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Plantas silvestres comestíveis

M. Dalila Espírito-Santo, Margaria Moldão & M. Conceição Loureiro Dias

Universidade de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia

dalilaesanto@isa.ulisboa.pt
Bibliografia
 A. Proença da Cunha, José Alves Ribeiro, Odete Rodrigues Roque 2014. Plantas
aromáticas em Portugal : caracterização e utilizações /. - 3ª ed. - Lisboa :
Fundação Calouste Gulbenkian, - 328 p.
 Alexandra Azevedo 2015 Ervas Silvestres Comestíveis - Guia Prático. Quercus -
Associação Nacional de Conservação da Natureza
 Anabela Romano e Sandra Gonçalves 2015 Plantas Silvestres Comestíveis do
Algarve. Universidade do Algarve
 José Alves Ribeiro 2003 Património florístico duriense: plantas bravias
comestíveis ou condimentares e fruteiras silvestres. Douro 16. Estudos e
Documentos:71-105
 José Ribeiro, António Monteiro e Lurdes Silva 2000. Etnobotânica – plantas
bravias comestíveis, condimentares e medicinais. João Azevedo Eds. Mirandela

 Amélia Frazão Moreira e Manuel Miranda Fernandes eds. 2000 Curso Livre de
Etnobotânica. UTAD. Vila Real
 Grande diversidade de plantas com utilidade.
 Elevada percentagem de plantas com os usos bem documentados.
 Ex.: entre as 900-1000 plantas nativas na Irlanda, 53% já foram
utilizadas para algum fim específico, sendo 12,9% como alimento
(Wise-Jackson 2014).
 As plantas silvestres foram muito importantes como recurso natural,
ao longo da história, fornecendo a titulo gratuito materiais que
satisfizeram todas as nossas necessidades. Na pré-história tiveram
um papel fundamental como alimento, medicamento, combustível,
etc. Contudo, ainda no Neolítico, a maior parte dos alimentos já
eram obtidos através de agricultura
 Muito desse uso manteve-se na obscuridade e muito do saber sobre
essa utilização já desapareceu.
 Regulamento (CE) nº 258/97, relativo a novos alimentos e
ingredientes alimentares.
 Necessidade de demonstrar indícios que sustentem o consumos
humano significativo antes de 15 maio 1997 e de forma continuada
depois desta data.
 Identificou-se a existência de listas indicativas de plantas noutros
países da CE.
 Pesquisaram-se 70 plantas silvestres comestíveis existentes em
Portugal, passíveis de entrar para o Catálogo de Novos Alimentos;
50 delas não constam das listas anteriores.
 Pesquisaram-se as evidências de uso alimentar significativo de 5
plantas selecionadas: Asparagus aphyllus, A. acutifolius, Rumex
crispus, Quercus rotundifolia e Corema album.
 A tradição do consumo de plantas silvestres, apesar de ter
diminuído, não desapareceu totalmente. A sua aquisição pode
revelar-se mais económica em relação aos produtos hortícolas e o
seu consumo permite uma maior diversificação e criatividade
gastronómica.
 As folhas destas plantas têm uma boa composição mineral e uma
capacidade antioxidante relativamente elevada.
 Apresentam níveis de magnésio, ferro e zinco superior às espécies
cultivadas Rheum rhabarbarum, Brassica napus, Beta vulgaris e
Lactuca sativa.
 Rumex crispus não apresentou actividade lectina, em cru ou
confecionado; perante a sua composição mineral, teor de compostos
fenólicos e atividade antioxidante, pode considerar-se este como uma
planta hortícola silvestre de interesse relevante.
 Sinapis arvensis, Beta maritima e Sonchus oleraceus contêm lectinas
inativas no estado cru e ativas quando sujeitas a temperaturas
elevadas; assim, do ponto de vista toxicológico aconselha-se o seu
consumo reduzido. No entanto, dado as lectinas serem ferramentas
de topo na deteção precoce de biomarcadores etiológicos de
patologias clínicas, num estudo futuro pode-se explorar as lectinas
destas plantas e o impacto da sua utilização.
 Em Portugal muitos
dos usos alimentares
deixados pelos árabes
permanecem e são
populares. As acelgas
com grão no Algarve,
a sopa de beldroegas,
ou as labaças (ou
catacuzes) com feijão,
hoje considerados
bons petiscos
garantiram noutros
tempos a subsistência
de muitos alentejanos
Pteridium aquilinum

“Warabi”
Glebionis coronaria
 Com os devidos cuidados na colheita,
usando conhecimentos das ciências
alimentares podemos dizer que com as
ervas que temos à mão podemos produzir
iguarias de elevada qualidade.

 De modo sustentável, sem gasto de água,


sem aplicação de pesticidas, só com o custo
da colheita e preparação, elas estão ali, à
espera de um fim nobre, o da alimentação.
Obrigda!

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