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Modelos animais alternativos

Profª Fernanda Paulini


Lab. Reprodução Animal e Endocrinologia
Depto de Ciências Fisiológicas-CFS/ IB/UnB
ferpaulini@gmail.com
Modelos alternativos sem uso
de animais
O QUE SÃO MÉTODOS ALTERNATIVOS À
EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL? RN17/2014 CONCEA

• SUBSTITUIR, REDUZIR OU REFINAR na pesquisa, indústria ou ensino

• M.A. VALIDADO: confiabilidade e relevância para determinado propósito

• estágios de desenvolvimento
• pré-validação
• validação
• revisão por especialistas
• Conformidade com os procedimentos realizados por Centros para
Validação de Métodos Alternativos ou por estudos colaborativos
internacionais, podendo ter aceitação regulatória internacional

• MÉTODO ALTERNATIVO RECONHECIDO: validado que foi reconhecido


pelo CONCEA

• A disponibilização mundial dos métodos validados ocorre através da


OCDE* e das farmacopéias
• *Organização para cooperação e desenvolvimento econômico
TESTES CELULARES IN VITRO RECOMENDADOS PELA ANVISA

• Citotoxicidade: Vermelho neutro; MTT (métodos clássicos em


citotoxicidade, base de outros métodos in vitro validados)

• Fototoxicidade (corresponde à OECD 432)

• Permeação e Retenção Cutâneas (corresponde à OECD 428)


TESTES CELULARES IN VITRO RECOMENDADOS PELA ANVISA

• Opacidade/permeabilidade (BCOP – corresponde à OECD 437 e ICE


corresponde à OECD 438)

• Irritação ocular: vascularização (Het-Cam – não validado pela OECD,


porém validado pela ICCVAM)

• Irritação cutânea (corresponde à OECD 439)

• Corrosividade cutânea (corresponde à OECD 430 e OECD 431)


TODOS OS MODELOS POSSUEM
LIMITAÇÕES
• Absorção, distribuição, metabolismo, eliminação e toxicidade
são propriedades cruciais para o sucesso clínico final

• Foi estimado que aproximadamente 50% falham devido à


eficácia inaceitável
TODOS OS MODELOS POSSUEM
LIMITAÇÕES

• Baixa biodisponibilidade como um resultado de absorção


intestinal inefetiva e estabilidade metabólica indesejável

• Também foi estimado que até 40% dos candidatos a


medicamentos falharam no passado devido as questões de
segurança
Métodos alternativos e
substitutivos no Ensino em
Animais de Laboratório
RESOLUÇÃO NORMATIVA No 38, DE 17 DE ABRIL DE 2018

• Dispõe sobre restrições ao uso de animais em ensino, em complemento à


Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais em Atividades de
Ensino ou de Pesquisa Científica – DBCA

• Art. 1o Fica PROIBIDO o uso de animais em atividades didáticas demonstrativas


e observacionais que não objetivem desenvolver habilidades psicomotoras e
competências dos discentes envolvidos.
RESOLUÇÃO NORMATIVA No 38, DE 17 DE ABRIL DE 2018

• Art. 2o, Parágrafo único.

• No prazo mencionado no caput deste artigo, as atividades didáticas


que utilizem animais referenciadas no art. 1o deverão ser
integralmente substituídas por vídeos, modelos computacionais, ou
outros recursos providos de conteúdo e de qualidade suficientes para
manter ou para aprimorar as condições de aprendizado.
O RATO DE LABORATÓRIO

Características anatômicas,
fisiológicas e comportamentais
Camundongos
Características anatômicas, fisiológicas e
comportamentais
Camundongo
• Origem no continente asiático, mas se difundiu por todo o planeta,
acompanhando o homem em suas migrações

• O suíço albino (Swiss) é o ancestral de todas as linhagens

•  Em 1909 (Clarence Cook Little) - produção da primeira linhagem


homozigota(inbread), hoje conhecida como DBA
Camundongo
• Introdução como animal de laboratório

• Mamífero mais usado na experimentação mundial:

• Pequeno
• Muito prolífero
• Período de gestação curto
• Fácil domesticação e manutenção

Primeiro mamífero geneticamente manipulado (1981)


Camundongo
• Várias linhagens de camundongos:
• Inbred
• Outbred Disponíveis comercialmente em vários
• Híbrido laboratórios de referência internacionais
• Knockout
• Transgênico ou mutante
Camundongo- características gerais
• Corpo fusiforme coberto com pelos, uma cauda sem pelo, orelhas eretas
arredondadas e sem pelos

• São fáceis de manter devido ao seu pequeno tamanho

• O seu tamanho pequeno e sua área de superfície por grama de peso corpóreo
relativamente grande

• Suscetíveis às alterações ambientais com respostas fisiológicas


Camundongo- características gerais
Animais de hábitos noturnos:

• As atividades mais incidentes são a exploração do ambiente, acasalamento,


procura de alimentos, repouso, auto-higienização e contato físico

• Audição apurada e alta sensibilidade a ultrassons (comunicação)

• Ruídos de pico ou súbito causam estresse, podendo levar ao canibalismo dos


filhotes pela suas mães

• Visão pobre, incapazes de detectar determinadas cores (usa-se a luz vermelha


para observá-los durante o ciclo escuro)
Camundongo- características gerais
• Comportamento de fazer ninho e toca, que também ajuda a manter a
temperatura corpórea

• São curiosos e habilidosos para escapar das gaiolas

• Olfato altamente desenvolvido (usam a percepção dos odores ou feromônios


para se comunicarem e demarcação de território)

•  Desenvolvem hierarquia social (dominância) quando mantidos em grupo


através de brigas e barbering
SEXAGEM
ALOJAMENTO
A gaiola para um animal de laboratório representa mais que sua casa, é o seu
mundo!!!!

• Deve conter o animal sem restringi-lo em demasia

• Permitir seus movimentos e posturas típicas

• Proporcionar conforto ao animal e de fácil uso

• A forração (cama/ninho) deve ser absorvente e confortável


Dimensões recomendadas para camundongos
Gaiola de comportamento

Gaiola metabólica
CONTENÇÃO

• Pegar pela base da cauda

• Colocar sobre uma superfície onde ele se agarre

• Pressioná-lo sobre o dorso e segurar firmemente a pele desta região

• Fixar a cauda entre os dedos e a palma da mão


“O conhecimento dos aspectos anatômicos, fisiológicos,
genéticos, comportamentais e manejo da espécie, possibilita a
padronização dos ensaios , aumentando a confiabilidade dos
resultados e garantindo o bem-estar dos animais.”
Manejo Reprodutivo

Dimensionamento de Colônia – Heterozigotos e


Isogênicos
Observações....
• Os camundongos C57BL/6J tendem a ter mais crias com hidrocefalia do que outras
linhagens. Também ocorre em ratos WKY

• Os camundongos A/J tendem a ter mais filhotes com fenda de


p palato

• Os camundongos/ratos Outbred tendem a ter ninhadas maiores e mais


saudáveis ​do que as linhagens Inbred

• Na linhagem SJL/J os machos são agressivos e atacam seus parceiros

• As fêmeas C57BL/6J, frequentemente, perdem sua primeira ninhada


Transgênicos..
• A manutenção de uma colônia de camundongos transgênicos pode ser um
desafio

• A expressão de uma transgenia pode afetar a viabilidade da linhagem ou a


fertilidade
• B6CBA-R6/2 (CAG 160 +/- 5) desenvolvem tremores e convulsões

• Além disso, apenas 50% dos machos são férteis, e eles têm uma vida útil
de reprodução de apenas 3-4 semanas

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