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NOÇÕ ES DE DIREITO

PÚ BLICO E PRIVADO
PROFESSOR CARLOS RIVALDO
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONCEITO E EVOLUÇÃ O
HISTÓ RICA
Direito constitucional é o ramo do direito
público que expõe, interpreta e sistematiza os
princípios e as normas fundamentais do Estado.
É a ciência que estuda as constituições.
Sempre que o estado foi mencionado na
história, a partir da Idade Moderna, Existiu uma
espécie de carta constitutiva, na qual eram
definidas as regras de tratamento entre rei e
cidadãos.
CONCEITO E EVOLUÇÃ O
HISTÓ RICA
Magna Carta Inglesa , ano 1215 ( primeiro
documento da História a limitar o poder soberano)
Estado Unidos em 1787, após a independência das
13 colônias.
França em 1791 ( Revolução Francesa):
Organizando o Estado
Limitação do Poder Estatal, por meio da previsão
de direitos e garantias fundamentais.
CONSTITUIÇÃ O
É a lei fundamental de um país, composta por um
sistema de normas jurídicas, escritas ou
costumeiras, que regula a forma do Estado, o seu
governo, o modo de aquisição e o exercício do
poder político, a estrutura dos órgãos
governamentais, os limites do exercício, os direitos
e as garantias fundamentais do Homem.

A CONSTTUIÇÃO É O CONJUNTO DE NORMAS QUE ORGANIZA OS


ELEMENTOS CONSTUTIVOS DO ESTADO.
POVO + GOVERNO + TERRITÓRIO
OBJETIVO DA CONSTITUIÇÃ O
ESTABELECER A ESTRUTURA DO ESTADO, A
ORGANIZAÇÃO DE SEUS ORGÃOS, O MODO DE
AQUISIÇÃO DO PODER E A FORMA DE SEU
EXERCÍCIO, OS LIMITES DE SUA ATUAÇÃO,
ASSEGURAR OS DIREITOS E GARANTIAS DOS
INDIVIDUOS, FIXAR O REGIME POLÍTICO E
DISCIPLINAR OS FINS SOCIOECONOMICOS DO
ESTADO, BEM COMO OS FUNDAMENTOS DOS
DIREITOS ECONOMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS.
OBJETIVO DA CONSTITUIÇÃ O
CONTEÚDO ELEMENTOS
É VARIÁVEL NO ESPAÇO E A CONSTITUIÇÃO DEFINE
NO TEMPO E REFLETE AS OS ELEMENTOS
DECISÕES POLÍTICAS CONSTITUTIVOS DO
VIGENTES ESTABELECIDAS ESTADO:
NA LEI FUNDAMENTAL DO ELEMENTO HUMANO –
ESTADO. POVO
ELEMENTO FÍSICO –
TERRITORIO
ELEMENTO POLÍTICO -
GOVERNO
ELEMENTOS DO
ESTADO
SOBERANIA
A SOBERANIA É A INDEPENDENCIA, A CAPACIDADE
DE OS ESTADOS AGIREM LIVREMENTE NO PLANO
INTERNACIONAL. NO PLANO INTERNO, É
ENTENDIDA, COMO SUPREMACIA, QUE É O PODER
DE ESCLARECER NORMAS PARA TODA A NAÇÃO,
EM CARÁTER FINAL E IRREVOGÁVEL.
A SOBERANIA É O EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO
QUE É EXERCIDO PELO GOVERNO DE UM ESTADO
DE FORMA SEPARADA PELOS PODERES
LEGISLATIVO, EXECUTIVO E JUDICIÁRIO.
SEPARAÇÃ O DE PODERES
MODERNAMENTE, PODEMOS ASSEGURAR QUE EXISTE
CERTA IMPROPRIEDADE NA UTILIZAÇÃO DO TERMO
SEPARAÇÃO DE PODERES. PODEMOS DIZER QUE O ESTADO
COMO NAÇÃO POLITICAMENTE ORGANIZADA, FIXADA A
UM TERRITÓRIO, NÃO POSSUI PODERES POLITICOS, MAS
SIM PODER POLÍTICO UNO, INDIVISIVEL E INDELEGÁVEL.
ESSE PODER POLÍTICO VISA ASSEGURAR A SOBERANIA DO
ESTADO FRENTE AOS ORGANISMOS EXTERNOS
( SOBERANIA EXTERNA) E SUPREMACIA SOBRE TODOS OS
PODERES SOCIAIS INTERIORES MANTENDO A ORDEM
NACIONAL ( SOBERANIA INTERNA).
SEPARAÇÃ O DE PODERES
ESSE PODER POLÍTICO POR SUA VEZ, DESDOBRA-SE EM
FUNÇÕES, QUE FUNDAMENTALMENTE SÃO TRÊS: A
LEGISLATIVA, A EXECUTIVA E A JURISDICIONAL.

FUNÇÃO • COMPORTA A EDIÇÃO DE REGRAS GERAIS, ABSTRATAS,


IMPESSOAIS E INOVADORAS DA ORDEM JURÍDICA,
LEGISLATIVA DENOMINADA LEI.

FUNÇÃO • APLICA A NORMA JURÍDICA PARA RESOLVER PROBLEMAS


CONCRETOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, RESOLVENDO
EXECUTIVA PROBLEMAS ESPECÍFICOS E INDIVIDUALIZADOS.

FUNÇÃO • TEM POR OBJETO APLICAR O DIREITO AOS CASO


CONCRETOS, A FIM DE DIRIMIR CONFLITOS DE INTERESSE.
JURISDICIONAL
SEPARAÇÃ O DE PODERES
O PODER POLÍTICO DO ASSIM, DIVISÃO DE
ESTADO, QUE É PODERES CONSISTE EM
COMPOSTO CONFIAR CADA UMA DAS
FUNÇÕES
FUNDAMENTALMENTE
GOVERNAMENTAIS DO
POR ESTAS TRÊS PODER POLÍTICO DO
FUNÇÕES, É ESTADO, A ORGÃO
MANIFESTADO POR DIFERENTES:
SEUS ORGÃOS FUNÇÃO
LEGISLATIVA
• PODER LEGISLATIVO

GOVERNAMENTAIS,
FUNÇÃO • PODER EXECUTIVO
CUJO O CONJUNTO SE EXECUTIVA

DENOMINA GOVERNO. FUNÇÃO


JURISDICIONAL
• PODER JUDICIÁRIO
SEPARAÇÃ O DE PODERES
ESPECIALIZAÇÃO FUNCIONAL INDEPENDENCIA ORGÂNICA
• CADA ÓRGÃO É CADA ÓRGÃO É
ESPECIALIZADO NO EFETIVAMENTE
EXERCÍCIO DE UMA INDEPENDENTE DOS
FUNÇÃO DO PODER OUTROS, NÃO EXISTINDO
PÓLITICO SUBORDINAÇÃO ENTRE
ELES
INDEPENDECIA E
HARMONIA ENTRE
PODERES
É também conhecida como mecanismo de freios e
contrapesos.
INDEPENDENCIA DOS
PODERES
• A investidura e permanência das pessoas em um
órgão do governo não depende da confiança
nem da vontade dos outros.
• No exercício das atribuições que lhes sejam
próprias, não precisam os titulares consultar os
outros nem necessitam de sua autorização.
• Na organização dos respectivos serviços, cada
um é livre, observadas apenas as disposições
constitucionais e legais.
HARMONIA ENTRE OS
PODERES
• Respeito as prorrogativas e faculdades a
que mutuamente os respectivos órgãos
tem direito.
• A divisão de funções entre os órgãos de
poder e a sua independência não são
absolutos, são os chamados FREIOS E
CONTRA PESOS.
FREIOS E CONTRAPESOS
A Teoria dos Freios e Contrapesos, oriunda dos
Estados Unidos da América. Justifica a
Independência e Harmonia entre os três órgãos do
poder de soberania do Estado, cada qual com
atribuições próprias e impróprias.
Os poderes são autorizados a produzir
interferências entre si, que visam as buscas de um
equilíbrio, evitando o arbítrio e o desmando de
um poder em detrimento do outro e,
especialmente, dos governados:
FREIOS E CONTRAPESOS
• EXEMPLOS:
Se o poder legislativo cabe a edição de normas gerais e
impessoais, estabelece-se um processo para a sua
formação no qual o Poder Executivo tem participação, quer
pela iniciativa das leis ou pela a sanção e pelo o veto.
Se o Judiciário não pode influir no Legislativo, este é
autorizado a declarar se as normas são incompatíveis com
a constituição federal, declarando a inconstitucionalidade
das leis que não poderão ser aplicadas aos julgamentos.
Se o presidente não interfere nos julgamentos dos
tribunais, em compensação, os ministros dos tribunais
superiores são nomeados por ele.
FREIOS E CONTRAPESOS
Assim, os trabalhos do Legislativo, Executivo e
Judiciário só se desenvolvem se os órgãos que os
compõem se subordinam ao princípio da
Harmonia, que não significa nem domínio de um
pelo o outro nem usurpação de atribuições, mas
sim a verificação de que entre eles deve haver
colaboração e controle, para evitar distorções e
desmandos. A desarmonia sempre ocorrerá
quando se acrescer atribuições, faculdades e
prorrogativas de um em detrimento do outro.
TERRITÓ RIO
LIMITES DO TERRITÓ RIO
O estudo dos limites do território é importante,
principalmente se atentarmos para o seu conceito.
Observado como espaço de exercício da soberania
do Estado, o conhecimento dos limites do
território serve para reconhecermos o local onde o
ordenamento jurídico pode e deve ser aplicado.
O território, porção do globo a qual o Estado
Exerce sua soberania, abrange:
DOMÍNIO TERRESTRE
• Compreende o solo e o
subsolo da área
geográfica incluída nas
fronteiras do Estado.
Para delimitar esse
domínio, o Estado possui
o direito de Marcar
materialmente ou
indicar concretamente
seus limites, que o
separem de seus
vizinhos.
DOMÍNIO FLUVIAL
Refere-se aos rios e lagos e demais cursos d’água que cortam o
território do Estado, nos trechos situados nos seus limites.
Podem ser nacionais ( percorrem o território de um só Estado –
Rio São Francisco) ou internacionais ( percorrem o território de 2
ou mais estados – Rio Amazonas)

Os rios nacionais pertencem ao


Estado cujo o território corre.
Os internacionais podem ser:
Contíguos ( Soberania do
estado até a linha divisória) ou
sucessivos ( cada Estado exerce
a soberania na parte do rio que
corre em seu território).
DOMÍNIO LACUSTRE
Aplicam-se aos lagos o
mesmo regime jurídico
dos mares internos. Se o
lago situa-se no interior do
território de um só Estado,
pertencerá a este ( Lagoa
dos Patos). Se o lago situa-
se na divisa de dois ou
mais Estados, será
aplicado a linha divisória,
como limite da soberania (
Lago Titicaca)
DOMÍNIO AÉ RIO
A coluna de ar situada
acima do solo do Estado é
área de soberania do Estado,
incluindo a situada acima do
mar territorial. Cada estados
é soberano sobre seu espaço
aéreo, mas existem acordos
determinando que os
estados permitam o tráfego
de aeronaves de outros
Estados em seu espaço
aéreo.
DOMÍNIO MARÍTIMO
Abrange as águas internas, o mar territorial e a zona contígua,
situada entre o mar territorial e o alto mar.
• MAR INTERNO: Quando se situa no interior do território de
um só Estado, pertencerá a ele. Se o mar interno situa-se na
divisa de dois Estados, será aplicada a linha divisória, como
limite da soberania (Mar Morto)
• MAR TERRITÓRIAL: É faixa de mar que se estende da costa de
um território até certa distancia dela. O Estado exerce sobre o
mar territorial sua soberania. A distancia do Mar segundo a
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1982):
fixou o mar territorial como 12 milhas e uma zona de
exploração econômica exclusiva de 188 milhas.
DOMÍNIO MARÍTIMO
Os Estados possuem restrição à soberania do mar
territorial fundada no direito passagem inocente,
reconhecido a todos os navios mercantes, em
tempo de paz, desde que não gere dano a
segurança ou aos interesses do Estado.
• ZONA CONTÍGUA: faixa marítima entre o mar
territorial e o alto mar, sobre o qual o Estado
possui direitos restritos de natureza
administrativas. Não é aceita por muitos Estados,
pois entendem que seria uma área internacional
que não poderia estar sujeita a fiscalização de
apenas um Estado.
DOMÍNIO MARÍTIMO
• PLATAFORMA CONTINENTAL: planície submarina ao
longo da costa, com profundidade não superior a 200
(duzentos) metros, podendo variar de 200 a 350 milhas o
seu limite, dependendo da extensão da calota
continental. Pertence ao Estado banhado pelo o mar e é
compreendida como uma extensão do solo e subsolo do
Estado.
• ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: faixa adjacente ao mar
territorial, com 188 milhas de extensão, onde o Estado
possui direito de soberania para fins de exploração e
gestão
DOMÍNIO PÚ BLICO
INTERNACIONAL
• ALTO MAR: faixa de oceano e mares que se encontra fora do
domínio de qualquer Estado. É bem comum, regulamentada
pela a convenção sobre Alto – Mar da ONU de 1958
( recebendo igual tratamento em 1982)
• PÓLO NORTE: parte do território pertence ao Canadá, à
Rússia, aos Estados Unidos e à Dinamarca. A área considerada
mais ao norte, fora dos limites desses Estados, é basicamente,
uma densa camada de gelo, com escasso interesse econômico.
• ANTÁRTICA: Faixa de domínio internacional, regulada,
basicamente, por dois Tratados:
• 1. Antártica (1959): determina a não militarização da região.
• 2. Madri (1991): Determina a não exploração mineral por 50
anos.
POVO
• Povo, juridicamente, é um conjunto
de cidadãos de um Estado. No Brasil,
o artigo 12 da Constituição Federal
define quais as pessoas que possuem
o direito de serem chamados de
brasileiros, estes, por sua vez,
dividem-se em Brasileiros natos e
naturalizados.
ART. 12. SÃ O BRASILEIROS:
• I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
ART. 12. SÃ O BRASILEIROS:
•  II -  naturalizados:
a)  os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b)  os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
POVO
• O conceito de povo pode ser entendido de
maneira objetiva e subjetiva.
• Povo, na função objetiva é entendido como
elemento ativo dentro do Estado que elege os
seus representantes e faz valer a sua vontade
por meio do voto.
• De maneira subjetiva, quando o povo está
subordinado à ação do Estado, ou seja ao
Exercício do poder político devidamente
regulado pelo o direito público.
IMPORTANTE
• POVO é um conceito usado de maneira equivocada, como
sinônimos de população e nação.
• População é um conceito estatístico, dizendo respeito apenas
ao número de habitantes de um Estado, sem dizer nada como
são essas pessoas.
• Nação é um conceito socioantropológico que define um
conjunto de pessoas com traços culturais comuns ( religião,
línguas, etnia, dentre outros), independentemente dos
conceitos de Estado e Território.
• ESTADO = SOBERANIA (GOVERNO E ORDENAMENTO) +
TERRITÓRIO + POVO

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