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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

MARINGÁ
ANÁLISE LINGUÍSTICA
E ENSINO DE GRAMÁTICA
NO CONTEXTO ESCOLAR
O que vimos?

- PROBLEMÁTICAS NO CONTEXTO ESCOLAR. RETOMAREMOS


- Parte teórica – (PCNs, 1997/98). rapidamente

O que estamos vendo?

Parte histórica e teórica/Prática - (GERALDI, 1984; MENDONÇA, 2006)

Reflexões sobre o uso – (Irandé Antunes, 2014).

Reflexão sobre problemáticas da GT (TRAVAGLIA. Para que ensinar teoria gramatical.


2002)

Atividades de análise/reflexão - classes de palavras em diferentes gêneros.


RETOMANDO

Apesar de todos os avanços, o ENSINO TRADICIONAL DE GRAMÁTICA ainda é muito potencializado no contexto escolar.

Isso é uma CONSTATAÇÃO (nem precisamos de ver os resultados oficiais – pesquisas linguísticas, ENEM, SAEB, ENADE).

Basta olhar para a dificuldade dos nossos alunos.


A QUE SE DEVE TUDO ISSO???

 Resultados insatisfatórios E aversão à língua.

 Inconsistência da GRAMÁTICA NORMATIVA.


 Metodologia focada no ensino engessado,
metalinguístico.
 Sem propósito de contribuir para as PRÁTICAS
SOCIAIS.
VIMOS ALGUMAS DESSAS LACUNAS

Somente para relembrar nossa ATIVIDADE sobre a CLASSIFICAÇÃO de PALAVRAS.

- Problemas (base em UM ou OUTRO critério – sintático, semântico, funcional).

Substantivo – semântico

Artigo – funcional, sintático.

Verbo – base em sua natureza (ação, estado...)


Apesar de a GT definir verbo como:

“palavra que indica AÇÃO, ESTADO...”, muitos ainda respondem:

“É AÇÃO!!!!!”
“SENNA morreu, aos 34 anos, em
um acidente de corrida na Itália”.
Nossos alunos inicialmente vão pelo sentido,
utilizam o critério semântico, coisa que a escola
NÃO faz.

Isso em todos os níveis (fonético, morfológico,


sintático).
ESCOLA X SENTIDO
Até mesmo a semântica da GT é uma semântica da frase.

Em todo o ensino básico, segundo Mendonça (2006), o que se vê é “a sucessão de


UNIDADES a serem analisadas: da palavra para a oração, da oração para o período”.

Entretanto, muito raramente se chega ao TEXTO, muito menos se tematizam aspectos


DISCURSIVOS.
Então, qual é o papel da escola?

Formar usuários competentes da língua,


não meros analistas.
MAS E AÍ, COMO DESVENCILHAR DESSE
ENSINO TRADICIONAL???

Professores em um impasse encontram dificuldades


sobre

o QUE e COMO ensinar.


Como fazer ANÁLISE LINGUÍSTICA (AL)?

OU, PRIMEIRAMENTE,

O QUE É ANÁLISE LINGUÍSTICA?


PCNs (1997/98) - O que dizem???

DIZEM sobre a prática de reflexão sobre a língua.

Quando se pensa e se fala sobre a linguagem mesma, realiza-se uma atividade de natureza reflexiva, uma atividade de análise linguística.

Essa reflexão, pensar sobre a língua e seus itens linguísticos, é fundamental para a expansão da capacidade de produzir e interpretar textos.
A análise linguística refere-se a atividades que se pode classificar em

epilinguísticas e metalinguísticas.

Ambas são atividades de reflexão sobre a língua, mas se diferenciam nos seus fins.
Atividades epilinguísticas - a reflexão está voltada para o uso.

EX.:

Em uma conversa alguém pergunta


“O que você quis dizer com isso?”
As atividades metalinguísticas - estão relacionadas a um tipo de análise voltada para a descrição, por meio da categorização e sistematização
dos elementos linguísticos.

Não estão propriamente vinculadas ao processo discursivo; trata-se da utilização de uma metalinguagem que possibilite falar sobre a língua.
Geraldi retoma de Franchi (2006) a ideia de que, ao
debatermos a questão do ensino de língua(gem),
precisamos atentar para a confluência entre as atividades
linguísticas – aquelas que correspondem ao uso da
língua(gem); as atividades epilinguísticas – aquelas que
correspondem à reflexão sobre o uso da língua(gem); as
atividades metalinguísticas – aquelas que correspondem à
reflexão analítica e categorial sobre o uso da língua(gem) e
que são posteriores às atividades linguísticas e
epilinguísticas.
Os conteúdos de LP são propostos no documento, mas estão organizados em função do eixo

USO > REFLEXÃO > USO.


Contexto de produção (quem, pra quem, pra que e de que forma - estrutura composicional)

Aparecem, portanto, como “Prática de leitura”, “Prática de produção de texto” e “Análise e reflexão sobre a língua”.
A AL surge como alternativa complementar às
práticas de leitura e produção de texto, POSSIBILITAR A
REFLEXÃO SOBRE OS FENÔMENOS GRAMATICAIS QUE PERPASSAM OS TEXTOS.

Geraldi (1984)
LP

LEITU AL PRODUÇÃO
RA
ANÁLISE LINGUÍSTICA é, portanto, o estudo da gramática em funcionamento.

A expressão, cunhada por Geraldi, em


1984, designa uma nova prática para o
ensino de língua.

A intenção é que os alunos reflitam sobre


o uso para que aprendam a utilizar os
recursos existentes.
Proposta de Geraldi

Criadas as condições para atividades interativas em sala de aula, quer pela produção de textos, quer pela
leitura de textos, é no interior dessas e a partir dessas que a análise linguística se dá.
ENSINO DE GRAMÁTICA X PRÁTICA DE AL ( MENDONÇA)
PARA FECHAR

Questões essenciais:

1) Integração da AL com a leitura e a produção de texto.


2) Trabalho de reflexão sobre o uso dos recursos linguísticos
a partir da análise de casos particulares identificados em
textos.
3) Ênfase nos efeitos de sentidos associados aos gêneros
textuais.
4) Associação entre habilidades epilinguísticas (reflexão sobre o
uso) e metalinguística (reflexão voltada para a descrição).
Irandé Antunes (p.39)

A gramática é sempre contextualizada, nada do que dizemos acontece fora do contexto de situação comunicativa.

Ora se a língua se realiza em função sociointerativa e isso se concretiza sob a forma de textos e seus componentes, não há como fugir à demanda de eleger o texto como OBJETO DE
ESTUDO, P.43.

A GRAMÁTICA É UM DESSES COMPONENTES. MAS É UM, NÃO O PRINCIPAL.


PENSANDO NA PRÁTICA

Conforme ANTUNES (2014), a escolha metodológica de eleger determinada questão para estudo e, a partir daí, escolher textos que possam dar suporte às análises e reflexões
pretendidas, pode ser valiosa.

O parâmetro para a escolha deve ser a necessidade ou mesmo o interesse revelado pelos alunos.
VAMOS À PRÁTICA!

Função das preposições na determinação do sentido de


construções sintáticas, bem como os efeitos semântico-
discursivos produzidos pelo uso ou omissão do artigo
definido.

Antes, ou depois, de apresentados os traços essenciais


que definem essas classes, o professor poderia propor a
leitura e a análise de um texto, como o fragmento da
crônica de Marina Colasanti
ANÁLISE LINGUÍSTICA: EXEMPLOS PARA DISCUSSÃO
(MENDONÇA, p. 209).

PARA A PRÓXIMA AULA


ENSINO DE GRAMÁTICA (TRAVAGLIA, 2002)

Sempre que estudarmos as classes de palavras, buscaremos


a crítica sobre a GT.
Referências básicas:

ANTUNES, I. Gramática contextualizada: limpando o pó das ideias simples. São Paulo:


Parábola, 2014.

BRASIL/Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília DF:
MEC/SEF, 1998.

BUNZEN C.; MENDONÇA, M (org). Português no ensino médio e formação do


professor. São Paulo: Parábola, 2006.

GERALDI, J.W. O texto em sala de aula. São Paulo: Ática, 1984.

TRAVÁGLIA, L.C. Para que ensinar teoria gramatical. Rev. Est. Ling, Belo Horizonte, v.
10, n. 2, p. 135-231, 2002.

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