Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEVELOPMENT OF LIQUID-LIQUID
MICROEXTRACTION TECHNIQUE WITH
SOLIDIFICATION OF FLOATING ORGANIC DROP
(DLLME-SFOD) FOR ANALYSIS OF NONSTEROIDAL
ANTI-INFLAMMATORY DRUGS (NSAID) IN SURFACE
WATER BY HIGH PERFORMANCE LIQUID
CHROMATOGRAPHY
São Luís, MA
2020
LANNA KARINNY SILVA
São Luís, MA
2020
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão
Campus São Luís - Monte Castelo
Departamento de Química
Folha de Aprovação
RESUMO
ABSTRACT
ACN Acetonitrila
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
COX Enzima ciclo-oxigenase
CET Cetoprofeno
DCF Diclofenaco de sódio
DLLME-SFOD Microextração líquido-líquido dispersiva com solidificação de gota
orgânica flutuante, do inglês Dispersive Liquid-Liquid
Microextraction with Solidification of Floating Organic Drop
ET Etanol
HF-LPME Microextração em fase líquida com fibra oca, do inglês Hollow-
Fiber Liquid-Phase Microextraction
HPA Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
IBU Ibuprofeno
ICH International Conference on Harmonisation
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
FD Detector de Fluorescência, do inglês Fluorescence Detector.
FP Fator de Pré-concentração
K Fator de Retenção
LD Limite de Detecção
LLE Extração líquido-líquido, do inglês Liquid–Liquid Extraction
LPME Microextração em fase líquida, do inglês Liquid-Phase
Microextraction
LQ Limite de Quantificação
ME Efeito matriz, do inglês Matrix Effect
MET Metanol
MFN Ácido Mefenâmico
RSD Desvio padrão relativo, do inglês Relative Standard Deviation
NPX Naproxeno
NSAID Anti-inflamatório não esteroide, do inglês Nonsteroidal Anti-
Inflammatory Drugs
SDME Microextração em gota suspensa, do inglês Single-Drop
Microextraction
SPE Extração em fase sólida, do inglês Solid-Phase Extraction
SPME Microextração em fase sólida, do inglês Solid-Phase
Microextraction
USP United States Pharmacopeia
UV Detector UV/Vis
exc Comprimento de onda por excitação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 15
2 OBJETIVOS...................................................................................... 17
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................ 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................... 17
3 REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 18
3.1 FÁRMACOS NO MEIO AMBIENTE.................................................................... 18
3.2 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (NSAIDS).................................... 20
3.2.1 Propriedades Físico-Químicas dos NSAIDs...................................... 20
3.3 TÉCNICAS DE PREPARO DE AMOSTRAS AQUOSAS PARA DETERMINAÇÃO
DE NSAIDS......................................................................................... 22
3.3.1 Microextração Líquido-líquido Dispersiva com Solidificação de
Gota Orgânica Flutuante (DLLME-SFOD)......................................... 23
3.3.1.1 Fatores determinantes na eficiência da DLLME-SFOD..................... 24
3.3.1.1.1 Efeito do tipo e volume do solvente extrator...................................... 24
3.3.1.1.2 Efeito do tipo e volume do solvente dispersor................................... 26
3.3.1.1.3 Efeito da adição de sal...................................................................... 27
3.3.1.1.4 Efeito do pH....................................................................................... 27
3.3.1.1.5 Efeito do modo de agitação............................................................... 27
3.3.2 Técnicas Cromatográficas Aplicadas à Determinação de NSAIDs... 28
3.4 VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA.............................................. 28
4 MATERIAL E MÉTODOS................................................................. 30
4.1 METODOLOGIA ANALÍTICA..................................................................... 30
4.1.1 Padrões Analíticos, Solventes e Reagentes..................................... 30
4.1.2 Preparo das Soluções Estoque e das Soluções de Trabalho........... 30
4.1.3 Equipamento de Cromatografia Líquida de Alta Performance
(HPLC).............................................................................................. 30
4.1.4 Definição das Condições Cromatográficas....................................... 31
4.1.5 Construção das Curvas Analíticas.................................................... 32
4.2 VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE DAS SOLUÇÕES ESTOQUE..................... 32
4.3 OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MICROEXTRAÇÃO................................ 33
4.3.1 Seleção do Solvente Extrator............................................................ 33
13
1 INTRODUÇÃO
líquido (LLE) e a extração em fase sólida (SPE) são muito utilizadas para
determinação de fármacos em diversas matrizes. Contudo, essas técnicas fazem
uso de quantidades consideráveis de solventes orgânicos. A microextração em fase
sólida (SPME), quando utilizada em associação com métodos cromatográficos,
otimizam as análises de NSAIDs em amostras líquidas, mas possui como
desvantagem o alto custo e a limitada vida útil dos seus aparatos. Para superar
essas desvantagens, foram desenvolvidas técnicas de microextração em fase líquida
(LPME), baseadas num sistema ternário formado entre a amostra aquosa, o solvente
dispersor e o solvente extrator. Um tipo especial e relativamente novo de LPME, a
microextração líquido-líquido dispersiva com solidificação de gota orgânica flutuante
(DLLME-SFOD), surgiu para superar as dificuldades da microextração usando
solventes orgânicos ou líquidos iônicos. Era difícil a retirada do extrator, contendo o
analito, do fundo do recipiente sem resquícios de amostra, por isso a DLLME-SFOD
se tornou uma técnica atraente para extração de NSAIDs em água, já que utiliza
solventes que flutuam na superfície aquosa e que após resfriados podem ser
facilmente retirados e destinados à análise cromatográfica (BELDEAN-GALEA et al.,
2015).
No presente trabalho, foi desenvolvida e validada uma metodologia baseada
na microextração líquido-líquido dispersiva com solidificação de gota orgânica
flutuante, com posterior análise por cromatografia líquida de alta performance, para
determinar anti-inflamatórios não esteroides em águas superficiais. Em razão do
extenso uso terapêutico, foram escolhidos para esta pesquisa o NPX, DCF e MFN.
Para obter um maior rendimento possível, foram avaliados alguns parâmetros que
podem influenciar a eficiência de extração, tais como o tipo e volume dos solventes
extrator e dispersor, efeito do pH, modo de agitação e da força iônica.
17
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICOS
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 FÁRMACOS NO MEIO AMBIENTE
forma neutra. Seus valores de pKa geralmente variam de 2 a 5, mas podem alcançar
números superiores a 10. A Tabela 1 mostra as propriedades de alguns NSAIDs
(SHUKRI et al., 2015; SZABÓ-RÉVÉSZ, 2018).
*USA: ultrasound assisted; ST: solvent terminated; SI: sequential injection; SA:
surfactant-assisted, SM: supramolecular; AA: air-assisted; TEME: total organic solvent-
free emulsification microextraction; SAP: solidification of aqueous phase.
Fonte: MANSOUR e DANIELSON (2017).
ser então centrifugado (III) para promover a formação de duas fases e depois levado
a um banho de gelo para que o extrator (na forma de gota flutuante) solidifique
completamente na superfície (IV) e seja facilmente retirado com uma espátula (V). A
gota retirada, após se fundir, estará pronta para ser analisada em um cromatógrafo
(VI). Portanto, a DLLME-SFOD é considerada um método rápido (o processo é
concluído em alguns minutos), simples (não possui muitas etapas), apresenta baixo
consumo de solventes (sendo por isso ambientalmente mais vantajosa) e faz uso de
solventes menos tóxicos que a DLLME (CHANG, C; HUANG, S., 2010; MANSOUR;
DANIELSON, 2017).
a centrifugação;
ii. Ter densidade inferior à da água para permitir a formação da gota
na superfície;
iii. Ter baixa volatilidade para não ocorrer perdas por evaporação;
iv. Ter elevado coeficiente de partição a fim de extrair bem os
analitos;
v. Ser capaz de se dispersar na amostra em presença de um
solvente dispersor;
vi. Ter baixo ponto de fusão e solidificação;
vii. Ser compatível com os métodos instrumentais utilizados;
viii. Não coeluir com os compostos de interesse durante a corrida
cromatográfica;
ix. Ter custo razoável.
A Tabela 2 apresenta alguns exemplos de solventes comumente utilizados.
3.3.1.1.4 Efeito do pH
necessário avaliar não somente o tipo e volume de dispersor, mas também o modo
em que ocorre a mistura, já que esse parâmetro influenciará diretamente no contato
entre as fases. Por esse motivo, na otimização da DLLME-SFOD, normalmente são
avaliados a mistura manual, por vórtex, por agitação magnética e por ultrassom
(GUIÑEZ et al., 2017).
normas, cada país determina seu próprio programa para assegurar a qualidade dos
métodos, porém, sempre em conformidade com a SEM/IEC-25 (LANÇAS, 2016). No
Brasil, a ANVISA e o INMETRO são os órgãos reguladores responsáveis pela
definição de procedimentos de validação de métodos analíticos (RIBANI et al.,
2004). A Tabela 3 apresenta alguns critérios de validação recomendados não só
pelas instituições reguladoras brasileiras, mas também pelas internacionais.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 METODOLOGIA ANALÍTICA
4.1.1 Padrões Analíticos, Solventes e Reagentes
modelo SPD-20A. A obtenção dos dados foi feita pelo uso do software LC Solution,
versão 1.24 SP1.
Para a separação dos compostos utilizou-se uma coluna de fase reversa C-
18, empacotada com partículas de 5m de diâmetro, modelo Luna, da marca
Phenomenex®, com 250mm de comprimento e 4,6mm de diâmetro interno.
4.3.4 Efeito do pH
(a)
(b)
(c)
4.5.4 Precisão
4.5.5 Exatidão
(A1) é a área dos picos das gotas obtidas a partir da microextração de uma
amostra de água ultrapura fortificada com os anti-inflamatórios nas concentrações
avaliadas, (A2) é a área dos picos das gotas obtidas a partir da microextração da
matriz fortificada nas mesmas concentrações e (A3) é a área dos picos das gotas
obtidas a partir da microextração da matriz não fortificada. Se ME apresentar valor
negativo, pode-se afirmar que houve aumento de sinal analítico em resultado da
presença da matriz (sinal do analito na matriz é maior que o observado utilizando
apenas a água ultrapura). Um ME positivo significa que houve supressão do sinal
em virtude da matriz (resposta do analito em água ultrapura é maior que a
observada na matriz). Por outro lado, um ME nulo significa que não houve efeito
matriz significativo.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CROMATOGRÁFICAS
Figura 7 - Comparação do sinal dos NSAIDs (1- NPX; 2- CET; 3- DCF; 4-IBU e 5-
MFN) com soluções preparadas em MET e em mistura ACN/água (1:1). Condições:
fase móvel ACN/H3PO4 em água (pH 2,24), proporção 55/45, modo isocrático, fluxo
1 mL.min-1, concentração 200g.L-1, detector UV/Vis (234nm).
45
Figura 9 - Comparação dos tempos de análise dos NSAIDs (1- NPX; 2- CET; 3-
DCF; 4-IBU e 5-MFN) em três fluxos diferentes (1,0; 1,1 e 1,2 mL.min-1). Condições:
solução preparada em MET, fase móvel ACN/H3PO4 em água (pH 2,24), proporção
55/45, modo isocrático, concentração 200g.L-1, detector UV/Vis (234nm)
Figura 10 - Comparação dos cromatogramas dos NSAIDs (1- NPX; 2- CET; 3- DCF;
4-IBU e 5-MFN) utilizando duas proporções de fase móvel diferentes. Condições:
solução preparada em MET, fase móvel ACN/H3PO4 em água (pH 2,24), modo
isocrático, fluxo 1,2mL.min-1, detector UV/Vis (234nm)
Figura 11 - Comparação dos cromatogramas dos NSAIDs (1- NPX; 2-CET; 3- DCF;
4- IBU e 5- MFN) utilizando dois comprimentos de onda diferentes no detector
UV/Vis. Condições: fase móvel ACN/H3PO4 em água (pH 2,24) na proporção 55/45,
modo isocrático, fluxo 1,2mL.min-1, solução em MET, concentração 200g.L-1.
50
Figura 13 – Cromatograma de uma solução padrão dos quatro NSAIDs (1000 g.L-1)
nas condições cromatográficas otimizadas (1- NPX; 2- DCF; 3- IBU e 4- MFN) em
detector UV/Vis.
52
Tabela 8- Parâmetros das curvas analíticas para os quatro NSAIDs por HPLC-UV-FD.
Composto Faixa de Trabalho Equação da curva r2
(g.L-1)
NPX (UV/Vis) 8-1000 Y= 18,89X + 1,62 0,9994
NPX (FD) 1-1000 Y= 10059,9X – 4289,5 0,9998
DCF 20-1000 Y= 21,36X + 90,08 0,9994
IBU 20-1000 Y= 11,53X – 298,05 0,9980
MFN 20-1000 Y= 33,71X + 68,49 0,9992
Com base na literatura, foram escolhidos dois solventes para serem testados
na DLLME-SFOD: 1-undecanol e 1-dodecanol. A Figura 14 apresenta uma
comparação entre os cromatogramas do 1-undecanol e do 1-dodecanol no detector
UV/Vis, enquanto que a Figura 15 compara os resultados obtidos para os dois
extratores no detector FD. Mediante análise dessas figuras, foi possível selecionar o
solvente extrator mais adequado à pesquisa.
50L de ACN
150L de ACN
120 200L de ACN
50L de ET
110 150L de ET
200L de ET
100
50L de MET
90 150L de MET
200L de MET
80
Extração (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
NPX (FD) NPX (UV) DCF IBU MFN
57
0% NaCl
2.5% NaCl
5% NaCl
120 10% NaCl
100
80
Extração (%)
60
40
20
0
NPX (FD) NPX (UV) DCF IBU MFN
5.3.4 Seleção do pH
pH 1
pH 2
pH 4
120
100
80
Extração (%)
60
40
20
0
NPX (FD) NPX (UV) DCF IBU MFN
30uL de 1-dodecanol
40uL de 1-dodecanol
50uL de 1-dodecanol
120
100
80
Extração (%)
60
40
20
0
NPX (FD) NPX (UV) DCF IBU MFN
Ultrassom
Mistura manual
Vórtex
120
100
80
Extraçção (%)
60
40
20
0
NPX (FD) NPX (UV) DCF IBU MFN
Com base na Figura 22, foi possível perceber facilmente que o modo de
agitação que forneceu melhores resultados para todos os compostos analisados foi
o vórtex, sendo por isso escolhido para ser utilizado na metodologia de
microextração. Guiñez et al. (2017) demonstraram em seu trabalho com nitro-HPAs
62
solventes por amostra (30L de extrator e 150L de dispersor) (ASCAR et al., 2013;
TRIÑANES et al., 2015; AMÉRICO-PINHEIRO et al., 2017).
Tabela 10 – Valores do efeito matriz (ME) nas amostras reais, em três níveis de
concentração (1,2; 3 e 5 g.L-1) para os NSAIDs.
Água Doce Água Salgada Água Potável
Verifica-se que dos três tipos de amostras reais, as que apresentaram maior
efeito matriz foram a água salgada e a potável. Nota-se que a água salgada exibiu
maior aumento de sinal analítico (equivalente a 25%), o que fica evidente pelo seu
valor negativo no caso do DCF a 1,2g.L-1. A água potável, por outro lado,
apresentou maior perda de sinal (equivalente a 21%), evidenciado pelo valor positivo
para o NPX a 1,2g.L-1 em detector UV/Vis mais alto que para os demais.
A Tabela 11, por outro lado, apresenta de forma pormenorizada os resultados
obtidos para os ensaios de recuperação, para a precisão e fatores de
enriquecimento ou pré-concentração.
70
#
Fator de pré-concentração ou enriquecimento
##
Naproxeno analisado em detector de fluorescência.
###
Naproxeno analisado em detector de UV/Vis.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MAO, X; HE, M; CHEN, B; HU, B. Membrane protected C18 coated stir bar sorptive
extraction combined with high performance liquid chromatography-ultraviolet
detection for the determination of non-steroidal anti-inflammatory drugs in water
samples. Journal of Chromatography A, China, v.1472, p. 27-34, 2016.