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EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO

Dr. Nivaldo
Pereira Alves
Hospital Regional da As
Sul/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 25/5/2010
Equilíbrio ácido-básico é um delicado equilíbrio químico entre os
ácidos e as bases existentes no organismo para a manutenção da
quantidade ideal de íons hidrogênio nos líquidos intracelular e
extracelular

Quando a concentração dos íons hidrogênio se eleva ou se reduz,


alteram-se a permeabilidade das membranas e as funções
enzimáticas celulares; em conseqüência, deterioram-se as funções
de diversos órgãos e sistemas.
DESEQUILÍBRIO
• Os pacientes com disfunção de órgãos frequentemente
apresentam alterações no equilíbrio ácido-base.
• Nos pacientes graves, especialmente os que necessitam de
terapia intensiva, aquelas alterações são mais manifestas e,
não raro, assumem a primazia do quadro clínico.
• O diagnóstico e o tratamento dos desvios do equilíbrio
ácido-base, geralmente, resultam em reversão do quadro
geral do paciente e garantem a sua sobrevida.
ÁCIDOS
• Substâncias que cedem hidrogênio em uma solução
• Metabolismo celular produz ácidos - liberados continuamente na
corrente sanguínea - precisam ser neutralizados
• Principal ácido do organismo:
– ácido carbônico:
• ácido instável
• se transforma facilmente em dióxido de carbono e água.
• O dióxido de carbono é transportado pelo sangue e eliminado pelos pulmões,
enquanto o excesso da água é eliminada pela urina.

• Demais ácidos do organismo são fixos- permanecem em estado


líquido
– os ácidos alimentares, o ácido lático e os ceto-ácidos;
BASES
• Substâncias que captam o hidrogênio nas soluções
• Principal base do organismo:
– Bicarbonato
• produzido à partir do metabolismo celular pela combinação do
dióxido de carbono com a água
• Demais bases:
– Fosfatos
– numerosas proteínas
– hemoglobina.
METABOLISMO
• Função normal das células do organismo depende de uma série
de processos bioquímicos e enzimáticos do metabolismo celular.
• Vários fatores devem ser mantidos dentro de estreitos limites,
para preservar a função celular:
– Osmolaridade
– Eletrólitos
– Nutrientes
– Temperatura
– Oxigênio e dióxido de carbono
– Íon hidrogênio
ÍON HIDROGÊNIO
• quantidade de hidrogênio livre existente dentro e fora das
células é um dos fatores mais importantes para o
metabolismo celular
• As variações da concentração do hidrogênio podem
produzir grandes alterações na velocidade das reações
químicas celulares
• A unidade de medida da concentração dos íons hidrogênio
nos líquidos do organismo é denominada pH
EFEITOS DA VARIAÇÃO DO pH
• Produzem alterações significativas no funcionamento do
organismo:
– Aumento da resistência vascular pulmonar;
– Redução da resistência vascular sistêmica;
– Alterações da atividade elétrica do miocárdio;
– Alterações da contratilidade do miocárdio;
– Alterações da atividade elétrica do sistema nervoso central;
– Alterações da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio;
– Modificação da resposta a certos agentes químicos, endógenos e
exógenos, como por exemplo, hormônios e drogas vasoativas.
ORIGEM DO ÍON HIDROGÊNIO
SISTEMAS TAMPÕES

 sistemas que tendem a se opor à


mudanças de pH

 mantém a homeostase

Equilíbrio ácido - básico


SISTEMAS ATUANTES
TAMPÕES PLASMÁTICOS
•  o efeito de ácidos ou bases adicionados
nos líquidos corporais
• atuação imediata

SISTEMA PULMONAR
• elimina ou retém CO2
• atuação em minutos a horas
SISTEMA RENAL
• excreção de urina ácida ou básica
• atuação em horas a dias
pH ?
2 H2O H3O+ + OH-
H2O H+ + OH-

Quantidades iguais de H+ + OH- = 1 x 10-7

SORENSEN (1909) pH = - log [H+]

pH (H2O)   pH (sangue)
[H+] = 1 x 10-7 [H+] = 40 x 10-9
pH = 7,0 pH = 7,4
ÁCIDO ? BASE ?

 
SOLUÇÃO AQUOSA  H+ OH-
ÁCIDO FRACO : ligeira tendência em ceder prótons
para a H2O
FORTE: transfere facilmente prótons

TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA


Eletrólise: as moléculas sofrem um maior ou menor grau
de dissociação em íons + ou –

propriedades e reações próprias


LEI DAS AÇÕES DAS MASSAS
a velocidade de uma reação química é proporcional ao produto
das massas ativas (concentrações) das substâncias reagentes

AH + H2O H + + A-

 1 - H+ + A- AH + H2O K 1 = [ H + ] [ A- ]

2 - AH + H2O H+ + A- K2 = [AH ] [ H2O ]

  K1 / K2 = K = [ H+ ] [ A - ]
[AH ]
EQUAÇÃO DE HENDERSON -
HALSSELBALCH
-
H2O + CO2 H2CO3 H + HCO
+
3

K1 = [H2CO3] K2 = [H2CO3]
-
[ CO2 ] [ H2O] [ H ] [ HCO3 ]
+

K1 / K2 =
K =
[ H+] [HCO3-]   [ H+] = K [CO2]
-
[CO2] . [HCO3 ]

pH =
pK +
log [HCO3-]
[CO2]
-
pH =
pK +
log [HCO ]
3

[CO2]
Relação no sangue:

7,4 = 6,1 + 1,3 20:1

7,0 7,4 7,8


  acidose alcalose
REAÇÃO DE TAMPONAMENTO

Ácido Fraco

AL+ + Na HCO3- NaAL + H2CO3

Ácido Sal Sal Forte


Forte H2O + CO2
TAMPÕES PLASMÁTICOS

 FOSFATO MONOSSÓDICO – FOSFATO DISSÓDICO

HCL + Na2HPO4  NaCl + NaH2PO4


NaOH + NaH2PO4  H2O + Na2HPO4

POUCO SIGNIFICATIVO  BAIXA CONCENTRAÇÃO


TAMPÕES PLASMÁTICOS

 ÁCIDO CARBÔNICO - BICARBONATO DE SÓDIO

HCl + NaHCO3  NaCl + H2CO3

H2O + CO2

NaOH + H2CO3  H2O + NaHCO3


TAMPÕES PLASMÁTICOS
 PROTEÍNAS

H+ + PROT  HPROT

H+ + HbO2  HHb + O2

MAIS IMPORTANTE TAMPÃO DO SANGUE


 15 g de Hb

 3,85 g de proteínas
BASE TAMPÃO
é a soma das duas bases no sangue:
1 - Hb = 17 mEq/l 2 - Bicarbonato = 25 mEq/l
1 + 2 = 42 mEq/l

+ -
H + HCO 3  H2CO3  H2O + CO2
H+
+ PROT  HPROT

PERTUBAÇÕES:
• Respiratória (CO2)  NÃO ALTERA BASE TAMPÃO
• Metabólica (H+)  ALTERA BT
EXCESSO DE BASE
EB = Base Tampão - Base Tampão Normal
BT - BTN

BT  BTN  ACIDOSE METABÓLICA


BT  BTN  ALCALOSE METABÓLICA

PCO2  RESPIRATÓRIA
EB  METABÓLICA
Nomograma
de
Siggaard-
Andersen
Acid Acid Alcal Alcal
Variáveis Normal
Vent Met Vent Met

pH 7,4    

PCO2 40  40  40

EB 0 0 - 0 +

pH < 7,4 PCO2 = 40 mmHg BE < 0 Acidose M


pH < 7,4 PCO2 > 40 mmHg BE = 0 Acidose V
pH > 7,4 PCO2 = 40 mmHg BE > 0 Alcalose M
pH > 7,4 PCO2 < 40 mmHg BE = 0 Alcalose V
pH = 7,29 PCO2 = 60 mmHg BE = 0
acidose V sem compensação

pH = 7,31 PCO2 = 70 mmHg BE = + 5


acidose V sendo compensada por alcalose M

pH = 7,51 PCO2 = 40 mmHg BE = + 8


alcalose M sem compensação

pH = 7,4 PCO2 = 20 mmHg BE = - 10


alcalose V compensada por acidose M

pH = 7,2 PCO2 = 50 mmHg BE = - 9,5


acidose V somada a acidose M

pH = 7,35 PCO2 = 30 mmHg BE = - 8


acidose M sendo compensada por alcalose V
Diagrama de Devenport
Mecanismo Renal
Modelo de Stewart
CAUSAS DE ACIDOSE METABÓLICA

• Insuficiência renal
• Acidose tubular renal (uma forma de malformação renal)
• Cetoacidose diabética
• Acidose lática (acúmulo de ácido lático)
• Substâncias tóxicas como o etileno glicol, o salicilato, o
metanol, o paraldeído, a acetazolamida ou o cloreto de
amônia
• Perda de bases (p.ex., bicarbonato) através do trato
gastrointestinal, (diarréia, ileostomia ou colostomia)
CAUSAS DE ALCALOSE METABÓLICA

• sangue alcalino devido a uma concentração anormalmente


alta de bicarbonato.
• Ocorre quando o corpo perde ácido em excesso.
• Exemplo:
– Perda de ácido gástrico durante os períodos de vômito prolongado
ou quando é realizada a aspiração do suco gástrico com o auxílio de
uma sonda gástrica (como é algumas vezes realizado em hospitais,
sobretudo após cirurgias abdominais).
– Em raros casos, a alcalose metabólica ocorre em um indivíduo que
ingeriu uma quantidade excessiva de substâncias alcalinas (p.ex.,
bicarbonato de sódio).
– Perda excessiva de sódio ou de potássio afeta a capacidade dos rins
de controlar o equilíbrio ácido- básico do sangue.
Nota do Editor do site
www.paulomargotto.com.br , Dr.
Paulo R. Margotto. Consulte:
GASOMETRIA A LÓGICA DO RACIOCÍNIO (slide)
Autor(es): Paulo R. Margotto

DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO


   
Autor(es): Paulo R. Margotto

Correlação da análise dos gases arterial, venosa e capilar


Autor(es): Ana Marily Soriano Ricardo, Albaneide Formiga, Paulo    
R. Margotto

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