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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

ALCALÓIDES
Isolamento, Purificação e Caracterização

CONDOEIRA, Silva NOVELA, Lérgio


Ordem de Apresentação
1. Objectivos
2. Isolamento
3. Purificação
4. Caracterização
5. Exemplos Concretos

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1. Objectivos

 Fazer levantamento bibliográfico concernente às técnicas de


isolamento, purificação e caracterização de alcalóides;

 Apresentar a aplicação dessas técnicas em exemplos


concretos.

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2. Isolamento

Os métodos gerais de extracção dos alcalóides se baseiam nas


diferenças de solubilidade entres as bases alcalóidicas e seus sais
em água e em solventes orgânicos.

Existem dois métodos de extracção:

1) Extracção com solventes orgânicos em meio alcalino


O material contendo o alcalóide é pulverizado e misturado com
uma solução alcalina que desprende os alcalóides das suas
combinações salinas; as bases libertadas se solubilizam em um
solvente orgânico.
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H

HO
N
Cl NaOH (ou NH4OH)
H
O H
CCl3 EtO2

N Cl H

H
H

HO
N
H
O

Figura 1: extracção em meio alcalino

Bases: amónia, carbonatos, mistura de hidróxido de sódio e hidróxido de


cálcio.
Solventes: solventes clorados, benzeno,5éter dietílico, etc.
A fase orgânica é depois submetido a processos continuos de
extracção. A separação da fase aquosa da orgânica pode ser feita por
decantação.

2. Extracção com solventes orgânicos em meio ácido

Na extracção dos alcalóides em meio ácido podem ser observados


dois casos, nomeadamente:

a) O alcalóide é pulverizado e extraído com água acidificada;


b) O alcalóide é tratado com uma solução alcoólica ou
hidroalcoólica. Neste caso, a solução extraída se concentra por
destilação a vácuo para eliminar o álcool.

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H

HO
N
HCl, H2O (quente)
H [COO-R]
O H

N H
[COO-R]
H
H

HO
N
H Cl
O H

N
Cl
H

Figura 2: extracção em meio ácido

Nos dois casos se obtém uma solução aquosa de sais de alcalóide que
podem ser tratados com um álcali.
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Existem técnicas específicas para se extrair alcalóides voláteis
(destilação em corrente de vapor de água); alcalóides de fraca
basicidade e alcalóides que são bastante solúveis em água.

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3. Purificação

A purificação consiste nos procedimentos que tem como


finalidade a eliminação de impurezas que possam mascarar
resultados.

Os alcalóides isolados podem ser submetidos à diversas técnicas


comatográficas e a várias recristalizações com o mesmo eluente,
onde são depois desidratados.

Podem depois disto, se submeter à análise espectroscópica para


avaliar o seu grau de pureza.

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4. Caracterização

Dependendo da análise a se efectuar, em função dos resultados, se


aplica uma técnica de confirmação.

A caracterização pode se levar a cabo mediante diversas técnicas


cromatográficas (como por exemplo: cromatografia em coluna,
em papel, em camada fina e gasosa), ensaios biológicos ou
reacções químicos, técnicas espectrométricas como UV, IR, RMN
H, RMN 13C, MS, etc, não obstante aplicam-se também técnicas
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acopladas como o caso de GC-MS.

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5. Exemplos Concretos

5.1. Técnicas de Isolamento

O extracto EtOH dos bulbos de Amacrinum (uma espécie


de planta para fins ornamentais) são submetidos a acção
ácido-base, direccionados para o isolamento de seus
alcalóides, fornecendo segundo o Esquema abaixo os
extractos CHCl3 e AcOEt (Amacrinum 1 e Amacrinum 2
respectivamente)

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Esquema 1: Fracionamento ácido-base, dirigido à obtenção de extractos ricos em alcalóides dos bulbos de Amacrinum. 12
5.2. Purificação
H3COC COCH3

Extracto de CHCl3 de Amacrinum 1

CCF - 40 fracções
após CCDA agrupadas em 8
H3C N
Várias Fracções de Amacrinum

CCDP
heptano: AcOEt (80%) atm. NH3
4 fracções

Beladina
COCH3

CCF – cromatografia em coluna a média pressão, tipo Flash.


CCDA – cromatografia em camada delgada analítica.
CCDP – cromatografia em camada delgada Preparativa.

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Extracto de CHCl3 de Amacrinum 1

CCDP
CHCl3:MeOH (2%) atm. NH3

Fracção 1 Fracção 2 Fracção 3


CCDSP CCDP CCDP
heptano: AcOEt (75%) heptano: AcOEt (75%) heptano: AcOEt (75%)

11-O-acetil-ambelina undulatina Fracção 3'


CCDSP
heptano: AcOEt (75%)

N-desmetilbeladina

CCDP – cromatografia em camada delgada Preparativa.


CCDSP – cromatografia em camada delgada semi-preparativa.
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11-O-acetil-ambelina undulatina

N-desmetilbeladina

Figura 3: estrutura dos alcalóides 11-O-acetil-ambelina, undulatina e N-desmetilbeladina


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5.3. Caracterização

Como exemplo para a caracterização dos alcalóides se pode


citar o exemplo desenvolvido no isolamento e na purificação, a
beladina.

Figura 3: estrutura da beladina

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RMN 1H
O 2.50
2.50

O
7.93

7.76
7.53

3.66
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
2.26 H3C
PPM N

2.69

Dupletos de hidrogénios aromáticos: 7,76 e 6,82 2.67

Singuleto largo em 6,88 6.93


6.93

Dupleto em d 6,79, integrados a um e dois hidrogênios. 6.82


6.82

3 grupos metilénicos (CH2) em 3,66; 2,69 e 2,67


4 singuletos de metila (CH3): três em 2,50 e um em 2,26. O
2.50

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RMN 13C O
29.3 29.3

205.5
205.5
133.7
134.9 O
128.4

128.7
133.1
139.8

220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0


PPM
65.2
44.4 H3C
N
O sinal de CH3 em d 44,4 indica a presença de grupo metila
ligado ao nitrogénio; 62.3
33.1

Os sinais de CH3 em d 29,3 (2 carbonos), 26,6, o de CH2 em d 143.8


127.6
127.6
33,1 e os de CH em d 128,7 (3carbonos), 127,6 (2carbonos),
128.7
128,4 e 133,1 indicam a presença de dois anéis aromáticos; 128.7
133.9

197.0
Os sinais de CH2 (em d 62,3 e 65,2) indicam a presença de
26.6
O
grupos metoxilas.
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Espectro de Massa
O espectro de massas do alcalóide beladina, não apresenta o ião molecular
m/z 315 [C19H25NO3]+, apenas outros iões característicos, sendo os principais:

m/z 194 [C11H16NO2]+ (21%) e m/z 151 [C9H11O2]+ (100%), como mostra a

figura abaixo:

Figura 4: Fragmentação proposta para o alcalóide beladina 19


Espectro 3: Espectro de Massas (IE; 70 eV) de beladina

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KHANIMAMBO!!!!

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