundamental do pensamento positivista é


que a sociedade humana é regulada por leis naturais,
ou, conforme aponta Michel Löwy (2003), por leis
que tem as características das leis naturais e são
invariáveis, independentes da vontade e da ação
humana, tal como a lei da gravidade ou do
movimento da Terra em torno do Sol.
O positivismo
 A ideia fundamental do método positivista é de que a ciência só
pode ser objetiva e verdadeira na medida em que eliminar
totalmente qualquer interferência de preconceitos ou pré-noções.
 O francês Émile Durkheim (1858-1917), fiel representante do
positivismo de Comte, buscava um projeto de reforma social que
implicava numa reforma moral da sociedade. Defendia que a
sociedade era regida por leis naturais, fixas e imutáveis, e cabia à
Sociologia descobrí-las e explicá-las. Seu objetivo era conservar a
ordem social, caracterizando-se como um conservador-reformista.
O cientista social
 O cientista social deve estudar a sociedade com o mesmo
espírito objetivo, neutro, livre de juízo de valor, livre de
quaisquer ideologias ou visões de mundo, exatamente da mesma
maneira que o físico, o químico, o fisiologista etc. estuda os
fenômenos naturais. Além do mais, a concepção positivista
afirma a necessidade e a possibilidade de uma ciência social
completamente desligada de qualquer vínculo com as classes
sociais, com as posições ideopolíticas, os valores morais, as
ideologias, as utopias, as visões de mundo etc.
A sociologia de Durkheim

 Segundo Löwy (2003), Durkheim era muito mais


cientista social do que Comte. Ele era um sociólogo no
sentido mais explícito da palavra. Para Durkheim, a
sociologia deve-se preocupar explicitamente com o
estudo dos fatos essencialmente sociais. Para a
realização desse estudo, ele formulou As Regras do
Método Sociológico, obra que data de 1895.
O método sociológico

 Nesta obra, Durkheim aponta que o sociólogo deve


buscar entender os fatos sociais e tratá-los
cientificamente, para tanto, deve preconizar algumas
regras, chamadas de “método sociológico”, obedecendo
aos pressupostos do método empírico-indutivo
(VÉRAS, 2014).
O fato social

 A concepção sociológica de Durkheim se baseia em uma


teoria do fato social, que se traduz como “[...] toda
maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coação exterior; ou ainda, que é
geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo
tempo, uma existência própria, independente das suas
manifestações individuais” (DURKHEIM, 1973, p. 394-
395).
Papel coercitivo

 Para ele, ao longo da vida, os indivíduos aceitam padrões de


comportamentos estabelecidos, relativos aos vários papéis e
posições que ocupam, de modo que alguns são herdados e
outros recebidos e se transmutam em maneiras de pensar,
sentir e agir. Tais padrões são coercitivos, institucionalizados,
moralmente seguidos e responsáveis pela coesão dos grupos
sociais (VERAS, 2014).
O fato social
 Para ele, é necessário tratar o fato social como coisa, isto é, o pesquisador deve
eliminar todas as pré-noções e juízos de valores daquilo que se pretende conhecer
ou investigar cientificamente. O que implica na objetividade e neutralidade do
objeto de pesquisa pelo pesquisador (ou cientista). Supõe uma ruptura
epistemológica entre sujeito e objeto. Para Aron (2002, p. 526) “[...] devemos
chamar de coisa toda realidade observável do exterior e cuja natureza não
conhecemos imediatamente”.

 Para Aron (2002, p. 526) “[...] devemos chamar de coisa toda realidade
observável do exterior e cuja natureza não conhecemos imediatamente”.
 Sua metodologia se baseia em observar o fato social
como coisa e reconhecê-lo pela coerção que ele exerce
sobre os indivíduos. Reconhece desse modo, um
determinado fenômeno social na medida em que ele se
impõe ao indivíduo, como por exemplo, a moda. Esta é
um fenômeno social que tem a sua origem na
sociedade. Para Durkheim, ela não tem a sua origem
num indivíduo, mas é a sociedade que se manifesta por
meio de obrigações implícitas (coercitivas) e difusas.
 Outra questão importante para Durkheim é a distinção
de normal ou patológico. Ao se procurar as causas e
identificar o fenômeno que produz os fenômenos,
procura-se estabelecer a função que esse exerce, ou
seja, a sua utilidade. Se sua função é normal, não há a
necessidade de intervir nesse fenômeno. Mas, se ele
apresenta alguma anormalidade (patologia), busca-se
um argumento científico para justificar projetos de
“reforma”.
A pesquisa, para ele, deve ser
fundamentalmente a observação sistemática
de um fenômeno qualquer. Deve-se, ainda,
buscar um tipologização e descrever os
fenômenos segundo a sua classificação, seu
gênero etc. A finalidade da pesquisa é
justificar o “dado” encontrado.

Você também pode gostar