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arquivos da
escravidão no
Brasil
Literatura da portaria ministerial que ordenou, a mando da lei do registro civil à época, a queima dos arquivos da
escravidão no Brasil em 14 de dezembro de1890.
Contextos
Acredita-se que o ministro emitiu o
documento com a intenção de que os ex-
proprietários de escravos não pudessem
pedir indenização após a abolição da
escravidão pela Lei Áurea, em 1888.[4]
Por outro lado, acredita-se que a queima
dos documentos também tenha
impedido que ex-escravos pudessem ter
acesso às datas das suas compras, que,
em tese, poderiam ser usadas para exigir
recompensa por terem sido ilegalmente
escravizados, já que desde 7 de
novembro de 1831 o tráfico de escravos
para o Brasil foi proibido. Havia a
possibilidade de buscas por indenização
por parte de ex-escravos porque a
determinação do fim do tráfico não teria
sido cumprida. Estima-se que, depois de
1831, em torno de 300 mil africanos
escravizados entraram por meio do
tráfico no Brasil.[1] A queima dos
arquivos também teria inviabilizado a
hipótese de uma retomada, pelo novo
regime republicano, dos planos da
Princesa Isabel de indenizar ex-escravos
com terras e ferramentas para
trabalhar.[1]
Base legal
O documento assinado por Rui Barbosa
tivera base legal autorizada pelo artigo
11, parágrafo único do decreto Nº 370,
de 2 de maio de 1890,[9] que era a Lei do
Registro Civil criada no governo
provisório de Deodoro da Fonseca, o
citado parágrafo único tem a seguinte
redação orginal: " Paragrapho unico. Os
livros do registro sob o n. 6, nos quaes era
transcripto o penhor de escravos, serão
incinerados, e si delles constarem outros
registros, estes serão transportados com
o mesmo numero de ordem para os
novos livros de ns. 2, 4 ou 5." (Decreto nº
370, de 2 de Maio de 1890, artigo 11,
parágrafo único (https://www2.camara.le
g.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto
-370-2-maio-1890-507567-publicacaoori
ginal-1-pe.html) )[10]
Ver também
Escravidão no Brasil
Tráfico de escravos para o Brasil
Abolicionismo no Brasil
Pós-abolição no Brasil
Indenização aos ex-proprietários de
escravos no Brasil
Coleção de Livros do Banguê
História do povo afro-brasileiro
Referências
1. Bernardo 2020.
2. Gomide 2020.
3. Estadão 2015.
4. Barbosa 1988.
5. Cardoso 2013, p. 79.
6. Cardoso 2013, p. 74.
7. Schwarcz 2010, p. 80.
8. A destruição dos documentos sobre
a escravidão (http://m.acervo.estada
o.com.br/noticias/acervo,a-destruica
o-dos-documentos-sobre-a-escravida
o-,11840,0.htm#:~:text=Em%20189
0%2C%20ministro%20Ruy%20Barbo
sa,documentos%20que%20tratasse
m%20do%20tema&text=Em%2014%
20de%20dezembro%20de,de%20doc
umentos%20referentes%20%C3%A
0%20escravid%C3%A3o.) . Estadão,
estadão acervos, página pesquisada
em 24 de março de 2023.
9. SANT"ANA, Moacir Medeiros de. A
queima de documentos da
escravidão. Maceió: Governo do
Estado de Alagoas/Secretaria de
Estado da Comunicação Social, 1988
10. Coleção de Leis do Brasil - 1890,
Página 798 Vol. 1 fas. V
Bibliografia
Barbosa, Francisco (1988). Rui Barbosa e a
queima dos arquivos (http://www.casaruiba
rbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/a-j/FCRB
_FranciscodeAssisBarbosa_Apresentacao_
livro_RuiBarbosa_queima_arquivos.pdf)
(PDF). Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui
Barbosa
Bernardo, João Vicente (4 de maio de
2021). «Medo do passado: quando Rui
Barbosa tentou apagar a memória da
escravidão.» (https://aventurasnahistoria.u
ol.com.br/noticias/reportagem/historia-bras
il-quando-rui-barbosa-tentou-apagar-memor
ia-escravidao.phtml) (Online). Aventuras na
História. Consultado em 10 de maio de
2021
Estadão (14 de dezembro de 2015). «A
destruição dos documentos sobre a
escravidão» (http://m.acervo.estadao.com.
br/noticias/acervo,a-destruicao-dos-docum
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20Barbosa,documentos%20que%20tratass
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o) (Online). Estadão. Consultado em 10 de
maio de 2021
Cardoso, Francilene (2013). «Memória e luta
política do povo negro no Brasil» (https://pe
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ew/18256) . Libertas. 13 (1): 73-94.
Consultado em 19 de maio de 2021
Gomide, Thiago (2020). «Por que Rui
Barbosa queimou documentos da
escravidão?» (https://history.uol.com.br/not
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Consultado em 10 de maio de 2021
Schwarcz, Lilia (2010). «O som do silêncio:
sobre interditos e não ditos nos arquivos
quando o tema é escravidão ou escorre
para o racismo» (https://www.ifch.unicamp.
br/ojs/index.php/ael/article/view/2597) .
Cadernos AEL. 17 (29): 71-96. Consultado
em 10 de maio de 2021
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