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E
A CLASSE DE LIVRES E
LIBERTOS NO BRASIL
século XIX
Fontes sobre Alforria e
Livres de Côr
• Registros cartoriais e documentos
municipais - cartas de alforria
- Inventários post-mortem
- Testamentos
• Fontes da Igreja
- Livros de batismo
- Livros de casamentos e óbitos
• Censos mapas – censos não publicados
Porque foram libertos os escravos?
• Para reconhecer parentes (pai libertar
crianças)
• Para recompensar o serviço fiel
• Como um ato de caridade cristã piedosa
• Para oferecer incentivos positivos para
os trabalhadores qualificados que outra
forma não seria realizada por escravos -
bastante importante no contexto brasileiro
Incentivos Positivos e Negativos de
Trabalho Escravo - I
• Para ao trabalho não qualificado os
incentivos negativos são suficientes - uso de
chicotes, ameaças de violência, organização
em grupos de trabalho bem supervisionado
(fábrica em campo)
• Para tarefas especializadas existe uma
necessidade de incentivos positivos, e isso
pode envolver até mesmo os salários, mas
também a oferta de liberdade e mais
importante ainda da possibilidade de auto-
compra
Incentivos Positivos e Negativos de
Trabalho Escravo - II
• Auto-compra de escravo também pode
fazer sentido econômico para o
proprietário - o preço de adulto inclui lucro
para o proprietário e também os
rendimentos podem ser usados para
comprar mais escravos a custos mais
baixos
Evoluçao de Manumissão (Alforria)
nas Americas - I
• Até 1800, todas tinham mais ou menos o
mesmo nível e ritmo de alforria, mesmo no
E.U.A. havia auto-compra de escravos
• Rebelião Haitiana e Guerras de
Independência começam a destruir a
instituição e criou um grande temor de
rebelião escrava em E.U.A. - novas leis e
redução progressiva de alforrias
Evoluçao de Manumissão (Alforria)
nas Americas II
• Surgimento de uma defesa positiva da
escravidão no E.U.A. e medo de côr livre
leva a trajetórias diferentes com E.U.A e
BWI ir sozinho e mesmo francesas
apenas moderado embora padrões
incomuns de alforrias.
• Todas as colônias e as nações
espanholas e Português têm elevado as
taxas de alforria, especialmente pos 1880.
TIPOS DE ALFORRIA
• Voluntaria Sem Condições (sem obrigações)
• Voluntária Condicional (onerosa)
- Respeito aos ex-proprietários
- Trabalhar para os herdeiros ou proprietários por
tempo prolongado
• Auto Compra:
- Por escravo individual (renda, empréstimos, juros sobre
o dinheiro emprestado pelos escravos para terceiros
- Ao membro da família
- Aos não-membros do familia (usado frequentemente
pelos pais)
PROCEDIMENTOS
DE ALFORRIA - I
• Através de escritura de contrato, quando o
proprietario está vivo – carta de alforria
• No último testamento depois da morte do
dono (uma zona classica de açucar –
Campos no RJ em 1704-1832 por
exemplo 35-40% de testamentos
liberaram um ou mais escravos.
• Na pia batismal (cerca de 2% dos
nascimentos de escravos levou a alforria)
PROCEDIMENTOS
DE ALFORRIA - II
• Liberdade adquirida pelo Estado com
o Fundo de Emancipação (criado em
lei 1871 (Ventre Livre-Rio Branco) -
apenas 33.000 por volta de 1880 - um
terço menos do que as alforrias
regulares.
• Através da auto compra de escravos
ou de terceiros (coartação).
COARTAÇÃO/COARTACIÓN
1. Proprietário deve concordar até 1871
2. Juiz manda condições de venda a prestações
e do valor atribuído ao escravo
3. Direitos da Escravo Coartado
- Não pode ser vendido sem a sua permissão
- Direitos residuais de renda e economia fora
do controle do proprietario ( seu peculium)
- Os pagamentos são legalmente registrados
DEMOGRAFIA DE LIBERTOS
NO BRASIL - I
• GRUPOS FAVORECIDOS:
• MULHERES! (Cerca de 55% de todos os
alforriados - provenientes de população
escrava com apenas 39% das mulheres –
dados de Minas Gerais e São Paulo)
• Os jovens adultos, crianças
• Crioulos
• Mulatos mais que pretos
DEMOGRAFIA DE LIBERTOS
NO BRASIL - II
• Africanos mais propensos à auto compra que
crioulos – ao contrario da alforria voluntaria
• Por que poucos escravos alforriados são idosos:
- Os escravos têm as maiores taxas de população
economicamente ativa - podem ser produtivos em
idade avançada (80% PEA vs 55-60% normal PEA).
- Aceitação moral e/ou demanda do Estado em
todas as sociedades que os senhores tem
responsabilidade para com a manutenção de seus
escravos, mesmo se velhos e não-produtivos ou
incapacitados.
Razão de Masculinidade dos Alforriado Escravos
(homens para 100 mulheres)
Klein & Luna, Slavery in Brazil (Cambridge UP, 2009), table 9.3
Escravos SP Razão 153/ MG = 155
Razão de Masculinidade de Brancos e Livres de Cor, por Coorte de
Idades em Minas Gerais, 1831-32
150
140 Brancos
Homens por 100 mulheres
130 Livres de
120
Cor
110
100
90
80
70
0-4 5-9 10- 15- 20- 25- 30- 35- 40- 45- 50- 55- 60- 65- 70- 75- 80+
14 19 24 29 34 39 44 49 54 59 64 69 74 79
coorte de idades
Impacto de alforria
Pirâmide etária de Livres de Cor na Província de Minas Gerais 1831
(nº =158,798)
% Homens % Mulheres
80+
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
8 4 0 4 8
Percentuais em cada faixa etária
80+
75-79 % Homens % Mulheres
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
16 12 8 4 0 4 8 12 16
Percentuais em cada faixa etária
Pirâmide etária de Escravos Crioulos na Província de Minas Gerais 1831
(nº =74,047)
80+
75-79 % Homens % Mulheres
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
8 4 0 4 8
Percentuais em cada faixa etária
Pirâmide etária de Todos os Escravos na Província de Minas Gerais 1831
(nº =129,890)
% Males % Females
80+
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10 6 2 2 6 10
Percentuais em cada faixa etária
% Homen % Mulher
70+
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10
Fonte: Higman (1984), p.464, table S4.1 Taxa Masculinidade = 120
1808 e Fim do Trata Atlantica para a Jamaica - assim sem filhos ≤ 9 anos
Pirâmide etária dos Escravos Crioulo da Jamaica, em 1817
(nº = 219.174)
% Homen % Mulher
70+
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10
Taxa de Masculinidade= 91
Pirâmide etária de Todos os Escravos na Jamaica, em 1817
(nº =346,013)
% Homen % Mulher
70+
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
6 4 2 0 2 4 6
80+
75-79
70-74 Homens Mulheres
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
16 12 8 4 0 4 8 12 16
Percentuais em cada faixa etária
Pirâmide etária dos Escravos Crioulos na Província de São Paulo em 1829
(n=22,554)
80+
75-79
70-74 Homens Mulheres
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
10 6 2 2 6 10
Percentuais em cada faixa etária
Pirâmide etária dos Todos os Escravos na Província de São Paulo em 1829
(n=75,072)
80+
75-79
Homens Mulheres
70-74
65-69
60-64
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
12 8 4 0 4 8 12
Percentuais em cada faixa etária
5 15 25 35 45 55 65
Paraty RJ 1789-1822
Rio de Janeiro (city) 1749-1754
Rio de Janeiro (city) 1807-1831
Porto Feliz, SP 1798-1850
Curitiba (SP) 1790-1825
Rio de Janeiro 1840-1850
Porto Alegre RGS 1858-1872
Sabará MG 1710-1819
Juiz de Fora, MG 1840-1888
Salvador de Bahia 1684-1745
Salvador de Bahia 1779/1850
Salvador de Bahia 1808-1888
Campinas, SP, 1789-1874
Santos, SP 1811-1872
Montes Claros, MG 1830-1888
Buenos Aires 1776-1810
Lima 1580-1650
Mexico City 1580-1650
Klein & Luna, Slavery in Brazil (Cambridge UP, 2009), table 9.1 SP & MG 29% dos escravos ≤ 14
Proporção de Idosos (geralmente> 40) em Algumas Municipios
0 5 10 15 20 25
Paraty RJ 1789-1822
Porto Feliz, SP 1798-1850
Curitiba (SP) 1790-1825
Rio de Janeiro 1840-1850
Porto Alegre RGS 1858-1872
Sabará MG 1710-1819
Salvador de Bahia 1684-1745
Rio de Contas, Bahia 1870-1879
Juiz de Fora, MG 1840-1888
Santos, SP 1811-1872
Campinas, SP, 1789-1874
Montes Claros, MG 1830-1888
Buenos Aires 1776-1810
Lima 1580-1650
Mexico City 1580-1650
Klein & Luna, Slavery in Brazil (Cambridge UP, 2009), table 9.2
SP 13% & MG 17% ≥40
Percentagem de Africanos entre os Escravos Alforriados
5 15 25 35 45 55 65
Paraty RJ 1789-1822
Rio de Janeiro (city) 1749-54
Rio de Janeiro (city) 1807-1831
Rio de Janeiro 1840-1850
Rio de Janeiro 1600s-1850
Rios das Velhas & Mortes MG
Campos (RJ), 1704-1830
Porto Feliz, SP 1798-1850
Curitiba (SP) 1790-1825
Porto Alegre RGS 1800-1835
Porto Alegre RGS 1858-1872
Sabará MG 1710-1819
São João Del Rey,MG 1774-1848
Juiz de Fora, MG 1840-1888
Salvador de Bahia 1684-1745
Salvador de Bahia 1808-1888
" & Santo Amaro 1813-1853
São Paulo 1800-1888
Santos, SP 1811-1872
Montes Claros, MG 1830-1888
Klein & Luna, Slavery in Brazil (Cambridge UP, 2009), table 9.4
Media de voluntarios = 65% e 35% de coartação
Alforrias na Bahia, por tipo e origem, 1808-1884
(Nº = 3.432 alforrias)
60%
53.3% Coartado
50% Comprados por Outros
45.6%
Condiiconal
40% incondicionall
34.2%
30%
22.0%
20% 17.8%
14.6%
11.0%
10%
1.5%
0%
African Creole
Criolous
Africanos
Mieko Nishida, Manumission and Ethnicity in Urban Slavery: Salvador, Brazil, 1808-1888
Alforrias em Baltimore (391) e Sabará, MG (513)
1750-1810
0.7
59% Baltimore
0.6 56%
Sabará
0.5
0.4 36%
28%
0.3
0.2 15%
0.1 5%
0
Condcional Imediata Compra
Dantos Tesis Johns Hopkins 2003, tab 4.3
Proporção de escravos alforriados e Coartados (932 /
6.656) por Tamanho do Plantel
Rio das Mortes, MG, 1716-1789
16%
14%
14%
Alforriados
12%
Coartados
10% Alf+Coart
8% 8%
8%
6%
4%
4% 3%
2%
0%
Posse de escravos 1-5 6-10 11-20 21-40 41+
Eduardo França Paiva, Esravidão e universo cultural na colônia, Minas Gerais, 1716-1789
(Belo: UFMG, 2001)
Percentage de pessoas que foram Enterradas como membros da
Irmandades, pelo Estatuto Jurídico e Sexo, Paróquia de N. S.da
Conceição de Antônio Dias, Vila Rica (1719-1818)
(nº =12,436)
60%
20%
0%
Brancos
White Pardos
Brown Pretos
Black
30%
20% 16.7%
14.9%
10%
0%
Whites
Brancos FreeLivres
colored
de Cor
97% 84%
LIVRES E LIBERTOS COMO UM
CLASE NO BRASIL II
• Segmento da população de mais rápido
crescimento
• Mas maior mortalidade e menor esperança de
vida do que os brancos
• Distinção entre cidadania de forros, libertos e
livres (pessoas de cor nascem livres). Aos
africanos e forros é negado o cargo politico, mas
podiam votar. Livres tinham plenos direitos de
cidadania e de voto e cargo politico com base na
renda.
Taxa de crescimento da Europa neste período compreendido entre 1% -1,3% por ano,
Entre as maiores taxas do mundo foi um mexicano de 3,2% em 1950-1970
Esperança de vida de Escravos e Persoas Livres 1872
45
40 Escravos Homens
Média de anos de vida
Escravas Mulheres
35
Todo Homens
30
Todo Mulheres
25
20
15
10
5
0
0 1 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
Fonte: Carvalho de M elo, “The Economics ", p.123 & Arriage New Life Tables, pp.29-30
Brancas Mulheres
Whites females 55%
33%
Whites
Brancas males
Homens 59%
37%
Mulheres Livres
FreeColored
de Cor females 38%
55%