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FLUIDO DE

C O RT E
INTRODUÇÃO

TENDÊNCIAS DA INDUSTRIA
Peças
o M a i s sofisticadas
o C o m elevado grau de tolerância
o Dimensional
o Geométrica
o R u g o s i d a d e superficial
o B a i x o custo
o S e m poluir o meio ambiente
o C o m menor uso de fluido de Corte 3
INTRODUÇÃO

FLUIDO DE CORTE
São aqueles líquidos e gases aplicados na
ferramenta e no material que está sendo usinado, a
fim de facilitar a operação de corte.

3
INTRODUÇÃO

Altas Temperaturas em Usinagem

Desgaste acelerado da peça;


Dano térmico à estrutura da peça;
Distorção devido à dilatação
térmica.

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INTRODUÇÃO

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FUNÇÕES DO
FLUIDO DE
CORTE
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F U N Ç Õ E S D O F L U I D O DE
CORTE

O uso de fluidos de corte é geralmente justificado por um dos


seguintes fatores:

1. Geração excessiva e/ou eliminação deficiente de calor pelo


sistema ferramenta cavaco-peça.
o R e d u ç ã o através de eliminação;
o R e d u ç ã o do mecanismo gerador de calor;

2. Ocorrência de esforços elevados.

Funções básicas do fluido corte: refrigeração e/ou


de lubrificação. 8
FUNÇÕES DO FLUIDO
DE CORTE

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SECUNDÁRIAS DO
FLUÍDO DE
CORTE
o P r e v e n ç ã o contra soldagem cavaco-ferramenta;

o R e t i r a d a do cavaco da região de corte;

o P r o t e ç ã o contra corrosão;

o R e d u ç ã o da dilatação térmica da peça;

o Evitar danos à estrutura superficial e crescimento


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exagerado de tensões residuais na superfície usinada.
2.2. FLUIDO DE
CORTE COMO
REFRIGERANTE
Para que o fluido de corte elimine o calor de forma eficiente,
ele deve possuir:
o Baixa viscosidade;
o Molhabilidade;
o Alto calor específico e condutividade térmica.

Atua reduzindo o atrito entre ferramenta e peça e


cavaco ferramenta (principalmente):
o Redução de esforços;
o Menor geração de calor.

Infelizmente, possui pouca eficiência a altas Vc’s (velocidades de


corte).
2.3. UM BOM
FLUIDO DE CORTE

o Resistir a altas pressões e temperaturas;

o Possuir boas propriedades antifricção e antisoldantes;

o Possuir viscosidade adequada (baixa o suficiente para


que o fluido chegue à zona a ser lubrificada e alta o
bastante para permitir boa aderência.

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AUXILIARES DOSFLUIDOS
DE CORTE
o Ausência de odores desagradáveis;

o Não corroer peça ou máquina (de preferência deve


proteger ambos contra corrosão);

o Não tender a originar precipitados sólidos;


o Deposição nas guias da máquina;
o Entupimento dos tubos de circulação de fluido;

o Não causar danos à saúdem humana.

o Fácil eliminação, não causar danos ao meio ambiente.13


C L A S S I F I C A Ç Ã O DO
FLUIDO DE
CORTE
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CLASSIFICAÇÃO DO
FLUIDO DE CORTE
o Aquosos
o Água
o Emulsões
o Óleos
o Ó l e o s minerais
o Ó l e o s graxos
o Ó l e o s compostos
o Ó l e o s de extrema pressão
o Ar
o B a i x a capacidade de refrigeração e lubrificação.
o U s a d o para a remoção do cavaco da região de
corte.
o B a s t a n t e usado na usinagem do ferro fundido e
materiais que apresentem cavaco muito curto ou
em forma de pó. 14
3.1.
AQUOSOS

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ÁGUA

o Primeiro Fluido de corte utilizado


o Excelente capacidade de refrigeração;

o Preço baixo;

o Abundante na natureza;

o Baixa viscosidade;

o Não inflamável;

o Pouca ou nenhuma capacidade lubrificante;

o
o P rBaixo
o v o cpoder umectante;
a corrosão de materiais ferrosos.
3.1. 2.
EMULSÕES
o Emulsões de óleo em água;

o Basicamente compostos de água (1 a 20% de


óleo);

o Alto poder refrigerante;

o Alto poder umectante;

o Menor ação corrosiva;

o Melhor ação lubrificante em comparação à água.


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3.1. 2.
EMULSÕES

o Recomendados para:
o M é d i o s ou altas
Vc’s;

o Não recomendados
para:
o Baixas Vc’s;

o Operações de
desbaste

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3.2. ÓLEOS
ÓLEOS PUROS
o Recomendados quando a geração de calor provocada por atrito
é muito grande;

o Viscosidade inversamente proporcional à


capacidade de refrigeração;

o Óleos leves – indicados para operações que


necessitem de dissipação de calor (altas Vc’s);

o Ó l e o s viscosos – indicados para operações pesadas;


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o Baixo calor específico (metade do da água).
3. 2. 1. ÓL EOS MINERAIS
PUROS

Usados na usinagem de aço baixo carbono,


latão, bronze e ligas leves.

Mais baratos e menos sujeitos à oxidação que


os óleos graxos e compostos.

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3.2. 2. ÓLEOS GRAXOS– DE
ORIGEM ANIMAL E VEGETAL

o Boa “molhabilidade”;

o Boa capacidade lubrificante;

o Facilitam a obtenção de um bom acabamento;

o Média capacidade de refrigeração;

o Aumento de viscosidade e deterioração com o


tempo.
o L a r g a m e n t e substituídos pelos óleos compostos ou pelos
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óleos EP (extrema pressão).
3.2. 3. ÓLEOS COMPOSTOS –
MISTURAS DE
ÓLEOS MINERAIS E
GRAXOS
o Possuem vantagens os óleos graxos;

o Estabilidade química;

o Viscosidade ajustada pela quantidade de óleo


mineral;

o 10 – 30% de óleos graxos;


o U s a d o s na usinagem de cobre suas
e ligas, e para
e fresamento e furação de diversos metais.

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3.2. 4. ÓLEOS DE
EXTREMA PRESSÃO
(EP)

Óleos com aditivos de extrema pressão incorporados


e suportam altas Vc’s.

Podem ser:
Ativos – aditivos EP reagem com os materiais envolvidos;

Inativos – aditivos EP não reagem.

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ADITIVOS

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ADITIVOS
Antiespumantes – Evitam a formação de espumas, que podem
impedir a visão da região de corte.
 G e r a l m e n t e são ceras especiais ou óleos de silicone.

Anticorrosivos – Protegem peça, ferramenta e máquina


contra corrosão.
 São à base de nitritos de sódio, óe
l os sulfurados
ou sulfonados.
 Su speita- se que o nitrito de sódio seja cancerígeno.

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ADITIVOS
Detergentes – reduzem a formação de lôdo, lamas e borras.
 C o m p o s t o s organometálicos contendoMagnésio, bário
e cálcio, entre outros.

Emulgadores – permitem a emulsão de óleos em água.


 S a b õ e s de ácidos graxos, gorduras sulfatadas e outros.

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ADITIVOS
Biocidas – inibem o desenvolvimento de microorganismos.

EP – permitem ao fluido de corte suportar pressões e


temperaturas elevadas. Reagem com a superfície usinada,
formando compostos de baixa resistência ao cisalhamento.
 Matérias graxas e derivados, fósforo, zinco, clorados,
sulfurizados inativos, sulfurizados ativos, sulfurados e
sulfoclorados.

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SELEÇÃO
DO FLUIDO
DE
CORTE 29
SELEÇÃO DO FLUIDO
DE CORTE
Existem 4 fatores a serem considerados na seleção de fluidos
de corte

 M a t e r i a l da peça;

 M a t e r i a l da ferramenta;

 C o n d i ç ã o de usinagem;

 P r o c e s s o de usinagem.
5.1. MATERIAL DA
PEÇA
MATERIAIS FERROSOS
Fofo: normalmente usinados a seco ou com ar.
Fofo. maleável pode ser usinado com óleo puro ou emulsão.

Fofo. branco requer aditivos EP.

Aços: maior grupo de materiais usinados, ampla gama


de composições.
 Q u a l q u e r fluido pode ser usado, escolha depende do tipo
de operação. evitar o
Aço inox: óleos EP são mais adequados
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para empastamento do material na ferramenta
5.1. MATERIAL DA
PEÇA
LIGAS NÃO-FERROSAS
Al: deve ser usinado a seco ou com óleos inativos sem enxofre.
O uso de emulsões pode causar combustão devido à liberação de
hidrogênio.
 Na furação, um fluido lubrificante deve ser usado para evtiar a
aderência do cavaco nos canais helicoidais (superfície de
saída).

Mg: Normalmente usinado a seco ou com óleos inativos sem


enxofre (em Vc’s muito altas, para refrigeração).
 E m u l s õ e s são terminantemente proibidas.
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5.1. MATERIAL DA
PEÇA
LIGAS NÃO-FERROSAS
Cobre: diversos tipos de fluido de corte podem ser
utilizados, devido à grande quantidade de ligas. Evita-se S
(enxofre).

Ti, Ni, Co: formam ligas resistentes ao calor. São de


difícil usinagem, com altas taxas de encruamento.
 E s c o l h a do fluido depende da operação, com quase todos
os tipos podendo ser escolhidos. S causa descoloração da
peça.

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5.2. MATERIAL DA
FERRAMENTA

Diretamente ligado às condições de usinagem (e às tensões


e temperaturas observadas nestas);

Aço rápido – possui baixa dureza a quente.


Boa refrigeração é necessária.
Apresenta corrosão na presença de água (aditivos
antiferrugem devem ser usados).
Aditivos anti-solda devem ser usados na usinagem de materiais
tenazes.

Metal duro – suporta qualquer tipo de fluido de corte..


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5.2. MATERIAL DA
FERRAMENTA
Ferramentas cerâmicas, CBN, PCD – muito resistentes ao calor.
Geralmente não suportam o uso de fluido de corte (devido à pouca
resistência ao choque térmico) ou não necessitam deste para fins
de aumento de vida.

Usa-se fluido (quando possível) com o objetivo de diminuir a


distorção causada pelas altas temperaturas nas peças produzidas.

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DESVANTAGENS
DO USO DE
FLUIDOS DE
CORTE 36
DESVANTAGENS DO
USO DE FLUIDOS DE
CORTE
Alto custo
 R e l a t i v o à aquisição do fluido;

 R e l a t i v o ao tratamento e eliminação deste;

 R e l a t i v o à limpeza do cavaco;

 Va r i ade 7,5 a 17% do custo de produção por


peça segundo estudos.

Toxidade
 Poluição;


DESVANTAGENS DO
USO DE FLUIDOS DE
CORTE
USO DE FLUIDOS DE

C O RT E

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Formação da Névoa de Fluido de Corte
ALTERNATIVAS
AO USO DE
FLUIDOS DE
CORTE
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ALTERNATIVAS AO
USO DE FLUIDOS DE
CORTE
Usinagem a seco – Estudos recentes mostram que é possível a
usinagem a seco com vida de ferramenta semelhante à obtida com
o uso de fluido de corte através da alteração dos parâmetros de
corte (menor Vc, maiores f e ap).
Deve-se usinar com materiais de ferramenta e condições de
usinagem adequadas para não incorrer em queda da vida da
ferramenta.

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ALTERNATIVAS AO
USO DE FLUIDOS DE
CORTE
Corte com Mínima quantidade de Fluido (MQF)
 P r o c u r a - s e minimizar a quantidade de fluido de corte.

 F l u i d o geralmente aplicado juntamente com um fluxo de ar


(pulverizados) e direcionado contra uma das áreas de atrito.

Exemplo: furação de Al.


1.Cavaco adere aos canais helicoidais, podendo
causar a quebra da ferramenta.
2.Usando MQL, pulveriza-se óleo integral em um fluxo de ar
comprimido, lubrificando a região de corte.
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MANUTENÇÃO
DO FLUIDO DE
CORTE
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MANUTENÇÃO
DO FLUIDO DE
CORTE
 C u s t o de parada para troca e descarte pode
representar de 2 a 17% do custo total da obra;

 M a i o r rigor da legislação ambiental;

 M a i o r consciência ecológica dos usuários.

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7.1. RESOLUÇÃO Nº.
9/93
CONAMA
Torna obrigatória a coleta de todos os óleos usadospor
empresas credenciadas na ANP e licenciados pelos órgãos
estaduais de proteção ambiental;

Proíbe descartar óleo em solos, águas superficiais, águas


subterrâneas, no mar ou em sistema de esgoto ou evacuação
de águas residuais, ou de modo que represente contaminação
atmosférica superior ao nível estabelecido por lei;

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7.1. RESOLUÇÃO Nº.
9/93
CONAMA
Determina que o descarte só pode ser realizado após
tratamento prévio;

Obriga manter os registros de compra e alienação do


óleo
usado por dois anos caso consuma um mínimo anual de 700
litros/ano;

Crimes capitulados Lei 9605/98 e no Decreto Federal 3179.

Integra da Res. 9/93 Conama em www.mma.gov.br/conama.


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BIBLIOGRAFIAS
•ABREU FILHO, CARLOS. TORNEARIA MECÂNICA –
NOTAS DE AULA, BELÉM, 2007.

• AGOSTINHO, Oswaldo Luis. VILELLa, Ronaldo Castro


(In Memoriam), BUTTON, Sérgio Tonini. Processos de
Fabricação e Planejamento de Processos. Universidade
Estadual de Campinas - Faculdade de Engenharia
Mecânica - Departamento de Engenharia de Fabricação -
Departamento de Engenharia de Materiais. Campinas, SP.
2004

• BRAGA, Paulo Sérgio Teles, CPM - Programa de


Certificação de Pessoal de Manutenção – Mecânica -
Processos de Fabricação, SENAI/CST, Vitória, ES. 1999.

• COSTA, Éder Silva & SANTOS, Denis Júnio. Proc46essos


de Usinagem. CEFET-MG. Divinópolis, MG. março de 2006
BIBLIOGRAFIAS
DINIZ, A. E., TECNOLOGIA DA USINAGEM DOS
•MATERIAIS. 3 ED. SÃO PAULO: ARTLIBER EDITORA,
2003.

• FERRARESI, Dino. Fundamentos da Usinagem dos


Metais. Editora Edgard Blücher LTDA. São Paulo, SP,
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• INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades – SI


(tradução da 7ª edição do original francês “Le Système
International d’Unités”, elaborada pelo Bureau International
des Poids et Mesures - BIPM). 8ª edição Rio de Janeiro,
2003. 116 p.

• INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos


Fundamentais e Gerais de Metrologia – VIM – Portaria
Inmetro 029 de 1995. 3ª edição, Rio de Janeiro, 200473. 75p.
• reimpressão.
BIBLIOGRAFIAS
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APOSTILA, SENAI-SC, BLUMENAU, 2005.

• SECCO, Adriano Ruiz; VIEIRA, Edmur & GORDO, Nívia.


Módulos Instrumentais – Metrologia. Telecurso 2000. São
Paulo, SP, 2007

• VAN VLACK, L. H., Princípios da Ciência e Tecnologia dos


Materiais. Tradução Edson Carneiro. Rio de Janeiro:
Elsevier, 1970 – 4ª reimpressão.

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