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FARMACOLÓGICAS
E INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
NA ESTÉTICA
Introdução
As reações adversas aos medicamentos podem ocorrer em doses habi-
tuais, empregadas na prevenção, no diagnóstico ou no tratamento de
patologias, sendo consideradas como qualquer reação indesejável e não
intencional resultante da administração de um medicamento em doses
normalmente utilizadas. A reação cutânea mais comum é o eritema,
que é um sinal clínico caracterizado pela vermelhidão na pele devido à
vasodilatação. Porém, existem outras manifestações clínicas cutâneas,
dependendo do grau de reação.
Neste capítulo, você vai estudar o mecanismo e os sinais e sintomas do
eritema induzido por antibióticos, por anti-inflamatórios não esteroidais
(AINEs) e por anticonvulsivantes.
REAÇÃO ADVERSA
AO MEDICAMENTO
REAÇÕES REAÇÕES
IMPREVISÍVEIS PREVISÍVEIS
MEDIDAS FARMACODINÃMICA
IMUNOLOGICAMENTE DO FÁRMACO
REAÇÃO REAÇÃO
IMEDIATA TARDIA
Sulfonamidas
O mecanismo de ação das sulfonamidas (Figura 2), que representam um grupo
de antibióticos sintéticos, interfere em uma reação bioquímica específica, a
síntese de ácido fólico (essencial para o crescimento bacteriano), a partir da
inibição competitiva da enzima bacteriana dihidroperoato sintetase. Essa en-
zima é responsável pela transformação do ácido p-aminobenzoico (PABA) em
ácido fólico, comprometendo a síntese de bases nitrogenadas. Dessa forma, as
4 Fármacos e eritema
dihidroperoato sintetase
Sulfonamidas
Bases nitrogenadas
Compete com o PABA
DNA
bacteriano
Figura 2. Mecanismo de ação das sulfonamidas a partir da inibição do ácido fólico, essen-
cial para o crescimento bacteriano. As sulfonamidas são inibidoras da enzima bacteriana
dihidroperoato sintetase. Essa classe de medicamento é análoga ao substrato PABA. A
enzima bacteriana dihidroperoato sintetase catalisa reações para a síntese de ácido folínico,
essencial para a síntese das bases nitrogenadas, que, por sua vez, são responsáveis pela
síntese do DNA bacteriano.
Fármacos e eritema 5
Antibióticos β-lactâmicos
Os antibióticos β-lactâmicos possuem ação na parede celular bacteriana, inter-
ferindo na síntese do peptidoglicano, polímero responsável por estabilizar de
forma mecânica a parede celular das bactérias. O determinante do mecanismo
de ação é a presença do anel β-lactâmico em sua estrutura (BRUNTON et al.,
2010). Existem quatro subclasses de β-lactâmicos empregados no tratamento de
infecções; destacam-se as penicilinas e as cefalosporinas, apresentadas a seguir.
Penicilinas
A penicilinase é uma enzima produzida por bactérias com atuação no anel β-lactâmico
da penicilina, por meio de um mecanismo denominado hidrólise. As penicilinases são
responsáveis pela resistência da bactéria às penicilinas (BRUNTON et al., 2010).
Cefalosporinas
Cefuroxima Administração
intravenosa
Cefotetana Administração
intravenosa
Ceftriaxona Administração
intravenosa
Cefoperazona Administração
intravenosa
Ceftazidima Administração
intravenosa
Ceftobiprole Administração
intravenosa
Vancomicina
O fármaco vancomicina é inibidor da síntese da parede celular. A sua ad-
ministração pode ser por via oral — no entanto, é pouca absorvida — e
por via intravenosa, na terapia parenteral. As reações de hipersensibilidade
mais comuns são eritemas e anafilaxia. A infusão intravenosa rápida pode
ocasionar o extremo rubor, denominado síndrome do pescoço vermelho. Essa
manifestação se deve ao efeito tóxico da vancomicina sobre os mastócitos,
induzindo a liberação de histamina (KATZUNG, 2005).
redução da vasodilatação;
redução de edema por ação indireta.
INIBIDORES DA COX
EFEITO ANTI-
EFEITO ANALGÉSICO EFEITO ANTIPIRÉTICO
-INFLAMATÓRIO
Figura 3. Ação farmacológica dos inibidores da COX, com destaque para os AINEs.
Seletividade para a
Fármaco isoforma da COX
Ácido mefenâmico –
Aceclofenaco –
Cetoprofeno –
(Continua)
Fármacos e eritema 11
(Continuação)
Seletividade para a
Fármaco isoforma da COX
Paracetamol –
3 Eritema e anticonvulsivantes
Segundo Lüllmann, Mohr e Hein (2010), os fármacos anticonvulsivantes,
também denominados antiepilépticos, incluem:
fenitoína;
carbamazepina;
valproato;
fenobarbital.
diazepam;
clonazepam;
clobazam.
vigabatrina;
gabapentina;
pregabalina;
lamotrigina;
tiagabina;
topiramato;
levetiracetam;
oxcarbazepina;
zonisamida;
rufinamida.
Fármacos e eritema 13
FENOBARBITAL
POTENCIALIZAÇÃO
BENZODIAZEPÍNICOS
DA AÇÃO DO GABA
ÁCIDO VALPROICO
FENITOÍNA
INIBIÇÃO DAS FUNÇÕES CARBAMAZEPINA
DOS CANAIS DE SÓDIO ÁCIDO VALPRÓICO
LAMOTRIGINA
ETOSSUXIMIDA
INIBIÇÃO DAS FUNÇÕES
ÁCIDO VALPRÓICO
DOS CANAIS DE CÁLCIO
GABAPENTINA
(Continua)
Fármacos e eritema 15
(Continuação)
(Continua)
16 Fármacos e eritema
(Continuação)
Leituras recomendadas
ENSINA, L. F. et al. Reações de hipersensibilidade a medicamentos. Revista Brasileira de
Alergia e Imunopatologia, v. 32, n. 2, p. 42-47, 2009.
MONTEIRO, E. C. A. et al. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Temas De Reu-
matologia Clínica, v. 9, n. 2, p. 5-63, 2008.
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