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SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO

DE SOLOS
Dr. Jaime Antonio de Almeida
– INTRODUÇÃO Depto. de Solos - CAV – UDESC

• 1999 :“Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”


• 2006 : 2ª Edição – algumas modificações
• Resistência à aceitação pelos usuários
• Atividades de mapeamento interrompidas a partir da
década de 80 do século passado
• Classes definidas nos mapas com nomenclatura antiga,
em vigor até 1999  necessidade de reclassificar pelo
novo sistema.
• 2013 - 3ª Edição do SiBCS – Livro Físico
• 2014 - 4ª Edição do SiBCS - ebook
Informações sobre levantamentos
de solos em Santa Catarina
• Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado
de Santa Catarina (UFSM, 1973) 2 vol
• Fruticultura de Clima Temperado (não public)
• Litoral Sul do Estado de Santa Catarina (não public)
• Atlas de Santa Catarina (SEPLAN, IBGE, 1986)

• Reconhecimento de alta intensidade (CNPS, Epagri)


Atual: Mapa Digital da EMBRAPA-SOLOS / 1998-
2004 disponível na Internet – Ver material completo no
diretório público
Relatório e mapas escala 1:250.000
Representação das classes de solo nos
mapas
• Mapa de Reconhecimento dos Solos de Santa Catarina (1973)
• Unidade de mapeamento Unidade(s) taxonômica(s)
• Vacaria (Va) Latossolo Bruno distrófico álico
• Lages (L) Cambissolo Húmico distrófico álico
• Ciríaco-Charrua (Ci-Ch) Brunizém Avermelhado + Solo Litólico
eutrófico
• Mapa do Atlas de Santa Catarina (1986) e EMBRAPA, 2004
• Unidade de mapeamento Unidade(s) Taxonômica(s)
• Ce1 Associação complexa de Cambissolo eutrófico + Solos Litólicos
eutróficos e Brunizém Avermelhado
• LRa1 Latossolo Roxo álico
• PVa3 Associação Podzólico Vermelho-Amarelo álico +
Cambissolo álico
Porção do Mapa de Reconhecimento de Solos do Estado de SC (EMBRAPA, 2004)
Porção da Legenda do Mapa de Reconhecimento de Solos de SC (EMBRAPA, 2004)
A classificação taxonômica dos solos
vigente até 1999

• Natural, base morfogenética


• Identificação de horizontes diagnósticos, de superfície e
de subsuperfície, e outros atributos diagnósticos
• Sem ordenamento hierárquico
• Definição de Classes, equivalentes a Grande Grupo
– Latossolo Roxo, Podzólico Vermelho-Amarelo,
Solo Litólico, Vertissolo, Brunizém, Glei
Húmico, Planossolo, Terra Roxa Estruturada...
– 34 CLASSES DE SOLOS
CLASSES DE SOLOS SEGUNDO A VELHA
CLASSIFICAÇÃO
LATOSSOLOS: Abrange os solos com horizonte B latossólico,
sendo subdivididos de acordo com a cor e o teor de óxidos de
ferro em:
• 1.       Latossolo Roxo – latossolos de cor vermelha (matizes geralmente 10R
ou 2,5 YR), com teores de Fe2O3 acima de 18%, sendo desenvolvidos
geralmente de rochas ricas em ferro, como o basalto e o diabásio. Na maioria
dos casos são de textura argilosa ou muito argilosa;
• 2.       Latossolo Vermelho Escuro – latossolos também de cor vermelha, mas
com teores de Fe2O3 geralmente entre 8 e 18%, sendo desenvolvidos de
outras rochas pobres em ferro, tais como arenitos, siltitos, argilitos, gnaisses,
granitos, etc. Podem ser de textura média, argilosa ou muito argilosa,
dependendo do material de origem,
• 3.      Latossolo Vermelho-Amarelo – latossolos de cores predominantemente
vermelho-amareladas nos matizes 5YR e 7,5YR, desenvolvidos de rochas
geralmente pobres em ferro e por isso tais latossolos tem geralmente teores de
Fe2O3 inferiores a 8%. Podem ter textura média, argilosa ou muito argilosa;  
• 4.       Latossolos Amarelos – latossolos com cores amareladas, com valores e
cromas altos (cores mais claras), predominando o matiz 10YR. Também
possuem baixos teores de Fe2O3, sendo desenvolvidos de rochas pobres em
ferro, podendo ser de textura média, argilosa ou muito argilosa;
• 5.       Latossolo Amarelo variação Una – semelhante ao anterior, só que com
alto teor de Fe2O3, por serem desenvolvidos de rochas mais ricas em ferro.
Geralmente tem alta coesão no horizonte B, sendo por isso também chamados
de Latossolos Coesos;
• 6.       Latossolo Bruno – latossolo com cores brunas, geralmente nos matizes
7,5YR ou 10YR, porém com valores e cromas baixos (cores tendendo ao
marrom=bruno). Ocorrem geralmente em regiões de altitude elevada e
possuem teor de Fe2O3 acima de 12%.
• 7.       Latossolo Ferrífero – latossolos com cores vermelhas, à semelhança do
Roxo e do Vermelho Escuro, mas com teores de Fe2O3 geralmente superior a
36%. Desenvolvidos principalmente do Itabirito, variedade de quartzito rico
em hematita;
Latossolo Vermelho-Amarelo Latossolo Roxo
Latossolo Amarelo
PODZÓLICOS - São os solos com horizonte B textural mais comuns do Brasil. Geralmente
apresentam horizonte B com expressivo acúmulo de argila e horizonte B de cor clara quando seco (A
moderado) que contrasta com um B de cor vermelha, vermelho-amarelada, amarelada ou bruno
acinzentada. A maioria tem argila de atividade baixa e são distróficos, mas não se exclui da classe
perfis com argila de atividade alta, ou até mesmo eutróficos, mais raros.
Subdividem-se principalmente em função da cor dominante do horizonte B, conforme
critérios a seguir:

8.  Podzólico Vermelho Escuro – podzólicos com predomínio de cores vermelhas no B,


principalmente nos matizes 10R e 2,5 YR, podendo chegar até 5,0 YR, desde que
apresentem altos teores de Fe2O3 associados (classe criada a partir de 1982).
9.  Podzólico Vermelho-Amarelo – podzólicos com predomínio de cores vermelho-
amareladas no B, principalmente nos matizes 5YR e 7,5 YR, geralmente com valores e
cromas mais altos (mais comados).
10.  Podzólico Amarelo – podzólicos com cores dominantemente amarelas no horizonte B,
principalmente nos matizes 10YR, com valores e cromas altos (acima de 6?).
11. Podzólico Bruno-Acinzentado – podzólicos com cores brunas ou bruno-acinzentadas
no B, com matizes de 7,5 e 10YR, de valores e cromas mais baixos (mais escuros). Tem
como feição marcante um escurecimento no topo do B (classe criada a partir de 1982).
12.   Podzólicos Acinzentados – podzólicos com cores acinzentadas (pouco cromadas) no
B. Mais comum no Nordeste brasileiro.
Podzólico Vermelho-Amarelo
Podzólico Vermelho Escuro
 
TERRAS ESTRUTURADAS: Solos com horizonte B textural geralmente com
pouco acúmulo de argila, mas com presença de estrutura em blocos angulares ou
subangulares bem desenvolvida no B (daí o termo estruturada), onde apresentam
cerosidade pelo menos moderada e comum na superfície dos agregados estruturais
em alguma parte do B.

• 13.  Terra Bruna Estruturada – geralmente originada de rochas


oriundas do derrame de lavas de constituição básica (basalto, p. ex.)
ou intermediária (riodacitos, p. ex). Apresentam cores
predominantemente brunas no B (matizes geralmente 10YR ou
7,5YR), com valores e cromas baixos, e teores de Fe2O3 acima de
12%. São solos sempre argilosos ou muito argilosos.
• 14.    Terra Roxa Estruturada – originada de rochas básicas (basalto
ou diabásio), tem teores de Fe2O3 acima de 15% e predomínio de
cores vermelhas no B (matizes 10R e 2,5YR). São solos sempre
argilosos ou muito argilosos.
Estrutura em blocos e
Cerosidade em Terra
Roxa Estruturada
Terra Roxa Estruturada Terra Bruna Estruturada
BRUNIZÉNS:
São solos com horizonte B textural ou incipiente, que devem apresentar sempre as
seguintes características: presença de A chernozêmico, argila de atividade alta e
caráter eutrófico ao longo de todo o perfil. Por essas características são por
definição solos férteis, embora possam ser deficientes em fósforo.
15.       Brunizém – solo com B textural ou incipiente de cores brunas.
16.       Brunizém Avermelhado – solo com B textural de cores vermelhas.

PLANOSSOLOS e HIDROMÓRFICO CINZENTO


 
São solos hidromórficos com horizonte B textural de cores cinzentas (gleizados).
São muito apropriados para uso com lavouras de arroz irrigado por inundação.
17.       Planossolo – solo com mudança textural abrupta entre o A ou o E e o B
textural (argila dobra numa distância muito pequena). Geralmente possuem um
horizonte A e/ou E claros, sobre um B gleizado com grande acumulação de argila.
Na maioria das vezes são eutróficos no B e tem argila de atividade alta.
18. Hidromórfico cinzento – similar ao anterior, porém sem mudança textural
abrupta.
 
Planossolos

Brunizém
 
PODZÓIS
 
 
Geralmente essa classe é constituída por solos de textura mais arenosa,
apresentando um horizonte A de cores mais escuras, seguidos de um horizonte
eluvial (E) de cores claras, e um horizonte B podzol (ou espódico), caracterizado
pelo acúmulo de matéria orgânica iluviada do E, associada a compostos de ferro
e/ou alumínio, por isso o B tem coloração mais escura que o E. São solos em geral
muito ácidos, onde houve migração de compostos orgânicos com Fe e Al, que
migraram na forma de compostos organo-metálicos solúveis.
 
19.       Podzol
20.       Podzol Hidromórfico
Igual ao anterior, diferindo pelo caráter do hidromorfismo.
21. BRUNO NÃO CÁLCICO
Solo com horizonte B textural, eutrófico e com argila de atividade alta
no B, mas com horizonte A moderado. Geralmente horizonte A claro, de pouca
espessura e com baixo teor de matéria orgânica sobre um horizonte B de cor
bruna, ou bruno-avermelhada. Comum nas regiões do semi-árido do Brasil. Alta
fertilidade natural.
 
22. RUBROZÉM
Solo com horizonte A proeminente ou húmico sobre um horizonte B
textural de cor vermelha ou bruno-avermelhada, com argila de atividade alta no B,
geralmente dominada por altas quantidades de alumínio trocável. Se assemelha
morfologicamente aos Brunizéns, no entanto os Brunizéns são férteis, ao contrário
dos Rubrozéns.
 
23. SOLONCHACK
São solos geralmente com horizonte B incipiente, que se caracterizam
por apresentar alta quantidade de sais, que afetam negativametne o
desenvolvimento da maioria das culturas. Podem ser hidromórficos ou não.
São os SOLOS SALINOS.
 
.
24. SOLONETZ SOLODIZADO
 
São solos com horizonte nátrico, um tipo especial de B textural que
apresenta alta percentagem de sódio no complexo de troca. Geralmente possuem
um horizonte superficial de cor clara, de reação ligeiramente ácida, seguido de um
horizonte eluvial (E) e um B textural rico em sódio, por isso nesse horizonte a
reação é alcalina. Geralmente são solos hidromórficos.
São os SOLOS SÓDICOS.
 
25. PLINTOSSOLOS

Solos com horizonte plíntico de mais de 15 cm de espessura ocorrendo dentro dos


primeiros 60 cm a partir da superfície.
Plintossolos
SOLOS POUCO DESENVOLVIDOS
 
A maioria desses solos se caracteriza por não apresentar um horizonte B
diagnóstico, podendo a sequência de horizontes ser do tipo A/R, A/C/R,
A/C1/C2... Alguns podem apresentar horizonte B incipiente, ou horizonte vértico
ou horizonte glei.
 
26. VERTISSOLO
 
Solos Pouco Desenvolvidos com horizonte vértico que pode
corresponder a um B ou um C, que se caracterizam pelo predomínio de
argilominerais expansíveis na fração argila (esmectitas ou vermiculitas), os quais
causam pronunciadas mudanças de volume da massa do solo pelo
umedecimento/secamento que resultam na formação de fendas profundas durante
o período sêco, presença de superfícies de compressão e fricção (slickensides) na
superfície dos agregados em blocos ou prismáticos e alta plasticidade e
pegajosidade do solo quando molhados. Podem apresentar microrelevo “gilgai” na
superfície, devido a movimentação da massa do solo.
 
Vertissolo
27. GLEI HÚMICO
Solos Pouco Desenvolvidos com horizonte glei dentro de 50 cm da superfície do
solo, geralmente com sequência de horizontes A/Cg1/Cg2..., espessura do
horizonte superficial superior a 20cm no qual o teor de carbono é maior do que 2-
3%. Diferem do Planossolo e do Hidromórfico Cinzento por não apresentarem
acumulação pronunciada de argila (B textural).
 
28. GLEI POUCO HÚMICO
Solos Pouco Desenvolvidos com horizonte glei dentro de 50 cm da
superfície do solo, geralmente com sequência de horizontes A/Cg1/Cg2...,
espessura do horizonte superficial menor do que 20cm conjugado com teor de
carbono menor do que 2-3%. Diferem do Planossolo e do Hidromórfico Cinzento
por não apresentarem acumulação pronunciada de argila (B textural).
 
29. SOLOS ALUVIAIS
Solos Pouco Desenvolvidos originados de deposições aluviais ou
coluviais recentes. Devido a juventude desses solos, não apresentam horizontes
genéticos, e sim camadas, sem relação pedogenética entre si (podem ter um
horizonte A em formação). Evidência das deposições recentes é indicada por: cor
muito diferente das camadas, irregularidade no teor de carbono em profundidade,
irregularidade na textura, etc.
Glei Húmico
Solos Aluviais
30. SOLOS LITÓLICOS
Solos Pouco Desenvolvidos, com sequência de horizontes genéticos A/R ou
A/C/R, neste caso o C tem pouca espessura. Eventualmente podem apresentar um
delgado horizonte B incipiente. Geralmente são solos rasos, com perfis < do que
50 cm de espessura.

31. REGOSSOLOS
Solos Pouco Desenvolvidos , rasos a pouco profundos (espessura do
A+C < do que 100cm), com sequência de horizontes A/C ou A/Cr, geralmente
com textura arenosa e apreciáveis teores de minerais facilmente intemperizáveis
(> 4%) nas frações areia ou cascalho. Formam-se geralmente sobre material
detrítico ou sobre o saprolito de ganisses, granitos, arenitos, etc. Quando arenosos
diferem das Areias Quartzozas por apresentarem alta quantidade de minerais
intemperizáveis.
 
32. RENDZINAS
Corresponde a um tipo especial de Solo Litólico, desde rasos até pouco
profundos, sequencia de horizontes A/R ou A/C/R, onde o horizonte A é do tipo
chernozêmico assentado sobre rocha ou camada calcária.
 
 
 
Solos Litólicos
33. AREIAS QUARTZOZAS
 
São solos Pouco Desenvolvidos, de textura arenosa dentro de 2 m desde
a superfície do solo, com predomínio de quartzo na fração areia. Desenvolvem-se
sobre arenitos grosseiros e quartzozos, ou sobre material arenoso proveniente de
movimentação de dunas litorâneas. São profundos ou muito profundos, com
sequência de horizontes A/C1/C2/C3...

 
34. SOLOS ORGÂNICOS
 
Solos Pouco Desenvolvidos, com predomínio de material orgânico (em
volume) sobre o material mineral. Ocorrem preferencialmente em locais de
baixada, mal ou muito mal drenados (banhados, pântanos), o que geralmente
exige alto investimento em drenagem. Podem também ocorrem em regiões de
altitude muito elevada, sob clima frio e úmido.
Em mais da metade dos 80 cm superficiais do solo devem apresentar
camadas orgânicas constituídas de 12% de carbono de não tiver argila, mais de
18% de carbono se tiver mais do que 60% de argila e teores de carbono entre 12 e
18% para conteúdos intermediários de argila.
Areias Quartzozas Solos Orgânicos
A nova classificação brasileira dos solos
(Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos - SiBCS, 2018)
 
O novo sistema passou a ser adotado oficialmente a partir de 1999,
quando foi lançado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da EMBRAPA em
convênio com a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo o livro intitulado
“Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”.
Em 2006, foi lançada a 2ª Edição.
Em 2013 foi lançada a 3ª Edição
Em 2014 a 4ª Edição
Em 2018 a 5ª Edição
Nesta publicação, são expostos os principais critérios utilizados na nova
classificação, constando da definição dos horizontes diagnósticos de superfície e
de subsuperfície, bem como de outros atributos diagnósticos.
O novo sistema utiliza um ordenamento das classes de solo em vários
Níveis Categóricos, constando de Ordem (1º Nível), Subordem (2º Nível),
Grande Grupo (3º Nível) e Subgrupo (4º Nível). O 5º e 6º Níveis,
correspondentes a Família e Série encontram-se atualmente em elaboração.
HORIZONTES GENÉTICOS
São os horizontes resultantes da pedogênese.
Simbolizados por letras maiúsculas
Horizontes principais: O, H, A, E, B,C, F e R
Horizontes transicionais: AB, BA, BC, EB, etc.

HORIZONTES DIAGNÓSTICOS
Horizontes criados para fins de classificação taxonômica
Superficiais: A chernozêmico, A Húmico, etc.
Subsuperficiais: B textural, B latossólico, plíntico, glei, etc.
ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS
 
Atividade da Fração Argila
Refere-se a capacidade de troca de cátions (CTC ou valor T) apenas da fração
argila, sendo calculada pela expressão:
 
T ou CTC da fração TFSA
--------------------------------- 100
% argila
 
ATIVIDADE ALTA (Ta) = valor T superior a 27 cmolc/kg de argila
 
ATIVIDADE BAIXA (Tb) = valor T inferior a 27 cmolc/kg de argila

(Usado como critério para separar solos em Primeiro, Segundo ou Terceiro Nível) 

Saturação por Bases (Valor V%)


 
         BAIXA SATURAÇÃO (Distróficos) - quando a saturação por bases for inferior a 50%;
         ALTA SATURAÇÃO (Eutróficos) - quando a saturação por bases for superior a 50%;
(Característica avaliada no horizonte B ou no C, quando não existe B)

(Usado como critério para separar solos em Primeiro, Segundo ou Terceiro Nível)
• Caráter ácrico:
Condição em que o solo apresente:
– Soma de bases (S) + Al  1,5 cmolc/kg e ainda pelo menos
uma das seguintes condições:
- pH em KCl  5,0; ou
- delta pH positivo ou nulo

( interpretado como solo altamente intemperizado, com baixíssima CTC e


predomínio de cargas positivas no horizonte B – solos com predomínio
de óxidos de ferro e de alumínio (oxídicos))

(Usado para separar solos solos geralmente no Terceiro Nível)


Ex: Latossolo Vermelho Ácrico
Latossolo Amarelo Acriférrico
Caráter Alumínico
 
Condição em que os materiais do solo se encontram fortemente
dessaturados, com atividade da fração argila < 20 cmol c/kg de argila, além de
apresentar teor de alumínio extraível  4 cmolc/kg de TFSA, saturação com Al 
50% e/ou saturação por bases < 50%.

Caráter Alítico

Condição em que os materiais do solo se encontram dessaturados, com atividade


da fração argila  20 cmolc/kg de argila, além de teor de alumínio extraível  4
cmolc/kg TFSA, saturação com Al  50% e/ou saturação por bases < 50%.

(Característica levada em conta no horizonte B do solo)


 
(Usado para separar solos geralmente no terceiro nível)
Ex: Cambissolos Húmicos Alumínicos
Nitossolos Vermelhos Alíticos 
Mudança Textural Abrupta
• Considerável aumento no conteúdo de argila em pequena distância na zona de
transição entre o horizonte A ou E e o horizonte subjascente B.
 
Quando o A ou E tem menos do que 20% de argila:
O conteúdo de argila no B deve dobrar numa distância  7,5 cm;
 
Quando o A ou E tiver 20% ou mais de argila:
O conteúdo de argila no B deve ser pelo menos 20% maior em valor
absoluto numa distância vertical de 7,5cm.

(Usado para separar solos em vários níveis categóricos)


Exemplos: - Em Planossolos é atributo indispensável
- Em Argissolos e Luvissolos é usado no Quarto Nível
– Argissolos Vermelhos Distróficos abrúpticos;
- Luvissolos Crômicos Pálicos abrúpticos
• Exemplo de mudança textural abrupta do • Exemplo de mudança textural abrupta do
horizonte A para o Bt em Argissolo Vermelho
horizonte E para o Btg em Planossolo
Distrófico abrúptico
Caráter Sódico
Quando horizontes ou camadas apresentam saturação por sódio na CTC  15%

Na
%Na = ------------ x 100 ( 15%)
CTCpH7

Exemplo de solo com caráter sódico, em


um Planossolo Nátrico do Rio de Janeiro.
Notar a estrutura colunar, típica dos
horizontes adensados pelo excesso de
sódio, causando dispersão das argilas

(Usado para separar solos no Segundo ou


Terceiro Nível)
Exemplos:
Planossolo Nátrico (Na)
Cambissolos Háplicos Sódicos
Caráter Solódico
Quando horizontes ou camadas apresentam saturação por sódio na CTC entre 6-15%
(Usado para separar solos no Terceiro ou Quarto Nível)
Ex. Planossolo Háplico Solódico
Gleissolo Háplico Eutrófico solódico
 
Caráter Salino
Presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso),
em quantidades que interferem no desenvolvimento da maioria das culturas, expressa
por condutividade elétrica do extrato de saturação  4 dS/m e < 7 dS/m (a 25ºC) em
alguma época do ano.
(Usado para separar solos no Terceiro ou Quarto Nível)
Ex. Planossolo Nátrico Órtico salino
Gleissolo Háplico Eutrófico salino
 
Caráter Sálico
Presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso) em
quantidades tóxicas para a maioria das culturas, expressa por condutividade elétrica do
extrato de saturação  7 dS/m (a 25 C) em alguma época do ano.
(Usado geralmente para separar solos no Segundo ou Terceiro Nível)
Ex: Gleissolo Sálico
Cambissolo Flúvico Sálico
Plintita
A plintita se forma pela segregação de compostos de ferro, sendo
constituída por uma mistura de argila, pobre em carbono orgânico e rica em ferro,
ou ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais. Ocorre normalmente na forma
de mosqueados vermelho, vermelho-amarelado e vermelho escuro.
A plintita pode ocorrer na forma laminar, nodular, esferoidal.
A presença de plintita é diagnóstica para identificação do horizonte plíntico
ou do caráter plíntico em classes de solo.
 

Horiz. Plíntico sob B textural em Arg Bruno Acinzentado


Detalhe de Plintita
Petroplintita
  Material proveniente da plintita, que sob efeito ciclos repetitivos de
umedeciento e secagem sofre consolidação irreversível, originando concreções
ferruginosas ("ironstone", concreções lateríticas, canga, etc.) de dimensões e
formas variáveis.
 

Crosta de petroplintita
contínua (crosta de laterita)

Plintita usada para


fabricação de tijolos
Índia

Petroplintita nodular
Caráter Petroplíntico
Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de petroplintita.
O horizonte com caráter petroplintico, que pode ser um Ac, Ec, Bc ou
Cc, para ser diagnóstico, deve apresentar pelo menos 15 cm de espessura
SUPERFÍCIES DE FRICÇÃO (“SLICKENSIDES”)

Superfícies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes


estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo
causados por movimentação devido à forte expansibilidade do material argiloso
por umedecimento. São superfícies tipicamente inclinadas, em relação ao prumo
dos perfis.

Critério conforme Estados Unidos (1975) e Santos et al. (2005).


• CARÁTER CRÔMICO
• Refere-se à predominância, na maior parte do horizonte B, excluído o BC, de cores (amostra úmida)
conforme definido a seguir:

• 1) matiz 5YR ou mais vermelho, com valores iguais ou maiores que 3 e cromas iguais ou maiores que 4;
ou
• 2) matiz mais amarelo que 5YR, valores 4 a 5 e cromas 3 a 6.

• É utilizado para distinguir modalidades de solos mais “coloridas” do que os normais na classe
considerada.

• Exemplo:
Os Luvissolos são normalmente solos pouco coloridos (cores pálidas). Tais modalidades são
denominadas, no segundo nível (Subordem) de Háplicos; >>>>> Luvissolos Háplicos

Os Luvissolos mais coloridos (vermelhos ou amarelos mais “vivos”) são denominados, no segundo
nível (Subordem) de Crômicos; >>>> Luvissolos Crômicos

Caráter retrátil
Usado para classes de Latossolos e Nitossolos, ambos Brunos e
Vermelhos, de textura argilosa e muito argilosa, que apresentam retração
acentuada da massa do solo após a exposição dos perfis ao efeito de secamento
por algumas semanas, resultando na formação de fendas verticais pronunciadas e
estruturas prismáticas grandes e muito grandes (vide Figura 21, Apêndice J), que
se desfazem em blocos quando manuseadas. Nos cortes com maior exposição
solar, os blocos tendem naturalmente a se individualizar em unidades estruturais
cada vez menores, acumulando-se na parte inferior do perfil, configurando uma
forma triangular semelhante a uma “saia” (vide Figura 22, Apêndice J). Embora
nesses solos predomine a caulinita, o caráter retrátil decorre possivelmente da
presença de argilominerais 2:1 com hidróxi-Al entrecamadas (VHE e EHE) e/ou da
pequena dimensão dos argilominerais presentes na fração argila. É típico de
alguns solos encontrados sob condições de clima subtropical úmido dos planaltos
altimontanos do Sul do Brasil.
Fendilhamento em Latossolo
Vermelho Distroférrico retrático.
Campos Novos, SC

Fendilhamento em Latossolo Bruno


Distroférrico típico (por definição deve possuir
o caráter retrático). Vargeão, SC
Camadas estratificadas em Neossolo
Flúvico, às margens do rio Lava-Tudo, São
Joaquim, SC
• Caráter redóxico
O caráter redóxico se manifesta na forma de coloração variegada, ou
de mosqueados, no mínimo comuns e distintos, admitindo-se, no caso de difusos,
somente quando em quantidade abundante. O padrão de cores dos mosqueados
pode ser bastante variável, dependendo da intensidade dos processos de oxi-
redução, da textura, da posição do solo na paisagem e outros. A saturação
temporária com água, promovendo principalmente depleção de compostos de
ferro, pode induzir desde um forte descoramento da matriz, neste caso restrito aos
horizontes acima do horizonte B ou no seu topo, até situações onde a matriz
apresenta–se mais colorida, entremeada por zonas de depleção descoradas,
formando geralmente um padrão reticulado ou poligonal semelhante à plintita.

O caráter redóxico passa a englobar, na sua definição, o caráter


epiáquico, constante da versão do SiBCS das edições de 1999 e 2006, ampliando
seus limites para as situações de presença de feições redoximórficas tanto em
horizontes mais superficiais, como em horizontes e/ou camadas mais
subsuperficiais.

Deve ser aplicado para expressar condição de oscilação temporária


do lençol freático em camadas ou horizontes do perfil, nas quais geralmente
identifica-se drenagem moderada ou imperfeita, distinguindo tais classes de solos
das modalidades típicas.

Derivado de FAO (1998); Estados Unidos (1999); Kampf e Curi


(2012).
Caráter redóxico em Argissolo Vermelho-Amarelo do Acre (esquerda) e em
Argissolo Amarelo Distrófico de Rosário do Sul, RS
T EOR DE ÓXIDOS DE FERRO

O emprego do teor de óxidos de ferro (expresso na forma Fe2O3 e


obtido por extração com ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das
classes de solo. Considerando-se os teores de óxidos de ferro, pode-se separar:
-1
1) solos com baixo teor de óxidos de ferro: teores  80 g kg de solo
(hipoférrico);

2) solos com médio teor de óxidos de ferro: teores variando de 80 a


-1
 180 g kg de solo (mesoférrico);
-1
3) solos com alto teor de óxidos de ferro: teores de 180 g kg a  360
-1
g kg de solo (férrico); o termo férrico é aplicado também na classe
dos Nitossolos para solos que apresentem teores de Fe2O3 (pelo
-1 -1
H2SO4)  150 g kg e menor que 360 g kg de solo; e
-1
4) solos com muito alto teor de óxidos de ferro: teores  360 g kg
de solo (perférrico).
OUTROS ATRIBUTOS
 
Cerosidade
Gilgai
Relação Silte/Argila
Minerais Alteráveis ....
Cerosidade:
Superfícies brilhantes com aspecto ceroso, devido a deposição de filmes de
argila por processos de iluviação no horizonte B.
Slickenside
Superfície de compressão que se manifesta com solo úmido e seco, formando “estrias” pelo
deslizamento da superfície de um agregado contra o outro, devido a expansão do volume da
massa do solo quando molhado, em solos com predominância de argilominerais expansíveis
(principalmente em Vertissolos e Chernossolos)
HORIZONTES DIAGNÓSTICOS DE SUPERFÍCIE
 
São horizontes diagnósticos usados com finalidade de classificar o solo. Não se
limitam apenas ao horizonte genético A. Podem corresponder a uma parte ou todo
o horizonte genético H ou A, incluindo o AB.

HORIZONTE A CHERNOZÊMICO
Horizonte superficial, mineral relativamente espesso, de cor escura, com alta
saturação por bases, atendendo as seguintes características (TODAS):
          A cor do solo deve ser:
         Úmida: valor e croma  3
         Seca: valor  5

 Estrutura: geralmente granular (prismas >30cm e estrutura maciça com


consistência dura ou muito dura excluem) 
         Saturação de bases (V%) é de 65% ou mais, predominando Ca e Mg;
 
         Conteúdo de carbono  0,6% (MO maior que 1%)
 
         Espessura:
         10cm ou mais, quando imediatamente acima da rocha; ou
         18 cm no mínimo se o solo tem menos de 75cm de espessura; ou
         25 cm no mínimo, se o solo tem mais de 75 cm de espessura.
Horizontes A chernozêmicos

• A chernozêmico sobre horizonte Cr em • A chernozêmico em Chernossolo


Chernossolo Rêndzico, Rio de Janeiro Ebânico, Bagé, RS
Horizontes A chernozêmicos

A chernozêmico em Chernossolo Háplico de A chernozêmico em Chernossolo Argilúvico


rochas ultrabásicas. Palmeira, SC de basalto. Piratuba, SC
É um horizonte constituído predominantemente de material orgânico,
contendo 80g/kg ou mais de carbono orgânico (C-org), resultante de acumulações de
resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, no presente, possa
encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos minerais e mesmo camadas
orgânicas mais recentes.
Compreende materiais depositados nos solos sob condições de excesso de
água (horizonte H), por longos períodos ou todo o ano, ainda que no presente tenham
sido artificialmente drenados, e materiais depositados em condições de drenagem livre
(horizonte O), sem estagnação de água, condicionados pelo clima úmido, como em
ambiente altimontano.
O horizonte hístico pode ocorrer à superfície ou estar soterrado por material
mineral e deve atender a um dos seguintes requisitos:
a) espessura maior ou igual a 20 cm;
b) espessura maior ou igual a 40 cm quando 75% (expresso em volume) ou mais do
horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes
finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas;
c) espessura de 10 cm ou mais quando sobrejacente a um contato lítico; ou
sobrejacente a material fragmentar constituído por 90% ou mais (em volume) de
fragmentos de rocha (cascalho, calhaus e matacões).

PORTANTO: DEVE TER 8% OU MAIS DE CARBONO ORGÂNICO,


ASSOCIADO A UMA DAS ESPESSURAS CITADAS

[
Horizonte Hístico (H1,H2, etc.) de
Organossolo, depositado em condições de
estagnação de água

Perfil de Cambissolo com horizonte Hístico (O1, O2,


etc.) formado em condições altimontanas (Bom Jardim
da Serra, SC) – Cambissolo Hístico Alumínico típico
HORIZONTE A HÚMICO
Expressivo teor de carbono, (menor que do hístico e maior do que do A proeminente)
concentrado numa pequena profundidade, ou diluído em grande profundidade, associado à:
- baixa saturação por bases
- cor escura quando úmido e seco
Corg total no A (A+AB) ≥ 60 + (0,1 x média pond. argila no A)

Perfil de Latossolo Vermelho Distrófico


Húmico. S. José Pinhais, PR Perfil de Cambissolo Húmico Alumínico, Água
Doce, SC
HORIZONTE A PROEMINENTE
Teores de C inferiores ao A húmico e com características similares às do
A chernozêmico no que se refere a cor, teor de carbono, consistência, estrutura e
espessura. Difere apenas por apresentar saturação por bases (V%) inferior a 65%.
 

Perfis de Cambissolos Háplicos Alumínicos A proeminente, em Rio do Sul (substrato folhelhos) e


em São Joaquim (substrato basalto), da esquerda para a direita, respectivamente
HORIZONTE A FRACO 
Horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, sendo
identificado pelas seguintes características; (deve atender todas)
 
         cor do material de solo com valor  4,0 quando úmido, e  6,0 quando
seco;
         estrutura em grãos simples, maciça, ou com grau fraco de
desenvolvimento;
         teor de carbono inferior a 0,6%; e
         espessura < que 5cm, quando não satifazer ao estabelecido anteriormente.
HORIZONTE A MODERADO 
Não se enquadram em nenhuma das definições anteriores.
Geralmente difere do A chernozêmico, proeminente e húmico pela
espessura e/ou pela cor, e do A fraco pelo teor de carbono e estrutura.
É o horizonte mais comum dos solos da região mais tropical do Brasil, e das áreas
mais quentes do Sul do Brasil

Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo com Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo


A moderado, PR com A moderado em Sangão, SC
HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS
 
HORIZONTE B TEXTURAL
Horizonte subsuperficial mineral, no qual houve acumulação de argila por:
         Eluviação/iluviação
         Herança do material de origem
         Erosão diferencial de argila no horizonte superficial
         Destruição de argila no horizonte A ou E
 
O conteúdo de argila no B textural é sempre maior do que no A, podendo ou não
ser maior do que no BC ou no C.
 
Sua formação consiste basicamente em processos de:
 
Dispersão de argila no A  mobilização pela água  transporte  deposição no
horizonte B, resultando em:
 
         formação de "filmes" de argila orientada na superfície externa dos
agregados estruturais do horizonte B (CEROSIDADE);
         horizonte B com MAIOR quantidade de argila (> relação textural);
maior diferenciação de cor entre o horizonte A ou E e o B textural.
Critérios para identificação:
Espessura:

a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes sobrejacentes e no mínimo 7,5cm; OU
b) ter 15cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; OU
c) ter 15cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areia franca ou areia; OU
d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamelas, estas devem ter, em conjunto, espessura
superior a 15cm; OU
e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura de pelo menos 7,5cm.

e além disso 1 ou mais dos seguintes:


 
f) presença de horizonte E no sequum, acima do horizonte B considerado, desde que o B não
satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ou plânico; OU

g) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para caracterizar uma
mudança textural abrupta; OU

h) incremento de argila total do horizonte A para B, dentro de uma seção de controle definida em
função da espessura do horizonte A, suficiente para que a relação textural B/A satisfaça uma das
alternativas abaixo:
h1 nos solos com mais de 400g de argila/kg de solo no e A, relação maior que 1,50; OU

h2 nos solos com 150 a 400g de argila/kg de solo no A, relação maior que 1,70; OU

h3 nos solos com menos de 150g de argila/kg de solo no A, relação maior que 1,80.
i) quando o incremento de argila total do horizonte A para o B for inferior ao especificado no item h,
o horizonte B textural deve satisfazer a uma das seguintes condições:

I) solos de textura média ou arenosa/média, com ausência de macroagregados devem apresentar argila
iluvial, representada por cerosidade moderada, sob forma de revestimentos nos grãos ndividuais de
areia, orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligando os grãos.

II) solos com horizonte B de textura média e com estrutura prismática ou em blocos moderada ou mais
desenvolvida devem apresentar cerosidade no mínimo moderada em um ou mais subhorizontes, da parte
superior do B.

III) solos com horizonte B de textura argilosa ou muito argilosa e com estrutura prismática ou em blocos
  devem apresentar cerosidade no mínimo comum e moderada em um ou mais suohorizontes, da parte
  superior do B.

IV) solos com relação textural B/A igual ou maior que 1,4, conjugado com presença de fragipã dentro de
200 cm da superfície desde que não satisfaça os requisitos para B espódico.

j) se o perfil apresentar descontinuidade de material originário entre os horizontes A ou E e o B textural


(principalmente solos desenvolvidos de materiais recentes, como sedimentos aluviais) ou se somente
uma camada arada encontra-se acima do B textural, este necessita satisfazer um dos requisitos
specificados nos itens h e/ou i.

OBS: O horizonte B textural pode ao mesmo tempo ser B textural e B Nítico. O que vai definir a classificação do
solo à nível de ORDEM, neste caso é o seu enquadramento na Chave.
Tipos de Horizonte B textural

• Horizonte B textural de cor vermelha • Horizonte B textural de cor vermelho-


em Argissolo Vermelho amarelada em Argissolo Vermelho-
Amarelo, RS.
B LATOSSÓLICO
(deve atender todas!)
         geralmente horizontes muito espessos, com espessura mínima de 50 cm;
         textura franco arenosa ou mais fina (+ de 15% de argila);
         baixa relação textural, inferior ao B textural (pouco acúmulo de argila);
         pouca diferenciação de cor entre os horizontes
         menos de 5% do volume com fragmentos de rochas;
         grande estabilidade dos agregados,
         relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki) na fração argila <2,2
         menos do que 4% de minerais primários alteráveis;
         CTC < 17 cmolc/kg de argila no B;
         Cerosidade , quando presente, é no máximo fraca e pouca;
         Teores baixos de silte, sendo a relação silte/argila < 0,7 nos solos de textura
média e < 0,6 nos de textura argilosa;
 
Ki = (SiO2/Al2O3) x 1,72
Ki < 0,75 – indica predomínio de gibbsita (solos de mineralogia oxídica)

Ki entre 0,75 e 2,2 – indica proporções variáveis de gibbsita e caulinita – mais próximo a 2,0 indica
predomínio de caulinita sobre a gibbsita, e mais próximo a 0,75 o contrário;

Ki entre 2,2 e 3,5 indica predomínio de caulinita com participação crescente de minerais 2:1;

Ki > 3,5 – indica predomínio de argilominerais 2:1.


Tipos de horizontes B latossólicos

• Horizonte B latossólico em Latossolo • Horizonte B latossólico em Latossolo


Amarelo, notar a transição difusa e Vermelho distroférrico, notar a transição
grande profundidade do perfil difusa e grande profundidade do perfil
HORIZONTE B INCIPIENTE
 
Horizonte mineral, subsuperficial, ocorrente abaixo de A, Ap ou AB, que
apresenta pouca alteração física e/ou química, porém o suficiente para
desenvolvimento de um horizonte B com cor e estrutura, e no qual mais da metade do
volume de todos os subhorizontes do B não deve consistir em estrutura da rocha
original .
(Ver detalhes no SiBCS)
Horizonte B incipiente de Cambissolo Húmico Alítico, Horizonte B incipiente de Cambissolo Húmico Alumínico,
de Rio Negrinho, SC, derivado de siltitos   de São Joaquim, derivado de riodacitos

BA

Bi

BC

C
HORIZONTE B ESPÓDICO
 
Em síntese, é um horizonte mineral, subsuperficial, com no mínimo 2,5
cm de espessura, no qual houve acumulação iluvial de matéria orgânica e
compostos de alumínio, com presença ou não de ferro iluvial.
 
Normalmente ocorre abaixo de um horizonte eluvial (E) e por isso é facilmente
reconhecido à campo pelo contraste entre esse horizonte claro (E) e um escuro
logo abaixo, com acúmulo de matéria orgânica associada ao alumínio (espódico).

Espodossolo Humilúvico

Espodossolo Ferrihumilúvico
HORIZONTE PLÍNTICO
Horizonte mineral subsuperficial B e/ou C que
apresenta um arranjamento de cores vermelhas e
acinzentadas ou brancas, com ou sem cores
amareladas ou brunadas, formando um padrão
reticulado, poligonal ou laminar.
Caracteriza-se pela presença de plintita em
quantidade igual ou superior a 15% e espessura
de pelo menos 15 cm.
 
HORIZONTE LITOPLÍNTICO
Constituído por camada consolidada contínua ou
praticamente contínua, endurecida por ferro e/ou
alumínio (petroplintita), na qual normalmente o
teor de carbono é nulo ou muito baixo. Deve ter
uma espessura de pelo menos 10 cm.
Representa forte impedimento à penetração de
raízes e água.
HORIZONTE GLEI
Horizonte mineral subsuperficial, eventualmente superficial, onde
predominam reações de redução, devido a presença de água estagnada, causando a
redução e solubilização dos compostos de ferro, formando horizonte com predomínio
de cores acinzentadas claras ou escuras, com ou sem mosqueados.
Pode ser um horizonte C, B, E ou A, deve possuir 15 cm de espessura ou
mais e menos do que 15% de plintita. È saturado com água por influência do lençol
freático durante algum período ou o ano todo.
HORIZONTE CÁLCICO e HORIZONTE PETROCÁLCICO
 
Horizonte de acumulação de carbonato de cálcio, geralmente
coincidindo com o horizonte C, mas pode ser um B ou mesmo um A.
Consiste de camada de 15 cm ou mais, enriquecida com carbonato de
cálcio secundário, contendo 15% ou mais de carbonato de cálcio equivalente , e
tendo no mínimo 5% de carbonato a mais que o horizonte subjascente ou o
material de origem.
 

HORIZONTE VÉRTICO
 
Horizonte mineral subsuperficial que, devido a forte contração e
expansão das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies
de fricção ("slickensides") em quantidade no mínimo comum e presença de
agregados estruturais cuneiformes (em forma de cunha) ou paralepipédicas, e
fendas em algum periodo do ano com pelo menos 1 cm de largura.
Pode coincidir com um horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C.
Apresenta cores geralmente pretas ou cinzento escuras, podendo ser também
amareladas ou avermelhadas.
 Esse horizonte deve possuir pelo menos 20 cm de espessura e 30% de argila.
Horizonte vértico em Vertissolo Ebânico (acima)
e Slickenside (abaixo) – Bagé, RS

Horizonte vértico em Vertissolo Ebânico –


Uruguaiana – Quaraí, RS
HORIZONTE B PLÂNICO
É um tipo especial de horizonte B textural, que ocorre abaixo de um A
ou E, sendo precedido de mudança textural abrupta.
Apresenta estrutura prismática, colunar, ou em blocos angulares e
subangulares grandes ou médios e permeabilidade muito baixa no Btg.
Suas cores são geralmente cinzentas ou cinzento escuras, podendo ou
não possuir cores neutras resultantes de processos de redução. São horizontes
geralmente constatados em solos hidromórficos, de baixada, podendo ocorrer em
áreas de relevo plano ou suavemente ondulado.
 
 

E
Btg (plânico)
HORIZONTE B NÍTICO
Horizonte mineral subsuperficial, não
hidromórfico, de textura argilosa ou muito
A argilosa, no qual o incremento no conteúdo
de argila é pequeno, insuficiente para
caracterizar um B textural.

AB Apresenta argila de atividade baixa, ou


atividade alta conjugada com caráter
alumínico, mas deve possuir estrutura em
blocos angulares, subangulares ou
prismática em grau moderado ou forte, na
superfície dos quais deve existir cerosidade
em grau moderado ou forte, na forma de
B superfícies reluzentes, daí a denomínação
nítico nítico (=nítido, reluzente).

A transição entre os
subhorizontes do B é gradual ou difusa.
Sua espessura mínima é de 30 cm.
Vista de perfil de Nitossolo Bruno
Estrutura prismática
composta de blocos
subangulares e angulares
no horizonte B Nítico de
Nitossolo Bruno
Santa Cecília, SC
Horizonte B Nítico de Nitossolo Vermelho Eutrófico desenvolvido de rocha calcária,
MS
Detalhe de estrutura em blocos e cerosidade forte e comum em
Nitossolo Vermelho Eutrófico, MS.
CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS NO
SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
 
CHAVE PARA AS ORDENS
 
         solos que apresentam horizonte H com 40 cm ou mais de espessura,
contínuo ou cumulativo nos primeiros 80 cm da superfície do solo ou com
horizonte O com 30 cm ou mais de espessura, quando subjascente a um contato
lítico..................................................................................... ORGANOSSOLOS
 
         outros solos sem horizonte B diagnóstico e satisfazendo os seguintes
requisitos:
 ausência de horizonte glei dentro de 50 cm da superfície do solo,
exceto no caso de solos de textura areia e areia franca;
 
  ausência de horizonte plíntico dentro de 40 cm da superfície do solo;
 
  ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo do horizonte A;
 
   A chernozêmico, se presente, não deve estar conjugado com o caráter
carbonático e/ou horizonte cálcico................................................ NEOSSOLOS
         outros solos com relação textural insuficiente para identificar um B
textural e com horizonte vértico entre 25 e 100 cm e satisfazendo os seguintes
requisitos:
         nos 20 cm superficiais, após misturados, teor de argila de, no mínimo,
30%;
         fendas verticais no período sêco com pelo menos 1 cm de largura,
atingindo, no mínimo, 50 cm de profundidade, exceto nos solos rasos, nos quais a
profundidade é de 30 cm......................................................VERTISSOLOS
 
         outros solos que apresentam horizonte B espódico imediatamente abaixo do
horizonte A ou E................................................................ESPODOSSOLOS
 
         outros solos apresentando horizonte B plânico, imediatamente abaixo de
horizonte A ou E..................................................................PLANOSSOLOS
 
         outros solos, apresentando horizonte glei, dentro de 50 cm da superfície do
solo (não coincidente com horizonte plíntico)........................GLEISSOLOS
 
         outros solos que apresentam horizonte B nítico com argila de atividade
baixa, imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do
hoorizonte B............................................................................NITOSSOLOS
         outros solos com horizonte B latossólico imediatamente abaixo do
horizonte A ............................................................................LATOSSOLOS
 
         outros solos com A chernozêmico seguido de: horizonte B incipiente ou B
textural ou B nítico, todos com argila de atividade alta e saturação por bases alta,
ou de horizonte B incipiente < 10 cm de espessura ou horizonte C, ambos cálcicos
ou carbonáticos;................................................................CHERNOSSOLOS
 
         outros solos com horizonte B incipiente imediatamente abaixo do horizonte
A ou de horizonte hístico com espessura inferior a 40cm......CAMBISSOLOS
 
         outros solos com horizonte plíntico, exceto quando este for coincidente
com horizonte plânico de caráter sódico, iniciando nas seguintes profundidades:
        .....................................................................................PLINTOSSOLOS

         outros solos apresentando horizonte B textural ou B nítico com argila de


atividade alta e saturação por bases alta, imediatamente abaixo do horizonte A ou
E................................................................................................LUVISSOLOS

          outros solos apesentando horizonte B textural com argila de atividade baixa
ou alta........................................................................................ARGISSOLOS  
Onde procurar informações RECENTES de solos de
Santa Catarina
www.cnps.embrapa.br
Interface Experimental Sig-Web
Mapa de Solos do Estado de Santa Catarina
Clicar no mapa na área que deseja obter informação (ampliar
várias vezes)
Para casar legenda com mapa, clicar no símbolo i e aparecem
as classes na velha e na nova classificação

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