MÓDULO 1 TEMA

A CULTURA DA ÁGORA CASO PRÁTICO AULA 20 1

O ESTÁDIO NA GRÉCIA ANTIGA

Os Jogos Olímpicos, realizados pela primeira

vez em 776 a. C., foram uma das criações
mais importantes da Antiguidade.

Os Jogos eram um festival religioso e

Templo de Zeus, Olímpia, 174 a. C.
Nave do Templo de Zeus e Estátua
de Zeus (reconstituição), Olímpia,
174 a. C.
atlético que se realizava de 4 em 4 anos, no
santuário de Olímpia, em honra de Zeus.
É no estádio que se preparam os atletas
candidatos aos Jogos e a outros torneios e
festividades que acontecem regularmente:
as Dionisíacas, as Grandes Panateneias e os
Jogos Pan-Helénicos (os Jogos Olímpicos).

Durante os Jogos realizavam-se

igualmente palestras filosóficas, recitais
de poesia, procissões e banquetes em
honra dos deuses.
Estádio Olímpico, entrada da Maratona e pista de corridas, Olímpia, século VIII a. C.

Paulo Simões Nunes

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O ESTÁDIO NA GRÉCIA ANTIGA

Os Jogos Olímpicos eram os mais

importantes dos Jogos Pan-Helénicos,
estando apenas abertos a cidadãos gregos.
Reuniam todas as cidades gregas em
competições desportivas como a corrida, o
salto, a luta, o lançamento do disco, o
pentatlo, corridas de quadrigas, etc.
Os atletas treinavam-se e competiam em
torneios para se prepararem para os Jogos
em representação das suas cidades.
Os campeões eram alvo de homenagens e
honras, sendo imortalizados através de
estátuas ou das estrofes que os poetas lhes
cantavam.
Foi através da pintura em cerâmica que
ficámos a conhecer as modalidades
Jogos Olímpicos: representações de cenas de luta e corrida em cerâmica de figuras negras. praticadas nos Jogos.
Paulo Simões Nunes
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O TEATRO GREGO
A criação do teatro deve-se a Thepis, em c. 536 a. C.
Ao entoar o ditirambo, durante a celebração das
Dionisíacas, destacou-se do coro e dialogou com
ele, assumindo o papel de herói ou do deus cujas
façanhas se celebravam.
Ditirambo – composição de versos cantados em
honra de Dioníso, à volta do altar, por um coro de
Teatro de Epidauro, Grécia, c. 350 a. C.
50 homens, 5 de cada uma das 10 tribos da Ática.
Estas festividades em honra de Dioníso
(Dionisíacas) ocorriam por altura das colheitas e da
abertura do vinho novo, sendo marcadas por
grande diversão e excentricidade.

Nestes versos cantados enalteciam-se as façanhas

dos deuses e heróis, das suas guerras, casamentos
e adultérios, episódios das suas vidas, etc.

Teatro de Mileto, Grécia, século V a. C. Paulo Simões Nunes

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O TEATRO GREGO

Teatro (théatron – local onde se vê algo):

Teatro de Dioniso, Atenas, c. 325 a. C. (reconstituição).
Máscaras de tragédia e comédia.
• atores cantando ou falando, independentes de um
coro;
• um elemento de conflito traduzido em diálogo;
• uma audiência emocionalmente envolvida na ação.
As personagens eram interpretadas por homens (até
três), sendo acompanhadas por um coro que
comentava a ação e comunicava com o público, e por
uma orquestra que fazia o acompanhamento musical.
Os atores representavam com máscaras que mudavam
conforme as expressões adequadas à ação.
Tragédia: forma de drama envolvendo um conflito
entre duas personagens, ou entre uma personagem e a
lei, os deuses, a sociedade, o destino, etc.
Comédia: forma de drama assente no ridículo, na
sátira, no grotesco e na diversão.
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O TEATRO DE PRIENE, JÓNIA, C. 332-330 a. C.

Inicialmente, as representações teatrais terão sido

realizadas na ágora.

A necessidade de conceder boas condições de

visibilidade e acústica ao público originou a
construção de anfiteatros a partir de meados do
século VI a. C.

A partir do século IV a. C. os anfiteatros estabilizaram

a sua configuração e aperfeiçoaram a sua estrutura,
como é exemplo o Teatro de Priene.

O anfiteatro de Priene foi executado pelo arquiteto

Pytheos de Priene, esteve ativo mais de 500 anos e
serviu de modelo a outros equipamentos de
espetáculo noutras cidades gregas.

Admite-se que, além de representações teatrais, terá

servido para outro tipo de funções como debates,
Teatro de Priene, Jónia, Grécia, c. 332-330 a. C.
reuniões públicas ou discursos políticos.
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O TEATRO DE PRIENE, JÓNIA, C. 332-330 a. C.

O anfiteatro, em forma de ferradura, está escavado

no declive de um monte. Uma estrutura de dois pisos
criava o pano de fundo para a atuação dos atores.

Estima-se que o anfiteatro podia receber uma lotação

de 6000 pessoas, nas cerca de 47 filas de que
dispunha.

A bancada estava dividida em dois níveis:

• o primeiro nível, com 25 filas, destinava-se a figuras
ilustres, convidados e espetadores mais distintos da
cidade;
• o segundo nível, com 22 filas, destinava-se ao
público em geral.
Buracos existentes junto aos assentos sugerem a
existência de toldos para proteger os espetadores do
sol ou da chuva.

Teatro de Priene, Jónia, Grécia, c. 332-330 a. C.

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O TEATRO DE PRIENE, JÓNIA, C. 332-330 a. C.

1. Bancada
CENÁRIO PÁRODO
• anfiteatro para os espetadores

2. Palco
• espaço onde os atores
desempenham os seus papéis

3. Cenário
• estrutura arquitetónica que serve
de enquadramento à
representação

4. Orquestra
• espaço circular destinado ao coro
e aos atos rituais das celebrações
dionisíacas

5. Párodo
• portas laterais que servem de
entrada e saída para o coro

PALCO ORQUESTRA BANCADA

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OS PERSAS, de ÉSQUILO, encenada a 472 a. C.

Ésquilo foi um dos maiores poetas líricos da

Antiguidade, tendo sido o criador da tragédia.
Escreveu cerca de 90 peças, das quais apenas 7
chegaram até aos nossos dias.
Participou regularmente no concurso de tragédias
das Dionisíacas, tendo vencido 13 vezes.
Ésquilo (525-456 a. C.),
Participou nas Guerras Pérsicas, tendo combatido
nas célebres batalhas da Maratona, Salamina e
Plateia.
Características das suas peças:
• simplicidade dos argumentos;
• ação enérgica e emotiva;
• forte exploração do sentido trágico do destino;
• acentuação da fatalidade da história das
personagens.
Teatro de Dioníso, Atenas, século V a. C., local de encenação
Paulo Simões Nunes
da maioria das peças de Ésquilo.
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OS PERSAS, de ÉSQUILO, encenada a 472 a. C.

Os Persas é a única tragédia cujo tema se baseia em factos

contemporâneos do autor e não em assuntos mitológicos.
A ação decorre em Susa, capital da Pérsia na época da
Batalha de Salamina, na qual Ésquilo participou como
soldado.
A peça, que constitui um longo lamento dos Persas pela
humilhante derrota sofrida, é representada apenas pelo
coro e por dois atores:
• o ator principal representa a Rainha e o rei Xerxes;
• o ator secundário representa o Mensageiro, o espetro de
Dario I e, também, o rei Xerxes.
Objetivos desta tragédia:
• enaltecer a vitória dos Gregos e o seu orgulho;
• mostrar compaixão pelos vencidos;
• levar o público a questionar o sentido da existência;
• transmitir valores como a ética, o civismo, o humanismo
e o respeito pela pólis.
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