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TECNOLOGIAS DE GESTÃO

DO CUIDADO EM SAÚDE

Dra. Dania Navarro.


CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
CUIDADO EM SAÚDE

• Conjunto de saberes, práticas e/ou intervenções


voltado à promoção, preservação ou recuperação da
saúde dos indivíduos e da coletividade.
• Visa qualificar a vida e/ou proporcionar alivio de um
sofrimento ocasionado por uma circunstância ou
patologia.
• Engloba desde iniciativas singulares de auto-
cuidado desenvolvidas pelos próprios indivíduos,
até atividades ofertadas de forma organizada pelos
sistemas de saúde.
• A oferta do cuidado constitui-se em finalidade última
dos sistemas de saúde.
ALGUNS DIFERENCIAIS ENTRE AS DIMENSÕES
DO “CUIDADO” E DA “CLÍNICA”
Cuidado Clínica
• Pressupõe a abordagem • Incide predominantemente
integral do processo
sob as fases de prevenção,
saúde/doença.
cura e reabilitação
• Exige saberes e tecnologias
• Assenta-se no modelo
de vários campos do
conhecimento. biomédico
• Pressupõe a participação • Valoriza o conhecimento e a
integrada de diferentes participação de cada
profissionais. profissional
• Considera o usuário como individualmente, mesmo que
sujeito social e como sujeito de forma complementar .
de seu próprio processo
terapêutico.
• Valoriza a participação social.
QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM
SAÚDE
• O cuidado ofertado por um sistema de
saúde guarda relação com:
1. A qualidade das práticas profissionais que
aí se desenvolvem
2. Organização interna dos serviços de saúde
3. Organização sistêmica.

Sua qualificação exige mecanismos


adequados de gestão que incidam em cada
uma dessas dimensões
MANEJO CLÍNICO DE UMA
CONDIÇÃO CRÔNICA
Processo complexo que envolve:

• Práticas de auto cuidado


• Abordagem multiprofissional
• Continuidade assistencial

SISTEMA INTEGRADO
Mudanças necessárias no SUS

Sistema Sistema integrado


fragmentado

Organizam-se através de um conjunto


coordenado de unidades funcionais de atenção a
saúde RAS
Constituídos por unidades funcionais de
atenção a saúde isoladas, que não se
comunicam umas com as outras ou o fazem Utilizam vários mecanismos de integração
de maneira informal. assistencial
Normalmente não existe definição quanto a
população que cada unidade deve ser Considera o paciente como protagonista de seu
responsável. plano de cuidado
Não são adequados para o acompanhamento Valoriza a participação do paciente, da família, da
contínuo dos usuários. comunidade.
Adequados para a oferta de atenção contínua e
integral.
COMO IMPRIMIR ESSAS
MUDANÇAS?

Estruturando o Sistema em
Redes de Atenção à Saúde
ESTRUTURAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE
Exige intervenções :
•Sistêmicas
•Nas Unidades Funcionais
•Nas práticas profissionais
Nessa perspectiva há necessidade de se definir
um conjunto de tecnologias direcionadas a
qualificação, organização e integração de
estruturas ou processos em cada um desses
âmbitos.
TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO
CUIDADO NAS RAS

Conhecimentos, recursos e instrumentos


necessários a oferta de cuidados em
saúde nas RAS, direcionados a
qualificação, organização e integração de
estruturas ou processos nos âmbitos
sistêmico, de unidades funcionais e das
práticas profissionais.
ALGUMAS TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO CUIDADO NO
SUS QUE FAVORECEM A ESTRUTURAÇÃO DE RAS

• Sistema de transporte sanitário


• Sistema de apoio a comunicação e
informação
• Sistema de regulação do acesso
• Processos de educação permanente
• Linhas de Cuidado
• Protocolos Clínicos
• Protocolos Institucionais
• Projeto Terapêutico
• Equipe de Referência
• Apoio matricial
• Supervisão formativa
LINHA DE CUIDADO
Linhas de Cuidado
• Conjunto de saberes, tecnologias e recursos necessários ao
enfrentamento de determinado risco, agravo ou condições
específicas do ciclo de vida, a serem ofertados de forma articulada
por um dado sistema de saúde, com base em diretrizes clínicas.
• Deve abranger a definição de ações, procedimentos, itinerários
diagnósticos e terapêuticos, parâmetros de atenção e recursos
necessários a sua estruturação.
• Incorpora informações relativas à todas as ações necessárias para
que a atenção a saúde se efetive: ações de promoção, prevenção,
cura e reabilitação; ações de apoio diagnostico e terapêutico; e,
ações relacionadas ao apoio logístico.
• A implementação de Linhas de Cuidado em determinado sistema
deve ter como base a relevância epidemiológica de riscos e
agravos e a prioridade de atenção definida por políticas setoriais.
Premissas básicas
• Identificação da unidade básica como o elemento
estrutural do sistema

• Estratificação de risco

• Equipes multiprofissionais com atuação interdisciplinar

• Responsabilização final da unidade básica em relação ao


usuário e à gestão do Projeto Terapêutico

• Garantia de referência-contra referência qualificada entre


os diferentes setores
Construção da Linha de Cuidado

Questões básicas que devem ser respondidas pela LC:

• QUAL O EVENTO Agravo/risco/condição de vida

• PARA QUEM Público alvo

• O QUE Ações e atividades

• COMO Recursos

• ONDE Ponto de atenção/apoio


Construção de LC
• Elaboração/ adoção de diretrizes clínicas que considerem
a atualidade do conhecimento científico e tecnológico na
oferta do cuidado a portadores de riscos e/ou agravos
• Definição do agravo ou da condição clínica a ser descrita
• Definição do público alvo
• Descrição do fluxo ideal do paciente no sistema
• Descrição das ações e atividades de promoção,
prevenção, cura e reabilitação a serem desenvolvidas
nas unidades nos diferentes níveis de atenção
• Descrição dos recursos envolvidos
• Descrição das tecnologias de gestão do cuidado a serem
utilizadas
 
Exemplo de Planilha Síntese
Recursos necessários
Público A Atividades Instrumentos
alvo ç de
õ Profissio Infra Insumos Equipa- Apoio gerenciamento
e nais Estrutura farmacê mentos diagnósti do cuidado
s uticos co

Atenção básica....

Atenção ambulatorial e hospitalar de média complexidade....

Atenção ambulatorial e hospitalar de alta complexidade....


Estruturação de LC em sistemas
fragmentados
• Constitui-se em grande desafio

• Pode se constituir em estratégia para a organização da própria


RAS na medida em que expõe as fragilidades do sistema e
passa a exigir a qualificação de pontos de atenção e de apoio
diagnóstico e, a organização de sistemas de apoio que servirão
a toda a rede.

• Quando se concretiza de forma isolada, propicia a organização


de uma rede temática.

• Deve ser vista como um processo de médio e longo prazo na


medida em que envolve mudanças estruturais no sistema e
mudança de comportamento e de atitudes de seus profissionais .
Estratégias de implantação das LC

• Devem respeitar as singularidades de cada sistema


e considerar iniciativas tanto de caráter sistêmico
como de processos assistências e de auto cuidado.

• Devem favorecer a percepção por parte de gestores


e profissionais envolvidos quanto a complexidade
desse processo e propiciar a efetiva participação de
todos na reorganização de suas práticas
profissionais.
MUITO OBRIGADA...

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