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Anais do I CoBICET – Resumo simples

Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia


Evento online – 31 de agosto a 04 de setembro de 2020

CARTA-CONTROLE PARA ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS COM A


MICROALGA Dunaliella salina
Debora Carolina Costa Privado1, Marianna Basso Jorge 2, Ricardo Luvizotto Santos2,
Mateus Brandão Marques3
1
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia - UFMA, São Luís, Brasil
(deboraprivado@hotmail.com)
2
Grupo de Ecotoxicologia Aquática - UFMA, São Luís, Brasil
3
Graduação em Oceanografia - UFMA, São Luís, Brasil

As microalgas são organismos amplamente utilizados para ensaios ecotoxicológicos por terem
rápido ciclo de vida e serem sensíveis a uma grande variedade de poluentes. O efeito tóxico
observado é a inibição do crescimento, sendo quantificado através da concentração mediana de
efeito em 50% dos indivíduos expostos (CE50). A carta-controle é uma ferramenta de qualidade
analítica e consiste na representação gráfica dos resultados de vários ensaios de toxicidade com
uma substância de referência de toxicidade conhecida. Essa carta-controle permite verificar a
precisão dos resultados e a sensibilidade dos cultivos, além de auxiliar programas de
intercalibração laboratorial. O objetivo desse trabalho consistiu na produção de uma carta-controle
para a microalga marinha Dunaliella salina, utilizando a substância de referência dodecil sulfato
de sódio (DSS). Ensaios de 72 h (n=8) foram realizados nos laboratórios do Grupo de
Ecotoxicologia Aquática da UFMA sob as seguintes condições: meio de cultivo Guillard F/2,
luminosidade constante de 8.000 lux, temperatura de 24°C, salinidade 35 g kg -1, pH 8,0-8,5 e
concentração inicial de 104 células mL-1. As concentrações de DSS testadas foram: 1,56; 2,18;
3,06; 4,28 e 6,0 mg L-1, cujas soluções (50 mL) foram acondicionadas em erlenmayers de 100 mL
em triplicata. Análises de densidade celular obtida através da absorbância em espectrofotômetro no
comprimento de onda 750 nm (Y= 12,1012X – 0,022; R2 = 0,993), foram feitas no início e fim dos
ensaios. A CE50(72h) foi determinada através da análise de probitos utilizando a inibição de
crescimento algal em relação ao controle (meio de cultivo sem o DSS). A carta-controle foi
elaborada com as médias de CE50(72h), desvio-padrão (σ) e coeficiente de variação. Foi observada
diferença significativa entre as concentrações testadas (ANOVA, p=0,001), com inibição
progressiva em função do aumento da concentração de DSS e acentuada inibição nas
concentrações de 4,28 e 6,0 mg L-1 (95,2% e 99,8%, respectivamente). Apenas um dentre os oito
ensaios ultrapassou o limite ± 2σ das médias e foi considerado outlier, sendo a cultura microalgal
descartada por ser inapropriada para a realização de ensaios toxicológicos. Os valores de EC50(72h)
dos ensaios válidos variaram entre 2,96 e 3,71 mg L-1, sendo que a média (3,27 mg L-1) está de
acordo com os valores obtidos por outros grupos de pesquisa.

Palavras-chave: CE50; Clorófita; densidade celular; DSS; ecotoxicologia


Agradecimentos: Agradecemos ao banco de microrganismos Aidar & Kutner do Instituto
Oceanográfico da USP – IOUSP por nos conceder a cepa de Dunaliella salina utilizada nesse
estudo. Agradecemos também à CAPES e a FAPEMA pelas bolsas de pesquisa (Ms).

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