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Edição Especial Out.– 2021- Fone (31) 3409-9106 Visite o http://site.medicina.ufmg.br/cememor/

FACULDADE DE MEDICINA
 
110 ANOS
 
 
No dia 5 de março a Faculdade de Medicina da UFMG, comemorou 110 anos de
existência. Não foi possível haver comemorações, já que estamos no auge da
pandemia do COVID-19, necessitando de isolamento.
O CEMEMOR não poderia deixar passar em branco esta data.
Nossa história revela o esforço de todos na construção de uma Escola Humana,
uma das líderes do ensino médico brasileiro, vanguarda em pesquisas de ponta e
uma ampla atividade de extensão com grande impacto social, sobre a sociedade
mineira e brasileira.
Devem ser lembrados os iniciadores desta jornada, que são os ilustres
fundadores de nossa Faculdade: Cícero Ferreira, Aurélio Pires, Olynto dos Reis
Meirelles, Cornélio Vaz de Melo, Zoroastro Rodrigues de Alvarenga, Eduardo
Borges da Costa, Hugo Furquim Werneck, Samuel Libânio, Octávio Machado,
Alfredo Balena, Ezequiel Caetano Dias, Antônio Aleixo, e Honorato Alves.
Os funcionários administrativos, tiveram sempre participação importante no
desenvolvimento da Faculdade. Vamos homenagear uma que representará a
todos, que é a Dona Carminha.
O diretor Alfredo Balena em 1931, criou o cargo de escriturário da Faculdade,
sendo o primeiro contratado e chefe do Serviço, o Sr Rodolfo Cabral, que trouxe
para auxiliá-lo de maneira voluntária, sua filha Maria do Carmo Tavares Cabral
(Dona Carminha), que só depois, em 1946 foi contratada. Trabalhou em uma
época em que as mulheres tinham pouco acesso ao trabalho fora do lar, e ainda
mais, no cargo de chefia. Trabalhou no almoxarifado, até 1988, quando se
aposentou. Mesmo após sua aposentadoria, continuou por quase 20 anos na
superintendência da Diretoria. Dona Carminha foi a que dedicou maior tempo à
Faculdade, 70 anos. Era muito querida, e é homenageada, dando o seu nome a
uma sala da Faculdade.
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Nesta longa trajetória da faculdade, alguns marcos são importantes:


 
- dezembro de 1917, reconhecimento pelos órgãos oficiais da Faculdade de
Medicina de Belo Horizonte.
 
_ 27 de setembro de 1927, foi criada a Universidade de Minas Gerais com a
participação da Faculdade de Medicina.
 
_ dezembro de 1949, federalização da Universidade.
 
_ 1967, extinção das cátedras e a estruturação em Departamentos.
 
_ 1973, início do processo de desenvolvimento curricular, implantando em
1975, uma substancial mudança no ensino médico da Faculdade.
 
_ 1976, criação do Centro de Extensão (CEFMED), destacando a ligação das
atividades curriculares de graduação e de extensão no Sistema de Saúde pública.
 
_ 1977, criação do Centro de Pós-Graduação, centralizando todos os cursos,
dando grande impulso na pesquisa científica e no crescimento das publicações.
 
_ 1977, criação do Centro de Memória (CEMEMOR).
 
_ 2000, criação do curso de Fonoaudiologia , inserido na Faculdade.
 
_ 2010, criação do Curso de Técnico de Radiologia, inserido na Faculdade.
 
Deve ser lembrado também a importância do Hospital das Clínicas integrado à
Faculdade com destaque na formação de recursos humanos qualificados, com
destaque para a Residência Médica.
 

  
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PANDEMIA : SITUAÇÃO CRÍTICA 


VIVEMOS O PRIMEIRO COLAPSO HOSPITALAR DA HISTÓRIA DO BRASIL
O Brasil vive uma situação difícil em relação à pandemia pelo COVID-19. Há um ano, dia
11 de março de 2020, a OMS declarou estado de pandemia e no final deste mês é
diagnosticado o primeiro caso em Belo Horizonte.
Vivemos o ano de 2020, com aumento dos casos, atingindo o pico em julho. Em 2021,
nova onda a partir de janeiro, atingindo números cinco vezes maiores que há oito meses. O
surgimento de novas cepas mutantes é uma realidade.
O país bateu novo recorde de mortes atingindo 2286, no dia 10 deste mês. O sistema de
saúde está em esgotamento, em quase todos os estados brasileiros. Minas Gerais está com
90%% dos leitos de UTI ocupados pelo COVID. Belo Horizonte, não é diferente, com 94%
dos leitos de UTI ocupados e 78% dos leitos de enfermaria.
Todas as atividades não essenciais estão fechadas. O CEMEMOR está fechado, como todos
os Centros de Memória e museus. Funcionamento limitado à distância em home-office.
O governador Romeu Zema, declarou toque de recolher no horário de 20 horas à 5 horas,
em todos os municípios doestado.
O Brasil contabilizou em um ano de pandemia 276 000 óbitos, no total de 11,5 milhões de
brasileiros infectados. No mundo,118 milhões já se infectaram sendo que 2,6 milhões não
se curaram.
Belo Horizonte, contabiliza 2000 óbitos, em um total de 123 000 casos.
O desenvolvimento de vacinas se deu em tempo recorde, em menos de um ano. A
imunização chegou ao país, mais tardiamente, em fevereiro e em pequena quantidade.
Foram vacinados, com a primeira dose, até 11 de março, os indivíduos com mais de 80
anos e os profissionais de saúde da linha de frente, não ultrapassando 4% da população.
A campanha do uso de máscara, lavagem das mãos com álcool em gel, e o distanciamento
social, continuam não sendo seguido por parte da população, principalmente entre os
jovens.
As Escolas e as Faculdades estão funcionando à distância, no sistema de aulas online. A
Faculdade de Medicina da UFMG, mantinha os internatos em funcionamento presencial,
porém este mês, com agravamento da pandemia, foi suspenso.
As crianças estão em casa, durante todo este período, surgindo problemas importantes na
área psicológica e também nutricional, nas classes menos favorecidas.
É necessário que cheguem mais vacinas, pois é a única forma em curto e médio prazo de
controlar a pandemia.
O SUS é que vem mantendo as duras penas o atendimento primordial no país. O Ministério
da Saúde e a presidência são de uma incompetência total.
O cenário é terrível em relação ao que vai acontecer nos próximos meses.
 
 
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“Cigarros Dr Borges”
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CURIOSIDADES

A cidade de Belo Horizonte tinha conhecimento de fórmulas preciosas de alguns médicos


utilizadas para tratamento de determinadas doenças. Os farmacêuticos gabavam-se de tais
produtos e eram citadas como “Fórmula do Doutor Fulano”.
O Dr Borges da Costa como era fumante arranjou uma combinação de fumos para cigarro
que “não fazia mal à saúde” e mandou a fábrica do Sr Francisco Fernandes fazê-la para uso
próprio.
O Sr Fernandes era dono da “Charutaria Flor de Minas”. Com a notícia espalhando-se pela
cidade e com o seu consentimento foi lançada a marca de “Cigarros Dr Borges” feita com
a combinação de fumos usadas pelo médico.

“Ventosas”
O tratamento com Ventosas era utilizado rotineiramente pela medicina da capital, nas
primeiras décadas do século XX.
As Ventosas eram sarjadas ou não. O sarjador era um aparelho pequeno de fabricação
francesa com fios de navalha que movidos por um botão, apareciam ou não para cortar a
pele. Após aplicação da ventosa o sangue vinha dos cortes, produzindo a sangria.
Na ausência do sarjador podiam ser aplicadas, fazendo o vácuo no recipiente com chama
de álcool e logo aplicando na parte dolorida para a sucção aliviadora.
 
“Sanguessugas”
O tratamento com sanguessugas para obtenção da sangria era também realizado. Os
médicos da capital as compravam geralmente do Sr Moura, um barbeiro que usava
cavanhaque e cartola e as criavam.
A sua barbearia localizava-se na rua Rio de Janeiro esquina com rua do Commercio que
depois passou a se chamar Santos Dumont.
As sanguessugas ficavam expostas em vidros na vitrine de sua barbearia.
Eram colocadas nos pacientes na parte onde deveria ser sugado o sangue. Chupavam o
sangue, se intumesciam e soltavam-se da pele. Depois eram colocadas em água onde
eliminavam o sangue ficando prontas para nova aplicação.
 
Prefeito
O Dr Cícero Ferreira ocupou o cargo de Prefeito da capital de forma interina em duas
ocasiões. A primeira por 20 dias em abril de 1903 e a segunda em 1905 no período de 5 de
fevereiro a 15 de outubro do mesmo ano. Em ambas as ocasiões substituiu o Prefeito
Francisco Bressane.

 
 
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“Futebol
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CURIOSIDADES

Realizou-se em 12 de setembro de 1910, o primeiro jogo de futebol interestadual no campo


pertencente ao Sport Club Belo Horizonte no Parque Municipal no local que seria
construído a Faculdade de Medicina. Esse clube disputou a partida contra o Riachuelo
Foot- Ball Club, do Rio de Janeiro. O placar foi de 4x1 a favor dos visitantes
 
Atropelamento
Em 13 de agosto de 1911 registra-se no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a rua
Tupis o primeiro atropelamento, por um automóvel na capital. A vítima foi um estudante
de direito que foi atropelado na calçada pelo primeiro automóvel particular da capital, que
era da marca Benz, Seu proprietário era o médico e professor da Faculdade de Medicina
Antônio Aleixo.
 
Intubação
A primeira intubação na capital foi realizada pelo Dr João Ribeiro Viana em um paciente
com difteria, no dia 1 de junho de 1912.
 
Microscópio
A Congregação da Faculdade de Medicina em 31 de agosto de 1913, resolve tornar
obrigatório a cada um dos alunos a aquisição de um microscópio. A compra do
microscópio da marca C Reichert era facilitada poderia ser paga em 4 anos. A ideia foi
proposta pelo professor Ezequiel Dias.
 
Curso de Padioleiro de Guerra
No dia 2 de dezembro de 1917,A Fauldade de Medicina cria o Curso de Padioleiros de
Guerra e de Enfermeiras, com 60 alunos matriculados. A aula inaugural foi proferida pelo
Dr Borges da Costa.
A primeira turma formou-se em abril tendo 20 enfermeiras e 15 padioleiros
 
Busto do Presidente Antônio Carlos
Em 5 de setembro de 1930 a Faculdade de Medicina inaugura em seu Salão Nobre o busto
do presidente Antônio Carlos e confere-lhe o título de benfeitor máximo.
O busto encontra-se atualmente exposto no CEMEMOR.
 
 Equipe CEMEMOR:
Coordenador: Luciano Amédée Péret Filho, Historiadora:Ethel Mizhary Cuperschmid,
Museólogo Voluntário: Alexandre G. M. A. Menezes - Estagiário: Lucas Thiago F.
Andrade 
 

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