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Educação no Campo

Discentes: Bruna Bonfim; Diego J. Mendes


Educação no Campo x Educação Rural
De acordo com a pesquisadora Arlete Ramos,
a principal diferença se dá nas práticas
pedagógicas, gestão educacional e políticas
educacionais.

“A Educação do Campo se origina dos movimentos sociais, das lutas dos


trabalhadores do campo. Diferente da Educação Rural, que é um projeto
do sistema capitalista, para manter a hegemonia da Educação numa
perspectiva dualista, que é de classe do campo que se reverbera por meio
do agronegócio”
É preciso que o Campo seja concebido como espaço onde as
relações sociais acontecem, território de moradia e de vida,
onde os sujeitos que ali nasceram possam ter assegurados os
direitos básicos e fundamentais de todo e qualquer cidadão,
e que esses possam ser efetivados no próprio campo.

No entanto, percebe-se na história brasileira um intenso


Êxodo rural, sustentado pela ideia preconizada na sociedade
de que o campo seria o lugar do atraso e consequentemente Tal fato acabou por
justificar a ausência de
do abandono. Assim, quase todas as políticas educacionais políticas públicas para
tinham como intuito preparar o sujeito do campo para dele o homem do campo.
sair.
Eu estudei até a quarta5 . Depois fui para Angicos6 , na escola era até a
quarta série. Era uma escola simples. Era difícil né. Eu lembro que tinha o
dia de recreação, era sexta depois do intervalo. [...] Uma coisa que fazíamos
muito era a tabuada, tinha que decorar, tinha que aprender os nomes dos
Estados e de suas capitais, tinha que aprender a ler sem gaguejar, cada um
lia dois parágrafos. [...] Todo dia víamos português. Era a matéria principal.
Aí vinha à matemática. Ciências, História, Geografia, essas outras existiam
muito pouco pra gente. [...] Os conteúdos não se voltavam para nossa
realidade. Poucos professores tinham essa preocupação. [...] A estrutura
física digamos assim que era um amontoado de salas, três né, uma cozinha,
uma salinha para a secretaria e um banheiro para os dois sexos (Entrevista
feita com Leandra Patrícia, na Comunidade Várzea Redonda, Upanema/RN,
em 03/03/20127 ).

A educação do campo como se vê na narrativa, na


maior parte do tempo foi concebida como a
educação dos sujeitos que não precisam
sistematizar e aprofundar saberes.
Minha escola no campo era para alfabetizar, enquanto escola do campo era de
primeiro a quarta série, era só alfabetizar, não tinha o letramento, antigamente só
se preocupava com isso. Não instruíam o aluno ao que é ser cidadão, a saber
das coisas, era só para aprender a ler e olhe lá, se conseguisse aprender o nome
já era muito. Por isso, que fui embora estudar em Campo Grande. [...] Minha mãe
já tinha visto que estudar no sítio não tinha futuro, dos meninos lá de casa
poucos aprenderam o nome no tempo certo. [...] a escola era longe que só, e as
vezes nem tinha aula, os professores faltavam [...] também acho que eles
ganhavam muito pouco. [...] se tinha um professor da comunidade mesmo, ele
também não tinha quase nada de formação. Tudo era por indicação política, só
vinha para o campo, as pessoas indicadas pelo prefeito, pelo governador, era
assim. [...] Meus irmãos pararam de estudar muito cedo, porque se terminassem
a quarta série iam estudar em Campo Grande. Pra sustentar as despesas não
dava não, uns tinham que desistir (Entrevista feita com Francione Bezerra, no
Assentamento Nova Vida, Upanema/RN, em 05/06/2012)8 .
➔ Falta de escolas para atender a todas as crianças
e jovens.

➔ Falta de uma política de valorização do


magistério, currículo deslocado das necessidades,
das questões e dos interesses de seus sujeitos.
➔ 1997 - o surgimento da Educação do
➔ falta de infraestrutura nas instituições de ensino, Campo se dá no primeiro Encontro
pouca qualificação dos educadores do campo são Nacional de Educadores da Reforma
apenas alguns dos problemas vividos pelos povos Agrária (Enera).
campestres na história de sua educação ➔ 2002 - mas se transforma em uma
política pública, com as diretrizes
➔ Entendendo a educação para os povos do campo
operacionais.
apenas como um paliativo da educação urbana

➔ A imagem que se formou na academia, na


sociedade e nos governos é que para a “escolinha
rural” qualquer coisa serve. Para mexer com a
chibanca e a enxada não há necessidade de uma
ampla formação
Processo Histórico
➔ A I Conferência “Por uma Educação do Campo” deixa notório o desejo do povo camponês
em vincular sua educação à cultura, a partir da relação terra e campo, meio ambiente, vida e
trabalho

➔ A II Conferência Nacional “Por uma Educação do Campo”, em agosto de 2004, reunindo


1.100 educadores e pesquisadores de todas as regiões do país, dentro dos assuntos
altercados na conferência, enfatizou-se a criação de políticas educacionais para as escolas e
para a educação do campo.

➔ O MST, no referido evento, aclarou que as políticas educacionais para o campo devem ter
por dever ampliar o acesso e a garantia de permanência da população do campo a toda
Educação Básica, de preferência no campo, oportunizando aos camponeses a
sistematização de conhecimentos que os ajudem a cursar o Ensino Superior. A ampliação
dos cursos de Formação de Professores para o campo foi ponto de discussão no evento
Educação
Ribeirinha
Modalidade inserida dentro da
Educação no Campo.

https://educacaointegral.org.br/reportagens/a-escola-dos-
povos-ribeirinhos-entre-a-potencia-e-os-desafios/
Para os povos ribeirinhos, os rios são o cerne da
vida: Deles extraem grande parte de seus
alimentos e deles dependem para ir e vir. Por
isso, parte dessas escolas adota um calendário
letivo adaptado ao ciclo das águas.
file:///C:/Users/bruna/Downloads/E-
book_Unidade_ConhecendoAPopula
%C3%A7%C3%A3oRibeirinha_Final_ISBN.pdf

Engana-se, porém, quem pensa que a região é só desafio


e precariedade. Cercados pela maior diversidade de
fauna e flora do planeta, em um ambiente de água
abundante e ricos saberes culturais, medicinais e de
possibilidades de troca com outras comunidades, como
as indígenas, essas escolas têm a oportunidade de
oferecer uma educação integral.
https://educacaointegral.org.br/reportagens/a-escola-dos-povos-ribeirinhos-entre-
a-potencia-e-os-desafios/
“A agricultura e a pesca são muito importantes
para eles. Então ensinamos sobre a época certa
para pescar determinados tipos de peixes, É na
sobre as plantas. Os alunos vão aos lagos, Ama região
d
mai zônia q a
fazem coleta de informações, e sempre o u
ribe r parte e está
ir d a
trabalhamos a preservação dos rios, da são inhos b os
3 r
floresta, dos animais. Todo esse conteúdo faz com 50 com asileiro
p s
pes ostas unidad :
sentido porque é o que eles vivem”, conta a s oa p or e
s. 37 m s
il
diretora Maria da Conceição da Escola
Municipal São Francisco.
Políticas Públicas para Educação no
Campo
As políticas públicas para educação no campo tem como
objetivo garantir o acesso à educação de qualidade para
estudantes que vivem na área rural .

PRONERA
programa de educação na reforma agrária essas as regiões políticas também ajudam a fortalecer a
PRONACAMPO agricultura familiar e a economia local , promovendo o
programa nacional da educação no campo desenvolvimento sustentável dessas regiões
PNAE
programa nacional de alimentação escolar
PRONAT
programa nacional de assistencia tecnica e
extensao rural na agricultura familiar e na
reforma agrária
legislação da educação no campo

Constituição federal de 1988:estabelece o direito à


educação como um direito de todos e dever do
estado, garantindo também acesso à educação no
campo.

algumas leis que nas quais definem diretrizes e


metas para a oferta de uma educação de qualidade
para todos os estudantes independente de sua
localização geográfica
(LDB): lei de diretrizes e base da educação nacional
(PRONACAMPO): estabelece diretrizes para oferta de educação de qualidade
para estudantes que vivem em áreas rurais, quilombolas e indígenas.
(PNE) plano nacional de educação,estabelece metas e estratégias para a
melhoria da qualidade da educação em todo o país incluindo a educação no
campo
resolução nº 2/2008 do (CNE): conselho nacional de educação. estabelece
diretrizes operacionais para educação básica nas escolas do campo ,definindo
especialidades da educaçao em areas rurais
O currículo para a educação no campo
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS SOBRE A REALIDADE DO CAMPO.

CONHECIMENTO E HABILIDADES RELACIONADO A CULTURA LOCAL.

INCENTIVO A PESQUISA

FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONALIZANTE

INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

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