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FICHA TÉCNICA

Nome: Sonnesgade 11 office


Arquitetos: SLETH architects
Área: 2800 m²
Ano: 2016
Localização: Aarhus, Dinamarca
SOBRE O ESCRITÓRIO

A SLETH foi fundada em 2009 pelos sócios e


arquitetos Søren Leth e Rasmus Therkildsen, é um
escritório dinamarquês de arquitetura e planejamento.
Com uma visão urbana progressiva e a qualidade
consistente na realização do projeto. SLETH projetou
uma série de edifícios amplamente reconhecidos,
incluindo Sonnesgade 11 e Tønder Townhall.
Em 2016, o escritório mudou-se para seu local
atual em Aarhus, o edifício Sonnesgade 11, que foi
projetado e de propriedade da SLETH, incorpora a
abordagem única do escritório para arquitetura,
sustentabilidade e design urbano.
CONCEITO E PARTIDO

O ponto de partida para a concepção do edifício de uso


misto é a ambição de reutilizar e repensar a qualidade espacial
e material do antigo local industrial. O novo edifício está
diretamente ligado às construções industriais subterrâneas
originais, que atuam como a fundação do edifício. Além
disso, o escritório cria uma fachada exclusiva de concreto com
a ideia de integrar-se ao seu antigo ambiente pós-industrial,
embelezada com rachaduras dispersas e espaçadas que visam
reforçar a conexão entre espaços interiores e exteriores. O uso
do vidro e uma escada externa são usadas para aumentar ainda
mais a transparência do edifício.
"A expressão do edifício é uma colagem de elementos que
refletem o ambiente", disse a empresa. "Seis fachadas criam
um diálogo com o contexto misto e vago."
LOCAL, CLIMA E CULTURA

Aarhus é a segunda maior cidade da Dinamarca.


Durante a noite, os cafés e as baladas da cidade estão
lotados de gente querendo curtir, e durante o dia,
Aarhus tem suas belas áreas verdes, seu centro
histórico, uma linda catedral e alguns museus. O Den
Gamble By é o mais curioso deles, no local encontram-
se 75 casas antigas trazidas de diversas partes do país.
É uma verdadeira aula de história da arquitetura
dinamarquesa a céu aberto.
O verão é agradável e de céu parcialmente
encoberto; o inverno é longo, muito frio e de céu
nublado. Durante o ano inteiro, o clima é de ventos
fortes. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia
de -2 °C a 21 °C e raramente é inferior a -9 °C ou
superior a 26 °C.
PASSADO E CONTEXT. CONTEMPORÂNEA

A partir do século 19, a industrialização, a


extensão do sistema ferroviário dinamarquês e a
expansão de seu porto estimularam o crescimento da
cidade a ponto de Aarhus ser agora a segunda maior
cidade da Dinamarca.
O Sonnesgade 11 é o reflexo da evolução da
cidade de Aarhus, à medida que alguns dos seus antigos
bairros industriais transitam para áreas culturais
movimentadas e modernas; tal é o caso de Godsbanen,
o distrito em que este complexo de escritórios está
localizado. Os arquitetos procuraram repensar o uso de
materiais industriais antigos, como concreto, aço e
vidro, e torná-lo um design contemporâneo adequado
para o novo papel do distrito.
RELAÇÃO COM CONTEXTO: LOTE E ENTORNO

Devido a localização ser em um distrito em transição, de um local industrial a um contexto misto, com áreas
culturais movimentadas, o entorno imediato apresenta elementos típicos do estilo, como o uso de fachadas em bloco
cerâmico aparente, fachadas largas e edifícios de 02 a 05 pavimentos; elementos esses que vão transitando a um uso de
fachadas menores e mais coloridas à medida que ampliamos a área ao entorno do edifício.
O Sonnesgade 11 se destaca dos demais edifícios no entorno, pelo uso da transparência e da cor adotada e de sua
fachada, porém sua ortogonalidade e altura o aproxima dos demais, sendo assim uma agradável surpresa a quem
transitar em frente ao mesmo.
"A expressão do edifício é uma colagem de elementos que
refletem o entorno"
PERSPECTIVAS PREDOMINANTES

A transparência que o edifício possui contribui


com a correlação dele para com o entorno, criando
vistas e perspectivas novas, tanto internas quanto
externas.
CONDICIONANTES NATURAIS

INSOLAÇÃO

POENTE
N

NASCENTE
VENTOS PREDOMINANTES
IMPLANTAÇÃO E TOPOGRAFIA

Em um terreno inclinado, o edifício está diretamente ligado às construções industriais subterrâneas originais, que
atuam como a fundação do edifício, utilizando-se de recursos como muro de arrimo, a edificação cria diferentes
patamares que dialogam entre si, considerando a utilização dos próprios pavimentos do edifício.
VISTA A

PAISAGISMO

Uma paisagem asfáltica inclinada, terraços e


pequenos jardins, circundam o prédio e atuam como
uma área de encontro e descanso para os funcionários.
As espécies utilizadas nos jardins possuem aspecto de
pertencerem ao local, antes mesmo da construção do
edifício.

VISTA B
A

B
N

VEGETAÇÃO - 1º PAVIMENTO (sem escala)


CANTEIRO
PROGRAMA DE NECESSIDADES

O prédio conta com um restaurante, com cozinha e


bar integrados, estacionamento e bicicletário. Além de
cada lado, possuir um "pátio" de convivência para os
espaços coorporativos. Nos pavimentos de escritório, é
interessante observar que toda parte de serviços do
programa estão localizados em apenas um lado,
contendo: sala de TI, cozinha (copa), banheiros,
ESCRITÓRIOS
estoque e os nichos (espaços multiuso), o que favorece
a otimização de uso desse espaço.

PÁTIO EXTERNO

RESTAURANTE
1. RESTAURANTE CAIXA METÁLICA – AR COND
2. SANITÁRIO
3. SANITÁRIO PNE
4. HALL DE ELEVADOR
5. ELEVADOR
6. ESCADA SUBSOLO
7. ESCRITÓRIO
8. SALA DE REUNIÃO
PROGRAMA DE NECESSIDADES

9. ÁREA DE T.I
10. COZINHA (COPA)
11. NICHO (ESPAÇO MULTIUSO)
12. ESTOQUE
13. ESCADA ENTRE 2º E 3º PAV.
14. ESCADA LATERAL
15. ESCADA ENCLAUSURADA
16. BICICLETÁRIO
17. ESTACIONAMENTO
18. LOJA DE VINHOS
19. MANUTENÇÃO
20. PÁTIO CONVIVÊNCIA
HIERÁRQUIA PÚBLICO X PRIVADO

Pensando no público em geral, eles têm acesso livre até parte


do restaurante, onde se faz uma divisória imaginária entre a
cozinha e área das mesas, ao estacionamento e consequentemente
a loja de vinhos, e aos pátios externos que não possuem nenhum
tipo de fechamento. Mas a partir do primeiro pavimento de
escritórios, tudo se torna de uso privado aos funcionários e
proprietários do local, necessitando de alguma identificação para
terem acesso.

PÚBLICO

PRIVADO

CIRC. VERTICAL
ACESSOS E CIRCULAÇÃO

O lote é cortado por uma "via" lateral,


possibilitando o acesso de pedestres e veículos através ACESSO PRINCIPAL
das ruas de frente e fundos (sendo que a entrada do
estacionamento é restrita por ela). Sobre o restaurante,
o seu acesso principal se dá pela fachada frontal (caixa
de concreto), mas ainda assim, pode ser acessada pela
mesma lateral da via citada. É importante mencionar
que uma loja de vinhos está localizada no
estacionamento. Estes dois comércios possuem uma
circulação mais difusa, sem um caminho pré-
determinado, de forma que os clientes caminhem
conforme as suas necessidades.

ACESSO SECUNDÁRIO

ACESSO ESTACIONAMENTO/LOJA DE VINHOS


ESCADA ESCADA LATERAL
ENCLAUSURADA ACESSOS E CIRCULAÇÃO

Quando se trata do acesso aos pavimentos-


escritório, ele se dá por diversas formas, sendo
as principais: a escada enclausurada que
acontece na frente (dentro da caixa de concreto),
a escada metálica conectada a lateral leste do
edifício e por um elevador disposto nos fundos
do restaurante. Mas além destes, é possível
acessar os dois primeiros pavimentos acima do
restaurante, por escadas individuais (que ficam
mais escondidas do público geral). Tanto pela
modulação estrutural, como pela disposição dos
ambientes de serviço, a circulação dentro dos
escritórios se torna linear e direta, podendo
percorrer todo espaço apenas seguindo uma
AC TER linha reta.
AL
ES N A
SO TIV
O
16
14 18
02 03

05
04
06
01
17
15

19

PAV. TÉRREO (sem escala)


PRINCIPAL 00 PROGRAMA
SECUNDÁRIO VEÍCULOS

VINHOS CIRCULAÇÃO
14 20
05

09 10 10 11 09

02 03 12
07
15 08

20

1º PAVIMENTO (sem escala)


ENTRADAS

00 PROGRAMA

CIRCULAÇÃO
14
05

09 10 11 09

02 03 12
07
15 08
13

2º PAVIMENTO (sem escala)


ENTRADAS

00 PROGRAMA

CIRCULAÇÃO
14
05

09 10 11 09

02 03 12
07
15 08 08
13

3º PAVIMENTO (sem escala)


ENTRADAS

00 PROGRAMA

CIRCULAÇÃO
MODOS DE USAR

O edifício se divide basicamente em dois


principais usos: um comercial sendo o restaurante que
se utiliza da arquitetura como os outros, com a exceção
da cozinha que fica conectada diretamente com a área
das mesas, permitindo os clientes verem claramente o
preparo dos alimentos, sem nenhuma barreira visual ou
O outro uso, é o coorporativo, localizado nos três física;
pavimentos acima do restaurante que por uma solução
estrutural bem desenvolvida cria grandes galerias, onde
todas as necessidades técnicas e de serviço ficam focadas
em apenas um dos lados e o restante do espaço é livre, sem
pilares. Uma forma de otimização dessas galerias é seguir
a modulação da estrutura, que é aproveitada como
luminária, condução de dutos de climatização e
estruturação para cortinas e panos de vidro. Portanto a
utilização desse espaço fica a critério das necessidades
específicas de cada usuário.
FORMA E VOLUMETRIA

A arquitetura da edificação se desenvolve a partir


de um prisma retangular, que ganha volume
verticalmente, e possui um nível meio aterrado devido
a topografia do terreno.
Essa figura retangular ganha pequenos volumes
em suas laterais e pequenas fissuras espaçadas em sua
fachada frontal, todas de forma retilíneas, afim de
manter o aspecto industrial, mas com características
contemporâneas.
ESTRUTURA

Sua estrutura segue os padrões industriais, se


fazendo presente e visível o uso do concreto armado,
que cria uma grande parede de concreto na fachada
lateral e frontal, formando um “L” e juntamente com as
vigas metálicas, trazendo sustentação para a
construção. Tal estrutura, permite a flexibilidade de
layout assim como a integração entre os usuários.

Estrutura em “L”
ABERTURAS E FECHAMENTOS

As poucas e pequenas janelas presentes no


edifício, se encontram voltados a parte lateral
junto a parede de concreto que serve como
estrutura, também estão presentes pequenos
rasgos em sua fachada frontal que trazem um
toque diferente e chamativo.
Já os fechamentos, são basicamente
grandes cortinas de vidro retangulares com
esquadrias esguias e muito discretas que formam
a fachada lateral. Na fachada contrária há
aberturas que saem nas escadas externas que há
uma espécie de gaiola funcionando como
proteção e permite o acesso e permanência no
terraço da edificação.
MATERIAIS E ACABAMENTOS

Por se tratar de uma obra cuja a intenção é trazer aspectos do local para onde o prédio está inserido, elementos
industriais como o concreto, vidro e aço são muito presentes em toda a arquitetura, mas para criar um contraste com
esses elementos, as portas foram feitas sob medida e o mobiliário traz elementos naturais como a madeira.
BIOCLIMÁTICA E SUSTENTABILIDADE

A fachada constituída por grandes


fechamentos em vidro, permitem a
permeabilidade visual com o externo, e também
a iluminação natural.
Iluminação esta que além de contribuir para
a redução da utilização de luz artificial, também
auxilia no aquecimento interno do edifício
durante os dias frios que são frequentes na
região da Dinamarca.

O contato constante com a luz natural,


traz vida ao projeto.
FIM!

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