Você está na página 1de 11

Histórias do

fim da rua
De Mário Zambujal
Mário Zambujal é um escritor português nascido em 1936, na cidade de Moura, na
região do Alentejo, no dia cinco de março do ano de 1936, tem por

isso, atualmente, oitenta e um anos. ​


A sua carreira jornalística começou na década de 1960, quando começou
a colaborar com diversos jornais e revistas, como A Bola, «Record», «O
Século», «Diário de Notícias», e ainda o jornal de espetáculos «Se7e» e o
jornal semanário «Tal & Qual». ​


Destacou-se como jornalista substancialmente pelo trabalho que desenvolveu na
área de desporto, porém sobressaiu também na televisão sendo autor de guiões
de várias séries televisivas. No seu percurso profissional passou igualmente
pela rádio, notabilizando-se no programa “Pão com Manteiga”, transmitido na
Rádio Comercial. ​
Mário Zambujal

 Em 1980, publicou o seu primeiro livro, intitulado "Crónica
dos Bons Malandros", que se tornou num sucesso de vendas e que
tem vindo a conquistar sucessivas gerações de leitores. ​

Desde então, Mário Zambujal publicou vários livros, entre os
quais se destacam Histórias do Fim da Rua, em 1983; À Noite
Logo se Vê, em 1986 e Talismã em 2015, entre outros. A sua
obra literária é marcada pelo humor, pela ironia abordando
temas como a sociedade e a cultura portuguesa. ​

Em reconhecimento pelo seu trabalho literário, Mário Zambujal


recebeu diversos prémios, entre os quais se destacam o Prémio
da Ordem do Infante D. Henrique. Atualmente, continua a
escrever e a publicar livros, mantendo-se como uma das vozes
mais importantes da literatura portuguesa contemporânea. 
Histórias do fim da rua 

"Histórias do fim da rua", do escritor Mário Zambujal, é uma novela, um


gênero literário com uma narrativa de caráter breve, publicada pela
primeira vez em 1983, abordando temas como o amor, amizade,
solidão, violência e humor, ambientados na cidade de Lisboa. 

A sua capa é composta por uma imagem colorida de uma rua estreita e
sinuosa, com prédios antigos de cada lado e uma luz amarelada que ilumina
a cena. O título do livro aparece no topo da capa, em letras maiúsculas e
com um tom vermelho escuro. Abaixo do título, há o nome do autor em
letras menores, também em vermelho escuro. No canto inferior direito, há
o logotipo da editora- “Livraria Bertrand” (4º edição). 

A contracapa é principalmente branca, com o nome do livro e do autor no


topo. Abaixo disso, há uma breve sinopse do livro e algumas citações de
críticas positivas, quanto ás abas, o livro não apresenta. 

No geral, a capa, de "Histórias do fim da rua" apresenta uma estética


simples e limpa, a imagem da capa sugere um ambiente nostálgico e
acolhedor, condizente com as histórias que compõem a obra. 


A nível do enredo estamos perante um casal que está às portas do divórcio, com memórias
pouco risonhas do tempo que passaram juntos e, paralelamente, temos um relato de uma rua que
já teve muitos nomes, e que agora está às portas da morte.

A Rua de Trás é o palco desta aventura, é uma importante personagem e é muito bem retratada,
com descrições absolutamente deliciosas dos seus moradores.

Um livro curto que ao longo de capítulos igualmente curtos vai dando a conhecer alguns dos
habitantes mais caricatos de uma rua em particular em Lisboa, onde o ambiente e interações
de aldeia ainda se mantêm, apesar de pertencer a cidade.

'Histórias do Fim da Rua', mais do que tudo, é uma viagem pelas ruas de uma Lisboa sempre
bairrista e verdadeira, com um toque de fado e um toque de desesperança, um retrato
divertido de uma forma de estar na vida, uma forma tão portuguesa.

 A rua é a continuidade da sala de estar, lugar de encontros e de conversas, que não passam
de recordações de uma rua condenada, em que desabam prédios e se perdem tradições, visto que
se encontra em vias de extinção devido a um plano urbanístico que pretende destruir o local
para a construção de uma estrada, algo que pode acontecer a qualquer momento.
Por outro lado, existia um casal, Sérgio e Nídia com um estatuto
social acima dos demais, que em paralelo com a rua recontam a
história do casamento falhado, agora prestes a acabar com um jantar
de divórcio, muito provavelmente o golpe fatal para o doutor e a
esposa, algo quase inevitável pois, é dado a entender ao longo de
todo o livro, contudo, uma chama de esperança acende-se, tal como na
questão do fim da rua, numa analogia muito bem construída.   

"Sou um cético dos astros, das cartas, da palma da mão, e não


disponho, para os trovões, de tradutor etrusco. Encontro-me, assim,
numa desconfortável incerteza quanto ao acerto ou cabeçada das
decisões que vou tomar. Tomei-as já. O jogo da vida é este, palpita-
se, arrisca-se, em cada dia as emoções do jogador, esperança e medo,
o gosto de apanhar, o prejuízo de uma opção errada." 

Sendo que reconheço o jantar de divórcio como um belo momento:


"Reconhecerá ele o vestido
preto? Parvoíce minha,
mas ficaria desapontada
se não o notasse. Mesmo
tratando-se de marido em
liquidação, uma mulher
aprecia algumas atenções
- e, francamente, não é
justo esquecer o
primeiro vestido que
despi para ele!"
Outro ponto de destaque
deste romance é
a alternância entre
personagens, ainda que todos
os capítulos sejam em
primeira pessoa, o narrador
vai-se alternando, passando
por várias das personagens,
que vão contando e
espelhando, à sua maneira, o
que a rua e as pessoas
significam para si, mas
predominando sem dúvida as
narrações de Sérgio e Nídia.
O autor conduz o leitor ao riso, ao sorriso e à reflexão,
cheio de um humor genuíno e fresco, e com personagens
cativantes.
É possível destacar igualmente a sua escrita sendo ela
muito própria, deliciosa rica em recursos estilísticos e
cheia de criatividade, uma linguagem que por vezes parece
inventada o aportuguesamento de termos estrangeiros,
escrevendo tal como soam. Por exemplo aftarshaive, o que
torna a obra ainda mais familiar.
A boa disposição e a sátira são garantidas, mas com um
toque de sensibilidade ao narrar as vivências de um
bairro na iminência de desaparecer devido a planos
urbanísticos. 

Posso dizer que foi uma leitura peculiar, agradável,


porém não muito marcante devido ao enredo pobre e
pouco explorado. 

"Histórias do fim da rua" é uma obra destinada, na


minha opinião, para aqueles que procuram uma leitura
leve e agradável. 
Bianca Pinto, Nº5, 11ºB

Você também pode gostar