Vanessa vai à luta

Luísa Costa Gomes

Ação

Ação

Vanessa
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menina e Vanessa
(bonecas,encena uma lutaaspiradores,
espanadores, entre
eles.
vestidos cor-de-rosa), mas a menina rejeita tudo e quer uma metralhadora.
Personagens

Personagens

Personagem principal
• Vanessa é um menina com quase sete anos, que não gosta de
vestidos e aprecia brincadeiras de rapaz. É uma criança
irrequieta, de caráter forte e que insiste em fazer as suas
escolhas. Usa os seus brinquedos em lutas que envolvem
personagens imaginárias (Ken, Action Man contra a Barbie, que
sai sempre vencedora) e por isso é, segundo a mãe,
“arrapazada”.
Personagens

Personagens secundárias

• Rodrigo é o irmão de Vanessa, tem oito anos e é um menino

bem comportado e um pouco triste. A irmã troça dele e
amedronta-o com as suas brincadeiras. Anda sempre constipado.
Personagens

Personagens secundárias

• Pai tem uma loja de mobílias de vários estilos e coleciona

telefonias. É compreensivo quanto ao desejo da filha e tenta
explicar-lhe, de forma lógica, a probabilidade de nascer menino
ou menina. É cauteloso nas despesas, criticando os gastos da
mulher.
Personagens

Personagens secundárias

• Mãe é dona de casa, anda muito cansada e está grávida. Pede

sempre a ajuda de Vanessa nas tarefas domésticas (ex. limpar a
louça). Insiste que a filha tenha brincadeiras de menina. Mostra-
se preconceituosa quanto à distribuição de tarefas domésticas. É
muito conservadora.
Personagens

Personagens secundárias

• Marina é a fada vestida de cor-de-rosa que julga que os desejos

de Vanessa são os mais comuns e insiste em realizar o que se
passa na história da Cinderela.
Personagens

Caracterização física e psicológica de Vanessa

Física
• “anda sempre toda despenteada” (cena VII ); “Ela está sentada no quarto
em cima da cama, no seu vestido novo e penteada a rigor, embora já
bastante descomposta…” (didascália cena XI).

Psicológica
• “Rodrigo - Não ouves a Mãe a chamar? Já está a chamar há imenso
tempo.” (cena I) – teimosa;
• “Vanessa – (desconsolada) Oh, Mãe, não… Roupa não é prenda que se
dê.” (cena II) – triste.
Personagens

Caracterização direta e indireta de Vanessa

Direta
(características apresentadas nas didascálias ou por
outras personagens)

• “Vanessa dá uma voltinha com um ar muito infeliz…” (didascália

cena VII); “Mãe: (…) És tão arrapazada, depois os rapazes não
gostam de ti…” (cena II)
Personagens

Caracterização direta e indireta

Indireta
(características deduzidas a partir das atitudes e dos
comportamentos da personagem)

• “Mãe: A Vanessa então espalha tudo na sala. (…) E atira os bonecos

uns contra os outros…” (desarrumada e turbulenta) (cena III)

• “Vanessa: Vestidos lindos? Estou bem lixada.” (trocista) (cena II)

Tempo

Tempo

Tempo cronológico
(a ação decorre próximo do aniversário de Vanessa)
• Das doze cenas, onze ocorrem ainda quando Vanessa tem 7 anos.
Tempo

Tempo

Tempo histórico
• a ação passa-se nos anos 90, mas há referência à década de 40 (aquisição de
uma telefonia dessa época).
Tempo

Tempo

Tempo do discurso
• cena XII – a ação avança seis meses (prolepse).
Espaço

Espaço

Espaço físico
A maior parte das ações ocorre em espaços interiores:

• em casa de Vanessa: na sala (cenas I, V, VII, VIII, IX, X,

XII) e no quarto dos pais (cena III) e no quarto dos irmãos
(cenas IV, VI e XI);

• na loja de brinquedos, onde a mãe leva Vanessa (cena II).

Representação do discurso

Representação do discurso

• Além
As cenas
Toda adas VI
açãofalas
e VII
dascorrespondem
personagens,
principal surgem
é apresentadaa monólogos,
indicações
através umaentre
vez que
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Vanessa (representação
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ou em
escrever
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– as
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didascálias
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– queque
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vaidenascer.
forma
informações sobre
direta – fala das os espaços e a movimentação/caracterização
personagens)
das personagens, relevantes para a compreensão da história.
“Vanessa – Por que é que não fazem bonecas com
“Vanessa – (desconsolada) Oh, Mãe, não… Roupa não é prenda
metralhadoras?
que
Mãese dê.” (cena
– Escolhe umII)brinquedo de menina.” (cena II)
“A Mãe e o Pai sentados na cama, no quarto a olharem para a
televisão. Enquanto conversam, raramente olham um para o
outro.” (didascália cena III)
Vanessa vai à luta

A luta desta menina irreverente que deseja brincar com metralhadoras e não com bonecas, aspiradores e
esfregonas leva-nos a refletir sobre a mudança de mentalidades. Por um lado, a mãe insiste que ela se deve
comportar como uma menina (a brincar, a vestir…), por outro, o pai é mais tolerante e aceita-a tal como é. No
mundo atual, fará então sentido refletir:

• Poderão as meninas ter brincadeiras de meninos e vice-versa?

• As meninas devem ajudar mais nas tarefas domésticas do que os rapazes?

• Será correto apelidar uma menina que goste de brincar com carros e
metralhadoras de “arrapazada” ou “maria-rapaz”?

• Poderá esta luta de Vanessa (história escrita nos anos 90 do século XX) ser uma
evidência para a luta pela igualdade de género?

• Será que esta luta ainda não está feita? Haverá exemplos desta desigualdade?