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13º SALARIO MINIMO

O 13º salá rio é regido pelas Leis nº 4.090/1962 e nº 4.749/1965 e encontra-se regulamentado pelo
Decreto n° 57.155/65, além do inciso VIII do artigo 7° da Constituiçã o Federal de 1988.

O decimo terceiro tem natureza salarial.

Só é possível sua reduçã o mediante convençã o coletiva ou acordo coletivo. É vedada a supressã o.

É vedado ao empregador, seja por negociaçã o individual ou coletiva, dividir em mais de duas parcelas o
pagamento do 13º salario, como de instituir uma terceira, pois nesse caso representaria prejuízo ao
trabalhador.

É vedado alterar a data de recebimento, salvo se a alteraçã o visar a antecipaçã o do recebimento.


Pagamento – quantidade de parcelas

O pagamento da gratificaçã o natalina também conhecida como 13º salá rio, é devido em 2 parcelas:

• 1ª parcela: entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano;

• 2ª parcela: até 20 de dezembro.

Seu valor corresponde a 1/12 da remuneraçã o devida em dezembro, por mês de serviço do ano
correspondente, considerando-se mês integral a fraçã o igual ou superior a 15 dias de trabalho, no mês
civil.
Beneficiários – direito

O 13° salá rio é um direito das seguintes categorias de trabalhadores:

• Trabalhadores urbanos e rurais, assim considerados os empregados celetistas e empregados rurais,


inclusive o safrista regidos pela Lei n° 5.889/73 de acordo com artigo 7°, inciso VIII da CF/88;

• Empregados domésticos (pará grafo ú nico do art. 7° da CF/88);

• Trabalhador avulso (Decreto n° 63.912/68).

Trabalhador avulso é aquele que presta serviços sem vínculo empregatício a vá rias empresas por
intermédio obrigató rio do Sindicato da categoria ou do OGMO – Ó rgã o Gestor de Mã o de Obra (inciso VI
do art. 12 da Lei n° 8.212/91).

Para os trabalhadores avulsos, o 13° salá rio é pago de forma diferenciada, pois possui regras pró prias.

 
Quem não faz jus ao pagamento do 13° Salário

Nã o tem direito ao recebimento do 13° salá rio os seguintes trabalhadores:

 Os contribuintes individuais: autô nomos, cooperados e só cios;


 Estagiá rios; e
 Empregados dispensados por justa causa, quando enquadrado no artigo 482 da CLT, conforme
dispõ e o art. 7° do Decreto n° 57.155/65.
Os amigos Mendelévio e Telú ria foram ao seu escritó rio dia 30/11/2020 com intuito de esclarecer duvidas sobre o dé cimo terceiro.
Ambos trabalham na empresa X Confecçõ es desde Dezembro/2019.

Mendelévio desempenha a funçã o de auxiliar de escritó rio recebendo salario contratual R$ 1400,00 (um mil e quatrocentos reais)
desde a admissã o. Em Junho/2021 foi promovido a encarregado de escritó rio passando a receber R$ 2500,00 (dois mil e quinhentos
reais).

Telú ria sempre trabalhou como vendedora, recebendo um salario mínimo mais 4% (quatro por cento) sobre as vendas efetuadas. Em
12/2019: R$ 1800,00 – 01/2020: R$ 1400,00 – 02/2020: R$ 1250,00 – 03/2020: R$ 1300,00 – 04/2020: R$ 1700,00 – 05/2020: R$
1500,00 – 06/2020: R$ 1680,00 – 07/2020: R$ 1360,00 – 08/2020: R$ 1460,00 – 09/2020: 1600,00- 10/2020: R$ 1790,00 –
11/2020:R$ 1500,00.

Em outubro/2020 ambos receberam a primeira parcela do 13º salario no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Preocupados, te
perguntam quanto irã o receber na segunda parcela da citada parcela.
PROTEÇÃO AO SALARIO

O salá rio deve ser protegido em razã o do cará ter alimentar que possui.
 
A convençã o nº95 da OIT, de 1949 regulamentada pelo Decreto 10.888 de 13/09/2019 trata da
proteção ao salario.

 
Estudar: CONVENÇÃ O Nº 95 DA OIT!
DEFESA DO SALARIO EM RELAÇÃO AO EMPREGADOR
 
 O salá rio deve ser pago diretamente ao empregado (pessoalidade do pagamento) sob pena de ser considerado
não pago.

Art. 5º da Convençã o nº 95 da OIT: O salá rio será pago diretamente ao trabalhador interessado, a menos que a
legislaçã o nacional; uma convençã o coletiva ou uma sentença arbitral disponha diferentemente ou que o
trabalhador interessado aceite outro processo.

 O menor de 18 anos pode firmar recibo de pagamento de salá rios, porem na rescisã o do contrato de trabalho
deverá ser assistido por seus pais. (art. 439 da CLT)

 O pagamento deverá ser feito mediante recibo (art. 464 da CLT). O pagamento pode ser feito mediante
deposito bancá rio em conta aberta para essa finalidade, em nome do empregado, com consentimento deste,
em estabelecimento pró ximo ao local de trabalho.

 O salario deve ser pago em moeda de curso no pais, sob pena de ser considerado nã o pago. (art. 463 da CLT)
 O pagamento do salá rio deve ser feito em dia ú til e no local de trabalho, dentro do horá rio de
serviço ou imediatamente apó s o encerramento desde (art. 465 da CLT) salvo quando efetuado em
conta bancá ria.

 O pagamento do salario nã o pode ser estipulado por prazo superior a um mês, salvo quanto as
comissõ es, porcentagens ou gratificaçõ es (art 459 da CLT) O salario deve ser pago com
pontualidade, mais precisamente até o 5º dia ú til ao mês vencido. As comissõ es devem ser pagas
na medida que haja conclusã o dos negó cios. As gratificaçõ es podem ser feitas por mês, semestre
ou por ano, de acordo com a forma que foram ajustadas.

 De acordo com o princípio da intangibilidade salarial, os descontos de salá rio só podem ser feito
aqueles previstos em lei, convençã o coletiva ou decorrente de adiantamento. (art. 462 da CLT)

 De acordo com o art.7º, inciso IV da CF/88, vigora o princípio da irredutibilidade salarial. Em casos
excepcionais, o salá rio poderá ser reduzido, porém dependendo de convençã o ou acordo coletivo.
Nã o pode ser feito de forma unilateral pelo empregador.

 O princípio da inalterabilidade prega que nã o pode ser alterada a forma de pagamento do salá rio.
DEFESA DO SALÁRIO EM RAZÃO DOS CREDORES DO EMPREGADO

Há interesse social e da família do empregado na defesa do salá rio contra credores do obreiro. O salá rio

é meio de subsistência do empregado comum, o direito a vida e à dignidade da pessoa humana.

Os salá rios sã o impenhoráveis, salvo para efeito de pagamento de prestaçã o alimentícia e em relaçã o à s

importâncias excedentes a 50 salá rios-mínimos mensais (art. 833, IV do CPC).


DEFESA DO SALÁRIO EM RAZÃO DOS CREDORES DO EMPREGADOR

Convençã o nº 95 da OIT, artigo 11:

1. Em caso de falência ou de liquidaçã o judiciá ria de uma empresa, os trabalhadores seus


empregados serã o tratados como credores privilegiados, seja pelos salá rios que lhes sã o devidos
a título de serviços prestados no decorrer de período anterior à falência ou à liquidaçã o e que
será prescrito pela legislaçã o nacional, seja pelos salá rios que nã o ultrapassem limite prescrito
pela legislaçã o nacional.

2. O salá rio que constitua crédito privilegiado será pago integralmente antes que os credores
comuns possam reivindicar sua parte.

3. A ordem de prioridade do crédito privilegiado constituído pelo salá rio, em relaçã o aos outros
créditos privilegiados, deve ser determinada pela legislaçã o nacional.
 Os direitos oriundos do contrato de trabalho subsistem em caso de falência, recuperação
judicial ou dissolução da empresa (art. 449 da CLT)

 Os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 salarios mínimos por credor
são os primeiros a ser pagos na falência. Acima de 150 salarios mínimos, o credito terá
natureza quirografária e não terá preferencia.

Estudar:

 Sumula 227 do STF

 OJ 325 da SBDI-1 do TST

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