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CONTABILIDADE

DE CUSTOS

Prof.ª Vanessa Natalie Baniski dos Santos


15ª AULA
SUMÁRIO
• CUSTEIO VARIÁVEL:
• Conceito;
• Margem de contribuição;
• Comparação entre o custeio variável e o custeio por absorção;
• Ponto de equilíbrio;
• Margem de segurança operacional;
• Alavancagem operacional;
• Vantagens e desvantagens do custeio variável

• CUSTO-PADRÃO:
• Conceito;
• Finalidades e utilidades do custo-padrão;
• Fixação do padrão;
• Custo-padrão e orçamento;
• Influências das variações de preço;
• Contabilização do custo padrão.
CUSTEIO VARIÁVEL
Relembrando

Custos Variáveis
São os custos que variam de acordo com o volume de produção

Ex.:
Matéria-prima, materiais diretos etc.

Custos Fixos
São os custos que não dependem do volume de mercadorias produzidas em determinado
período

Ex.:
Aluguel da fábrica, salário dos supervisores...
CUSTEIO VARIÁVEL
Origem

O custeio variável ou custeio direto surgiu devido aos problemas observados em relação à
dificuldade trazida pela apropriação dos custos fixos aos produtos.

- Somente são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e
considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado.

- Para os estoque só vão os custos variáveis.

- Utilizado para fins gerenciais.


ESQUEMA BÁSICO
CUSTEIO DIRETO/VARIÁVEL
CUSTOS
RECEITA
G. INVEST. VARIÁVEL DE VENDA
uso depreciação Produção DESPESAS
Fábrica

G. CONSUMO

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
GASTO
Adm.
Coml.
Fin.

DESEMBOLSO CUSTOS
RESULTADO
FIXO (lucro ou prejuízo)

DESPESAS
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
• Corresponde à diferença entre o preço de venda menos os seus custos variáveis;

• Quanto cada unidade vendida contribui para cobrir os gastos fixos da entidade e para a
geração de lucro.

• MC = PV - CV
CUSTEIO VARIÁVEL X CUSTEIO POR
ABSORÇÃO
• Tabela diferenças
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• Uma empresa apresentou os seguintes dados:

Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas


Custos variáveis: R$ 20.000,00
Custos fixos: R$ 12.000,00
Despesas Variáveis: R$ 4.000,00
Despesas Fixas: R$ 6.000,00

Não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração.


Vendas líquidas: 800 unidades a R$ 60,00 cada uma: R$ 48.000,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• Caso a empresa utilizasse o Custeio por Absorção, a demonstração de resultado seria


da forma descrita a seguir:

Custo de Produção do Período (CPP)

Custos fixos R$ 12.000,00


(+) Custos variáveis R$ 20.000,00
(=) CPP R$ 32.000,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• Custo da Produção Acabada no Período (CPA)


Como não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração:
CPA=CPP= R$ 32.000,00

• Custos de Produtos Vendidos (CPV)


Custo unitário de produto: R$ 32.000,00/ 1.000 = R$ 32,00
CPV= 800 x R$ 32,00 = 25.600,00

• Estoque Final de Produtos Acabados


200 unidades x R$ 32,00 = R$ 6.400,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

Demonstração do Resultado

Vendas líquidas R$ 48.000,00


(-) CPV R$ (25.600,00)
(=) Resultado Industrial R$ 22.400,00

(-) Despesas Fixas e Variáveis R$ (10.000,00)


(=) Lucro Líquido R$ 12.400,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• Caso a empresa utilizasse o Custeio Variável, a demonstração de resultado seria da


forma descrita a seguir:

Custo de Produção do Período (CPP)

Como somente os custos variáveis são computados como custos de produção, o CPP seria
igual o valor dos custos variáveis.

Custos variáveis = R$ 20.000,00

CPP = R$ 20.000,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

Custo da Produção Acabada na Período (CPA)

Como não há estoques iniciais e finais de produtos em elaboração:


CPA=CPP= R$ 20.000,00

Custos de Produtos Vendidos (CPV)

Custo unitário de Produção: R$ 20.000,00/ 1.000 = R$ 20,00


CPV= 800 unidades vendidas x R$ 20,00 = 16.000,00

Estoque Final de Produtos Acabados


200 unidades x R$ 20,00 = R$ 4.000,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

Demonstração do Resultado

Vendas Líquidas R$ 48.000,00


(-) CPV R$ (16.000,00)
(-) Despesas variáveis R$ (4.000,00)
(=) Margem de Contribuição R$ 28.000,00

(-) Custos fixos R$ (12.000,00)


(-) Despesas Fixas R$ (6.000,00)
(=) Lucro Líquido R$ 10.000,00
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

O quadro a seguir resume as diferenças entre os dois tipos de custeamento:

ITEM CUSTEIO POR CUSTEIO VARIÁVEL DIFERENÇA


ABSORÇÃO (A) ( B) (A) –(B)

CPP = CPA 32.000,00 20.000,00 + 12.000,00

CPV 25.600,00 16.000,00 + 9.600,00

Estoque final dos PA 6.400,00 4.000,00 + 2.400,00

Lucro Líquido 12.400,00 10.000,00 + 2.400,00


EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• O Custo de Produção no Período (CPP), no Custeio por absorção, é maior em R$


12.000,00.

• Esta diferença corresponde exatamente ao valor dos Custos fixos que, no Custeio
Variável, não são considerados custos e sim despesas do exercício.

• O Custo dos Produtos Vendidos (CPV), no Custeio por Absorção, é maior em R$


9.600,00.
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

• Esta diferença corresponde ao valor dos Custos fixos descarregados nas unidades. Cada
unidade produzida recebeu R$ 12,00 de custos fixos (R$ 12.000,00/1.000).

• Como foram vendidas 800 unidades, o total de Custos Fixos correspondente será 800 x
R$ 12,00 = R$ 9.600,00.

• No Custeio Variável, os Custos Fixos não são considerados custos de produção e,


portanto, não integram o CPV.
EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO
• O Estoque Final dos Produtos Acabados, é maior em R$ 2.400,00 no Custeio por
Absorção.

• Este valor corresponde aos Custos Fixos descarregados nas unidades acabadas e não
vendidas, ou seja, 200 unidades x R$12,00 = R$ 2.400,00.

• No Custeio variável, o estoque final contém custos variáveis e pode assim ser
calculado:

Custo Variável Unitário: R$ 20.000,00 / 1.000 = R$ 20,00

Unidades em estoque no fim do período: 200

Valor do Estoque Final: 200 x R$ 20,00 = R$ 4.000,00


EXEMPLO DA DISTINÇÃO ENTRE CUSTEIO VARIÁVEL E POR
ABSORÇÃO

No Custeio por Absorção, o estoque final pode ser assim decomposto:

Custo Variável Unitário: R$ 20.000,00/1.000 = R$ 20,00

Custo Fixo Unitário: R$ 12.000,00/1.000 = R$ 12,00

Custo Unitário Total: R$12,00 + R$ 20,00 = R$ 32,00

Unidades em estoque no fim do período: 200

Valor do Estoque Final: 200 x 32,00 = R$ 6.400,00


PONTO DE EQUILÍBRIO
10.000

Lucro
8.000
Ponto de
Equilíbrio
6.000
R$

Custos
4.000
Variáveis

2.000

Custos
Fixos
0 10 20 30 40 50
Unidades Vendidas
PONTO DE EQUILÍBRIO
• Ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o nível de vendas em que o lucro é nulo.

• A diferença fundamental entre os três pontos de equilíbrio são os custos e despesas


fixos a serem considerados em cada caso.

• No ponto de equilíbrio contábil (PEC) são levados em conta todos os custos e


despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa.

• Já os pontos de equilíbrio econômicos (PEE), são também incluídos nos custos e


despesas fixos considerados todos os custos de oportunidade referentes ao capital
próprio, ao possível aluguel das edificações (caso a empresa seja proprietária) e a
outros itens do gênero.

• No caso do ponto de equilíbrio financeiro (PEF), os custos considerados são apenas os


custos desembolsados que realmente oneram financeiramente a empresa.
PONTO DE EQUILÍBRIO

PEC = Custos e Despesas Fixas (CDF)


Preço de Venda (PV) – Custos e Despesas Variáveis (CDV)

PEF = (CDF)- Gastos não Desembolsáveis)


Preço de Venda (PV) – Custos e Despesas Variáveis (CDV)

PEE = (CDF)+ Ganhos Fixos ______________


(PV) –(CDV) – Ganhos Variáveis
VANTAGENS
• Os custos dos produtos são mensuráveis objetivamente, pois não sofrerão os processos
arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;

• O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de


inventários;

• Os dados necessários à análise das relações custo-volume-lucro são rapidamente


obtidos no sistema de informação contábil;

• A margem de contribuição acompanha exatamente a movimentação da receita e das


vendas;

• Possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada de decisão.


DESVANTAGENS

• A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa sua
subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período;

• Na prática, a separação de custos fixos e variáveis não é tão clara como parece, pois
existem custos semivariáveis e semifixos, podendo o custeamento direto incorrer em
problemas semelhantes de identificação dos elementos de custeio; e

• Baseia-se no conceito de custeamento e analise de custos para decisão de curto prazo,


mas subestima os custos fixos, que são ligados à capacidade de produção e de
planejamento de longo prazo, podendo trazer problemas de continuidade para a
empresa.
OBSERVAÇÕES

• Se o custeio variável é tão bom para a tomada de decisão, por que ele não é aceito pelo
FISCO?

• Porque ele fere o princípio contábil do Regime de Competência e Confrontação de


Resultados;

• Devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios envolvidos para


sua obtenção;

• Portanto, se produzimos hoje e vendemos amanhã, é correto jogar para amanhã


parte dos custos, sejam eles fixos ou variáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• MARION, J. C. Contabilidade empresarial: instrumento


de análise, gerência e decisão.-18.ed.- São Paulo:
Atlas,2018.
• MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

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