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O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL

Panorama do setor Ferroviário

Jurandir Peinado
Panorama do setor Ferroviário
Modal indicado para distribuição de grandes cargas, com transferências de longas
distâncias
• 1854 – Irineu Evangelista de Souza – Barão de Mauá – implantou em 1854 a
primeira ferrovia ligando a Praia da Estrela a Petrópolis. 15 km de extensão.
• Auge das ferrovias entre 1870 e 1930. Escoamento dos produtos agrícolas,
especialmente café. Os investimentos e a operação eram privados e
independentes.
• Coexistem bitolas de 1,00 m; 1,435 m e 1,60 m.
• Com o advento das rodovias, inicio da produção de veículo e o fechamento
da economia brasileira a malha ferroviária foi substituída pela rodoviária.
• A RFFSA teve sua constituição autorizada em 16/03/1957, com a finalidade
de administrar, explorar, conservar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas
de ferro da União a ela incorporadas.
• O setor ferroviário permaneceu composto por:
– RFFSA: Rede Ferroviária Federal S/A
– Fepasa: Rede Estadual Ferrovias Paulistas S/A
– EFVM: Estrada de Ferro Vitória Minas
– EFC: Estrada de Ferro Carajás (Ambas controladas pela companhia Vale
do Rio Doce)

Jurandir Peinado
Privatização da malha ferroviária
Depois de quatro décadas de sucateamento o setor ferroviário passa por uma
privatização geral da operação da malha de ferrovias instalada no Brasil

Malhas Data do Início da Extensão


Concessionárias
Regionais Leilão Operação (Km)

Oeste 05.03.1996 Ferrovia Novoeste S.A. 01.07.1996 1.621

Centro-Leste 14.06.1996 Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 01.09.1996 7.080

Sudeste 20.09.1996 MRS Logística S.A. 01.12.1996 1.674

Tereza Cristina 22.11.1996 Ferrovia Tereza Cristina S.A. 01.02.1997 164

Nordeste 18.07.1997 Cia. Ferroviária do Nordeste 01.01.1998 4.534

Ferrovia Sul-Atlântico S.A. –


Sul 13.12.1998 atualmente – ALL-América Latina 01.03.1997 6.586
Logística S/A

Paulista 10.11.1998 Ferrovias Bandeirantes S.A. 01.01.1999 4.236

Total 25.895

Jurandir Peinado Fonte: RFFSA e BNDES.


Privatização da malha ferroviária
A companhia Vale do Rio Doce, com apenas16% da malha ferroviária responde por 66% do
volume do transporte ferroviário

%
Malha Transporte Receita
Receita
FCA 25% 5,2% 230 mi 11%
1o Bloco
ALL 22,5% 6,8% 243 mi 12%
Ferroban 15% 3,6% 92 mi 5%
2o Bloco
CFN 12,8% 0,7% 22 mi 1%
MRS 6% 15,7% 428 mi 21%
3o Bloco
Novoeste 5,8% 1% - -
EFC 12,8% 28% 223 % 11%
4o Bloco
EFVM 3,2% 38% 720 % 35%
Ferronorte - - - -
5o Bloco Ferroeste - - 3 mi -
EFTC - - - -

Jurandir Peinado Fonte: RFFSA e BNDES.


ALL – América Latina Logística
Cobre os estados do sul, mas consegue chegar a São Paulo e Buenos Aires
através de um acordo com a Ferroban e aquisição de ferrovias da Argentina

•Segunda maior extensão


com 6.582 km (Brasil).
•Embora possua 22,5% das
linhas, transporta apenas
6,8% do total das cargas
movimentadas pelas
ferrovias.
•Sua receita, em 1999 de R$
243 milhões correspondeu a
12% do conjunto de receitas
gerado pelas 11
concessionárias.
•As cargas típicas são os
produtos agrícolas, produtos
industrializados e
combustíveis.

Jurandir Peinado Fonte: DNIT – Banco de Informações e mapas de transporte


MRS Logística
Possui 6% das linhas, e transporta 15,7% do total das cargas movimentadas pelas
ferrovias

Sua receita, em 1999 de R$


428 milhões correspondeu a
21% do conjunto de receitas
gerado pelas 11
concessionárias.
•O principal produto
transportado é o minério de
ferro

Jurandir Peinado Fonte: DNIT – Banco de Informações e mapas de transporte


EFC – Estrada de Ferro Carajás
Possui 3% das linhas, e transporta 28% do total das cargas movimentadas pelas
ferrovias. É controlada pela Companhia Vale do Rio Doce

Sua receita, em 1999 de


R$ 223 milhões
correspondeu a 11% do
conjunto de receitas
gerado pelas 11
concessionárias.
•O principal produto
transportado é o minério
de ferro que concentra
93% de toda carga
transportada.

Jurandir Peinado Fonte: DNIT – Banco de Informações e mapas de transporte


EFVM – Estrada de Ferro Vitória a Minas
Possui 3,2% das linhas, e transporta 38% do total das cargas movimentadas pelas
ferrovias. É controlada pela Companhia Vale do Rio Doce

Sua receita, em 1999 de


R$ 720 milhões
correspondeu a 35% do
conjunto de receitas
gerado pelas 11
concessionárias.
•O principal produto
transportado é o minério
de ferro que concentra
80% de toda carga
transportada.

Jurandir Peinado Fonte: DNIT – Banco de Informações e mapas de transporte


Padrões inadequados de operação
O modal ferroviário, ao contrário do rodoviário é indicado para cobrir grandes
distâncias. A fragmentação das linhas contribui para ineficiência do modal

Distância média transportada em km


849

597
572 557 536
406 403
340

76
ALL

FCA
EFVM
Novoeste

Ferroban
CFN

FTC
MRS
EFC

Jurandir Peinado Fonte: DNIT – Banco de Informações e mapas de transporte


Padrões inadequados de operação
Acima de 500 km quando o modal ficaria mais competitivo, o percentual de carga
transportada decai vertiginosamente

Market-share ferroviário versus distância: Brasil e EUA

90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
50 100 200 300 400 500 600 800 1000 1200 1500 >2000

km
Brasil EUA
Jurandir Peinado Fonte: Ministério dos transportes
Padrões inadequados de operação
Enquanto que a velocidade média no Brasil é de 25 km/h a velocidade média nos
EUA é de 40 km/h cerca de 1,6 vezes superior

Velocidade média de percurso km/h


30 27
24 25
25 22
19
20
14
15
10
5
0

ALL
FCA
Novoeste

MRS
Ferroban
CFN

Jurandir Peinado Fonte: Ministério dos transportes


Conclusões no transporte Ferroviário
Ainda existe muita coisa para ser feita no modal ferroviário, o aumento de
representatividade só será possível a longo prazo
• Os indicadores apontam para um cenário de recuperação da atividade
ferroviária.

• Possibilidade de incremento na participação da matriz de transporte a


médio e longo prazos.

• Os níveis de eficiência devem ser aumentados para que o mercado se volte


em grande escala para este modal.

• Os principais corredores apresentam deficiências estruturais:


– Baixo número de terminais eficientes de transbordo
– Excesso de passagens de nível nos centros urbanos
– Elevado número de dormentes inservíveis
– Baixa velocidade operacional

Jurandir Peinado

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