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Otoniel Linhares
ATUALIDADES
• ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente
completa 25 anos
• A violência contra a criança e o adolescente sempre esteve presente na
sociedade e em diferentes classes sociais. No Brasil, um avanço
importante para reconhecer crianças e adolescentes como cidadãos
com direitos e deveres foi a criação do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), criado pela Lei 8.069, e que em julho de 2015
completa 25 anos.
• Ao todo, o estatuto tem 267 artigos que abordam diversos temas como o
acesso a saúde e educação, proteção contra a violência e tipificação de
crimes contra a criança, proteção contra o trabalho infantil, regras da
guarda, tutela e adoção, proibição do acesso a bebidas alcóolicas,
autorização para viajar, entre outras questões.
• A criação da lei
• Antes de 1988, o Brasil contava com o Código de Menores, documento
legal para a população menor de 18 anos e que visava especialmente à
questão de menores em “situação irregular”, de vulnerabilidade social. A
visão tradicional da época era de que crianças e adolescentes eram
incapazes e consideradas um problema para o Estado e autoridades
judiciárias.
• Em março de 2015, a Câmara dos Deputados retomou a discussão da PEC 171, projeto
que propõe baixar de 18 para 16 anos a idade mínima para, em casos de crimes
violentos, uma pessoa ser julgada pela Justiça Comum. O projeto ainda está em
tramitação.
• Defensores do ECA afirmam que o crime deve ser punido, mas é preciso considerar as
diferenças no desenvolvimento físico e psicológico nos adolescentes em relação aos
adultos. Para críticos, o Estado não é eficaz em recuperar o menor, e o ECA seria um
instrumento que garantiria a impunidade em relação aos adolescentes em conflito com
a lei.
• Na esteira da votação da proposta de emenda
constitucional que visa reduzir a maioridade penal de
18 para 16 anos para alguns crimes específicos, os
debates em torno das reformas do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA) devem ganhar força no
Congresso nas próximas semanas, com grupos de
promotores já preparando propostas para apreciação
no Senado - além das que já foram apresentadas por
parlamentares e aguardam discussão.
• Distorções
• Segundo uma pesquisa dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, na prática isto gera distorções no sistema, fazendo
com que a grande maioria dos menores infratores cumpra períodos de
internação de apenas seis meses, independentemente de terem sido
julgados por um furto ou um assassinato.
• Dados recentes do Ministério Público de São Paulo mostram que a
comarca da capital paulista conta atualmente com 1.552 menores
internados em unidades. Destes, 1.046 estão privados de liberdade entre
cinco a nove meses, e apenas um está internado há 15 meses, um há 20
meses e um há 33 meses. Outros 503 estão internados por diferentes
períodos, mas por menos de 15 meses.
• Mais de 28 mil menores infratores cumprem medidas socio
educativas no Brasil
• Um levantamento inédito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
revela o perfil dos 28.467 menores infratores com processos
ativos que cumprem atualmente medidas socioeducativas no
Brasil.
• Mais de 90% dos jovens (25.802) que cumprem medidas educativas são do sexo
masculino, contra 2.665 do sexo feminino. Como se trata de um cadastro recente,
ainda deve passar por aprimoramentos a fim de fornecer dados mais precisos.
• A cor dos adolescentes, por exemplo, não foi informada em 13.483 dos casos.
Sabe-se que os jovens de cor branca são 4.967 e os negros, 2.101. Os pardos
totalizam 7.774 e os indígenas, 47.
• Desde que o sistema foi criado, 86.696 adolescentes foram cadastrados. O total
de processos chega a 112.673, levando-se em consideração que um mesmo
jovem pode ter cometido mais de um ato infracional.