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Portugal: do Autoritarismo

à Democracia

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1ª República – 5 de Outubro de 1910

Dificuldades

Instabilidade
Política
Crise Social
Crise Económica
•Mudanças frequentes
de governo •Greves e
manifestações •Falta de alimentos
•População
•Desemprego •Subida dos preços
desacreditada da
política

Desorganização geral
Agitação Social 2
Braga - 28 de Maio de 1926

Revolta Militar:

•Revolução contra o regime democrático organizada por um grupo de jovens


militares e chefiada pelo General Gomes da Costa;

•Demissão do Presidente da República, Bernardino Machado, que entregou o poder


aos revoltosos;

•Parlamento é dissolvido;

•Os militares entregam a chefia do governo a um dos chefes revolucionários, o


comandante Mendes Cabeçadas.

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Implantação de uma Ditadura Militar
(1926-1933)

Principais características desta ditadura:

• Não há eleições;

• Os governos e o chefe de Estado passaram a ser escolhidos pelos


militares;

• Proibiram-se as greves e as manifestações, os partidos políticos e os


sindicatos;

• A imprensa passou a ser controlada e censurada.


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Mantém-se a instabilidade política e a
situação financeira agrava-se

• Salazar torna-se Ministro das Finanças a convite do


Presidente da República, Óscar Carmona.
No seu discurso de tomada de posse declara que:

“Sabe bem o que quer e para onde vai” e que “o País


estude, represente, reclame, discuta, mas obedeça
quando se chegar à altura de mandar.”

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• Medidas impostas por
Salazar:

 Aumento dos impostos Aumento das receitas

 Redução dos gastos com a Redução das despesas


saúde, educação…

Equilíbrio
Financeiro
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1933

Salazar, Presidente do Conselho de


Ministros/Chefe de Governo (Primeiro-Ministro)

Sob a sua orientação, surge em 1933 uma nova


Constituição – Constituição Política de 1933, a
qual põe fim à Ditadura Militar e consolida o novo
regime, que ficou conhecido pelo nome de ESTADO
NOVO e que vai durar de 1933 a 1974.
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Características do ESTADO NOVO:

• Salazar era o único Chefe da Nação;

• Controlava todos os Ministérios e tinha


todos os poderes, utilizando-os de forma
autoritária e absoluta.

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• Restrições à liberdade:

 Proibição da existência de partidos políticos, com


excepção da União Nacional (organização
política apoiante do seu governo – Partido
Único);

 Proibição do direito à greve e os sindicatos eram


controlados pelo Governo;

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 Criação uma Comissão de Censura Prévia, cuja
função era examinar todos os jornais, revistas, filmes,
teatros, etc., de modo a “cortar” previamente tudo o
que pudesse prejudicar o regime;

 Criação da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do


Estado), que vigiava, perseguia e torturava todas as
pessoas que manifestassem ideias contra o Governo

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• Criação da Legião Portuguesa – organização
com características militares para propagandear
e defender o Estado Novo;

• Criação da Mocidade Portuguesa – instituição


que procurava incutir nos jovens os valores
defendidos pelo Estado Novo, o espírito de
obediência e o culto do dever militar.

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• Política de desenvolvimento do país:

 Melhoramentos a nível das obras públicas


(construção de estradas, pontes, escolas,
barragens, hospitais, tribunais…);

 Desenvolvimento do turismo;

 Intensificação da indústria (têxtil, conservas,


siderurgia);

 Redução do desemprego. 12
No entanto…

 O desemprego não acabou;

 A agricultura mantinha um grande atraso técnico;

 A produtividade continuava baixa;

 A população continuava com condições de vida difíceis e


sem apoios do Governo, obrigando-os a emigrar;

 Entre 1960 e 1970 há um forte surto de emigração


sobretudo para a França e Alemanha.
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Guerra Colonial
Após a 2ª Guerra Mundial, a ONU (1945) consagrou o princípio
do direito dos povos à autodeterminação e independência,
condenando, assim, a colonização .

A Inglaterra, Bélgica e Holanda respeitaram e concederam a


independência aos países que estavam sob a sua alçada. Mas,
Portugal tomou uma atitude diferente:

Salazar entendia que o país não possuía colónias mas sim


províncias e, portanto, não era necessário torná-las
independentes.

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• Surgem assim, Movimentos Independentistas
em África, que declaram guerra a Portugal:

 MPLA (1956), FNLA (1962), UNITA (1966) –


Angola

 PAIGC (1960) – Guiné

 FRELIMO (1962) - Moçambique

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• Para fazer frente aos movimentos da
guerrilha, Salazar mobilizou tropas e
enviou-as para África.

GUERRA COLONIAL

(1961-1974)

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Oposição ao Estado Novo

MUD – Movimento de Unidade Democrática (1945)

1958 – Primeiro grande abalo na estabilidade do regime


salazarista:

Humberto Delgado concorre às eleições para Presidente da


República, ameaçando que se ganhasse as eleições demitiria
Salazar. No entanto, as eleições foram falseadas e o “General,
Sem Medo” foi derrotado e assassinado. Américo Tomás foi o
eleito, mantendo-se na Presidência da República até 1974.
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1968
• Marcelo Caetano assumiu o cargo de Salazar
(incapacitado por doença), a pedido do
Presidente da República, Américo Tomás.

• Marcelo Caetano procurou liberalizar o regime,


concedendo alguma liberdade de expressão,
mas a sua política não mudou substancialmente
a situação:

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• Manteve a mesma política de repressão,
alterando apenas o nome das instituições:

 A PIDE passou a chamar-se DGS (Direcção Geral de


Segurança)

 A União Nacional mudou o nome para Acção Nacional


Popular;

 A Censura passou a designar-se Exame Prévio.

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• Proibição de partidos políticos;

• Manutenção das prisões políticas;

• Ausência das liberdades fundamentais;

• A questão colonial continuou por resolver.

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1974
• Constituição do MFA – Movimento das Forças
Armadas

O MFA foi constituído por um grupo de jovens


militares que decidiu pôr fim à ditadura através de
um golpe militar planeado secretamente durante
meses.

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Objectivos do MFA:

• Restaurar as liberdades cívicas

• Estabelecer um regime democrático em


Portugal

• Pôr fim à Guerra Colonial

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25 de Abril de 1974
Revolução de 25 de Abril de 1974
Revolução dos Cravos

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Salgueiro Maia, o
Capitão que
comandou os
militares no dia da
Revolução

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O capitão Salgueiro Maia,
isolado e de braços abertos,
detém o avanço dos
tanques do Regimento de
Cavalaria 7, que ainda é fiel
à ditadura. No momento
retratado pela imagem, os
soldados deste regimento
desobedecem às ordens de
disparar contra o heróico
capitão. Em seguida,
rendem-se e juntam-se às
tropas revoltosas.

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• Após o 25 de Abril de 1974, os oficiais do MFA
entregaram o poder a uma Junta de Salvação
Nacional, presidida pelo general Spínola, com a
missão de governar o país até à formação de um
governo provisório.

• Inicia-se também a democratização da sociedade


portuguesa, ou seja, estabelece-se a Democracia em
Portugal.

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TEXTO DA PROCLAMAÇÃO DO MOVIMENTO DAS
FORÇAS ARMADAS

"Considerando que, ao fim de treze anos de luta em terras do Ultramar, o sistema


político vigente não conseguiu definir, concreta e objectivamente, uma política
ultramarina que conduza à paz entre os Portugueses de todas as raças e credos;

"Considerando o crescente clima de total afastamento dos Portugueses em relação


às responsabilidades políticas que lhes cabem como cidadãos, em crescente
desenvolvimento de uma tutela de que resulta constante apelo a deveres com
paralela degeneração de direitos;

"Considerando a necessidade de sanear as instituições, eliminando do nosso


sistema de vida todas as ilegitimidades que o abuso do Poder tem vindo a legalizar;

"Considerando finalmente que o dever das Forças Armadas é a defesa do País,


como tal se entendendo também a liberdade cívica dos seus cidadãos;

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"o Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com
êxito a mais importante das missões cívicas dos últimos anos da
nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo,
até à sua completa realização, um programa de salvação do País e
de restituição ao Povo Português das liberdades de que vem sendo
privado.

Para o efeito, entrega o Governo a uma Junta de Salvação


Nacional, a quem exige o compromisso, de acordo com as linhas
gerais do Programa do Movimento das Forças Armadas, que,
através dos órgãos informativos, será dado a conhecer à Nação, de
no mais curto prazo consentido pela necessidade de adequação das
nossas estruturas, promover eleições gerais de uma Assembleia
Nacional Constituinte, cujos poderes, por sua representatividade e
liberdade na eleição, permitam ao País escolher livremente a sua
forma de vida social e política.”
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Certos de que a Nação está connosco e que, atentos aos fins
que nos presidem, aceitará de bom grado o governo militar
que terá de vigorar nesta fase de transição, o Movimento
das Forças Armadas apela para a calma e civismo de todos
os Portugueses e espera do País adesão aos poderes
instituídos em seu benefício.

"Saberemos deste modo honrar o Passado no respeito


pelos compromissos assumidos perante o País e por este
perante terceiros. E ficamos na plena consciência de haver
cumprido o dever sagrado da restituição à Nação dos seus
legítimos e legais poderes. VIVA PORTUGAL!".

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Programa do MFA:
• Restituição das liberdades

 Libertação dos presos políticos;

 Extinção da DGS (Ex-PIDE), da Legião Portuguesa e da


Mocidade Portuguesa;

 Abolição da Censura e reconhecimento da liberdade de


expressão e de pensamento;

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 Autoriza-se a constituição de partidos políticos e de
sindicatos;

 Destituição do Presidente da República e do Governo


(deportados para o Brasil);

 Criam-se condições para a discussão do problema do


ultramar.

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Política dos 3 D’s

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A libertação dos Presos Políticos

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Pondo de parte os militares de
Abril, os rostos mais visíveis da
política portuguesa eram sem
dúvida Mário Soares e Álvaro
Cunhal. De regresso a Portugal
traziam com eles a luta contra a
ditadura, o exílio e a experiência
dos países democráticos. 42
Para além do
Partido Socialista
(Mário Soares) e
do Partido
Comunista
(Álvaro Cunhal),
novos partidos
políticos se
organizam,
nomeadamente de
centro e de direita:
PPD (Francisco
Sá Carneiro) e
CDS (Freitas do
Amaral). 43
Pela primeira vez, se
comemora o 1ºde Maio –
Dia do Trabalhador em
Portugal.
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Em 1975, inicia-se o processo de
descolonização. Os portugueses regressaram a
Portugal, ficando conhecidos como
Retornados.

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• Em 27 de Junho de 1976 realizam-se as
primeiras eleições presidenciais, tendo
sido eleito Presidente da República, o
general Ramalho Eanes.

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• Os portugueses passaram a gozar de numerosos
direitos de ordem política, económica e social:

 Igualdade de todos perante a lei;


 Liberdade de expressão e de imprensa;
 Liberdade de voto;
 Liberdade sindical e direito à greve;
 Direito ao trabalho, à segurança social e à
protecção na saúde;
 Direito à educação.
…

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• Todos os direitos e deveres dos cidadãos
portugueses estão consagrados na
Constituição da República Portuguesa,
criada em 1976 com base nos valores e
ideais democráticos.

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